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Matlin, M.W.

- Psicologia Cognitiva (2004)

MEMÓRIA DE TRABALHO
É uma memória de curta duração e imediata dos itens que estamos processando em determinado momento.

“O Mágico Número Sete” de George Miller (7± 2)

 Esse psicó logo propunha (1956) que podemos reter somente um nú mero limitado de itens na memó ria de curto
prazo. Ele sugeria que as pessoaspodiam lembrar cerca de sete itens (acrescentar ou tirar dois), ou seja, entre cinco e
nove.
 Miller empregava o termo agrupamento (chunk) para descrever a unidade bá sica na memó ria de curto prazo. Ele
sugeria, portanto, que a memó ria de curto prazo retém cerca de sete agrupamentos.
 Um agrupamento pode ser um ú nico nú mero ou uma ú nica letra. A sequência 617-346-3421 contém seis
agrupamentos: 1+1+4.

A pesquisa clássica sobre a memória de curto prazo

A técnica de Brown/Peterson & Peterson: esses psicó logos demostraram que o material retido na memó ria por menos de um
minuto (quando a repetiçã o é impedida durante o intervalo de retençã o) é esquecido com frequência.

Efeito de recenticidade* Os ú ltimos itens de uma lista de palavras tendem a ser memorizados com maior
exatidã o.
Efeito de primazia Melhor recordaçã o dos itens do início da lista, já que sã o repetidos com mais frequência.

Efeito de posiçã o serial* Empregada para nos referirmos à relaçã o, em forma de U, que se dá entre a posiçã o de
uma palavra um uma lista e sua possibilidade de ser recordada.
Span da memó ria Designa a habilidade em lembrar itens com correçã o e na ordem adequada. Os dígitos de
um telefone, por exemplo.

Relaçã o entre a posiçã o serial de um item e a probabilidade de ser


lembrado.

Modelo de Atkinson-Shiffrin

efeito de efeito de
primazia recenticidade

*Uma maneira de mensurar a memória de trabalho é contar o número de itens finais de uma lista lembrados com exatidão
*Em geral, a extensão da memória de trabalho é estimada como de dois a sete itens quando se usa o método da curva de posição
serial.

Fatores que afetam a capacidade da memória de trabalho

1. Tempo de pronúncia
 A capacidade da memó ria de trabalho é determinadapelo tempo limitado de duraçã o do traço verbal dos itens.
 De maneira geral, as pessoas conseguem lembrar o nú mero de itens que sã o capazes de pronunciar em um
segundo e meio.
 Somos mais propensos a memorizar palavras como Cuba, Laos e China (dissílabas) do que palavras como
Argentina, Venezuela e Montenegro (polissílabas).

2. Similaridade semântica
 Palavras de significado semelhante podem interferir umas nas outras, provocando esquecimento.
Matlin, M.W. - Psicologia Cognitiva (2004)

 Interferência proativa (PI) se refere à dificuldade que as pessoas têm em aprender novos itens porque os
itens previamente aprendidos interferem na nova aprendizagem.
 Quando ocorre mudança de categoria ou classe semântica dos itens, é verificada a inibição da interferência
proativa, e a lembrança aumenta.

A memória de trabalho é utilizada em várias tarefas cognitivas, como


O planejamento
modelo de deBaddeley
estratégias, cálculo
sobremental, raciocínio, resolução de problemas
a memória
e durante o processo de leitura.

Circuito fonológico (loop): armazena um número limitado


de sons por um período curto. Tem 2 componentes.

Armazenamento fonológico: conserva uma quantidade


limitada de informações em um código acústico que declina
depois de alguns segundos.
Processo de repetição subvocal: permite que as pessoas
repitam em silêncio para si mesmas as palavras do
armazenamento fonológico.

 Tarefas fonoló gicas ativam o hemisfério esquerdo do


cérebro – o mais propenso a processar
informações relativas à linguagem.
 Pesquisas sugerem que o armazenamento fonoló gico está associado ao lobo parietal do có rtex.
 O processo de repetiçã o subvocal está associado ao lobo frontal, em particular à s regiõ es do lobo frontal que lidam
com a fala.

Bloco de esboço (sketch pad) visuoespacial: armazena informações visuais e espaciais.

 Também armazena informaçõ es visuais codificadas a partir de estímulos verbais. Quando um amigo lhe conta uma
histó ria e você se pega imaginando a cena.
 Há uma dificuldade de se executar duas tarefas espaciais ao mesmo tempo: enquanto dirige, formar imagens mentais
de um jogo de futebol que está sendo transmitido pelo rá dio do veículo – por exemplo.
 As pesquisas sugerem que as tarefas visuais e espaciais tendem a ativar o hemisfério direito do córtex – o
responsável, em geral, por tarefas espaciais, e não verbais.

Executivo central: integra informações que vêm do circuito fonológico e do bloco de esboço visuoespacial, bem como
da memória de longo prazo.

 Também desempenha um papel importante na atençã o, planejando estratégias e coordenando o comportamento.


 É responsá vel pela supressã o de informaçõ es não pertinentes. Em nossas atividades diá rias, nosso executivo central
auxilia a dizer o que fazer em seguida. Também auxilia a decidir o que não fazer, de modo a nã o nos afastarmos do
objetivo inicial.
 A maioria dos pesquisadores sustenta que o executivo central planeja e coordena informaçõ es, mas nã o as armazena.
 Ele decide quais assuntos merecem atençã o e quais merecem ser ignorados.
 Nã o consegue tomar muitas decisõ es ao mesmo tempo. O pensamento independente de estímulo (devaneio), por
exemplo, interfere na execuçã o de uma tarefa cognitiva.
 O lobo frontal do có rtex é a porçã o mais ativa do cérebro quando as pessoas trabalham em vá rios tipos de tarefa do
executivo central. Contudo, os processos executivos nã o parecem estar confinados a quaisquer locais específicos
dentro do lobo frontal.

Memória de trabalho e habilidades de linguagem: as pessoas com maior span de memó ria de trabalho
demonstram uma maior fluência verbal. Conseguem buscar uma grande variedade de palavras na memó ria enquanto
falam, sem muita dificuldade. As de menor capacidade falam de maneira mais hesitante e têm vocabulá rio mais
limitado.

Memória de trabalho e habilidades de leitura: as pessoas com grande span de memó ria de trabalho conseguem
decifrar o significado de uma frase ambígua compouca dificuldade.

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