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Para ser justa, uma sociedade deve dar prioridade à liberdade ou à igualdade?
Uma intervenção do Estado sobre a distribuição de riqueza permitiria diminuir as desigualdades, mas implicaria uma
Problema
filosófico
intromissão na liberdade individual de enriquecer; mas seria isso justo?
Teoria da titularidade
Teoria da justiça como equidade
Perfeccionismo
A autonomia das pessoas é fundamental. Ao
Na adopção dos princípios de justiça todas as partes que
contrário de Rawls, não aceita uma
De um modo geral, os perfeccionistas estabelecem este contrato social estão numa situação de
distribuição padronizada da riqueza, pois isso
defendem que devemos procurar aquilo a que
Teoria implica uma intervenção constante do Estado
possamos chamar “uma vida boa”. Assim, igualdade de circunstâncias. Contudo, todos os
na liberdade individual de enriquecer de
determinadas coisas (ações, objetos, ideias) são contratantes sabem que haverá pessoas mais e menos
forma lícita. O indivíduo é o titular legítimo
boas em si mesmas e devem ser procuradas por talentosas, mais e menos ricas, homens e mulheres,
dos bens que adquire legalmente.
todos os indivíduos. crentes e ateus.
O indivíduo é dono de si mesmo: do seu corpo,
da sua vida, mas também dos bens materiais
Trata-se de uma justiça como equidade porque os que a sua liberdade individual lhe permite
princípios da justiça social são escolhidos numa situação acumular, pelo que o Estado não deve
inicial equitativa, sem que nenhum indivíduo ou grupo interferir nessa liberdade individual.
social seja beneficiado ou prejudicado.
Posição original
pelo contrário, o Bem Comum é algo que tem A Posição Original é apenas um dispositivo de
prioridade sobre as preferências individuais. representação, a descrição de um contrato social
hipotético no qual todas as partes (indivíduos ou seus
O modo de vida que define uma vida boa (Bem representantes)
Comum) é definido pelo conjunto da sociedade.
são racionais e mutuamente desinteressadas.
A forma de encontrar os princípios de justiça
está errada (Posição Original e Véu de Todos terão de escolher os princípios organizadores de
Ignorância), pois não basta as nossas escolhas uma sociedade para que ela seja justa.
serem imparciais para serem boas.
Para garantir a imparcialidade das suas escolhas, as
partes são mantidas sob um Véu de Ignorância.
O véu de ignorância transforma-nos em seres Situação cognitiva em que se encontram todos os sujeitos
fictícios, desprendidos de laços sociais. Escolhas na Posição Original:
feitas por seres hipotéticos não são credíveis,
Conceitos,
pois todas as nossas escolhas decorrem do não sabemos qual será a nossa posição social na futura
argumentos e
enraizamento numa comunidade específica. O sociedade: sexo, etnia, inteligência, força, profissão
suas críticas
nosso próprio Eu é construído em sociedade, estatuto social, riqueza.
pelo que o Véu de Ignorância nos obrigaria a
esquecermo-nos não apenas da nossa Isso obriga-nos a avaliar os princípios de justiça de forma
condição, mas do nosso próprio Eu. imparcial, sem atender à nossa circunstância particular.
O Véu de Ignorância coloca os indivíduos numa Portanto, os princípios de justiça são avaliados numa
situação anterior a qualquer moral, isto é, situação de equidade.
obrigando sujeitos individuais a tomar decisões
tendo em conta apenas os interesses
individuais (e não os da comunidade onde se
inserem).
Regra Maximin
“Maximizar o mínimo”
Refutação da Regra Maximin
Na posição original e com o véu de ignorância, Rawls
acredita que chegaríamos a acordo, optando por princípios
A estratégia maximin defendida por Rawls
que garantissem que, por muito má que fosse a nossa
implica que os sujeitos apenas têm em
condição social,
consideração os seus interesses egoístas e não
tem em conta conceitos morais.
ela nunca nos privaria de certas liberdades básicas, como
as oportunidades de melhorar a nossa condição e a
Por exemplo, é relevante saber como a riqueza
é produzida, pois pode acontecer que a riqueza
garantia de um rendimento mínimo aceitável.
seja produzida de forma imoral.
A regra maximin é uma estratégia de decisão que permite
maximizar o mínimo.
Rejeição do utilitarismo
Princípio 1
Princípio da liberdade
“As desigualdades económicas e sociais devem satisfazer Nada existe de errado com a desigualdade
duas condições: social e económica.
A) Em primeiro lugar, ser a consequência do exercício de
Conceitos, cargos e funções abertos a todos em igualdade equitativa Qualquer intervenção do Estado consiste
argumentos e de oportunidades (…) numa violação dos direitos absolutos das
suas críticas pessoas.
As desigualdades não serão aceitáveis se decorrerem das Tirar a uns para dar a outros sem o
oportunidades que são dadas a uns mas não a outros. Isto consentimento dos primeiros é tratar as
é, pessoas como se não fossem pertença de si
próprias, isto é, como meros meios e não fins
o Estado deve intervir para garantir que todos tenham as em si mesmos, violando os seus direitos mais
mesmas oportunidades no acesso à saúde, à educação, à básicos.
cultura, etc. Isto seria uma forma de corrigir a lotaria social,
isto é, a sorte de nascer numa família com mais recursos.