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Resumo: Condições favoráveis e desfavoráveis ao desenvolvimento das funções

executivas

 Desenvolvimento do controle consciente e autônomo de pensamentos, ações e


emoções – não ocorre de forma independente do contexto da criança –
situações vivenciadas podem afetar positivamente ou negativamente –
desenvolvimento típico das funções executivas.
 Habilidades como controlar impulsos, prestar atenção e armazenar informações
-> não são inatas -> podem ser aprendidas, lapidadas e estimuladas.
 Existem grandes diferenças individuais no desenvolvimento -> respeitar o tempo
da criança.
 Condições que podem alterar o processo de aquisição das habilidades
relacionadas às FEs:
o Experiências vividas: andar falar, engatinhar, comer, brincar –
interligadas a diferentes aspectos do desenvolvimento (físico, cognitivo e
socioemocional) -> fundamentais para lapidar as habilidades relativas às
funções executivas.
o Vínculos positivos com cuidadores adultos na família ou escola ->
potencializa desenvolvimento saudável
o Interações sociais adequadas à formação do bom FE incluem também ->
incentivo e orientação ao longo do processo de aquisição de autonomia.
o Apoio para construir habilidades nos ambientes familiares ->
Sensibilidade e atenção para apoiar as primeiras tentativas de regular as
emoções e promover prática de focar a atenção -> estabelecimento de
relacionamento que transmita segurança e explicação de ações ou
proibições
o Escutar e compreender os motivos da criança fazer ou não fazer
determinadas atividades -> contribuem para a internalização da
mensagem e desenvolvimento do pensamento crítico.
o Exposição da criança ao estresse -> afeta a dinâmica dos circuitos
cerebrais e prejudica tanto a aquisição de habilidades de FE como a
utilização das capacidades já construídas -> crianças em ambientes
estressantes apresentam menor desenvolvimento das capacidades de
memória e controle inibitório -> inclui-se ambientes altamente adversos,
mesmo que nesses ambientes se tenha acesso a alguns ambientes
favoráveis e seguros.
 Na 1ª infância:
o Oportunidade de usar e aprimorar o FE -> controle das emoções,
planejamento e realização de tarefas.
o Cuidadores adultos -> incentivar crianças a serem autônomas
o Primeiros anos de vida -> desenvolvidas habilidades que são a base do
desenvolvimento das FEs mais complexas.
 Ambiente
o Propício para a prática das habilidades em desenvolvimento.
o Atenção individualizada -> orientação às crianças -> possibilitar escolhas
e gerenciamento de atividades -> como brincar e comer.
o Ambientes desfavoráveis -> Agressão física: prejuízos no
desenvolvimento da capacidade de atenção // Abusos ou negligência:
resultado insatisfatório quanto ao desenvolvimento de FEs // Estresse
prolongado, ininterrupto ou repetitivo (estresse tóxico): afeta
negativamente o desenvolvimento da primeira infância
o Baixa condição socioeconômica -> condição adversa à aquisição de
habilidade do FE -> Dificuldade em construir ou acessar ambientes
favoráveis ao desenvolvimento infantil -> estudos científicos ->
Desempenho pior em testes de memória de trabalho, controle inibitório
e flexibilidade cognitiva.
o Famílias com maior nível socioeconômico podem ter dificuldades em
estabelecer ambientes favoráveis quando há ambientes empobrecidos
de diálogo e incentivo à aquisição de autonomia.
 Estratégias
o Criança adotar posição de tartaruga em caso de aborrecimento -> o
tempo passa e ela consegue refletir sobre qual ação tomar
o Imagem de um ouvido para as crianças prestarem atenção nas histórias
contadas pelos colegas até que chegue a sua vez.
o Narrativa de história por cuidadores adultos -> capacidade de prestar
atenção, armazenar informações, associá-las e desenvolver a criatividade
ao imaginar os eventos descritos.
 Brincar de faz de conta -> atuação da criança em diferentes papéis
sociais, adaptando suas ações aos improvisos dos amigos.
 Brincadeiras tradicionais como “seu mestre mandou” e “estátua”.
o Diferentes atividades físicas apresentam efeitos positivos sobre FE de
crianças. Ex.: Taekwondo (capacidade de autorregulação de crianças de
5 anos) // Atividade aeróbica e yoga afetam positivamente habilidades
como memória de trabalho e capacidade de planejamento (crianças
entre 7 a 11 anos).
o Jogos desenvolvidos para melhorar capacidades de FE -> efeitos positivos
sobre memória de trabalho, atenção e raciocínio lógico (primeira infância
-4 e 5 anos // 7 a 12 anos).
o Mudanças curriculares que incluam propostas com o objetivo de
desenvolver as FEs -> Efeitos positivos em crianças de idade pré-escolar
// para criança de 7 e 9 anos -> pesquisa com alteração curricular ->
apresentou incrementos no FE.
o Crianças com maior atraso se beneficiam mais, portanto essas
intervenções amenizam as condições desfavoráveis.
o Mudanças curriculares e atividades físicas acabam sendo mais eficazes
o Questões que permanecem em aberto:
 Duração dos benefícios;
 Dose adequada;
 Quais fatores afetam a duração dos efeitos;
 Quais intervenções mais adequadas para qual idade;
 Quem se beneficia mais em diferentes tipos de intervenção.
 Evidências no Brasil
o São escassas as evidências empíricas a respeito de intervenções
o Promoção do Desenvolvimento de Funções Executivas em Crianças
(PIAFEX) – Programa que compreende um conjunto de atividades com o
propósito de promover o desenvolvimento das FEs.
 Problemas de Comportamento e FE
o Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) ou Transtorno do Espectro
Autista (TEA) apresentam prejuízos no desenvolvimento das FE e
tipicamente apresentam baixo desempenho em testes de
funcionamento executivo -> Estão associados a prejuízos nas funções
executivas e dificuldades do controle consciente de ações, pensamentos
e emoções.
o Criança cujas necessidade emocionais, sociais e físicas não forem
atendidas adequadamente -> não conseguem desenvolver o potencial
pleno do FE.

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