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Analise Do Filme
Analise Do Filme
DATA:18/05/2021
INSTRUÇÕES:
● Elaboração em grupo, em Word, fonte Times New Roman, tamanho da fonte 12, com
espaço entre linhas de 1,5.
O “pré-criminoso”, por definição, não cometeu nenhum crime até o momento de sua
captura no filme, apesar de demonstrar sua vontade de cometê-lo.
Segundo o conceito analítico, a conduta é o primeiro elemento do fato típico, sendo
imprescindível, visto que não há crime sem conduta humana. Conforme Cláudio
Brandão a ação é o movimento corpóreo voluntário que causa modificação no mundo
exterior. Edgard Magalhães Noronha (1983, p.410) afirma que crime, em seu conceito
material, é a conduta praticada pelo ser humano que lesa ou expõe a perigo o bem
protegido pela lei penal. Colen (2018) complementa afirmando que, O crime é um
fenômeno que requer necessariamente a presença do comportamento humano, seja ele
comissivo ou omissivo. Portanto como os pré-criminosos não chegam a externalizar
suas condutas para consumação dos crimes de homicídios, pois são impedidos pelos
policiais pré-crime que monitoram os pré-criminosos e segundo antes da ocorrência
fatídica e realizaram a intervenção.
No nosso direito atual os criminosos respondem apenas pelos atos já cometidos, e caso
aconteça de serem punidos antes que o suposto crime tenha acontecido, terá que ser
através de provas robustas que o crime iria de fato acontecer. Caso contrário, fere nosso
Código Penal (art. 283) e nossa Constituição Federal, sobretudo no que diz respeito aos
direitos e garantias fundamentais.
Podemos, portanto, embasado em nosso ordenamento jurídico atual, afirmar que os pré-
criminosos não cometeram, como citado no filme, durante 5 anos, nenhum crime de
homicídio, porém uma análise quanto a outros ilícitos, caberia uma avaliação, uma vez
que pode se perceber atos preparatórios, ou tentados exemplificados abaixo.
Em um momento no filme, mostra que um marido ao chegar em casa no meio da tarde,
encontra sua mulher tendo relações íntimas (sexuais) com outro homem, o marido
traído, fica por um tempo observando, de forma escondida, o casal de traidores, chega a
pegar uma tesoura, que estava sobre uma mesa, para matar a mulher, porém foi
impedido, segundos antes, pelos policiais do Departamento pré-crime.
Neste caso, houve a tentativa de homicídio, que por se só já poderia ser penalizada.
Outro momento do filme mostra quando um dos mentores do sistema pré-crime, o
Diretor Lamar Burgess, pega uma arma, carrega a mesma com munição para matar o
detetive Jonh Anderton, porém, mesmo após registrado pelos pré-cogns, e registrado na
esfera vermelha de homicídio, Lamar muda de atitude e por arrependimento não o faz e
resolve tirar a própria vida mudando toda a versão do filme.
Neste caso, apesar de toda a preparação para a consumação do crime, o mesmo não
acontece, tendo outro desfecho, se transformando em uma “tragédia”, o suicídio de um
indivíduo.
Por essas duas análises, pode se argumentar que no caso citado não houve a ação, a
conduta do ser humano que lesa ou expõe a perigo o bem protegido pela lei penal,
conforme já exposto pelo pensamento de Edgard.
Mesmo criando uma ambiente propicio e planejado para o crime, com a previsão do
pré-cognes, no filme percebe-se a possibilidade de dois desfechos distintos, pois o ser
humano tem livre escolhas e em questões de segundos podem mudar de decisões. De
acordo com ALEXANDRE (2003), ninguém é capaz de prever com absoluta certeza os
passos de um ser humano.
4- O pré-crime seria a tutela da consciência, do nosso íntimo? Ao fim, haveria um
determinismo para o “pré-criminoso”: fadado ao crime? Fundamente.
Na primeira cena do filme, vemos uma tentativa de homicídio por motivos passionais.
Como explicado no próprio filme, crimes passionais são muitas vezes cometidos sem
planejamento, ou seja, o criminoso agiu de forma impulsiva e se o seu sistema nervoso
límbico não estivesse ativado ao extremo, provavelmente ele não cometeria o crime.
Levando isso em consideração, dizer que alguém
Mentalmente são é fadado ao crime é uma inverdade
É importante ressaltar que o pré-crime seria a tutela do nosso íntimo e invadiria o
“direito à perversão “que é o fato de as pessoas poderem ser más e perversas em seus
pensamentos, tendo a liberdade para arquitetar crimes, sem que haja qualquer tipo de
sanção. Visto que se trata apenas de uma fase de cogitação, não deveria ser alcançada
pelo direito penal, por se tratar de uma ideia que não ofende o bem jurídico.
Outra questão contrastante também pode ser percebida quando não se observa o devido
processo legal precedendo o aprisionamento, avaliando e julgando a possibilidade ou
não de liberdade provisória, com o sem fiança, finalizando com o transito em julgado. O
pré-criminoso no caso do filme não passa pelo rito exigido em nossa norma jurídica
vigente.
REFERÊNCIAS BIBLIOGÁFICAS:
NORONHA, E. Magalhães. Direito Penal. v. 1. 15ª ed. São Paulo: Saraiva, 1983. p. 410
In Júlio Fabbrini MIRABETE, Renato N. Fabbrini. Manual de Direito Penal, parte
geral. 24ª ed. São Paulo: Atlas. 2007. p. 82.