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Guia Do Consumidor para Avaliação Do Pescado
Guia Do Consumidor para Avaliação Do Pescado
PARA AVALIAÇÃO DO
FRESCOR DO PESCADO
Coordenação
ROGÉRIO SOUZA DE JESUS
JHONATHAN IZEL SILVA
GUIA DO CONSUMIDOR
PARA AVALIAÇÃO DO
FRESCOR DO PESCADO
Coordenação
ROGÉRIO SOUZA DE JESUS
JHONATHAN IZEL SILVA
Manaus
2020
Copyright © 2020 - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia
CDD 639.977
EDITORA INPA
EDITOR-CHEFE
Mario Cohn-Haft
PRODUÇÃO EDITORIAL
Rodrigo Verçosa Editora do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia
Shirley Ribeiro Cavalcante Av. André Araújo, 2.936 - Petrópolis, CEP 69067-375 - Manaus - AM, Brasil
Tito Fernandes +55 92 3643-3223 editora.inpa.gov.br editora@inpa.gov.br
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO...............................................................................................................................................................................................................5
ANEXO - MÉTODO DO INDICE DE QUALIDADE (MIQ) Para a avaliação sensorial do tambaqui inteiro.................................................20
GLOSSÁRIO.....................................................................................................................................................................................................................21
Guia do consumidor para Rogério Souza de Jesus, Dr.
avaliação do frescor do pescado 5 Jhonathan Izel Silva, MSc.
O “Guia do Consumidor para Avaliação do Frescor do Pesca- No estado do Amazonas, o consumo de pescado é um dos
do” foi realizado no contexto do projeto Implantação de Uni- maiores do mundo. Somente na cidade de Manaus, o consu-
dades Demonstrativas Agroflorestais na Amazônia (IUDAA), mo médio per capta é superior a 30 kg de pescado por ano,
financiado pela FINEP / MCTI. enquanto os ribeirinhos consomem mais de 60 kg de pesca-
A correta manipulação e o controle da qualidade dos produ- do/hab./ano.
tos da aquicultura e da pesca artesanal constituem elementos Com uma alimentação a base de pescado proveniente tanto
fundamentais para melhorar a eficiência na comercialização da pesca extrativa quanto da piscicultura de espécies nativas
desses produtos. Uma comercialização eficiente, por sua vez, é da Amazônia, o amazonense também consome produtos
indispensável para o crescimento do consumo do pescado. derivados de pescados de outras regiões do país, além dos
Para colocar um produto de boa qualidade no prato do con- importados.
sumidor, é necessário que o pescado tenha sido tratado com Na região amazônica, culturalmente, a forma mais usual de
higiene desde o instante em que saiu da água. São inúme- comercialização do pescado é “in natura”, porém, a oferta de
ras as possibilidades de deterioração precoce do pescado, produtos beneficiados, tanto regionais como nacionais, vem
entretanto, pequenos cuidados básicos conseguem evitar a aumentando. O peixe fresco, capturado, abatido e armazena-
maioria dos perigos existentes. do de forma adequada, apresenta características específicas
Com uma ilustração bastante informativa, este Guia apre- que identificam o seu frescor.
senta o acompanhamento das alterações organolépticas que Este guia tem como público-alvo justamente essas pessoas
acontecem ao longo do período de armazenagem em gelo, que têm o hábito de comprar e consumir pescado, como
das duas principais espécies de peixes produzidas pela pisci- também para ajudar no trabalho de avaliação feito pelos
cultura amazônica, o tambaqui (Colossoma macropomum) e trabalhadores de frigoríficos, estudantes, técnicos e pesqui-
o matrinxã (Brycon amazonicus). sadores da área da pesca e aquicultura.
Durante a captura, os peixes devem sofrer o mínimo de O método mais antigo e confiável de avaliação do frescor do
estresse possível para evitar danos físicos. Assim, logo após pescado é a análise sensorial. Realizando uma simples obser-
a captura deve-se realizar o abate, preferencialmente por vação de alguns atributos organolépticos, pode-se avaliar a
imersão em água e gelo (hipotermia). Também é necessário qualidade e o frescor do pescado. Existem tabelas que podem
realizar uma lavagem com água corrente para retirar as im- auxiliar nesta avaliação (Anexo), e por meio da análise senso-
purezas e, posteriormente, deve-se armazenar o produto. rial dos atributos nelas descritos, se pode chegar a um escore
numérico que representa o estado de frescor do pescado.
O armazenamento pode ser realizado em câmaras de resfria-
mento ou com utilização de gelo em caixas térmicas. Deve-se O peixe fresco possui um tempo determinado de durabilidade
manter o pescado na temperatura aproximada de 0°C durante quando armazenado em gelo, que pode variar, dependendo da
o transporte até a chegada ao ponto de comercialização, onde espécie, da condição física em que se encontrava ao ser captu-
o produto pode ser comercializado fresco ou beneficiado e con- rado, ou mesmo da forma de acondicionamento que sofreu.
gelado, o que aumenta seu tempo de prateleira, facilitando sua
preparação e consumo. Com base em estudos realizados no INPA, no laboratório de
Tecnologia do Pescado, podemos afirmar que:
É muito importante que os critérios de higiene e limpeza
sejam executados em todas as etapas do processamento. Os • O tambaqui pode ser consumido, quando armazenado ade-
locais de abate, transporte, armazenamento e beneficiamento quadamente em gelo, por um período de cerca de 21 dias,
devem ser mantidos higienizados e o gelo utilizado deve ser em boa qualidade, ou mesmo de até 35 dias em qualidade
de boa qualidade para não contaminar o pescado. Preferen- de consumo corrente (regular), como veremos logo adiante.
cialmente, esse manuseio e o beneficiamento devem ser rea-
lizados por profissional capacitado, utilizando equipamentos • O matrinxã, por ser uma espécie onívora (hábito alimentar di-
e utensílios higienizados, bem como adequados EPI´s (equi- versificado, consumindo vegetais e animais), possui um tempo
pamentos de proteção individual, tais como: avental, máscara, de guarda menor em gelo, de cerca de 14 dias, em boa quali-
touca, luvas e outros). dade, e de até 28 dias, em qualidade de consumo corrente.
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Os olhos devem estar salientes e brilhantes, com córneas tura firme e elástica, sem nenhuma deformidade ou marca
translúcidas e pupilas negras com matizes amareladas. A pele de pressão, retornando imediatamente quando pressionado
deve ser brilhante e resplandecente, com escamas aderidas com o dedo. O odor característico de algas ou plantas aquá-
e presença de muco límpido. O abdômen deve ter muscula- ticas deve estar presente.
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A pele perde o brilho e a resplandecência; os olhos ficam existe o muco límpido, o odor torna-se neutro e o abdômen
encovados, podendo estar brancos ou nebulosos; as córne- encontra-se firme, com elasticidade moderada, retornando
as ficam opacas e as pupilas iniciam a descoloração. Já não lentamente quando pressionado com o dedo.
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Dia 14
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A pele apresenta descoloração avançada, os olhos podem apre- pouca elasticidade, retornando lentamente quando pressio-
sentar-se encovados, brancos, embaçados ou avermelhados, nado com o dedo ou nem retorna. A aderência das escamas
com pupilas leitosas ou acinzentadas, e as córneas côncavas, se reduz e o odor pode apresentar-se adocicado, ligeiramente
sujeitas a descoloração. O abdômen apresenta-se firme, com azedo, rançoso, mas ainda não com odor de putrefação.
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Dia 28
Dia 35
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ISBN: 978-65-5633-012-9
9 786556 330129