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NEUROPSICOLOGIA

NEUROPSICOLOGIA
AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA
DA INTELIGÊNCIA

PROFESSORA:
Ariane Cristina Ramello de Carvalho
Roteiro:

1. Fundamentação teórica
2. Alterações gerais entre WISC-III e WISC-IV;
3. Estrutura fatorial do WISC-IV
4. Orientações gerais de uso do instrumento;
5. Aplicação e correção dos 15 subtestes;
6. Preenchimento do Protocolo de Registro e Página
de Análise
7. Correção informatizada
Instrumento clínico de aplicação individual que
tem como objetivo avaliar a capacidade
intelectual das crianças e o processo de
resolução de problemas.

Idade: 6 anos e 0 meses a 16 anos e 11 meses


Tempo de aplicação: aprox. 67 minutos
MATERIAL
ü Manual de instruções para aplicação e üCrivos de correção.
avaliação;
üCaixa de cubos;
üManual Técnico;
üLivro de Estímulos;
üProtocolo de Respostas #1 (Procurar Símbolos /
Códigos); üProtocolo de Registro;

üProtocolo de Respostas #2 (Cancelamento);


Deficiência intelectual
DSM-5: transtorno caracterizado por déficits funcionais, tanto
intelectuais quanto adaptativos, nos domínios conceitual, social
e prático.

Critério A Déficits no funcionamento intelectual

Critério B Déficits no funcionamento adaptativo

Critério C Início destes déficits no início do


desenvolvimento
Deficiência intelectual
Funcionamento intelectual: refere-se à funções intelectuais que
envolvem raciocínio, solução de problemas, planejamento,
pensamento abstrato, aprendizagem pela educação escolar e
experiência e compreensão prática.

Funcionamento adaptativo: quão bem uma pessoa alcança os


padrões de sua comunidade em termos de independência
pessoal e responsabilidade social.
Deficiência intelectual
• Gravidade: definida com base no funcionamento
adaptativo e não intelectual

F70 Leve

F71 Moderado

F72 Grave

F73 Profundo

(AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION,


2013)
Principais contextos de utilização

• Estimativa cognitiva na avaliação


psicológica, neuropsicológica e
psicoeducacional;
• Diagnóstico diferencial de desordens
neurológicas e psiquiátricas ;
• Planejamento de programas de
reabilitação (neuro)cognitiva.
Quando não usar o WISC-IV?
Alguns exemplos:

- Crianças não verbais

- Situações de triagem

- Pesquisa – ex. pareamento pré-experimental de


habilidade cognitiva
Fundamentação
teórica
Concepção de inteligência

Wechsler (1939):
–“Intelligence is a person’s
global capacity to act
purposefully, to think in a
rational manner, and to
deal effectively with
his/her environment”.
Concepção de inteligência
• Global: caracteriza o comportamento como um todo
• Específica: composta por elementos ou capacidades
qualitativamente distintas

• Há um conjunto de habilidades cognitivas funcionando juntas


que é responsável pela manifestação do comportamento
inteligente;
O que as Escalas Wechsler de Inteligência medem?
• Tarefas desenvolvidas (subtestes) envolvem várias funções
cognitivas distintas que, em conjunto, refletem a capacidade
global do indivíduo.

• Nenhum subteste pode ser usado isoladamente para a avaliar


a inteligência.

• Ideia de construto primário e secundário avaliado em cada


subteste.
O que as Escalas Wechsler de Inteligência
medem?
• O desempenho nas escalas requer a integração de múltiplas
habilidades cognitivas em oposição à ideia de que uma única
habilidade explica toda a variabilidade do construto inteligência

• Déficit em uma habilidade cognitiva em particular pode afetar o


desempenho em mais de um subteste, mas em diferentes níveis;

• Variabilidade no • Variabilidade no
desempenho do teste comportamento inteligente

• Capacidade de levantar Forças e Fraquezas cognitivas.


O que as Escalas Wechsler de
Inteligência medem?

• Construto “Inteligência”:
capacidade de resolver
problemas complexos em uma
variedade de tarefas;

• Contexto terá impacto no grau


em que o comportamento
inteligente será expressado.

• Aspectos do contexto do teste:


tipo de estímulo, instruções,
regras e tipo de resposta
requerida do examinando
• Verificar se os fatores relacionados às características do teste e o
conjunto de habilidades cognitivas afetam a sua capacidade de
expressar o comportamento inteligente;
O famoso QI – reflexões....
• O que quer dizer essa medida?
– Medida global que resume o desempenho em
múltiplas habilidades cognitivas em um único
escore.
• QI de diferentes testes dão as mesmas
informações sobre a pessoa avaliada?
• Posso comparar QI entre testes?
• Para que serve o QI?
QI
• Desse modo, ao interpretar o resultado de um escore de QI, o
significado desse vai depender de diferentes fatores avaliados
pela bateria escolhida. É necessário que o profissional que
trabalha com testagem esteja atento ao conteúdo, estrutura e
base teórica dos testes (Anastasi & Urbina, 2000; Hogan,
2006).
DIFERENÇAS
ENTRE O WISC-III E O WISC-IV

POR QUE UMA OUTRA EDIÇÃO?


O que aconteceu desde o WISC-III?
• Mudanças na teoria de inteligência

ü Maior ênfase em fatores múltiplos


ü Maior ênfase em raciocínio fluido
Inteligência
Fluida (Gf) e cristalizada (Gc)
• Fluida: Capacidade de raciocínio empregado na resolução de problemas
novos, para os quais as pessoas tem pouco conhecimento prévio.
– Testes com analogias, completar séries e que envolvem raciocínio
abstrato.

• Cristalizada: aquisição e solidificação de conhecimentos formais e


informais
– Testes de vocabulário, conhecimento geral , compreensão verbal, etc.

• “Potencial” x “Real”
(SEABRA, LAROS,MACEDO & ABREU, 2014)
O que aconteceu desde o WISC-III?
• Mudanças na teoria de inteligência

ü Maior ênfase em fatores múltiplos

ü Maior ênfase em raciocínio fluido


ü Importância da memória de trabalho na
aprendizagem
Memória Operacional:
Breve Revisão
• Baddeley e Hitch (1974)

• O que é, afinal?

– Manipulação ou sustentação mental de informações


– Exercer controle mental – requer atenção e concentração

• Verbal e não-verbal
(Cosenza & Guerra, 2011, Diamond, 2013)
Memória Operacional:
Breve Revisão
• Importância da memória de curto
prazo

• Não há manipulação ou
sustentação da informação
enquanto processa outras.

• Precursor do desenvolvimento da
memória operacional
O que aconteceu desde o WISC-III?
• Mudanças na teoria de inteligência

ü Maior ênfase em fatores múltiplos


ü Maior ênfase em raciocínio fluido
ü Importância da memória de trabalho na
aprendizagem
ü Importância da velocidade de processamento
como “mediadora”
• Definição:
– Habilidade de processar
informações rotineiras de forma
fluente e automática : manter foco,
atenção e concentração.

• Relacionada à automaticidade
• Relacionada à velocidade da
condutividade neural
• Declina com o envelhecimento
O que aconteceu desde o WISC-III?
• Mudanças na teoria de inteligência

ü Maior ênfase em fatores múltiplos


ü Maior ênfase em raciocínio fluido
ü Importância da memória de trabalho na
aprendizagem
ü Importância da velocidade de processamento
como “mediadora”
ü Abordagem do processo de resposta na avaliação do
desempenho
Influências
• Além da análise fatorial (abordagem psicométrica) e pesquisa
clínica (utilidade clínica)
• Abordagem cognitivista da inteligência
– Modelo neurocognitivo de processamento da informação: como o
cérebro processa as informações
A importância do Processo de Resposta

• Como a criança desempenha uma


tarefa é tão ou mais importante que
o escore obtido.

• Entender o desempenho nos itens,


incluindo os tipos de erros, pode
fornecer informação clínica valiosa.

• Subteste – múltiplos processos


cognitivos. Qual está rebaixando o
desempenho?

• Padrão de comportamento deve ser


observado em múltiplos contextos
A importância do Processo de Resposta
• Descrever estratégias
utilizadas na execução das
tarefas;
• O examinador deve saber o
que cada subteste avalia (e
como) e o que os subtestes
têm em comum, bem como
suas diferenças.
• Fortalecimento da
interpretação clínica
PRODUTOS PROCESSOS
(O que?) (Por quê?)

• Nível de Habilidade • Natureza dos


comportamentos
• Quantitativo
• Qualitativo/Quantitativo
• Escores
• Estratégias
• Normas
WISC-IV
Avanços normativos e
– Flynn Effect psicométricos
• Estamos ficando mais inteligentes… ao
menos as crianças estão.

– Mudanças demográficas
• Avanços importantes quanto às
características demográficas da amostra
normativa.

– Utilidade clínica
• Efeitos chão e teto.
• Evidências de validade baseadas na relação
com outras variáveis.
Aumento de Facilidades para o Usuário
üDiminuição do tempo de aplicação do teste.

üSimplificação dos Procedimentos de


Aplicação e de Pontuação/Correção.

üMelhoria no Material de Estímulo.

üDivisão e Reorganização do Manual.

üDivisão e Reorganização dos Protocolos de


Registro.
Estrutura Fatorial do
WISC-IV
WISC-IV

Fator 1 – Índice de Compreensão Verbal (ICV)

Fator 2 - Índice de Organização Perceptual


(IOP)

Fator 3 - Índice de Memória Operacional


(IMO)

Fator 4 - Índice de Velocidade de


Processamento (IVP)
Subtestes
Principais x Suplementares
• Principais = contribuem para o cálculo de QI e Índices
– Sempre devem ser aplicados

• Suplementares = informações adicionais sobre o


funcionamento cognitivo
– Não contribuem para o cálculo de QI ou Índices.
– São úteis quando as pontuações dos subtestes principais do índice
são discrepantes – variabilidade.
• 15 subtestes divididos pelos quatro índices:

Nota: Os subtestes suplementares estão destacados.


ICV
Domínio principal: raciocinar com estímulos verbais e formar conceitos verbais.
Construtos secundários envolvidos: conhecimento verbal previamente adquirido.
IOP
Domínio principal: raciocinar com estímulos visuais.
Construtos secundários envolvidos: raciocínio espacial e integração motora visual.
IMO
Domínio principal: reter brevemente informações enquanto manipula e opera
outras.
Construtos secundários envolvidos: atenção, concentração, controle mental e
raciocínio.
IVP
Domínio principal: processar estímulos visuais rapida e precisamente.
Construtos secundários envolvidos: atenção, memória de curto prazo,
discriminação visual e coordenação visual motora.
• Os 10 subtestes
principais que
abrangem os quatro
Índices fornecem as
pontuações do QI Total.
• Casos clínicos – condição física da criança
interfere no desempenho

• Subteste principal invalidado


Regras de • É permitida apenas uma substituição para cada
substituição índice

• Somente 1 substituição para o Índice


Compreensão Verbal – 2 suplementares

• Para obter o QIT, só são permitidas duas


substituições de índices diferentes.
Ordem de administração

• Importante seguir a ordem de administração, mesmo quando já se


pretende, de antemão, substituir alguns dos principais pelos suplementares.
Somas pró rata de pontuações ponderadas
• Violam a administração padrão do teste e introduzem um erro de medida
adicional na derivação dos pontos compostos.

• O uso das somas pró rata deve ser limitado àquelas situações em que isso é
inevitável devido a dificuldades na aplicação (por exemplo, quando nenhum
subteste suplementar está disponível para substituição).

• Possível para os Índices Compreensão Verbal e Organização Perceptual,


somente.

• Somente se dois dos três pontos ponderados estiverem válidos.

•Dica: aplicação dos subtestes Aritmética e Cancelamento.


Orientações Gerais
de Aplicação do WISC-IV
ITEM DE ENTRADA
• A aplicação decada subteste começa pelo item de entrada correspondente à
idade da criança

• Muitos subtestes incluem exemplos ou exercícios aplicados indistintamente a


todas as crianças, independentemente do item de entrada para a idade
específica

• Itens de qualificação – Sequência de Números e Letras

• Crianças com DI ou suspeita: o início será sempre com 6 anos .

• Exceção: Código e Procurar Símbolos


ORIENTAÇÕES GERAIS
SEQUÊNCIA INVERSA
• Maioria dos subtestes

• Itens abaixo do item de entrada para determinada idade são


considerados itens que compõem a sequência inversa.

•Quando a criança obtém pontuação máxima nos dois primeiros itens


de um subteste, de acordo com seu item de entrada, conceda pontuação
total para os itens anteriores não aplicados e continue a aplicação.
ORIENTAÇÕES GERAIS
SEQUÊNCIA INVERSA

Se a criança não obtém crédito total em um dos dois


primeiros itens de entrada para a idade, então os itens
anteriores são aplicados em ordem inversa, até que ela
consiga o crédito total em dois itens seguidos.
ORIENTAÇÕES GERAIS
SEQUÊNCIA INVERSA
• Se a criança obtém uma pontuação máxima no primeiro item de
entrada aplicado, mas não no segundo, aplique também o critério da
sequência inversa, voltando ao item anterior àquele em que o
examinando foi bem sucedido para tentar duas pontuações máximas
consecutivas.

IMPORTANTE: Dois acertos consecutivos, mas não necessariamente


são consecutivos na aplicação
ORIENTAÇÕES GERAIS
SITUAÇÃO ESPECIAL
Crianças com suspeita de DI.

Independentemente do desempenho da criança nos itens que


precedem o item de entrada para sua idade, deverá ser dado à ela o
crédito total nesses itens quando pontuações máximas forem obtidas
nos dois primeiros itens de entrada de sua idade.

Exemplo: Criança de dez anos inicia pelo item 4, item de entrada para
crianças de 6 anos, pois havia a suspeita de deficiência intelectual.
ORIENTAÇÕES GERAIS
REGRAS DE INTERRUPÇÃO
• Critérios utilizados para se estabelecer quando parar a aplicação de um
subteste

• Manter o rapport e diminuir a duração do teste

• Essas regras variam de um subteste para outro e instruem o aplicador a


respeito da interrupção dos subtestes depois de uma série consecutiva
de pontuações zero

• Os pontos obtidos, quando da utilização da ordem inversa, também são


computados dentro das regras de interrupção.
ORIENTAÇÕES GERAIS
REGRAS DE INTERRUPÇÃO

• Subtestes verbais – avaliação da resposta é mais


difícil, pois exige julgamento do aplicador

• O que fazer quando o aplicador está inseguro quanto


à avaliação de uma resposta e não souber
rapidamente se deve interromper a aplicação de um
subteste?
TEMPO
• Alguns subtestes requerem a utilização de cronômetro para contagem de
tempo

• Anotar o desempenho em segundos

• Começar a contar o tempo assim que terminar de falar a última palavra


das instruções e parar quando a criança terminar sua resposta.

• Atenção ao rapport

• Bônus por contagem de tempo para Cubos, Código A e Cancelamento.


Itens para Treino e Instruções

Muitos dos subtestes contêm itens em que a criança deve treinar a


tarefa antes de realmente iniciá-los.

Subtestes que não têm treino : Feedback nos itens iniciais.

Inquéritos, Frases de Auxílio e Repetições de Itens

Têm como objetivo esclarecer respostas fornecidas pelas crianças,


lembrá-las sobre a tarefa e maximizar seu desempenho,
respectivamente.
REPETIÇÃO
• Alguns subtestes (Dígitos e Sequência de Números e Letras) não permitem
repetição. “Faça como lhe parecer melhor”.

• Os subtestes Aritmética e Raciocínio com Palavras têm instruções


específicas para repetição de itens.

• Para os outros subtestes que permitem o uso da repetição, as instruções


podem ser repetidas tantas vezes quanto solicitadas.
REPETIÇÃO
• Se a criança responder “não sei” para um item, mas responder
corretamente a itens mais difíceis do mesmo subteste, o aplicador deve
voltar e repetir aquele item, se considerar que ela deve saber a resposta
e, se ela responder corretamente, deve conceder os créditos devidos .

Exceção: subtestes com contagem de tempo e subtestes Dígitos e


Sequência de Números e Letras.
Registrando respostas...
• Deveanotar-se minuciosamente a resposta dada para futura avaliação ou
pontuação.

• Anotar também se houve inquéritos, frases de auxílio, repetições ou respostas


não verbais (por exemplo, apontar algo).
• Subtestes de Compreensão Verbal

• Comparar a resposta dada pelo examinando às respostas de amostra


para cada item e o critério geral de pontuação para cada subteste

• Não trata-se de uma lista exaustiva


• A qualidade de uma resposta refere-se ao conteúdo e não à elegância
ou extensão da verbalização.
• Em alguns casos, dois ou mais exemplos de respostas estão juntos
na mesma linha, separados por ponta e vírgula (;)

• Qualquer uma das respostas da linha recebe a quantidade de


pontos indicado.
• Em alguns casos, algumas respostas contém várias palavras ou
frases entre parêntesis

• Uma resposta que envolva qualquer uma das palavras ou frases


entre parêntesis também recebe a quantidade de pontos
indicado
ORIENTAÇÕES GERAIS

Quando fazer?
• Resposta ambígua, vaga ou incompleta
• Quando um (Q) acompanhar a resposta no manual
• Anotar no protocolo quando for realizado

Como fazer?
• Alguns cuidados são importantes – inquérito pode influenciar a
resposta da criança dependendo da forma como é feito!
• Um sinal de inquérito ao final de várias respostas na mesma
linha se aplica a todas as respostas presentes na linha
ORIENTAÇÕES GERAIS

• Se a criança der, espontaneamente, uma resposta de 0 ou 1 ponto


para um item que requer inquérito, mas a criança não melhora sua
resposta após o inquérito, a pontuação anterior permanece.

• Resposta que invalida o resultado já alcançado antes do inquérito –


é importante diferenciar bem respostas incorretas de respostas
fracas.

• Respostas fracas são julgadas como incorretas por aplicadores


inexperientes.
ORIENTAÇÕES GERAIS

• A CRIANÇA SE AUTOCORRIGE : Considerar nova resposta

• RESPOSTA CORRETA E INCORRETA, SEM FICAR CLARO QUAL A


FINAL: Perguntar para pontuar

• VÁRIAS RESPOSTAS, MAS NENHUMA INCORRETAS: O avaliador


deve pontuar a melhor resposta
Instruções de aplicação e avaliação
15 subtestes
Calcular a idade da criança
• Duas sessões – apenas a data da primeira sessão.

• Considera-se o mês sempre com 30 dias.

• Não se arredonda a idade para o próximo mês ou ano

12+1=13 30+12=42

2009 1 13 42

8 9 24
• Conferir se o material está completo e em ordem

• Avisar sobre a possibilidade de fazer uma pausa na aplicação

• Evitar a palavra “teste de inteligência” – ansiedade

• Iniciar a aplicação do teste após estabelecido o rapport.


Instruções Iniciais

“Eu vou pedir para você fazer algumas coisas hoje:


responder perguntas, trabalhar com cubos e outras.
Algumas dessas coisas podem ser muito fáceis para você,
mas outras podem ser bem difíceis. A maioria das pessoas
não consegue responder todas as perguntas ou fazer tudo o
que eu peço, mas é importante você fazer o possível para
conseguir. Você quer perguntar alguma coisa? “
Organização Perceptual

1. CUBOS
Tarefa: O examinando usa cubos vermelhos e/ou brancos para
reproduzir um modelo construído pelo aplicador e/ou impresso
no Caderno de Estímulos, dentro de um intervalo de tempo
determinado.

Avalia a habilidade de analisar e


sintetizar estímulos visuais
abstratos.

• Composto por 14 itens


Disposição dos cubos na mesa:

Itens que usam quatro cubos (Itens 2-10): apenas um deve ter a face
vermelha e branca voltada para cima.

Itens que usam nove cubos (Itens 11-14): apenas dois devem ter a
face vermelha e branca voltada para cima.

• Informar que a parte superior dos modelos é que devem ser


imitadas.
Itens 1-3
Itens corretos, sem rotação e no tempo limite na 1ª tentativa = 2 pontos
Itens corretos, sem rotação ou no tempo limite na 2ª tentativa = 1 ponto

Itens 4-8
Itens corretos, sem rotação e no tempo limite = 4 pontos
Itens 9-14
Itens corretos, sem rotação e no tempo limite = 4, 5, 6 ou 7 pontos (de
acordo com o tempo de execução)

Cubos sem Tempo de Bônus (CUSB): Desenvolvido para refletir o


desempenho sem o acréscimo de pontos por bônus de tempo.
Compreensão Verbal

2. SEMELHANÇAS

Tarefa: Duas palavras, que representam conceitos ou objetos comuns,


são verbalizadas para o examinando, que deve dizer de que modo
essas palavras são semelhantes.

Avalia o raciocínio verbal e a formação de conceitos.

• Composto por 23 itens


Aplicação
“O que têm em comum a maçã e banana?”

• Os itens podem ser repetidos quantas vezes for necessário, mas sem
mudar o enunciado.

• Os itens 1 e 2 tem por objetivo ensinar a tarefa, portanto, em caso de


erro, deve-se corrigir o examinando.
• Se as respostas forem vagas ou seguidas de um Q nos exemplos (maças e
bananas são amarelas), dizer: Explique o que quer dizer ou Fale um pouco
mais sobre isso.

• Para facilitar a avaliação, são apresentados alguns exemplos de respostas


aos itens.

• Avaliar com cuidado as respostas atípicas e consultar os Princípios Gerais de


Avaliação.
Avaliação
• 2 pontos – resposta abrangente pertinente aos dois membros:
“Maçã e banana são frutas”

• 1 ponto – propriedade específica, semelhança secundária.


“Maçã e banana são doces”

• 0 pontos – propriedades não relevantes, de natureza geral ou diferenças


entre os membros:
“Lápis e canetas são retos”
“A maça é vermelha e a banana amarela”
O que tem em comum tábua e tijolo?
“Material utilizado para construir um edifício” 2 pontos
O que tem em comum rir e chorar?

“São sentimentos” (Q) 1 ponto


“(...) quando sinto falta de alguém eu choro e felicidade para mim
é quando estou com meu pai”
Memória Operacional
3. DÍGITOS
• Divide-se em duas partes: Dígitos Ordem Direta e Dígitos Ordem Inversa.

Tarefa:
• Dígitos Ordem Direta: a criança deve repetir números que são lidos em voz
alta pelo aplicador, na mesma ordem.

• Dígitos Ordem Inversa: a criança deve repetir em ordem decrescente.

Avalia a memória auditiva de curto prazo, sequenciamento, atenção e


concentração

• Todos os itens são compostos por duas alternativas, tendo oito itens cada
um.
Avaliação
• Ler os dígitos de cada tentativa a um ritmo de um dígito por
segundo, baixando a voz levemente ao enunciar o último dígito da
sequência
3–4–1–7

•Não repetir nenhum enunciado, dizer apenas Fale o que você acha
que eu disse.

• Para cada tentativa atribuir 0 para resposta incorreta e 1 para


correta.
Escores de processo DIOD e DIOI
• Memória auditiva imediata (curto prazo) x Memória Operacional:

• Dígitos Ordem Direta (DIOD) x Dígitos Ordem Inversa (DIOI): Devem


ser interpretados separadamente e em comparação (escores de
processo)

• Spans maiores de dígitos no OD - uso de estratégias para manter a


informação na memória – requer certo nível de manipulação mental
UDIOD e UDIOI
• Capacidade atencional

• Desempenho variável tanto no DIOD e DIOI pode resultar em


pontuações similares

• Dispersão intrasubteste

• Flutuação da atenção/ motivação


Organização Perceptual
4. CONCEITOS FIGURATIVOS

Tarefa: O aplicador mostra duas ou três fileiras de figuras ao


examinando, que deve escolher uma figura de cada fileira para
formar um grupo que tenha uma característica comum.

Avalia o nível de abstração e a habilidade de raciocinar, fazendo


montagens conforme uma classe específica.

• Composto por 28 itens


Aplicação

• Oferecer ajuda apenas nos exemplos A e B.

• O examinando pode indicar com o dedo, nomear ou dizer os números


correspondentes às figuras escolhidas.

• Se o examinando perguntar o nome da figura dizer somente o nome.

• Se o nome atribuído pelo examinando à figura der margem a dúvidas,


dizer: Mostre com o dedo qual é a figura que você escolheu.
Aplicação

- se não escolher uma figura em uma das fileiras

Frases de auxílio - se escolher mais de uma figura na mesma fileira

- se escolher mais de uma combinação de figuras


Pontuação

• Se o examinando não responder ou se disser que não sabe a resposta,


fazer um círculo em torno de NR, no Protocolo de Registro.

•Atribuir 1 ponto somente se o examinando escolher as figuras corretas


de todas as fileiras de um item. Respostas corretas fornecidas após as
frases de auxílio permitidas recebem 1 ponto.

•Atribuir 0 ponto às respostas incorretas ou omitidas.


Velocidade de Processamento
5. CÓDIGO
Tarefa: A criança deverá copiar símbolos que se relacionam às formas
geométricas simples ou números, dentro de um limite de tempo
preestabelecido.

Avalia memória de curto prazo, aprendizado, percepção visual,


coordenação visual e motora, flexibilidade cognitiva, atenção e
motivação.

• Duas formas de Código por idade (Código A e B)


Itens de Treino:
Código A: o aplicador deve fazer os 2 primeiros itens e deixar
que a criança faça os restantes.

Código B: o aplicador deve fazer os 3 primeiros itens e deixar


que a criança faça os restantes.

ü O desenho não precisa ser perfeito, mas indicar claramente o código adequado
Aplicação

• Não oferecer borracha, mas não desencorajar correções espontâneas,


apenas se excessivas. Se o examinando questionar sobre os erros
informar que não tem problema e que ele deve continuar.

• Se o examinando pular um item ou responder na ordem inversa, dizer:


“Preencha na ordem. Não pule nenhum”. E indicar o próximo item.
Compreensão Verbal
6. VOCABULÁRIO

Tarefa: Nos Itens Figurativos, o examinando diz o nome das figuras


mostradas no Livro de Estímulos. Nos Itens Verbais, o examinando
deve dar uma definição das palavras que o aplicador lê em voz alta.

Avalia linguagem expressiva e memória a longo prazo semântica.

• Composto por 36 itens, sendo quatro de figuras e 32 de palavras.


Respostas marginais, generalizadas, funcionais ou gestos devem
ser esclarecidas, quando não forem claramente incorretas.

• “Sim, mas que outro nome isso tem?”

• “Sim, mas que tipo de [resposta] é?”

• “Sim, mas como isso se chama?”


Itens Verbais

6-8 anos: não usar o Livro de Estímulos.

9-16 anos: apontar para a palavra no Livro de Estímulos ao


enunciá-la, para que o examinando a possa ler.

“Eu vou dizer algumas


palavras. Preste atenção e
diga o que cada palavra quer
dizer”

“O que é uma FÁBULA?”


Pontuação

2 pontos:
• Um bom sinônimo: “Um boné é um chapéu”
• Uso importante: “Guarda-chuva serve para proteger da chuva”
• Classificação geral e abstrata: “A vaca é um animal”
• Característica definitivas ou principais: “O alfabeto são todas as letras”
• No caso de verbos: uma ação ou relações causais: “Absorver água
como uma esponja”
Pontuação
1 ponto:
• Resposta correta mas com falta de conteúdo: “Um chapéu é uma coisa que você
usa”
• Sinônimo vago: “Obedecer é se comportar”
• Uso secundário, não elaborado: “Bicicleta é uma coisa que usa pra fazer
exercício”
• Atributo correto mas não diferencial: “Vaca é uma coisa que produz leite”
• Que usa a própria palavra sem elaboração: “O alfabeto é necessário pra saber
ler”
• Interpretação concreta da palavra: “O relógio me diz quando devo dormir”
Pontuação
0 ponto:

• Resposta incorreta
• Resposta verbal sem compreensão real após o inquérito: “Chapéu de boiadeiro”
e “Sopa de alfabeto”
• Demonstração sem elaboração em palavras
• Respostas muito vagas
• Regionalismos e gírias não encontrados no dicionário;
O que é um relógio?

“Despertador, toca e a gente acorda” (Q) 2 pontos


“(...) marca as horas”
O que é alfabeto?

“O que a gente fica falando” (Q) 1 ponto


“(...) ah, tipo: A, B, C, D, E...... Z”
O que quer dizer abandonar?
1 ponto
“A gente vê alguém abandonando um animal na rua e pega para cuidar”
(Q) “(...) é triste, tadinho do animal, eu vou cuidar dele”
Memória Operacional
7. SEQUÊNCIA DE NÚMEROS E LETRAS

Tarefa: O aplicador lê em voz alta, para a criança, uma série de números e


letras; ela deverá repeti-los, os números em ordem crescente e as letras em
ordem alfabética.

Avalia sequenciamento, agilidade mental, atenção, memória auditiva de


curto prazo, imagens visuais e espaciais e velocidade de processamento.

• Composto por dez itens, com três alternativas cada um

• Subteste adaptado do WAIS III.


Aplicação

6-7 anos – Itens de qualificação

•Contagem: “Vamos fazer uma coisa diferente. Conte até 5 em


voz alta para eu ouvir.”

• Alfabeto: “Agora diga as letras do alfabeto para mim.”

6-16 anos – Duas tentativas de exemplo.


Aplicação
“Agora eu vou dizer um grupo de números e letras. Quando eu
terminar, quero que você repita primeiro os números, em
ordem, começando pelo número mais baixo. Depois você diz
as letras em ordem alfabética. Por exemplo, se eu disser A - 1,
você deve dizer 1 - A. Primeiro você diz o número, depois a
letra.”

•Ler a um ritmo de um dígito ou letra por segundo, baixando a


voz levemente ao enunciar o último elemento da sequência.

•Não repetir nenhuma das tentativas de um item - “Diga o que


você acha que eu disse”.
Itens 3-10:
Dizer: Agora vamos fazer alguns com mais números e letras. Se eu disser 2-
C-3, você deve dizer 2-3-C. Diga primeiro os números, em ordem crescente,
e depois as letras, em ordem alfabética
• Memória auditiva imediata (curto prazo):
• itens iniciais
• Tentativas que exigem uma intervenção específica. O
aplicador deve intervir somente nas ocorrências das
respostas indicadas.

“Lembre que você precisa dizer os números primeiro, em


ordem crescente. Depois diga as letras em ordem alfabética.
Vamos fazer outro.”
Reordenamento Sequenciamento

Grupo Grupo
de Grupo Grupo
de
Números de de
Letras
Números Letras
Organização Perceptual

8. RACIOCÍNIO MATRICIAL

Tarefa: Em cada item é mostrada à criança uma matriz


incompleta e ela deverá encontrar a parte que falta, dentre as
cinco opções de resposta que lhe são apresentadas.

Avalia a fluidez da inteligência e fornece uma estimativa


realista da habilidade intelectual de modo geral.

• Composto por 35 itens


Aplicação
6-16 anos: Itens de exemplo A, B e C

Exemplo A

“Olhe estas figuras. Qual destas aqui (passar o dedo pelas opções de
resposta) vai aqui (apontar o espaço que tem o ponto de interrogação)?”
Aplicação
Exemplo B

Exemplo C
Aplicação

• O examinando deve indicar o que escolheu, apontando a resposta ou dizendo


o número da resposta selecionada.

•Se o examinando usar qualquer outro tipo de verbalização para responder,


dizer: “Mostre para mim”.

• Se o examinando der mais de uma resposta, dizer: “Cada problema tem


somente uma resposta correta. Escolha a melhor.”

• Oferecer ajuda somente nos Exemplos de A a C.


Critério de Interrupção RM: após 4 erros
consecutivos de 0 ponto ou após 4 erros de 0
ponto em cinco itens consecutivos
Compreensão Verbal

9. COMPREENSÃO

Tarefa: a criança deve responder a perguntas com base em seu


entendimento dos princípios gerais e vivência social.

Avalia raciocínio verbal, linguagem expressiva, habilidade para avaliar e


utilizar experiências anteriores e habilidade para transmitir informações de
ordem prática.

• Composto por 21 itens


Aplicação

“Agora eu vou fazer algumas perguntas e eu quero que você responda.”

“Por que as pessoas escovam os dentes?”

• Oferecer ajuda somente no Item 1

• Se a resposta do examinando for vaga ou pouco clara, e não puder ser avaliada
de imediato ou, ainda, se for seguida de um (Q) nos exemplos, dizer “Explique o
que você quer dizer” ou “Fale um pouco mais sobre isso”.
Itens com dois ou mais conceitos gerais

•Se a primeira resposta do examinando for claramente incorreta, não


solicitar uma segunda resposta.

•Se a resposta do examinando envolver somente um conceito geral


subjacente, reformular a apresentação do item de modo a obter outra
resposta, dizendo: “Que outros (motivos para, vantagens de, problemas
em relação a…).”

•Se a resposta do examinando envolver o mesmo conceito geral da


primeira, solicitar outra resposta novamente.
Pontuação

• Nos itens que têm um único conceito geral subjacente, para receber 2
pontos ou 1 ponto a resposta do examinando deve envolver esse
conceito.

• Nos itens que têm vários conceitos gerais subjacentes, para receber 2
pontos a resposta do examinando deve envolver pelo menos dois
conceitos gerais diferentes.
“Para não se machucar” (Q) 2 pontos

“(...) para não voar para frente no vidro se o carro bater”


“Ligar para o bombeiro para apagar o fogo” (Q) 2 pontos
“(...) pedir para meus pais pegarem a mangueira e tentarem ajudar”
“Ver o que tá acontecendo lá dentro, se posso ajudar” (Q) 1 ponto
“(...) avisar o vizinho para ele correr de lá” (Q) “ia fugir também”
Velocidade de Processamento
10. PROCURAR SÍMBOLOS

Tarefa: O examinando deve indicar se um dos elementos do grupo de


estímulo está presente ou não no grupo de busca, dentro de um intervalo de
tempo determinado.

Avalia memória visual de curto prazo, coordenação visual e motora,


flexibilidade cognitiva, discriminação visual e concentração.

• Possui duas formas de acordo com a faixa etária (Procurar Símbolos A e B).
Aplicação
- Itens de Exemplo

“Você deve marcar a caixa SIM se a forma que está aqui (apontar para o símbolo de
estímulo) for igual a uma destas formas que estão aqui (apontar para o grupo de
busca), e deve marcar NÃO se não for igual a nenhuma das formas que estão aqui.
Você entendeu? Dar mais explicações, se necessário.”

Grupo de estímulo Grupo de busca

- Itens de Treino
Pontuação

• Registrar o tempo de execução quando este for menor do que 120’’;

• Correções espontâneas devem ser consideradas;

• Respostas em branco não são computadas.

• O escore bruto total é o número de respostas corretas menos o número


de respostas erradas.

• Se o escore bruto total for igual ou inferior a 0, considerar o total como 0.


Organização Perceptual

11. COMPLETAR FIGURAS

Tarefa: Em todos os itens, a criança deverá apontar ou indicar com


palavras o que está faltando nas figuras que lhe são apresentadas,
dentro de um limite preestabelecido de tempo.

Avalia percepção visual e a organização, concentração e


reconhecimento visual de detalhes essenciais dos diferentes objetos.
• Composto por 38 itens
6-16 anos: Todas as idades
“Eu vou mostrar algumas figuras. Em cada figura, falta uma
parte. Olhe cada figura com atenção e diga o que está faltando.”
•Em caso de erro nos itens 1 e 2 o aplicador deve indicar a resposta
correta;

• As respostas devem ser dadas no intervalo de 20’’;

• Observar as respostas no manual.

•Existem respostas que devem ser apontadas além de verbalizadas –


modo de auxiliar o aplicador na distinção entre resposta fraca e resposta
incorreta
Intervenção nas seguintes situações:
• Se apenas nomear a figura: “Sim, mas o que está faltando?”
• Se falar algo que está fora da página: “Falta uma parte na
figura. O que está faltando?”
• Se falar parte não essencial: “Sim, mas qual a parte mais
importante que está faltando?”

Apenas uma vez


Velocidade de Processamento

12. CANCELAMENTO

Tarefa: A criança examina uma montagem de figuras, estruturada ou


aleatória, e assinala as figuras alvo, dentro de um limite de tempo
preestabelecido.

Avalia velocidade de processamento, atenção visual seletiva, vigilância


ou negligência visual .

• Composto por dois itens: um com estímulos visuais montados de forma


aleatória e outro montado de forma estruturada.
“Olhe esta fileira. Todos são animais.

Exemplo:

Apontar para o exemplo e dizer: Olhe


esta fileira. Ela tem animais e também
outros objetos. Eu vou fazer uma linha
sobre cada animal. Eu não vou fazer
uma linha sobre as outras coisas.

Treino:

Agora, faça estes. Faça uma linha sobre


cada animal. Não faça a linha sobre as
outras coisas.
Quando eu disser ‘pode começar’, faça uma linha
sobre cada animal. Trabalhe o mais depressa
possível, sem errar. Avise quando terminar. Pronto?

Aleatório Estruturado
Aplicação

• Forma correta de abrir protocolo

• Os dois itens devem ser aplicados em todos os examinandos.

• O examinando pode decidir por qual parte do item começar e qual será a
orientação adotada para procurar as figuras alvo.

• Não oferecer borracha, mas não desencorajar correções espontâneas, apenas


se excessivas.

• “Não tem problema. Continue trabalhando o mais depressa possível.”


Pontuação

• O quadrante 1 (Q1) do Crivo deve estar localizado na parte superior


esquerda do Protocolo de Respostas 2.

•Correções espontâneas devem ser consideradas, desde que sinalizadas de


forma clara.

• Os riscos feitos nos animais são considerados corretos


Como pontuar quando...
• O examinando faz um risco na área vazia ao lado de uma figura:

•O examinando risca várias figuras com uma mesma linha:


Pontuação
• Subtrair o número de respostas incorretas do número de respostas corretas.

• Se o valor da diferença do item for 60 ou mais, atribuir os pontos de bonificação


por tempo de execução.

35’’ 30 2 28 28
45” 61 1 60 60
88
Compreensão Verbal
13. INFORMAÇÃO

Tarefa: A criança deverá responder a perguntas que cubram um amplo


leque de conhecimentos gerais.

Avalia a capacidade de adquirir, reter e recuperar conhecimentos


factuais. Envolve inteligência cristalizada e memória de longo prazo.

• Composto por 33 itens.


Aplicação

“Agora eu vou fazer algumas perguntas e eu quero que você responda.”

Item 25 – Qual é a capital da Grécia?

• Os itens 1 e 2 devem ser explicados caso a resposta seja incorreta;


• As respostas que exigem um inquérito específico são indicadas com um
asterisco (*);
• Respostas vagas ou com um Q requerem inquérito complementar;
• Se o erro for produzido por confusão sobre a palavra, o item deve ser
repetido.
Avaliação
• Comentários gerais não relacionados à resposta não interferem na
avaliação.
• Respostas de 1 e 2 pontos acompanhadas de uma resposta absurda
recebe 0 pontos.
• Em caso de várias respostas de qualidade bastante variável prevalece
a melhor.
•Atribuir 1 ponto por resposta correta e 0 ponto por resposta incorreta
ou omitida
Memória Operacional
14. ARITMÉTICA

Tarefa: A criança deverá resolver, mentalmente, uma série de problemas


aritméticos que lhe são apresentados oralmente, dentro de um limite de
tempo preestabelecido.

Avalia agilidade mental, concentração, atenção, memória de curto e longo


prazo, habilidade de raciocínio numérico e atenção. Pode também envolver
sequenciamento, fluidez de raciocínio e lógica

• Composto por 34 itens.


“Agora eu vou pedir para você resolver alguns
problemas.”
“Conte esses pássaros com o dedo. Conte em voz alta pra eu
poder ouvir”
“Quantas nozes restarão se cada esquilo comer
uma noz?”
Aplicação

• Os itens de 1 à 5 são apresentados pelo Livro de Estímulos


• Os demais devem ser lidos pelo aplicador
• Um item pode ser repetido apenas 1 vez, mas o enunciado inteiro deve ser
repetido.
• Se uma resposta for corrigida espontaneamente questionar: “Você disse
[R1] e [R2]. Qual delas é a sua resposta”. Considerar a resposta final.
Pontuação

• Nos casos de tempo e dinheiro respostas alternativas são aceitas.

Exemplo: 1 real = 100 centavos

• Atribuir 1 ponto por resposta correta e 0 ponto por resposta incorreta


ou não expressa em 30 segundos.
Compreensão Verbal

15. RACIOCÍNIO COM PALAVRAS

Tarefa: É solicitado à criança que identifique conceitos comuns por meio


de uma série de pistas que lhe são fornecidas.

Avalia compreensão verbal, habilidade de raciocínio geral, abstrações


verbais, conhecimentos do assunto, capacidade de integrar e sintetizar
vários tipos de informação.

• Composto por 24 itens.


“Vamos jogar um jogo de adivinhar. Diga o que eu estou pensando. É um animal
que faz "au-au". Qual é?”

• Ao apresentar a segunda e a terceira dicas, repetir as dicas anteriores;

• Cada dica pode ser repetida apenas uma vez à pedido do examinando ou após 5’’
sem resposta. Após repetir a dica, conceder 5’’ adicionais para a resposta. Após
esse tempo, passar à dica seguinte;

• Para cada dica apresentada circular S se a resposta for correta e N se incorreta ou


omissa;

• Anotar R se a dica for repetida;

• Sinônimos e nomes de marcas conhecidas também são consideradas corretas.


Alguns cuidados importantes...

• Nunca dar feedback de desempenho

• Não solucionar os itens a pedido do examinando, caso ele não consiga


resolvê-los.

• De preferência, usar uma prancheta

• Não deixar o examinando ver as anotações realizadas no Protocolo Geral

• Evitar vibrações e expressões. (ex: “Quase”, “Isso”)


Interpretação dos
Índices
Índice de Compreensão Verbal
Raci
ocín
com o
i • Tarefas que avaliam habilidades verbais por
mação Pala
Info
r vras meio de raciocínio, compreensão e
formação de conceitos.

Vocabulário
Compreensão
Construtos secundários envolvidos:
Conhecimento verbal previamente adquirido.
Semelhanças Memória de longo prazo/ Expressão oral

Imput: auditivo (VC também é visual)


ICV Output: verbal
Índice de Organização Perceptual
p l etar • Tarefas que avaliam raciocínio fluido por
Com ras
Figu meio da organização visuoespacial
• Resolução de problemas não ensinados
na escola

Raciocínio
Matricial Construtos secundários envolvidos:
Cubos
raciocínio espacial e integração motora
visual.
Conceitos
Figurativos

Input: Visual, não verbal


Output: motor, verbal
IOP
Índice de Memória Operacional
mética
• Tarefas que avaliam memória de trabalho
Ari t
e de curto prazo com estímulos verbais
• Construtos secundários envolvidos:
atenção, controle mental e raciocínio.
itos
Díg Sequ
ênci
de a
Núm
ero
Letra s e
s • Imput: auditivo
• Output: verbal
• Não fornece avaliação compreensiva da
IMO memória
Índice de Velocidade de
Processamento
• Tarefas de rastreamento visual simples
mento
Cancela • Velocidade x acurácia

Construtos secundários envolvidos: atenção,


Códi
gos
memória de curto prazo, discriminação visual
rar
e coordenação visual motora
c u
Pro bolos
Sím

Requer integração rápida de múltiplas


habilidades cognitivas
IVP Imput: visual
Output: motor
Correção e Interpretação
PROTOCOLO DE
REGISTRO
Protocolo de registro – primeira página

• Conversão dos Pontos Brutos em dois tipos de escores padronizados


• Subtestes: Pontos Ponderados (M=10 e DP=3)
• Índices: Pontos Compostos (M=100 e DP=15)

Atribuir o mesmo peso (mesma métrica)

•Por que converter? Possibilitar comparações entre subtestes

Possibilitar comparações com a amostra normativa


•Rank Percentil: porcentagem de crianças com a mesma idade da amostra que
obteve um escore menor ou igual ao do avaliando.
- Pessoas e não acertos.

• Intervalo de Confiança: intervalo de pontuações em que se encontra o escore


verdadeiro

- Erro de medida inerente à todas as pontuações obtidas em testes.


- Escore no teste: aproximação hipotética do escore verdadeiro caso o
teste fosse 100% preciso (sem erro)
IC 90% e 95%

IC 90% = 104 – 112


QIT = 108
IC 95% = 103 – 113
Comparar o desempenho
da criança com o grupo
normativo correspondente
à sua idade.
1) Olhar nas Tabelas A1 (há 33
Tabelas, uma para cada
grupo etário):
A) procurar na coluna do
subteste o ponto bruto e
localizar, nas colunas
hachuradas (à esquerda ou
direita) o ponto ponderado
correspondente. Transferi-lo
para o quadro ao lado, no
espaço correspondente.

2) Somar os pontos
ponderados dos subtestes
(suplementares não são
somados, a não ser em
casos de substituição).
2) Transferir a soma dos pontos ponderados para a coluna indicada no
quadro abaixo.
3) Procure a soma dos
Pontos Ponderados
(Tabelas A2 a A6), e
siga na mesma linha
para encontrar Ponto
Composto, Percentil e
Intervalo de Confiança
4) Traçar perfis dos
pontos ponderados dos
subtestes, marcando o
ponto ponderado
correspondente a cada
subteste nos locais
indicados.
4) Traçar perfis dos
pontos compostos
(Índices), marcando o
ponto composto
correspondente a cada
índice nos locais
indicados.
QIT: medida global que resume o desempenho em múltiplas habilidades
cognitivas em um único escore.

QIT = 105 QIT = 105


Importância dos índices
ICV = 110 ICV = 91 na interpretação.
IOP = 116 IOP = 104
IMO = 103 IMO = 97
IVP = 77 IVP = 100
Dispersão: Indivíduos expressam habilidades de diferentes formas, não
necessariamente uniformes

Uso do QIT recomendável especialmente quando os escores obtidos nos


índices ou subtestes são homogêneos
Rebaixamento cognitivo:

ICV= 70
IOP = 71
IMO=74
IVP=71

QIT = 64
Percentil = 1%
Descrição: Extremamente abaixo
da média
IC 95% = 60-70

Pouca variabilidade. QIT melhor


estimativa da capacidade de
inteligência geral
Funcionamento cognitivo
normal:

ICV= 110
IOP = 116
IMO= 103
IVP= 77

QIT = 105

Percentil = 63%

Descrição: Média

IC 90% = 101 - 109


Página de Análise
• Análises complementares

• Comparação do desempenho entre os índices e subtestes do próprio


avaliando, o que permitirá verificar discrepâncias entre os resultados
indicando facilidades e dificuldades em tarefas específicas.

Índices

Níveis Subtestes

Escores de Processo
Diferença
•Subtrair “Ponto Ponderado 2” de “Ponto Ponderado 1”. Na comparação entre
índices/subtestes, em qual deles a criança desempenhou melhor?
Diferença e Valor Crítico

Ponto Ponderado 1
MENOS
Ponto Ponderado 2
Valor Crítico
•Cada par de combinações de diferenças possuem um valor crítico correspondente que
determina se a diferença encontrada é significativa ou não.

Valor da diferença encontrada entre duas pontuações precisa ser maior ou igual ao
valor crítico para ser estatisticamente significativa

Diferença estatisticamente significativa


A diferença entre as pontuações não é devido à erro associado ao teste.

A diferença é verdadeira?
Comparação entre Discrepâncias
Nível de Significância
Reflete o nível de confiança de que a diferença entre os escores é verdadeira: 0,05 e
0,15
Probabilidade de obter tal diferença ao acaso é remota (p<0,05)

Ex: ICV – IOP 0,05: VC = 10,67


0,15: VC = 7,84

•Escolher o nível de significância (0,05 ou 0,15), e procurar na Tabela o VC


correspondente.
•Encontrar esse valor nas Tabelas B1 (para índices) e Tabela B3 (para subtestes).
Diferença e Valor Crítico
Diferença Significativa?

Se diferença ≥ VC, SIM


Se diferença < VC, NÃO
Comparação entre Discrepâncias

Diferença Significativa (SIM) ou (Não)

(Não): Se não é uma diferença significativa, não justifica preocupações acerca


da frequência da ocorrência desse desempenho na população, pois a diferença
está dentro de uma variação esperada.

(SIM): Matematicamente Relevante. É importante se atentar a essa diferença e


buscar mais informações acerca dela, como o quão raro isso se deu na amostra
normativa (FA).
Comparação entre Discrepâncias

Frequência acumulada
•Só é relevante (e preenchida) quando a Diferença tiver sido significativa.
Ela indica porcentagem de crianças da amostra normativa que obteve a
mesma discrepância ou maiores entre as pontuações .

• “Quão comum é uma diferença de 20 pontos entre ICV e IOP na amostra


normativa?”

• É comum ter uma variação normal no perfil cognitivo.

•Clinicamente relevante: Menor que 10-15% da amostra (Sattler, 2001)


Frequência Acumulada Escolher base para
comparação
Comparação entre Discrepâncias
Base para Comparação
Amostra Geral: screening – amplitude maior
• Funcionamento normal

Nível de Habilidade: mais “específico”.


• Grupos clínicos – extremos da curva

§QIT ≤ 79
§80 ≤ QIT ≤ 89
§90 ≤ QIT ≤ 109
§110 ≤ QIT ≤ 119
§QIT ≤ 120
Funcionamento cognitivo normal:

ICV: 110 IOP: 116 IMO: 103 IVP: 92 QIT = 108


Altas Habilidades:

ICV: 138 IOP: 132 IMO: 120 IVP: 111 QIT = 135

Pontos compostos variam em função do nível de habilidade e não da idade,


diretamente (restringe a base de comparação para crianças com o mesmo
nível de habilidade).
Frequência acumulada – qual tabela?
A frequência acumulada pode ser encontrada nas Tabelas B2 (para
índices, por amostra geral e por nível de habilidade) e na Tabela B4
(para subtestes).
SM – CF: Inteligência fluida – mediação verbal. Se a diferença for significativa, você pode
verificar se a criança se beneficia da mediação ou não, e também verificar (FA) o quão
frequente (ou rara) foi essa diferença na amostra normativa (ou seja, se ela é clinicamente
significativa?).

DG – SNL e CD – PS : 2 únicos subtestes do IMO e IVP, respectivamente. Há uma


quantidade relevante de informações não compartilhadas entre os subtestes no que se
refere à avaliação do construto. Se a diferença for importante e significativa, pode ser mais
indicado partir para a interpretação dos subtestes, separadamente.
Transferir PB páginas 3, 5 e 12
– Protocolo de Registro

Converter pelas Tabelas A8


(por faixa etária)
Transferir PB páginas 3, 5 e 12
– Protocolo de Registro

Pontos Ponderados 1 MENOS


Pontos Ponderados 2
Comparar Diferença com VC:
Diferença ≥ VC = Sim
Diferença < VC= Não
Transferir Pontos Brutos UDIOD e UDIOI da
página 5 do Protocolo de Registro

Buscar FA na Tabela B7
Pontos Brutos 1 MENOS Pontos
Brutos 2
Buscar FA na Tabela B8
• Comparação intrapessoal.

•Possibilita comparar o desempenho da


criança no subteste com o desempenho dela
mesma no instrumento (Média Geral) ou
nos Índices ICV e IOP (subtestes desses
índices).

•Também encontra na amostra normativa


(FA) como a amostra se comportou com as
possíveis facilidades e dificuldades.

•Importantes ao descrever prejuízos


funcionais e ao planejar intervenções
educacionais.
Pontos Ponderados MENOS
Encontrar VC na Tabela B5 (escolher
Média dos Pontos Ponderados
por nível de significância)
Comparar Diferença da Média com
Valor Crítico.
Se Diferença ≥ Valor Crítico = Se a Diferença da Média for
positivo (F), Negativo (D) significativa (≥ VC), buscar FA na
Tabela B5
Se a diferença estiver entre duas FA, anotar as duas no
Protocolo de Registro, separando por um traço (ex: 2%-5%)
DI – 8 anos e 6 meses

• ICV = 74 PP = 16 • IOP = 71 PP = 16

• SM = 5 • CN = 7
• VC = 8 • RM = 2
• CO = 3 • CB = 7

• IMO = 65 PP = 11 • IVP = 71 PP = 9

• DG = 6 • CD = 4
• SNL = 5 • PS = 5

QIT = 64 Soma dos Pontos Ponderados = 52


PARTE PRÁTICA
Tabelas A1

Pág. 218 à 250


Tabelas A2 à A6: pág. 251 à 254
Pág 270 à 278
Págs 256 à 266
Pág 283 e284
Pág 281 e 282
Pág 279
CORREÇÃO INFORMATIZADA
CORREÇÃO VIA WEB EDITORA

• O que é?

• Como funciona?

• Quem é responsável pela


liberação?
CORREÇÃO VIA WEB
CORREÇÃO VIA WEB
• Limitações

• Otimiza o tempo do profissional

• Elimina chances de erros nos


cálculos

• Correção web não é sinônimo de


laudo psicológico
Avaliação psicológica...
• As informações fornecidas pelo
WISC-IV devem ser integrados
com outras informações
disponíveis sobre a criança:
contextos cultural, familiar e
escolar, bem como resultados de
outros testes padronizados.

• Atentar-se para padrões de comportamento que são observados


em múltiplos contextos
Livros Recomendados
• WISC-IV Clinical Use and Interpretation
– Prifitera, Saklofske, & Weiss (2005)
• WISC-IV Advanced Clinical Interpretation*
– Weiss, Saklofske, Prifitera, & Holdnack (2006)
• WISC-IV Clinical Assessment & Intervention*
– Prifitera, Saklofske, & Weiss (2008)

*Traduzidos e publicados recentemente pela


Pearson

• Essentials of WISC-IV Assessment


– Flanagan & Kaufman (2009)
– Publicado pela Willey & Sons, Inc.
Para refletir...

“While the psychometric properties (e.g. reliability,


validity, test standardization and norms) of the WISC-IV
should give us confidence in these scores as numerical
descriptions of intelligence, the clinical relevance of the
scores must be determined by the psychologist who
examines these scores ´in context´”

(Weiss, Saklofske, Prifitera & Holdnack, 2006)


MUITO OBRIGADA!

E-mail profissional para contato:


regina.marino@yahoo.com.br

Dúvidas:
suporte@valordoconhecimento.com.br

Créditos da apresentação:
Regina Marino
Gisele Alves
Sílvia Pacanaro
Ivan Rabelo
Amy Dilworth Gabel, Ph.D.
Lawrence G. Weiss, PhD
Shelley C. Heaton, PhD.

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