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O aparelho circulatório e o próprio funcionamento do coração podem ser avaliados pela análise das
pulsações arteriais, venosas e capilares. Para isso é necessário examinar sistematicamente os
seguintes pulsos:
• Pulso radial;
• Pulsos periféricos;
• Pulso capilar;
• Pulso venoso;
Pulso radial – a tomada do pulso radial é um ato simples, porém rico de significação. Além de
propiciar ao médico informações semióticas, simboliza a relação médico-paciente, constituindo
com frequência o primeiro contato direto entre estes.
Semiotécnica – Habitualmente, artéria radial situa-se entre a apófise estiloide do rádio e o tendão
dos flexores. Para palpá-la, empregam-se as polpas dos dedos indicador e médio, variando a força
de compressão até obter-se impulso máximo. O polegar fixa-se delicadamente no dorso do punho
do paciente. O examinador usa a mão direita para examinar o pulso esquerdo do paciente e vice-
versa. Além disso, a mão do paciente deve repousar no leite ou na mesa de exame em completa
supinação.
Estado da parede arterial – Em condições normais, percebe-se uma parede lisa, sem tortuosidades
e que se deprime facilmente. Quando se nota uma parede vascular endurecida, irregular e tortuosa,
às vezes comparada à “traqueia de passarinho”, é sinal de uma vasculopatia que se denomina
genericamente de arteriosclerose. No caso da artéria radial, a afecção que a torna dura e tortuosa é
a mediosclerose de Mönckeberg, que não deve ser confundida com a aterosclerose. São duas
patologias distintas, sem qualquer relação entre uma e outra, cumprindo ressaltar que mediosclerose
na radial não indica aterosclerose em outras artérias (coronárias e cerebrais, por exemplo).
Ritmo – É dado pela sequência das pulsações. Se elas ocorrem a intervalor iguais, diz-se que o
ritmo é regular. Se os intervalos são variáveis – ora mais longos, ora mais curtos -, trata-se de ritmo
irregular.
A irregularidade do pulso indica alteração do ritmo cardíaco – arritmia -, que pode ser
fisiológica ou patológica.
Amplitude ou magnitude – Esta característica é avaliada pela sensação captada em cada pulsação
e está diretamente relacionada com o grau de enchimento da artéria durante a sístole e seu
esvaziamento durante a diástole.
Tensão ou dureza – Avalia-se a tensão ou dureza do pulso pela compressão progressiva da artéria.
Se a pressão necessária para interromper as pulsações for pequena, caracteriza-se o pulso mole. Ao
contrário, se a interrupção da onda sanguínea exigir forte pressão, trata-se de pulso duro.
Denomina-se a situação intermediária pulso de tensão mediana.
A dureza do pulso depende da pressão diastólica e não deve ser confundida com
endurecimento da parede arterial. Pulso duro indica hipertensão arterial; o contrário, hipotensão
arterial.
Pulsos Periféricos – tem por finalidade analisar comparativamente artérias homólogas no que se
refere à presença ou ausência de pulso e à amplitude da onda pulsátil, além da avaliação do estado
da parede vascular.
Semiotécnica – Para examinar as artérias carotídeas, o médico fica de frente para o paciente que
deve estar de pé ou sentando. O pulso carotídeo direito é sentido pela polpa do polegar esquerdo
que afasta a borda anterior do esternocleidomastóideo ao mesmo tempo em que procura as
pulsações perceptíveis um pouco mais profundamente. As polpas dos dedos médio e indicador
fixam-se sobre as vértebras cervicais mais inferiores. Para o lado esquerdo, usa-se a mão direita.
Não confundir as pulsações carotídeos com o pulso venoso, lançando mão dos elementos
semióticos que permitem a diferenciação entre esses dois tipos de pulsação.
As artérias temporais são facilmente localizáveis na região frontal, logo acima da arcada
supraorbitária, e devem ser palpadas com as polpas dos dedos indicador e médio.
A artéria subclávia é palpada com o paciente sentado, fazendo leve flexão da cabeça para o
lado a ser examinado. O médico posiciona-se à frente, ao lado ou atrás do paciente e procura sentir
a subclávia com os dedos indicador, médio e anular, na fossa supraclavicular, profundamente
posterior à clavícula.
A palpação do pulso axilar é obtida afundando-se a mão no oco axilar. Para palpar a artéria axilar
direita, o examinador emprega a mão esquerda; a exilar esquerda é examinada com a mão direita.
As artérias cubitais são palpadas com o paciente sentado ou em decúbito dorsal. O médico
posiciona-se na frente ou ao lado do paciente, conforme ele esteja sentado ou deitado. Com a mão
homolateral, segura a mão do paciente, fazendo leve flexão nela, e, com os dedos indicador, médio
e anular da mão contralateral, procura sentir as pulsações da artéria, situada entre os músculos
flexor superficial dos dedos e o flexor ulnar do carpo, utilizando o polegar como ponto de apoio do
dorso do punho.
Para o exame das artérias braquiais, o examinador deve ficar de pé do lado que estiver
sendo palpado, mantendo-se o paciente em decúbito dorsal ou sentado. Assim se procede para o
exame e artéria braquial direita: com a mão direita, o examinador sustenta a mão direita do paciente
ao mesmo em que o braço é levantado e mantido em leve flexão. A mão esquerda do examinador
abarca a parte média do braço imediatamente abaixo do músculo deltoide. O polegar funciona como
ponto de fixação, enquanto as pontas dos dedos médio e indicador se insinuam por baixo do bíceps
até encontrarem a artéria braquial. Para o exame da artéria braquial esquerda, basta fazer a
necessária adaptação.
A posição do paciente para se palpar a aorta abdominal é o decúbito dorsal, fazendo-se leve
flexão das coxas sobre a bacia. O médico situa-se à direita do paciente e, com sua mão direita,
procura a aorta no espaço compreendido entre o apêndice xifoide e a cicatriz umbilical,
pressionando-a contra a coluna vertebral. A mão esquerda deve apoiar-se sobre a direita para ajudar
na compressão. A palpação da aorta abdominal é difícil nos pacientes obesos e musculosos.