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AO JUÍZO DE DIREITO DA VARA DA FAZENDA PÚBLICA DA

COMARCA DE SÃO VICTOR DE MINAS/MG

URGENTE

Eletrônicos Liberta Ltda, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob
nº XXX, som sede na XXX, na cidade XXX, vem à presença de Vossa
Excelência, por meio do seu Advogado, impetrar,

MANDADO DE SEGURANÇA
C/C PEDIDO DE LIMINAR

Em face do ato emanado pelo Secretário de posturas Elias Cansado Pereira,


cujas atividades são vinculadas ao município de São Victor de Minas, com
endereço para intimações em XXX, em XXX, nº XXX, na cidade de XXX, pelos
fundamentos jurídicos a seguir dispostos.

BREVE SÍNTESE DOS FATOS

O município de São Victor de Minas, expediu decreto sem prévia Lei Municipal,
proibindo o funcionamento de lojas de produtos eletrônicos em bairros
residências, que ainda estabelece multa e aponta prazo de 90 dias para o
fechamento do estabelecimento.

A impetrante, recebeu, através de seu sócio diretor, notificação que encerre o


funcionamento de suas atividades e ainda pague uma multa de dez mil reais.

A notificação é resultado de um processo administrativo, em que a impetrante


em nenhum momento foi ouvida. Apenas recebeu a cópia do processo junto com
a notificação.

A instauração do processo se deu com vários registros fotográficos e a decisão


final coube a autoridade coatora, que, sem observar a ausência de defesa da
impetrante, proferiu decisão pela aplicação da multa e estipulando o prazo para
fechamento, sob pena de interdição e lacre do estabelecimento.
Trata-se de ato ilegal da autoridade coatora, caracterizando o direito líquido e
certo do impetrante, e verificando as diversas ofensas ao direito líquido e certo,
impetra Mandado de Segurança.

CABIMENTO DO MANDADO DE SEGURANÇA E DA PROVA PRÉ-


CONSTITUÍDA

Diante da inequívoca ilegalidade do ato administrativo, deveria a própria


Administração Púbica rever seus próprios atos (Súmula 473 do STF), o que,
apesar de ser lhe dada a oportunidade para tanto, negou o pedido do
Impetrante.

Todavia, diante de sua inércia, por força do princípio da inafastabilidade da


jurisdição, cabe ao Judiciário a revisão do ato quando eivado de ilegalidade ou
abuso de poder.

Nesse sentido o Artigo 5º, LXIX, da Constituição da República Federativa do


Brasil estabelece que:

"LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger


direito líquido e certo, não amparado por "habeas-corpus" ou "habeas-
data", quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for
autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de
atribuições do Poder Público." Para tanto, passa a demonstrar o pleno
atendimento aos requisitos do deferimento do presente mandamus.

Para tanto, passa a demonstrar o pleno atendimento aos requisitos do


deferimento do presente mandamus.
DO DIREITO

Conforme narrativa acima colacionada, ficou perfeitamente evidenciado o direito


líquido e certo do impetrante, afinal, trata-se de clara inobservância legal. Todo
procedimento assim como qualquer ato administrativo deve ser conduzido com
estrita observância aos princípios constitucionais, sob pena de nulidade.

O presente Mandado de Segurança, esta embasado em documentos que


comprovam a situação, sendo prova pré-constituída, qual seja a cópia do
processo administrativo o a notificação, estando presente pois o direito líquido e
certo, necessário para impetração, como determina o artigo 5º inciso LXIX e
artigo 1º da lei 12.016/09.

Há uma flagrante violação ao contraditório e à ampla defesa e devido processo


legal, garantias inscritas no Art. 5º da Constituição, uma vez que tramitou um
processo administrativo com aplicação de penalidade sem que fosse dada
oportunidade à oitiva da empresa, a fim de apresentar defesa.

O Decreto também viola o princípio da razoabilidade/proporcionalidade, tendo


em vista que a própria exigência e, sobretudo, as cominações previstas nele são
manifestamente excessivas, configurando intervenções desmedidas sobre o
patrimônio e sobre a atividade econômica exercida pelo particular.

Por fim, o Decreto viola o princípio da legalidade, uma vez que, consoante a
fórmula consagrada no Art. 5º, II, da CF/88, “ninguém será obrigado a fazer ou
deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”. Dessa forma, eventual
restrição à livre concorrência e à livre iniciativa somente podem ser veiculadas
por lei em sentido formal, não pelo Decreto.

DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS

ISTO POSTO, requer-se a Vossa Excelência que:

a) A concessão da medida liminar da segurança, com a expedição de ofício


para que a autoridade coatora suspenda o ato lesivo que deu motivo ao
pedido, assegurando o direito do impetrante até o julgamento do mérito
da ordem, conforme artigo 7.º, I II, da Lei 12.016/2009.

b) A notificação da Autoridade Coatora para prestar informações no prazo


legal de dez dias, conforme artigo 7.º, I, da Lei 12.016 /2009.

c) Que se dê ciência do feito ao órgão de representação judicial da pessoa


jurídica interessada, enviando-lhe cópia da inicial sem documentos, para
que, querendo, ingresse no feito, conforme artigo 7.º, II, da Lei
12.016/2009.

d) A Intimação do Ministério Público, para apresentar seu parecer como


“custos legis”, no prazo de dez dias, conforme artigo 12 da Lei
12.016/2009.

e) Que ao final, seja concedido o Mandado de Segurança, tornando


definitiva a liminar, assegurando o direito líquido e certo do Impetrante.

f) Requer que as intimações ocorram EXCLUSIVAMENTE em nome do


Advogado XXX OAB XXX.

Valor da causa: R$ 10.000,00

Nestes termos, pede deferimento.

São Victor de Minas, 23 de agosto de 2021.

OAB/MG
ANEXOS

1. Cópia do RG e CPF do Autor


2. Comprovante de residência do Autor
3. Procuração
4. Custas Judiciais
5. Ato impugnado
6. Prova do esgotamento da via administrativa
7. Cópia do processo administrativo na íntegra
8. Prova da tentativa de solução junto ao Impetrado
9. Duas vias completas da inicial para intimação (no processo físico).

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