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administrativo
brasileiro)
no direito administrativo brasileiro, tipo
de entidade da administração pública
indireta
Definição
Já o jurista Plácido e Silva esclarece, com mais precisão, a colocação do termo no mundo
jurídico:[6]
"Palavra derivada do grego autos-arkhé, com a significação de autonomia,
independência, foi trazido para linguagem jurídica, notadamente do Direito
Administrativo, para designar toda organização que se gera pela vontade do Estado,
mas a que se dá certa autonomia ou independência, organização esta que recebeu mais
propriamente a denominação de autarquia administrativa."
A etimologia grega que originou o vocábulo pouco se aplica no campo do direito público.
Aliás gera até confusão. O significado de autogoverno ou governo próprio na
administração pública não preservou essa noção semântica, passando a ter "o sentido de
pessoa jurídica administrativa com relativa capacidade de gestão dos interesses a seu
cargo, embora sob o controle do Estado, de onde se originou", conforme ensina Carvalho
Filho.[7]
Segundo di Pietro, o termo teria sido utilizado pela primeira vez em fins do século XIX, na
Itália, por Santi Romano, quando este escreveu sobre o tema "decentramento
administrativo" para a Enciclopédia Italiana. "Com o vocábulo autarquia ele fazia referência
às comunas, províncias e outros entes públicos existentes nos Estados unitários".[8]
É notável a contribuição da doutrina italiana quanto aos estudos iniciais dos entes
autárquicos de maneira sólida e influente. Cuidaram os publicistas daquele belo país da
conceituação de autarquia, estabelecendo a indispensável distinção do vocábulo
autonomia. Grande relevância tiveram os trabalhos de Guido Zanobini e Renato Alessi que
desenvolveram o conceito de autarquia como entidade da Administração Indireta,
conforme os menciona o mestre Cretella Júnior.[carece de fontes
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Evolução histórica
As entidades com natureza autárquica no Brasil, já existiam antes mesmo de ter o seu
conceito elaborado pela doutrina ou pela legislação. De acordo com o pensamento de alguns
doutrinadores, a primeira autarquia teria sido a Caixa Econômica, instituída em 1861, pelo
governo imperial, porém sobre esse tema existem algumas controvérsias sobre a natureza
jurídica.[carece de fontes
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O primeiro conceito legal da autarquia foi dado por um decreto-lei de Vargas, que a definia
como "serviço estatal descentralizado, com personalidade de direito público, explicita ou
implicitamente reconhecida por lei"[10]. Atualmente, seu conceito legal encontra-se
embasado no artigo 5º, inciso I, do Decreto-lei 200/67: "serviço autônomo, criado por lei, com
personalidade jurídica, patrimônio e receita própria, para executar atividades típicas da
administração pública, que requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão
administrativa e financeira descentralizada"[4]. Por não ter constado nesse artigo a natureza
pública de sua personalidade, essa falha foi corrigida pela Emenda Constitucional nº 1, de
1969, que, no artigo 170, §2º, repetiu aquela norma, excluindo a referência às autarquias.
Ocorreu a mesma falha na atual Constituição, cujo artigo 173, §1º, em sua redação original
fazia referência a "outras entidades que explorem atividade econômica". Com a alteração
introduzida pela Emenda Constitucional nº 19/98, o dispositivo implicitamente exclui as
autarquias, pois faz expressa referência à empresa pública, sociedade de economia mista e
suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de
bens ou de prestação de serviço. Para di Pietro, se falha existe não propriamente o Decreto-
lei 200, mas na escolha da entidade autárquica para o exercício de atividades em que ela não
se revela como a forma mais adequada.[11]
Conceito e característica
1. Criação por lei: é exigência que vem desde o Decreto-lei nº 6 016/43, repetindo-se no
Decreto-lei nº 200/67 e constando agora do artigo 37, XIX, da Constituição;
Assim conceitua-se autarquia com a inclusão desses dados da seguinte forma: A pessoa
jurídica de direito público, criada por lei, com capacidade de auto-administração, para o
desempenho de serviço público descentralizado, mediante controle administrativo exercido
nos limites da lei.[12]
Classificação
Para Carvalho Filho, pode-se apontar três fatores que de fato demarcam diferenças entre as
autarquias. São eles:[9]
2. quanto ao objeto: dentro das atividades típicas do Estado, as que estão pré-ordenadas;
e
De crédito e industriais: Para gestão de recursos financeiros bem como suas distribuição
mediante empréstimo. Atualmente foram substituídas por empresas públicas, como é o
caso da Caixa Econômica Federal;
Patrimônio
Em 1916, o sistema jurídico administrativo sofreu várias mudanças com a criação desse tipo
especial de pessoas jurídicas - as autarquias - que, mesmo sem integrar a organização
política do Estado, a ela está vinculada, ostentando personalidade jurídica de direito público.
Vários doutrinadores, com intuito de adaptarem-se à norma do Código Civil e mais ainda de
proteger os bens das pessoas federativas, qualificaram os bens públicos como aqueles que
integram o patrimônio das pessoas administrativas de direito público. Dessa forma,
pacificou-se o entendimento de que os bens das autarquias são considerados como bens
públicos.[carece de fontes
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Pessoal
Com o artigo 39 da Constituição, em sua redação vigente, as pessoas federativas (União,
Estados, DF e Municípios) ficaram com a obrigação de instituir, no âmbito de sua
organização, regime jurídico único para todos os servidores da administração direta, das
autarquias e das fundações públicas,[2]:art. 39 que, segundo Carvalho Filho, foi a maneira que
o legislador encontrou de manter planos de carreira idênticos para esses setores
administrativos, acabando com as antigas diferenças que, como é sabido, por anos e anos,
provocaram inconformismos e litígios entre os servidores.[15]:487, 488
Controle Judicial
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Necessário se faz destacar que os elementos do ato autárquico que resultam de valoração
sobre a conveniência e oportunidade da conduta, são excluídos de apreciação judicial, assim
como os atos administrativos em geral que trazem o regular exercício da função
administrativa e são privativos dos seus agentes administrativos.[carece de fontes
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Responsabilidade civil
Prevê a Constituição que as pessoas jurídicas de direito público respondem pelos danos que
seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros.[2]:37, §6º
A regra contida no referido dispositivo, consagra a teoria da responsabilidade objetiva do
Estado[carece de fontes
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, aquela que independe da investigação sobre a culpa na conduta do agente.
Prerrogativas autárquicas
imunidade tributária: previsto no art. 150, § 2 º, da CF, veda a instituição de impostos sobre
o patrimônio, a renda e os serviços das autarquias, desde que vinculados as suas
finalidades essenciais ou às que delas decorram. Podemos, assim, dizer que a imunidade
para as autarquias tem natureza condicionada.
impenhorabilidade de seus bens e de suas rendas: não pode ser usado o instrumento
coercitivo da penhora como garantia do credor.
imprescritibilidade de seus bens: caracterizando-se como bens públicos, não podem ser
eles adquiridos por terceiros através de usucapião.
créditos sujeitos à execução fiscal: os créditos autárquicos são inscritos como divida ativa
e podem ser cobrados pelo processo especial das execuções fiscais.
prazo em quadruplo para contestar e em dobro para recorrer, conforme previsto no Código
do Processo Civil, em seu art.188. (Informação desatualizada. No novo CPC, o prazo é em
dobro para contestar e para recorrer, conforme art. 183)
As autarquias são consideradas como fazenda pública, razão pela qual, nos processos em
que é parte, tem prazo em quádruplo para contestar e em dobro para recorrer (art. 188 do
CPC). Elas estão sujeitas ao duplo grau de jurisdição. A defesa de autarquia em execução
por quantia certa, fundada em título judicial, se formaliza em outros apensos ao processo
principal e por meio de embargos do devedor, este último conforme art. 741 do CPC.
Agências autárquicas reguladoras e executivas
Essas agências possuem como função principal o controle de pessoas privadas que estão
incumbidas da prestação de serviços públicos, e regra sobre a forma de concessão ou
permissão, para que se evite abusos neste campo por pessoas da iniciativa privada.
Associações públicas
Segundo Carvalho Filho, a Lei nº 11.107, de 6.4.2005, que dispõe sobre normas gerais de
instituição de consórcios públicos, previu que estes mecanismos deverão constituir
associação pública ou pessoa jurídica de direito privado (art. 1 º, § 1º). Ao referir-se à
personalidade, o legislador estabeleceu que a associação pública terá personalidade jurídica
de direito público (art. 6º, I), ao contrário da outra alternativa, em que a pessoa terá
personalidade jurídica de direito privado.
Formado o consorcio público com a fisionomia jurídica de associação pública, sempre para
a consecução de objetivos de interesse comum dos entes pactuantes e para a
implementação do sistema de gestão associada, esta com base no art. 241 da CF, terá ela
personalidade jurídica de direito público e natureza jurídica de autarquia. Conseqüentemente,
a tais associações serão atribuídas todas as prerrogativas que a ordem jurídica dispensa às
autarquias em geral.
Referências
1. Staford, Aline André e Silva; Oliveira, Halber de Lacerda; Moura, Edson Mazini; Pereira,
Luciana Francisco; Missiunas, Rafael de Carvalho (novembro de 2008). «Autarquias e
demais entidades da administração indireta» (http://www.ambito-juridico.com.br/site/inde
x.php?artigo_id=5299&n_link=revista_artigos_leitura) . Rio Grande. Âmbito Jurídico. 11
(59). Consultado em 18 de maio de 2015
6. Silva, Oscar Joseph de Plácido e (1999). Vocabulário Jurídico 15 ed. Rio de Janeiro:
Editora Forense. p. 100
7. Carvalho Filho, José dos Santos (2003). Manual de Direito Administrativo. Ver. Ampl. E
atual 10 ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris. p. 366
8. Pietro, Maria Sylvia Zanella di (2003). Direito Administrativo 15 ed. São Paulo: Editora
Atlas. p. 366
9. Carvalho Filho, José dos Santos (2009). Manual de Direito Administrativo 21 ed. São
Paulo: [s.n.]
11. Pietro, Maria Sylvia Zanella di (2007). Direito Administrativo 20 ed. São Paulo: [s.n.]
13. Ferreira, Vinicius Xavier (julho de 2009). «As entidades autárquicas e sua disciplina legal»
(http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id
=6890) . Rio Grande. Âmbito Jurídico. 12 (66). Consultado em 12 de maio de 2015
15. Carvalho Filho, José dos Santos (2014). Manual de direito administrativo. rev., ampl. e
atual, até 31-12-2013 27 ed. São Paulo: Editora Atlas
Ver também
Categoria:Autarquias do Brasil
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