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Princípio Da Insignificância
Princípio Da Insignificância
Origem
Quem primeiro tratou sobre o princípio da insignificância, no direito penal, foi Claus Roxin, em 1964.
Busca raízes no brocardo civil minimis non curat praetor (algo como “o pretor – magistrado à época – não
cuida de coisas sem importância).
Terminologia
Também é chamado de “princípio da bagatela”.
Previsão legal
O princípio da insignificância não tem previsão legal no direito brasileiro.
Trata-se de uma criação da doutrina e da jurisprudência.
Natureza jurídica
O princípio da insignificância é uma causa supralegal de exclusão da tipicidade material.
É um postulado hermenêutico voltado à descriminalização de condutas formalmente típicas (Min. Gilmar
Mendes).
“O princípio da insignificância – que deve ser analisado em conexão com os postulados da fragmentariedade e
da intervenção mínima do Estado em matéria penal – tem o sentido de excluir ou de afastar a própria tipicidade
penal, examinada na perspectiva de seu caráter material.” (Min. Celso de Mello).
Tipicidade material
A tipicidade penal divide-se em:
a) Tipicidade formal (ou legal): é a adequação (conformidade) entre a conduta praticada pelo agente e a
conduta descrita abstratamente na lei penal incriminadora.
b) Tipicidade material (ou substancial): é a lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico protegido pelo tipo penal.
Verificar se há tipicidade formal significa examinar se a conduta praticada pelo agente amolda-se ao que
está previsto como crime na lei penal.
Verificar se há tipicidade material consiste em examinar se essa conduta praticada pelo agente e prevista
como crime produziu efetivamente lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico protegido pelo tipo penal.
Primeiro se verifica se a conduta praticada pelo agente se enquadra em algum crime descrito pela lei penal.
Se não se amoldar, o fato é formalmente atípico.
Se houver essa correspondência, o fato é formalmente típico.
Sendo formalmente típico, é analisado se a conduta produziu lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico
que este tipo penal protege.
Se houver lesão ou perigo de lesão, o fato é também materialmente típico.
Se não houver lesão ou perigo de lesão, o fato é, então, materialmente atípico.
O princípio da insignificância atua, então, como um instrumento de interpretação restritiva do tipo penal.
ESQUEMAS de aulas
Exemplo de aplicação do princípio da insignificância:
João subtrai, para si, um pacote de biscoitos do supermercado, avaliado em 8 reais.
A conduta do agente amolda-se perfeitamente ao tipo previsto no art. 155 do CP.
Ocorre que houve inexpressiva lesão ao patrimônio do supermercado.
O princípio da insignificância somente pode ser aplicado para as infrações de menor potencial ofensivo?
NÃO. Uma coisa não tem nada a ver com a outra. O princípio da insignificância pode, em tese, ser aplicado
para delitos de menor, médio ou alto potencial ofensivo, a depender da situação em concreto e do crime a
que se refere.
É possível a aplicação do princípio da insignificância para réus reincidentes ou que respondam a outros
inquéritos ou ações penais?
Trata-se de tema ainda polêmico na jurisprudência do STF e do STJ, havendo decisões recentes nos dois
sentidos.
Não deveria, portanto, ser cobrado em provas objetivas. No entanto, em se tratando de concursos, tudo é
possível, conforme veremos mais abaixo.
Posição que eu penso ser a mais segura para as provas (até o presente momento):
A existência de circunstâncias de caráter pessoal desfavoráveis, tais como o registro de processos criminais em
andamento, a existência de antecedentes criminais ou mesmo eventual reincidência não são óbices, por si só, ao
reconhecimento do princípio da insignificância.
Assim, em tese, é possível aplicar o princípio da insignificância para réus reincidentes ou que respondam a
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inquéritos ou ações penais. No entanto, existem muitos julgados do STF e do STJ que, no caso concreto,
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afastam esse princípio pelo fato do réu ser reincidente ou possuir diversos antecedentes de práticas
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delituosas, o que, segundo alguns Ministros, dá claras demonstrações de ser ele um infrator contumaz e
com personalidade voltada à prática delitiva.
Nesses casos, aplicar o princípio da insignificância seria um verdadeiro incentivo ao descumprimento da
norma legal, especialmente tendo em conta aqueles que fazem da criminalidade um meio de vida.
Desse modo, no caso concreto, a existência de antecedentes pode demonstrar a reprovabilidade e
ofensividade da conduta, o que afastaria o princípio da bagatela.
Nesse sentido, veja essa prova aplicada pelo CESPE ano passado:
(Juiz Federal/TRF5 – 2011) No caso de o agente ser reincidente, não se aplica o princípio da insignificância
para o reconhecimento da atipicidade material da conduta delituosa, pois deve-se evitar a fragmentação do
delito em condutas que, isoladamente, sejam objetivamente insignificantes, mas que, analisadas em conjunto,
fragilizem a segurança do ordenamento jurídico. (gabarito oficial: apontou esta assertiva como ERRADA)
Houve recurso de alguns candidatos contra essa questão, mas o CESPE não deu provimento, respondendo
da seguinte forma:
“Segundo a jurisprudência consolidada do STJ e também no Supremo Tribunal, a existência de condições
pessoais desfavoráveis, tais como maus antecedentes, reincidência ou ações penais em curso, não impedem
a aplicação do princípio da insignificância. Nesse sentido: STJ - HC 176.006/MG, Rel. Ministro OG
FERNANDES, SEXTA TURMA, julgado em 04/11/2010, DJe 13/12/2010.”
Reitero, no entanto, que o tema é polêmico até mesmo porque essa assertiva considerada errada pelo CESPE
está de acordo com alguns julgados do STJ, como é o caso do REsp 1206030/MG (transcrito mais abaixo).
Tão logo haja uma definição sobre o assunto (se houver) eu trago a informação para você.
2ª Turma do STF:
III – Infere-se dos autos que o paciente dá mostras de fazer das práticas criminosas o seu modus vivendi, uma vez que possui
diversos antecedentes referentes à prática de crimes contra o patrimônio, respondendo a outras ações penais e, mais, já fora
condenado por receptação, o que denota a reprovabilidade e ofensividade da conduta. (...)
(HC 110711, Relator(a) p/ Acórdão Min. Ricardo Lewandowski, Segunda Turma, julgado em 14/02/2012)
5ª Turma do STJ:
(...) A lei seria inócua se fosse tolerada a reiteração do mesmo delito, seguidas vezes, em frações que, isoladamente, não
superassem certo valor tido por insignificante, mas o excedesse na soma. E mais: seria um verdadeiro incentivo ao
descumprimento da norma legal, mormente tendo em conta aqueles que fazem da criminalidade um meio de vida. (...)
(REsp 1206030/MG, Rel. Min. Laurita Vaz, Quinta Turma, julgado em 21/06/2012)
ESQUEMAS de aulas
5ª Turma do STJ:
2. A existência de circunstâncias de caráter pessoal desfavoráveis, tais como o registro de processos criminais em andamento, a existência
de antecedentes criminais ou mesmo eventual reincidência não são óbices, por si só, ao reconhecimento do princípio da insignificância.
3. O princípio da insignificância opera diretamente no tipo penal, que na hodierna estrutura funcionalista da teoria do crime, leva
em consideração, entre outros, o desvalor da conduta e o desvalor do resultado.
4. Nesse viés, as condições pessoais do possível autor, tais como reincidência, maus antecedentes, comportamento social etc, não
são consideradas para definir a tipicidade da conduta. Tais elementos serão aferidos, se caso, quando da fixação da eventual e
futura pena. (...)
(AgRg no REsp 1305209/RS, Rel. Min. Jorge Mussi, Quinta Turma, julgado em 14/08/2012)
6ª Turma do STJ:
(...) Não é empecilho à aplicação do princípio da insignificância a existência de condições pessoais desfavoráveis, tais como maus
antecedentes, reincidência ou ações penais em curso (...) (AgRg no HC 214.828/SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, Sexta Turma,
julgado em 02/08/2012)
O princípio da insignificância pode ser reconhecido mesmo após o trânsito em julgado da sentença
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condenatória?
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SIM. HC 95570, Relator Min. Dias Toffoli, Primeira Turma, julgado em 01/06/2010.
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IMPORTANTE
Crimes nos quais a jurisprudência RECONHECE a aplicação do princípio da insignificância:
Ao se referir ao pequeno valor da coisa furtada, esse dispositivo prevê uma causa de redução de pena
(critério de fixação da pena) e não uma hipótese de exclusão da tipicidade.
A jurisprudência, em geral, afirma que “pequeno valor”, para os fins do § 2º do art. 155, ocorre quando a
coisa subtraída não ultrapassa a importância de um salário mínimo.
Desse modo, se a coisa subtraída é inferior a um salário mínimo, esta conduta poderá receber dois tipos de
valoração pelo juiz:
a) Ser considerada insignificante: resultando na absolvição por atipicidade material.
b) Ser considerada furto privilegiado: continuando a ser crime, mas com os benefícios do § 2º do art. 155 do CP.
Se a coisa subtraída é inferior a um salário mínimo, mas não é ínfima, chegando perto do valor do salário
mínimo, a jurisprudência entende que não deve ser aplicado o princípio da insignificância, mas tão somente
o furto privilegiado.
Se o bem subtraído é bem inferior a um salário mínimo, sendo de valor ínfimo, estando longe do valor do salário
mínimo, há de ser aplicado o princípio da insignificância, que é mais benéfico que o furto privilegiado.
Trata-se de uma diferenciação que, na prática, acaba sendo muito subjetiva, variando de acordo com o
caso concreto. O importante é que você saiba que, para a jurisprudência, pequeno valor e valor
insignificante não são sinônimos.
O primeiro, autoriza o reconhecimento da atipicidade da conduta. O segundo, é uma causa de diminuição
prevista no art. 155, § 2º, do CP, sendo chamada de furto privilegiado:
Pequeno valor do bem subtraído (art. 155, § 2º) Valor insignificante do bem subtraído
Até um salário mínimo Não há um parâmetro objetivo, mas, por óbvio, deve ser
menor que um salário mínimo
Se a coisa furtada é de pequeno valor e o condenado é Se o valor da coisa furtada é insignificante, o juiz irá
primário, o juiz pode substituir a pena de reclusão pela de absolver o réu por falta de tipicidade material.
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pena de multa.
Ex: furto de um relógio que custa 500 reais. Ex: furto de um relógio que custa 90 reais.
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2. LESÃO CORPORAL
Há um julgado do STF reconhecendo a aplicação do princípio da insignificância no caso do crime de lesão
corporal consistente no desferimento de um único soco, após injusta provocação da vítima (HC 95445/DF,
rel. Min. Eros Grau, 2.12.2008).
Assim, se o valor do tributo devido for igual ou inferior a 10 mil reais, não há crime de sonegação fiscal,
aplicando-se o princípio da insignificância.
Esse valor é considerado insignificante tanto no caso de tributos federais, como também estaduais ou
municipais?
NÃO. Esse parâmetro de R$ 10.000,00 vale, a princípio, apenas para os crimes que se relacionam a tributos
federais, considerando que é baseado no art. 20 da Lei n. 10.522/2002, que trata dos tributos federais.
Assim, esse é o valor que a União considera insignificante.
Para fins de crimes de sonegação fiscal que envolvam tributos estaduais ou municipais, deve ser analisado
se há ato normativo estadual ou municipal dispensando a execução fiscal no caso de tributos abaixo de
determinado valor. Esse será o parâmetro para a insignificância.
Já existem decisões reconhecendo essa nova tese de que o valor insignificante passa a ser de 20 mil reais?
SIM.
TRF da 3ª Região:
(...) II - A Portaria MF nº 75, de 22 de março de 2012, publicada em 26 de março de 2012, em seu artigo 1º, determina o não ajuizamento
de execuções fiscais de débitos com a Fazenda Nacional, cujo valor consolidado seja igual ou inferior a R$ 20.000,00 (vinte mil reais).
III - A Portaria MF nº 75 revogou expressamente a Portaria MF nº 49, de 1º de abril de 2004, que autorizava o não ajuizamento das
execuções fiscais de débitos com a Fazenda Nacional de valor consolidado igual ou inferior a R$ 10.000,00 (dez mil reais). Dentro desse
contexto, o valor a ser considerado como limite para aplicação do princípio da insignificância é o de R$ 20.000,00 (vinte mil reais). (...)
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(RSE 00091566120074036106, Desembargadora Federal Cecilia Mello, TRF3 - Segunda Turma, e-DJF3 Judicial 1 DATA:30/08/2012)
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TRF da 4ª Região:
PENAL. SONEGAÇÃO FISCAL. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. PRINCIPAL INFERIOR A VINTE MIL REAIS. APLICAÇÃO.
Aplicável o princípio da insignificância no delito de sonegação fiscal quando o valor do crédito tributário, excluídos os juros de mora
e as multas fiscais, é inferior ao parâmetro de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) instituído pelo artigo 1º, inciso II, da Portaria MF nº 75
de 22/03/2012.
(TRF4, QUOACR 5001339-09.2010.404.7113, Oitava Turma, Relator p/ Acórdão Luiz Fernando Wowk Penteado, D.E. 03/07/2012)
E o STJ e o STF?
Ainda não se pronunciaram sobre o tema.
Desse modo, até o dia de hoje, o que prevalece, na jurisprudência dos Tribunais Superiores, é que se aplica
o princípio da insignificância, nos crimes tributários, para tributos devidos até o limite de R$ 10.000,00.
4. DESCAMINHO
O descaminho é também considerado um crime contra a ordem tributária, apesar de estar previsto no art.
334 do Código Penal e não na Lei n. 8.137/90.
Desse modo, aplica-se o princípio da insignificância ao crime de descaminho, valendo as mesmas
explicações acima mencionadas quanto ao valor que pode ser considerado insignificante.
5. CRIMES AMBIENTAIS
Admite-se o princípio da insignificância no caso de crimes ambientais. Esta é a posição do STF (HC
112103/MG) e do STJ (CC 100852/RS).
IMPORTANTE
Crimes nos quais a jurisprudência NÃO reconhece a aplicação do princípio da insignificância:
1. ROUBO
Não se aplica ao crime de roubo porque se trata de delito complexo que envolve patrimônio, grave ameaça
e a integridade física e psicológica da vítima, havendo, portanto, interesse estatal na sua repressão (STF
RHC 111433).
2. TRÁFICO DE DROGAS
Não se aplica ao tráfico de drogas, visto se tratar de crime de perigo abstrato ou presumido, sendo,
portanto, irrelevante a quantidade de droga apreendida.
3. MOEDA FALSA
Ainda que seja apenas uma nota e de pequeno valor, não se aplica o princípio por tratar-se de delito contra
a fé pública, havendo interesse estatal na sua repressão.
O bem violado é a fé pública, a qual é um bem intangível e que corresponde à confiança que a população
deposita em sua moeda, não se tratando, assim, da simples análise do valor material por ela representado.
4. CONTRABANDO
Não se aplica o princípio da insignificância no caso de contrabando, tendo em vista o desvalor da conduta
do agente (HC 110964, Relator Min. Gilmar Mendes, Segunda Turma, julgado em 07/02/2012).
O caso mais comum e que pode cair na sua prova é o de contrabando de cigarros.
O contrabando e o descaminho estão previstos no mesmo tipo penal (art. 334 do CP). Por que não pode ser
utilizado o mesmo critério do descaminho para o contrabando no que tange à insignificância?
Descaminho Contrabando
Corresponde à entrada ou à saída de produtos PERMITIDOS, Corresponde à conduta de importar ou exportar mercadoria
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ESQUEMAS de aulas
Desse modo, no delito de contrabando, o objeto material sobre o qual recai a conduta criminosa é a
mercadoria PROIBIDA (proibição absoluta ou relativa).
Em outras palavras, o objetivo precípuo dessa tipificação legal é evitar o fomento de transporte e
comercialização de produtos proibidos por lei.
No contrabando não se cuida, tão somente, de sopesar o caráter pecuniário do imposto sonegado, mas,
principalmente, de tutelar, entre outros bens jurídicos, a saúde pública.
Em suma, no contrabando, o desvalor da conduta é maior, razão pela qual se deve afastar a aplicação do
princípio da insignificância (STF HC 110.964).
8. CRIME MILITAR
O princípio da insignificância não é aplicável no âmbito da Justiça Militar, sob pena de afronta à autoridade,
hierarquia e disciplina, bens jurídicos cuja preservação é importante para o regular funcionamento das
instituições militares (HC 108512, Relator Min. Luiz Fux, Primeira Turma, julgado em 04/10/2011).
Existem julgados em sentido contrário (v.g., HC 107638), mas eu penso que prevalece não ser possível.
IMPORTANTE
Crimes nos quais existe DIVERGÊNCIA na jurisprudência:
que ostenta, devendo pautar sua conduta, à frente da municipalidade, pela ética e pela moral, não
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Obs: não deveria ser cobrada, mas se caísse em uma prova objetiva, eu marcaria a alternativa que afirma
não ser possível a aplicação do princípio.
Existem julgados de alguns Tribunais Regionais Federais no mesmo sentido, ou seja, sustentando que pode
ser aplicado o princípio da insignificância se a rádio era de baixa potência, assim considerada a inferior a 25
watts. No caso de concursos para juiz federal, é importante verificar qual é a posição do TRF para o qual
você está prestando o certame.
Vale ressaltar, contudo, que há julgados do STJ no sentido de que não se aplica o princípio da
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insignificância. Nesse sentido: AgRg no REsp 1101637/RS (5ª Turma); AgRg no REsp 1169530/RS (6ª Turma).
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ESQUEMAS de aulas
É possível a aplicação do princípio da insignificância para atos infracionais?
SIM. Trata-se de posição pacífica no STF e STJ.
Como regra, o Estado é obrigado a aplicar as medidas previstas no ECA, considerando que elas possuem
caráter educativo, preventivo e protetor. No entanto, excepcionalmente, diante de peculiaridades do caso
concreto, é possível que o Estado deixe de aplicar essas medidas quando for verificado que o ato infracional
praticado é insignificante (princípio da insignificância).
Não é razoável que o direito penal (ou infracional) e todo o aparelho do Estado-polícia e do Estado-juiz se
movimentem no sentido de atribuir relevância típica a situações insignificantes.
Conclusão: o princípio da insignificância é aplicável aos atos infracionais, desde que verificados os requisitos
necessários para a configuração do delito de bagatela (STF HC 112400/RS).
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
Julgue os itens a seguir:
1) (Delegado/RJ – 2009) O princípio da insignificância releva uma hipótese de atipicidade material da
conduta. ( )
2) (Juiz/TJMG -2009) A tipicidade material surgiu para limitar a larga abrangência formal dos tipos penais,
impondo que, além da adequação formal, a conduta do agente gere também relevante lesão ou perigo
concreto de lesão ao bem jurídico tutelado. ( )
3) (Promotor/GO – 2010) A tipicidade material do fato depende, dentre outros requisitos, da existência de
resultado jurídico relevante e da imputação objetiva da conduta. ( )
5) (Juiz Federal/TRF5 – 2011) No caso de o agente ser reincidente, não se aplica o princípio da
insignificância para o reconhecimento da atipicidade material da conduta delituosa, pois deve-se evitar
a fragmentação do delito em condutas que, isoladamente, sejam objetivamente insignificantes, mas
que, analisadas em conjunto, fragilizem a segurança do ordenamento jurídico. ( )
6) (Juiz/TJTO – CESPE – 2007) O fato de o réu possuir antecedentes criminais impede a aplicação do
princípio da insignificância. ( )
7) (Juiz Federal/TRF1 – 2011) O princípio da insignificância tem incidência, apenas, nas condutas
tipificadas como infração penal de menor potencial ofensivo, que, por si só, possuem valoração
legislativa acerca do desvalor da ação e do resultado, por meio da proporcional e adequada reprimenda
à lesão ao bem jurídico protegido, sendo este o substrato legal na aplicação do princípio. Os demais
crimes, por serem social e penalmente relevantes, afastam a incidência do referido princípio. ( )
8) (Juiz/TJTO – CESPE – 2007) O pequeno valor da res furtiva, por si só, autoriza a aplicação do princípio da
insignificância. ( )
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9) São sinônimas as expressões “bem de pequeno valor” e “bem de valor insignificante”, sendo a
consequência jurídica, em ambos os casos, a aplicação do princípio da insignificância, que exclui a
tipicidade penal. ( )
10) (Analista STF – CESPE – 2008) É cabível a aplicação do princípio da insignificância para fins de
trancamento de ação penal em que se imputa ao acusado a prática de crime de descaminho. ( )
11) (Analista STF – CESPE – 2008) Uma vez aplicado o princípio da insignificância, que deve ser analisado
conjuntamente com os postulados da fragmentariedade e da intervenção mínima do Estado, a própria
tipicidade penal, examinada na perspectiva de seu caráter material, é afastada ou excluída. ( )
12) (Analista MPU – CESPE – 2010) De acordo com entendimento jurisprudencial, não se aplica o princípio
da insignificância aos crimes ambientais, ainda que a conduta do agente se revista da mínima
ofensividade e inexista periculosidade social na ação, visto que, nesse caso, o bem jurídico tutelado
pertence a toda a coletividade, sendo, portanto, indisponível. ( )
13) (AGU – CESPE – 2012) É inaplicável o princípio da insignificância aos crimes contra a administração
pública, pois a punição do agente, nesse caso, tem o propósito de resguardar não apenas o aspecto
patrimonial, mas, principalmente, a moral administrativa. ( )
14) (Juiz Federal/TRF2 – 2009) Em decisões recentes, o STJ tem entendido inaplicável o princípio da
insignificância nos crimes contra a administração pública, ainda que o valor econômico da lesão possa
ser considerado ínfimo, porque a norma busca resguardar não somente o aspecto patrimonial, mas a
moral administrativa. ( )
15) (DPU – CESPE – 2010) Considere a situação hipotética em que Ricardo, brasileiro, primário, sem
antecedentes, 22 anos de idade, e Bernardo, brasileiro, 17 anos de idade, de comum acordo e em
unidade de desígnios, tenham colocado em circulação, no comércio local de Taguatinga/DF, seis
cédulas falsas de R$ 50,00, com as quais compraram produtos alimentícios, de higiene pessoal e dois
pares de tênis, em estabelecimentos comerciais diversos. Considere, ainda, que, ao ser acionada, a
polícia, rapidamente, tenha localizado os agentes em um ponto de ônibus e, além dos produtos, tenha
encontrado, na posse de Ricardo, duas notas falsas de R$ 50,00 e, na de Bernardo, uma nota falsa de
mesmo valor, além de R$ 20,00 em cédulas verdadeiras. Na delegacia, os produtos foram restituídos
aos legítimos proprietários, e as cédulas, apreendidas. Nos termos da situação hipotética descrita e
com base na jurisprudência dos tribunais superiores, admite-se a prisão em flagrante dos agentes,
considera-se a infração praticada em concurso de pessoas e, pelas circunstâncias descritas e ante a
ausência de prejuízo, deve-se aplicar o princípio da insignificância. ( )
16) (Juiz Federal/TRF1 – 2009) Ainda que seja a nota falsificada de pequeno valor, descabe, em princípio,
aplicar ao crime de moeda falsa o princípio da insignificância, pois, tratando-se de delito contra a fé
pública, é inviável a afirmação do desinteresse estatal na sua repressão. ( )
17) (Promotor/PI – CESPE – 2012) Tratando-se de crime de contrabando, aplica-se, conforme o montante
do imposto sonegado, o princípio da insignificância. ( )
18) (Juiz Federal/TRF2 – 2011) O crime de contrabando não se caracteriza enquanto não houver decisão
definitiva no processo administrativo fiscal acerca da constituição do tributo devido, admitindo-se, em
juízo, a incidência do princípio da insignificância. ( )
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19) (Juiz/TJPA – 2012) Aplica-se o princípio da insignificância ao crime de estelionato, ainda que cometido
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20) (Juiz/TJPA – 2012) A tentativa de furto de bens avaliados em R$ 400,00 sempre enseja a aplicação do
princípio da insignificância ante o inexpressivo valor da res furtiva. ( )
21) (Juiz/TJES – CESPE – 2012) A jurisprudência do STJ é firme no sentido da aplicabilidade do princípio da
insignificância ao delito de moeda falsa, caso o valor das cédulas falsificadas não ultrapasse a quantia
correspondente a um salário mínimo. ( )
22) (Juiz/TJES – CESPE – 2012) A aplicação do princípio da insignificância, que deve ser analisado em
conexão com os postulados da fragmentariedade e da intervenção mínima do Estado, objetiva excluir
ou afastar a própria tipicidade penal, examinada na perspectiva de seu caráter material. ( )
23) Segundo a jurisprudência do STJ, é aplicável o princípio da insignificância ao peculato, desde que o
prejuízo causado ao erário não ultrapasse um salário mínimo e o agente seja primário. ( )
24) (Juiz Federal/TRF5 – CESPE – 2011) O comércio de cópias grosseiras de CDs e DVDs em centros urbanos,
para o sustento próprio do agente e de sua família, impõe a aplicação dos princípios da insignificância e
da adequação social e conduz à atipicidade da conduta, em tese violadora de tipo penal protetivo da
propriedade imaterial. ( )
25) (Juiz Federal/TRF5 – CESPE – 2011) Não se admite a aplicação do princípio da insignificância em relação
ao funcionamento de estação de rádio no período de dois meses entre o vencimento de licença
ambiental e a concessão, em definitivo, de nova autorização pela autoridade administrativa. ( )
26) (Juiz do Trabalho/TRT1 – 2010) Conforme iterativa jurisprudência do STJ, o fato de se tratar de furto
qualificado constitui motivação suficiente para impedir a aplicação do princípio da insignificância. ( )
Gabarito
1. C 2. C 3. C 4. Letra B 5. E 6. E 7. E 8. E 9. E 10. C
11. C 12. E 13. anulada 14. C 15. E 16. C 17. E 18. E 19. E 20. E
21. E 22. C 23. E 24. E 25. E 26. E 27. Letra B
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