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A atitude empreendedora vai além da abertura de um negócio: o importante é
criar algo diferente e com valor para a sociedade
“Empreender é ter autonomia para usar as melhores competências para criar algo
diferente e com valor, com comprometimento, pela dedicação de tempo e esforço
necessários, assumindo os riscos financeiros, físicos e sociais.”
Esta definição fala muito sobre quem é o empreendedor. Uma atividade ou iniciativa de
natureza empreendedora precisa ter por trás uma pessoa, ou um grupo de pessoas,
com perfil empreendedor. E o que é esse perfil? Note que “usar as melhores
competências” significa que o empreendedor não possui, necessariamente, todas as
competências pessoais para construir um negócio bem-sucedido. Como já afirmei em
outros textos, nenhum dono de negócio domina todas as competências. Já encontrei
empreendedores tímidos, ruins de números, sem formação superior, sem liderança, de
todos os tipos - e todos à frente de grandes negócios.
A verdade é que não existe um perfil empreendedor, uma única pessoa que detenha
todas as características certas. O que existe são diferentes perfis, cada um
complementando as restrições que o outro possui – é o que acontece com um sócio,
por exemplo. Assim, o que vale não é deter todas as competências, e sim usar bem as
que você possui, para que estas se transformem no seu diferencial.
Autonomia: Não existe empreendedor que não exerça sua autonomia para tomar as
decisões relacionadas com o seu negócio. Esse é um dos principais motivos pelos
quais as pessoas abandonam o emprego e a carreira para se tornarem
empreendedores. A autonomia é a capacidade de assumir a responsabilidade pelas
suas decisões, a independência na definição do seu caminho, a liberdade de constituir
suas próprias regras e paradigmas na construção do negócio.
Por fim, o último elemento fundamental da definição: valor. Note que em nenhuma
parte da minha definição de empreendedorismo eu cito a palavra ‘negócio’. Porque não
é só negócio. Existem vários tipos de valores que o empreendedorismo gera: o valor
econômico-financeiro, que pode ser traduzido por ‘lucro’; o valor intraempreendedor,
quando se cria valor para o seu próprio empregador; ou o valor social, quando se gera
algum impacto na sociedade ou no ambiente.