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Aulas 7 e 8 – Diferenciabilidade, analiticidade, funções harmónicas conjugadas

Diferenciabilidade, analiticidade

Recordar:

Teorema 4.5. Condição necessária de diferenciabilidade – Equações de


Cauchy-Riemann (ECR)
Se 𝑓(𝑧) = 𝑓(𝑥 + 𝑖𝑦) = 𝑢(𝑥, 𝑦) + 𝑖𝑣 (𝑥, 𝑦) é diferenciável em 𝑧0 = 𝑥0 + 𝑖𝑦0 ,
então

𝜕𝑢 𝜕𝑣
(𝑥0 , 𝑦0 ) = (𝑥 , 𝑦 )
𝜕𝑥 𝜕𝑦 0 0
(ECR)
𝜕𝑢 𝜕𝑣
(𝑥0 , 𝑦0 ) = − (𝑥0 , 𝑦0 )
{𝜕𝑦 𝜕𝑥

Da demonstração deste Teorema decorre imediatamente que a derivada


pode ser calculada por qualquer das formas equivalentes a partir de 𝑢 e 𝑣:
𝜕𝑓 𝜕𝑢 𝜕𝑣
𝑓 ′ (𝑧) = = +𝑖 , (4.1)
𝜕𝑥 𝜕𝑥 𝜕𝑥
𝜕𝑓 𝜕𝑣 𝜕𝑢
𝑓 ′ (𝑧) = −𝑖 = −𝑖 . (4.2)
𝜕𝑦 𝜕𝑦 𝜕𝑦
Os membros direitos das equações (4.1) e (4.2) são ambos iguais a 𝑓 ′ (𝑧).
Igualando-os, obtemos uma forma alternativa das Equações de Cauchy −
Riemann:
𝜕𝑓 𝜕𝑓
= −𝑖 (4.3)
𝜕𝑥 𝜕𝑦
Esta forma das ECR vai ser útil mais abaixo (ver pg. 4).

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Exemplo 4.8. Supondo que a exponencial 𝑒 𝑧 = ⏟


𝑒 𝑥 cos 𝑦 + 𝑖 𝑒⏟𝑥 sin 𝑦 é
𝑢(𝑥,𝑦) 𝑣(𝑥,𝑦)
diferenciável,
𝜕 𝑧 𝜕 𝑥 𝜕
(𝑒 𝑧 )′ = (𝑒 ) = (𝑒 cos 𝑦) + 𝑖 (𝑒 𝑥 sin 𝑦) = 𝑒 𝑥 cos 𝑦 + 𝑖𝑒 𝑥 sin 𝑦
𝜕𝑥 𝜕𝑥 𝜕𝑥
𝑧(
= 𝑒 de 4.1),
𝜕 𝑧 𝜕 𝑥 𝜕 𝑥
(𝑒 𝑧 )′ = −𝑖 (𝑒 ) = −𝑖 (𝑒 cos 𝑦) + (𝑒 sin 𝑦) = 𝑒 𝑥 cos 𝑦 + 𝑖𝑒 𝑥 sin 𝑦
𝜕𝑦 𝜕𝑦 𝜕𝑦
= 𝑒 𝑧 (de 4.2).
Ambos os processos de cálculo conduzem ao mesmo resultado, que em
termos da variável complexa 𝑧 se escreve simplesmente

(𝑒 𝑧 )′ = 𝑒 𝑧 .

Assim, em ℂ continua a ser verdade que “a derivada da exponencial é a


exponencial”.

Exercício 4.9.
Mostrar que
(sin 𝑧)′ = cos 𝑧 , (cos 𝑧)′ = − sin 𝑧.
(sinh 𝑧)′ = cosh 𝑧 , (cosh 𝑧)′ = sinh 𝑧.
1
(Sug.: utilize as expressões baseadas na exponencial sin 𝑧 =
2𝑖
(𝑒 𝑖𝑧 − 𝑒 −𝑖𝑧 ), etc.)

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As Equações de Cauchy-Riemann, reforçadas com a continuidade das


derivadas parciais que nela intervêm, fornecem uma condição suficiente de
diferenciabilidade num ponto.

Teorema 4.9 (condição suficiente de diferenciabilidade)


Seja 𝑓(𝑧) = 𝑢(𝑥, 𝑦) + 𝑖 𝑣(𝑥, 𝑦) uma função complexa definida numa
vizinhança 𝑉𝜖 (𝑧0 ) de 𝑧0 = 𝑥0 + 𝑖 𝑦0 . Suponhamos que todas as derivadas
𝜕𝑢 𝜕𝑢 𝜕𝑣 𝜕𝑣
parciais , , , existem em 𝑉𝜖 (𝑧0 ), são contínuas em 𝑧0 e satisfazem as
𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑥 𝜕𝑦
ECR em 𝑧0 . Então existe 𝑓 ′ (𝑧0 ).

Exemplo 4.10. Isto prova finalmente que a exponencial é diferenciável em ℂ,


visto que todas as quatro derivadas parciais
𝜕𝑢 𝜕𝑣
= 𝑒 𝑥 cos 𝑦 = ,
𝜕𝑥 𝜕𝑦
𝜕𝑢 𝜕𝑣
= −𝑒 𝑥 sin 𝑦 = −
𝜕𝑦 𝜕𝑥
existem, são contínuas em todo o 𝑧 = 𝑥 + 𝑖𝑦 ∈ ℂ, e satisfazem ECR em ℂ. Isto
mostra que a função exponencial 𝑒 𝑧 é analítica em ℂ.
Exemplo 4.11. A função 𝑓(𝑧) = |𝑧|2 = 𝑧 𝑧̅ = ⏟
(𝑥 2 + 𝑦 2 ) + ⏟
0 𝑖 tem as quatro
𝑢 𝑣
derivadas parciais contínuas em ℂ (trivial – verificar), mas só satisfaz as ECR
em 𝑧 = 0 (ver exemplo 4.6). Assim, ela só é diferenciável em 𝑧 = 0, e portanto
não é analítica em ponto nenhum de ℂ.
Exemplo 4.12. A função 𝑔(𝑧) = 𝑧̅ = 𝑥 − 𝑖𝑦 (conjugado complexo) não é
diferenciável em ponto nenhum, pois embora todas as suas derivadas parciais
sejam contínuas, não satisfazem as ECR em ponto nenhum:
𝜕𝑢 𝜕𝑣
=1 ≠ = −1 ∀𝑥, 𝑦.
𝜕𝑥 𝜕𝑦

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Nestes últimos exemplos, vemos que as funções dependem de 𝑧̅; e, ao mesmo


tempo, não são analíticas em ponto nenhum.
E não é coincidência: os dois factos estão relacionados. Vamos ver
(formalmente!) que “uma função analítica não pode depender de 𝑧̅”.
Consideremos uma função 𝑓: ℝ2 → ℂ de duas variáveis reais 𝑥 e 𝑦, com
dependência funcional 𝑓 (𝑥, 𝑦) que supomos diferenciável nas variáveis reais
𝑥 e 𝑦. Em que condições é que 𝑓 define uma função analítica da variável
complexa 𝑧 = 𝑥 + 𝑖𝑦?
1
𝑧 = 𝑥 + 𝑖𝑦 𝑥= (𝑧 + 𝑧̅)
{ ⇔ { 2
𝑧̅ = 𝑥 − 𝑖𝑦 1
𝑦 = (𝑧 − 𝑧̅)
2𝑖
Fazendo uma mudança para as variáveis independentes 𝑧 e 𝑧̅ e supondo que é
válida a regra da cadeia:

𝜕𝑓 𝜕𝑓 𝜕𝑥 𝜕𝑓 𝜕𝑦 1 𝜕𝑓 𝜕𝑓
= + = ( −𝑖 )
𝜕𝑧 𝜕𝑥 𝜕𝑧 𝜕𝑦 𝜕𝑧 2 𝜕𝑥 𝜕𝑦
(4.4)
𝜕𝑓 𝜕𝑓 𝜕𝑥 𝜕𝑓 𝜕𝑦 1 𝜕𝑓 𝜕𝑓
= + = ( +𝑖 )
{𝜕𝑧̅ 𝜕𝑥 𝜕𝑧̅ 𝜕𝑦 𝜕𝑧̅ 2 𝜕𝑥 𝜕𝑦
𝜕𝑓 𝜕𝑓
Recordando agora as ECR na sua forma (4.3), isto é, = −𝑖 , obtemos
𝜕𝑥 𝜕𝑦
formalmente de (4.4) que
𝜕𝑓
= 0.
𝜕𝑧̅
Assim, se 𝑓 é uma função analítica da variável complexa 𝑧 = 𝑥 + 𝑖𝑦, “tem de
ser independente de 𝑧̅.”
Exigir que uma função de duas variáveis reais dê origem a uma função
analítica da variável complexa é muito exigente: as funções analíticas são as
“verdadeiras” funções de uma variável complexa (ao passo que uma função
complexa arbitrária é função de duas variáveis complexas, 𝑧 e 𝑧̅).
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Propriedades gerais de funções analíticas:

Recordemos, da Def. 4.4., que uma função é analítica num ponto 𝑧0 se é


diferenciável em toda uma vizinhança aberta de 𝑧0 .

𝑓 analítica em 𝑧0 : diferenciável em 𝑉𝜀 (𝑧0 ) = {𝑧 ∶ |𝑧 − 𝑧0 | < 𝜀} para algum 𝜀 > 0.

Decorre imediatamente das regras correspondentes para a diferenciação que


a soma, produto, quociente (onde definido) e composição de funções
analíticas.

Portanto, sem mais, podemos afirmar que as funções elementares


𝑒 𝑧 , sin 𝑧, cos 𝑧, tan 𝑧, cotg 𝑧, sinh 𝑧, cosh 𝑧 … são analíticas onde estão definidas.

sin 𝑧
Note-se que tan 𝑧 = não está definida nos zeros de cos 𝑧, que são os zeros
cos 𝑧
𝜋 cos 𝑧
reais 𝑧 = + 𝑘𝜋, 𝑘 ∈ ℤ. Da mesma forma, cot 𝑧 = não está definida nos
2 sin 𝑧
zeros do seno, 𝑧 = 𝑘𝜋, 𝑘 ∈ ℤ.

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As “fórmulas” de derivação de funções analíticas mantêm-se formalmente


idênticas às fórmulas reais, substituindo formalmente a variável real 𝑥 pela
variável complexa 𝑧. Por exemplo,

• (𝑒 𝑧 )′ = 𝑒 𝑧 (já demonstrada)
• (sin 𝑧)′ = cos 𝑧 (exercício 4.9)
• (cos 𝑧)′ = −sin 𝑧 (exercício 4.9)
1 𝜋
• (tan 𝑧)′ = , 𝑧 ≠ + 𝑘𝜋 (decorre das regras de derivação)
cos2 𝑧 2
• etc…

Definição 4.14 (singularidade)


Se 𝑓 não é analítica em 𝑧0 mas em toda a vizinhança 𝑉𝜀 (𝑧0 ) existem pontos
onde é analítica, 𝑧0 diz-se uma singularidade de 𝑓.
Se existe 𝜀 > 0 tal que 𝑓 é analítica em 𝑉𝜀 (𝑧0 ) ∖ {𝑧0 }, então 𝑧0 diz-se
singularidade isolada de 𝑓.

Exemplos 4.15.
1 1
1. 𝑓(𝑧) = é analítica em ℂ ∖ {0}, com derivada 𝑓 ′ (𝑧) = − 2 . A origem
𝑧 𝑧
𝑧 = 0 é uma singularidade isolada de 𝑓.
𝑧
2. 𝑔(𝑧) = 3 é analítica em ℂ ∖ {1, 𝑒 2𝜋𝑖/3 , 𝑒 4𝜋𝑖/3 }. Estes três pontos (as
𝑧 −1
raízes cúbicas de 1) são singularidades isoladas de 𝑔. (Exercício:
calcular 𝑔′ (𝑧)).
𝜋
3. 𝑓(𝑧) = tan 𝑧 é analítica em ℂ ∖ {𝑧𝑘 = + 𝑘𝜋, 𝑘 ∈ ℤ}. Os pontos 𝑧𝑘 são
2
singularidades isoladas de 𝑓.

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Funções harmónicas conjugadas

Seja 𝑓(𝑧) = 𝑢(𝑥, 𝑦) + 𝑖𝑣(𝑥, 𝑦) uma função analítica. Suponhamos que as


partes real 𝑢(𝑥, 𝑦) e imaginária 𝑣(𝑥, 𝑦) são funções reais de classe
𝐶 2 (ver nota de rodapé1). Então tem-se, em virtude das equações de Cauchy-
Riemann:

2
𝜕2𝑢 𝜕2𝑢 𝜕 𝜕𝑣 𝜕 𝜕𝑣
Lap 𝑢 = ∇ 𝑢 = ∆𝑢 = + = ( ) + (− ) = 0,
𝜕𝑥 2 𝜕𝑦 2 𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑦 𝜕𝑥
e analogamente para 𝑣(𝑥, 𝑦):

2
𝜕2𝑣 𝜕2𝑣 𝜕 𝜕𝑢 𝜕 𝜕𝑢
Lap 𝑣 = ∇ 𝑣 = ∆𝑣 = + = (− ) + ( ) = 0.
𝜕𝑥 2 𝜕𝑦 2 𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑦 𝜕𝑥

Funções 𝑢 que verificam a equação ∇2 𝑢 = 0 (equação de Laplace, ou do


potencial) dizem-se funções harmónicas.

Assim, concluímos que as partes real 𝑢(𝑥, 𝑦) e imaginária 𝑣(𝑥, 𝑦) de uma


função analítica são funções harmónicas no plano (𝑥, 𝑦).

1
Veremos mais tarde que, em virtude das fórmulas integrais de Cauchy, esta hipótese é automaticamente satisfeita: as funções
reais u e v têm derivadas de todas as ordens. Assim, não há qualquer perda de generalidade nesta hipótese.
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Mas, além de serem harmónicas, as funções 𝑢 e 𝑣 satisfazem outra condição


essencial a partir das ECR: as suas curvas de nível intersectam-se
perpendicularmente. Isto decorre do produto interno dos gradientes e das
ECR:

𝜕𝑢 𝜕𝑢 𝜕𝑣 𝜕𝑣 𝜕𝑢 𝜕𝑢 𝜕𝑢 𝜕𝑢
∇𝑢 ∙ ∇𝑣 = ( , )∙( , )= (− ) + = 0.
𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑦 𝜕𝑥
Referimo-nos a estas duas propriedades dizendo que as partes real 𝑢(𝑥, 𝑦) e
imaginária 𝑣(𝑥, 𝑦) de uma função analítica f são funções harmónicas
conjungadas.
Se uma função 𝑢(𝑥, 𝑦) é harmónica e representa um potencial (gravítico,
electrostático…) na ausência de fontes do campo (∇2 𝑢 = 0), então a função
harmónica conjugada representa as correspondentes linhas de força (linhas
onde o módulo do campo gradiente é constante). Assim, a Teoria do potencial
no plano é essencialmente teoria de funções analíticas.

Isto acontece porque, a partir de uma função harmónica podemos


determinar, via funções analíticas, a sua harmónica conjugada.

Exemplo 4.16.
Seja 𝑢(𝑥, 𝑦) um potencial no plano cuja linhas equipotenciais (curvas de
nível) são dadas por 𝑢(𝑥, 𝑦) = 𝑦 3 − 3𝑥 2 𝑦 = 𝐶𝑡𝑒. Encontrar as linhas de força.

Res. As linhas de força 𝑣 (𝑥, 𝑦) = 𝐶𝑡𝑒. são, em cada ponto, perpendiculares às


equipotenciais, pelo que pretendemos encontrar, a partir da função
harmónica2 𝑢(𝑥, 𝑦), a função harmónica conjugada 𝑣(𝑥, 𝑦).

2
Atenção: note-se que u(x,y) é harmónica, isto é, verifica a equação de Laplace ∇2 𝑢 = 0. Se assim não fosse este problema não
faria sequer sentido.
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Queremos, pois, encontrar uma função analítica da variável complexa 𝑓(𝑧) =


𝑢(𝑥, 𝑦) + 𝑖𝑣(𝑥, 𝑦) com parte real 𝑢(𝑥, 𝑦) e parte imaginária 𝑣(𝑥, 𝑦). Ora, das
ECR:

𝜕𝑢 𝜕𝑣
= −6𝑥𝑦 =
𝜕𝑥 𝜕𝑦
𝜕𝑢 𝜕𝑣
= 3𝑦 2 − 3𝑥 2 = − .
{ 𝜕𝑦 𝜕𝑥

Deste sistema para 𝑣(𝑥, 𝑦) concluímos, pelos métodos usuais,

𝑣(𝑥, 𝑦) = −3 𝑥 𝑦 2 + 𝑎(𝑥)
{
𝑣(𝑥, 𝑦) = −3 𝑥 𝑦 2 + 𝑥 3 + 𝑏(𝑦),
onde 𝑎(𝑥) e 𝑏(𝑦) são funções arbitrárias respectivamente de 𝑥 e de 𝑦. Por
comparação obtemos pois que 𝑣(𝑥, 𝑦) = −3 𝑥 𝑦 2 + 𝑥 3 + 𝐶.
A função analítica correspondente, 𝑓(𝑧), é assim dada por
𝑓(𝑧) = (𝑦 3 − 3 𝑥 2 𝑦) + 𝑖 (−3 𝑥 𝑦 2 + 𝑥 3 + 𝐶 ).

Qual a sua expressão em termos da variável complexa 𝑧? Ensaiemos a sua expressão no


eixo real: 𝑓(𝑥 + 0𝑖) = 𝑖𝑥 3 + 𝑖𝐶. Isto sugere fortemente que a expressão de 𝑓(𝑧) seja

𝑓(𝑧) = 𝑖𝑧 3 + 𝑖𝐶. (4.5)


E, de facto, desenvolvendo a expressão concluímos que

𝑖𝑧 3 = 𝑖(𝑥 + 𝑖𝑦)3 = (𝑦 3 − 3𝑥𝑦 2 ) + 𝑖(−3 𝑥 𝑦 2 + 𝑥 3 + 𝐶)

pelo que (4.5) fornece de facto a expressão de 𝑓 em termo da variável 𝑧.

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Curvas de nível de 𝑢(𝑥, 𝑦) = 𝑦 3 − 3𝑥𝑦 2 . Curvas de nível de 𝑣(𝑥, 𝑦) = −3 𝑥 𝑦 2 + 𝑥 3 .

Para outros exemplos, ver

https://ece.uwaterloo.ca/~ece206/Supporting_material/29/

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