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DIREITO CIVIL

Direito Civil Desenhado – Prescrição e Decadência III

DIREITO CIVIL DESENHADO – PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA III

Os prazos prescricionais estão presentes na Lei n. 10.406, de 10 de janeiro de 2002, nos


art. 205 e 206, e só podem ser de 1, 2, 3, 4, 5 ou 10 anos, prescritos em lei.
Para concursos, os incisos mais cobrados são:

Art. 206 – Referente a 1 ano: Inciso II.

Ex.: em um acidente de carro a seguradora não quer pagar ao cliente o valor referente ao
seu prejuízo, sendo necessário ajuizar uma ação contra a própria.
5m
O prazo para que essa ação seja ajuizada é de 1 ano.

Art 206 – Referente a 2 anos: Existe apenas um item referente à questão alimentar.
Art 206 – Referente a 3 anos: Inciso I, IV, V e IX.

Obs.: não confunda o inciso II referente a 1 ano, nos casos de segurado x segurador, com o
inciso IX referente a 3 anos de beneficiário x segurador.

Ex.: um assegurado da seguradora Alfa se envolve num acidente e bate em outro carro;
o dono dele precisa acionar a seguradora do assegurado. Essa pessoa está na condi-
ção de beneficiário, portanto tem 3 anos para cobrar esse serviço.

Art 206 – Referente a 4 anos: Existe apenas um item referente à questão tutelar.
Art 206 – Referente a 5 anos: Incisos I, II e III.

Na hipótese do caso discutido, não consta no rol do artigo 206; aplica-se o prazo do
artigo 205, sendo ele o máximo prescricional de 10 anos.
10m
Ex. 1: um casal que tem um filho se divorcia. Eles deverão pagar alimentos para o filho,
na proporção de 50% para cada genitor, ainda que o menor esteja na guarda de um dos
genitores. Supondo que o pai possua a guarda do filho, é ele que vai verificar o quanto
é gasto por mês e dividir esse valor igualmente com a mãe. Na hipótese de um dos
pais não comparecer com a outra metade do valor, o outro responsável tem o direito de
cobrar em até 10 anos todos os custos que cobriu sozinho.

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Ex. 2: Responsabilidade civil contratual.


Na previsão antiga do Código Civil, existia o prazo máximo de 20 anos, que foi diminu-
ído para 10 anos, sendo esse o máximo pelo Código atual.

Prescrição

CC. Art. 189. Violado o direito, nasce para o titular a pretensão, a qual se extingue, pela prescrição,
nos prazos a que aludem os arts. 205 e 206.

Prescrição, portanto, é a perda da pretensão que deve ser exercida em um prazo de anos
que estão previstos pela lei.
Os prazos de 1, 2, 3, 4 e 5 anos são específicos do artigo 206. E o de 10 anos, que é geral
para tudo que não é especificado no artigo 206, é o prazo máximo e previsto no artigo 205.
15m
Início da Contagem:
Prescrição está intimamente ligada ao direito subjetivo, e sempre que se fala em direito de
obrigação entre credor e devedor, é referenciado à prescrição.
Uma vez que o direito é violado, nasce a possibilidade de ir a juízo exigir um determinado
comportamento, vulgo pretensão e que deve ser exercida em um determinado prazo. Termi-
nado esse prazo, começa a incidência da prescrição, sendo ela uma consequência do não uso
dessa pretensão em prazo.
O prazo começa a ser contado exatamente e efetivamente no momento da violação
do direito.
20m
Ex. 1: o Aragonê agrediu Roberta numa quarta-feira, enquanto ela saía de seu trabalho. O
direito de Roberta foi violado na quarta-feira, portanto o prazo para que ela possa ajuizar uma
ação contra o Aragonê é de 3 anos, e começa a contar efetivamente e imediatamente, uma
vez que a mesma tem ciência daquela violação já que estava presente na agressão.
Ex. 2: um curso famoso do Rio de Janeiro utilizou, em 2012, a imagem de Roberta em um
dos seus outdoors com a falta de consentimento dela, configurando-se violação de direito de
imagem. Roberta só teve ciência disso em 2020. Aplicando a literalidade do artigo 189, é pos-
sível concluir que este crime está prescrito, uma vez que violação de direito de imagem está
previsto nos prazos de 3 anos. Como não há justiça nisso, já que Roberta nem tinha conhe-
cimento de ter o seu direito violado, para recorrer dentro dos prazos previstos pela lei, o STJ
dispõe que não se pode aplicar a literalidade do artigo 189 a fim de evitar injustiças, destarte
com a violação do direito nasce a pretensão mas deve-se considerar a violação com o soma-
tório da ciência do titular do direito.
25m

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Então, se Roberta teve ciência dessa violação de direito numa quarta-feira, o prazo começa
a contar na quinta-feira, de acordo com o Direito Civil que conta os prazos de forma contínua,
excluindo o dia do começo e incluindo o último dia.

Tese / Teoria da Actio Nata:

SÚMULA n. 278:
O termo inicial do prazo prescricional, na ação de indenização, é a data em que o segurado teve
ciência inequívoca da incapacidade laboral.
(Data da Publicação - DJ 16.06.2003 p. 416)

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Roberta Queiroz.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.

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