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INICIALMENTE
NO MÉRITO
No dia 16 e junho de 2017, sexta - feira, a requerente efetivou uma operação bancária
simples de transferência de valores de sua conta corrente para a conta corrente de um
terceiro, também correntista do requerido .
Algumas horas depois a autora recebeu uma ligação de outro representante do banco,
informando que não ocorrera nenhum problema e sugerindo que a autora “utiliza-se de
uma calculadora” insinuando, portanto que a mesma não possuía capacidade
intelectual suficiente sequer para aferir os valores que deveriam constar em sua conta
corrente, em uma atitude de flagrante ironia e desrespeito para com a consumidora.
Tal “atendimento” prestado pelo requerido, por óbvio, só fez piorar a indignação e
revolta da requerente, pois além de ter cometido um flagrante equivoco o ora
demandado, não sanou o problema atempadamente como era seu dever faze-lo e ainda
impôs severo contrangimento a consumidora, tentando confundi-la e imputar-lhe
responsabilidade que era na verdade exclusivamente sua.
Como dito anteriormente, a autora está acometida por severo problema de saúde,
como se atesta pelos documentos médicos que por esta se anexam, e ficou com muito
receio de não poder realizar exames de urgência bem como ter o atendimento médico
do qual necessitava em função do “atraso forçado” no pagamento do seu plano de
saúde (documento anexo), gerado por culpa exclusivo do requerido.
Por todo o exposto, resta claro que o requerido não prestou os serviços contratados
pela requerida com a eficiência e transparência a que está submetido em razão das
regras consumeiristas a que por força de lei está sujeito.
Desta sorte, diante das negativas do demandado em resolver o ocorrido, a demandante
teve que se deslocar até uma agência e retirar um extrato de sua conta corrente
(documento anexo) onde para sua surpresa e indignação, só então constatou que o
banco , sem qualquer tipo de solicitação ou autorização retirou indevidamente valores
de sua conta corrente sem qualquer motivo plausível.
Em uma atitude unilateral, sem o consentimento da autora, o banco, agindo com culpa
exclusiva, “repetiu em 19/06/2017 a transferência efetuada pela autora via aplicativo
em 16/06/17 , ou seja retirou indevidamente de sua conta a importância de R$
xxxxxxxxxx, falha exclusivamente sua e que até o presente momento não foi sanada,
não tendo sido restituída a importância para a autora.
Desde o ocorrido a requerente foi obrigado a ir até a agência bancária por diversas
vezes desde então, sendo tratado sempre com imenso descaso, sendo passado de
atendente em atendente sem que ninguém lhe dê a atenção devida ou qualquer solução
para seu problema.
Tentativas por telefone também foram realizadas mas não lograram êxito, pois a
responsabilidade sempre é indicada como sendo da agência, onde o problema deve ser
resolvido.
Em razão de todos esses fatos, como a requerente suportou prejuízos de toda ordem
em razão da atitude do banco, decidiu buscar uma solução recorrendo à tutela
jurisdicional do Estado por meio da presente ação.
"Art. 2º: Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou
serviço como destinatário final."
"Art. 3º: Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou
estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividades de
produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação,
distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços. (...)
"
Percebe-se, outrossim, que a requerente deve ser beneficiada pela inversão do ônus da
prova, pelo que reza o inciso VIII do artigo 6º do Código de Defesa do Consumidor,
tendo em vista que a narrativa dos fatos encontra respaldo nos documentos anexos,
que demonstram a verossimilhança do pedido, conforme disposição legal:
(...)
“Art. 42. Parágrafo único. O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à
repetição do indébito, por valor igual ao dobro do que pagou em excesso, acrescido de
correção monetária e juros legais, salvo hipótese de engano justificável.”
A moral é reconhecida como bem jurídico, recebendo dos mais diversos diplomas
legais a devida proteção, inclusive amparada pelo art. 5º, inc. V e Xda Carta
Magna/1988:
“Art. 5º (omissis):
“Art. 927 – Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica
obrigado a repará-lo.”
(...)
Nesta esteira de pensamento infere-se que o dano moral prescinde de prova, dada a
sua presunção, isto é, a simples ocorrência do fato danoso, já traduz a obrigação em
indenizar.
Ademais, esta foi até a agência por diversas vezes tentando uma solução para o
problema, mas foi tratada de forma rude e com descaso, lhe sendo negada uma
resposta definitiva e a devolução das quantias cobradas.
O fato que originou todo este constrangimento não tem nenhuma justificativa
plausível por parte do banco, trazendo toda sorte de transtornos a requerente, que se
sentiu lesada e humilhado, além dos prejuízos financeiros já acima descritos.
Com relação ao dano moral puro, resta igualmente comprovado que o requerido, com
sua conduta negligente e irregular, violou diretamente direito do requerente, qual seja,
de ter sua paz interior e exterior inabalada por situações com ao qual não concorreu.
Trata-se do direito da inviolabilidade à intimidade e à vida privada.
A indenização dos danos puramente morais deve representar punição forte e efetiva,
bem como, remédio para desestimular a prática de atos ilícitos, determinando, não só
ao requerido, mas principalmente a outras instituições financeiras, a refletirem bem
antes de causarem prejuízo à outrem.
Estabelece o Código Civil em seu art. 944, que a indenização mede-se pela extensão
do dano. Decerto que é impossível medir-se com exatidão o dano moral, como se pode
fazer com o dano de ordem patrimonial.
"O valor da indenização deve ser razoavelmente expressivo. Não deve ser simbólico,
como já aconteceu em outros tempos (indenização de um franco). Deve pegar no
bolso do ofensor como um fator de desestímulo a fim de que não reincida a ofensa.
Mas deve, igualmente, haver cometimento, a fim de que o nobre instituto não seja
desvirtuado em mera fonte de enriquecimento."
09 - DO REQUERIMENTOS
Ante o exposto, requer:
a) A dispensa da audiência de conciliação por não ser de interesse da parte autora ante
a inércia do banco até o momento em sanar a questão, mesmo diante das inúmeras
tentativas da requerente.
Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidas e cabíveis
à espécie, especialmente pelos documentos acostados.
Termos em que,
Pede deferimento.
OAB/RJ 175.886