Você está na página 1de 11

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) FEDEERAL DO

JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DE LINS/SP

https://advbox.com.br/recursos/

NOME DO CLIENTE, estado civil, profissao, CPF


0610000000-18, portador(a) do RG 12.000000 SSP/SP, residente e domiciliado(a)
na Rua advbox, 7, Bairro Canasvieiras, CEP 00000-754, cidade de
Florianopolis/SC, por meio de seus advogados, ambos com escritório profissional
na Rua Felipe, 500, sala 300, Centro, Florianópolis/SC, 88010-0001, onde
recebem intimações e notificações, vem perante Vossa Excelência, propor a
presente

AÇÃO DE CONCESSÃO/ REESTABELECIMENTO/ TRANSFORMAÇÃO DE


BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO POR INCAPACIDADE

Em face de INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL,


pessoa jurídica de direito público pelos motivos de fato e de direito a seguir
expostos:
I – DA JUSTIÇA GRATUITA

Preliminarmente, requer o benefício da Justiça Gratuita por


ser a parte autora pobre na acepção legal do termo, não podendo arcar com as
custas processuais sem prejuízo próprio e de sua família.

II – DOS FATOS

BENEFICIO: 621.000.000-4 DER: 09/02/2018 DII: 31/10/2005 DCB: SITUAÇÃO:


INDEFERIDO

CID: G62.1 - Polineuropatia alcoólica; G54.1 - Transtornos do plexo lombossacral;


I10 - Hipertensão essencial; M51.0 - Transtornos de discos lombares e de outros
discos intervertebrais com mielopatia; M51.1 - Transtornos de discos lombares e
de outros discos intervertebrais com radiculopatia;

O autor requereu o benefício de auxílio doença NB


626.128.640-3 em 09/02/2018. Contudo, teve o benefício indeferido erroneamente
por parecer contrário da perícia médica.

O requerente gozou de auxílio-doença previdenciário


decorrente das patologias das quais é portador de 21/10/2005 a 06/12/2005,
26/03/2012 a 30/05/2012, 15/06/2015 a 01/10/2017. Todavia, em fevereiro de
2018 voltou a ficar incapaz para o trabalho e solicitou novo benefício, o qual lhe
foi indeferido.

Assim, por permanecer incapaz para sua atividade laboral


habitual, a parte autora faz jus a concessão de benefício previdenciário de
incapacidade, razão pela qual ajuíza a presente ação.
III – DA CARÊNCIA E QUALIDADE DE SEGURADO

A respeito da qualidade de segurado e da carência, estas


não foram o objeto do indeferimento do INSS, restando, portanto,
incontroversas. Contudo, na DER 09/02/2018 a parte autora possuía qualidade
de segurado e carência necessária, pois esteve em gozo de benefício por
incapacidade até 01/10/2017.

Dessa forma, o autor faz jus ao benefício de incapacidade


mais adequado ao seu caso, uma vez que preenche os requisitos
autorizadores de sua concessão.

IV – DA INCAPACIDADE

O autor, conforme comprovam os atestados e prontuários


médicos acostados à inicial, é portador de graves doenças como hipertensão,
diabetes, doenças da coluna e ainda psiquiátricas (alcoolismo), que o incapacitam
para o exercício de qualquer atividade laborativa de forma total e permanente.

Embora o autor se submeta aos tratamentos propostos por


seus médicos assistentes para o controle das patologias, o quadro de saúde piora
progressivamente, não havendo qualquer sinal de melhora ou controle das
doenças.

Apesar de ter se submetido a rigorosos tratamentos de


saúde como, acompanhamento médico, medicamentos e fisioterapia, não houve
melhora do quadro clinico, razão pela qual permanece incapaz.

Tal situação se comprova por meio dos laudos e exames


médicos acostados a esta inicial, entre eles:
Conclui que, em virtude das patologias, o autor é totalmente
incapaz de exercer atividades laborativas. No entanto, o perito, erroneamente,
informou que não há incapacidade do autor.

Ocorre, Excelência, que o autor encontra-se totalmente


incapaz para o exercício de suas atividades laborativas, sem apresentar qualquer
sinal de controle ou melhora das patologias.

Ao revés, os atestados demonstram a progressiva piora do


quadro de saúde mental, havendo evolução do transtorno bipolar e das demais
patologias.

O conjunto probatório dos autos, aliado à perícia judicial


com médico especialista em ortopedia e psiquiatria, que requer seja
designada por Vossa Excelência, é suficiente para comprovar o direito do
autor à concessão do benefício por incapacidade pleiteado.

V – DO DIREITO

1 – DA CONCESSÃO DO AUXÍLIO-DOENÇA

O auxílio-doença, nos termos do art. 59, da Lei n. 8.213/91,


é benefício devido, em regra, aos segurados que preencham os seguintes
requisitos: a) qualidade de segurado; b) carência de 12 (doze) contribuições
mensais; e c) incapacidade para o exercício de atividade laborativa habitual por
mais de 15 (quinze) dias consecutivos.

A Lei n.º 8.213/1991 estabelece, nos arts. 59 e 60, os


requisitos para a concessão e manutenção do auxílio-doença:
Art. 59. O auxílio-doença será devido ao segurado que, havendo
cumprido, quando for o caso, o período de carência exigido nesta Lei,
ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual
por mais de 15 (quinze) dias consecutivos.

Parágrafo único. Não será devido auxílio-doença ao segurado que se


filiar ao Regime Geral de Previdência Social já portador da doença ou
da lesão invocada como causa para o benefício, salvo quando a
incapacidade sobrevier por motivo de progressão ou agravamento
dessa doença ou lesão.

Art. 60. O auxílio-doença será devido ao segurado empregado a contar


do décimo sexto dia do afastamento da atividade, e, no caso dos
demais segurados, a contar da data do início da incapacidade e
enquanto ele permanecer incapaz. (Redação dada pela Lei n.º 9.876,
de 26.11.1999.)

§ 1.º Quando requerido por segurado afastado da atividade por mais de


30 (trinta) dias, o auxílio-doença será devido a contar da data da
entrada do requerimento.

(§ 2.º Revogado)

§ 3.º Durante os primeiros quinze dias consecutivos ao do afastamento


da atividade por motivo de doença, incumbirá à empresa pagar ao
segurado empregado o seu salário integral. (Redação dada pela Lei n.º
9.876, de 26.11.1999.)

§ 4.º A empresa que dispuser de serviço médico, próprio ou em


convênio, terá a seu cargo o exame médico e o abono das faltas
correspondentes ao período referido no § 3.º, somente devendo
encaminhar o segurado à perícia médica da Previdência Social quando
a incapacidade ultrapassar 15 (quinze) dias.

§ 5.º Nos casos de impossibilidade de realização de perícia médica pelo


órgão ou setor próprio competente, assim como de efetiva incapacidade
física ou técnica de implementação das atividades e de atendimento
adequado à clientela da previdência social, o INSS poderá, sem ônus
para os segurados, celebrar, nos termos do regulamento, convênios,
termos de execução descentralizada, termos de fomento ou de
colaboração, contratos não onerosos ou acordos de cooperação técnica
para realização de perícia médica, por delegação ou simples
cooperação técnica, sob sua coordenação e supervisão, com: (Incluído
pela Lei n.º 13.135, de 2015.)
I – órgãos e entidades públicos ou que integrem o Sistema Único de
Saúde (SUS); (Incluído pela Lei n.º 13.135, de 2015.)

§ 6.º O segurado que durante o gozo do auxílio-doença vier a exercer


atividade que lhe garanta subsistência poderá ter o benefício cancelado
a partir do retorno à atividade. (Incluído pela Lei n.º 13.135, de 2015.)

§ 7.º Na hipótese do § 6.º, caso o segurado, durante o gozo do auxílio-


doença, venha a exercer atividade diversa daquela que gerou o
benefício, deverá ser verificada a incapacidade para cada uma das
atividades exercidas. (Incluído pela Lei n.º 13.135, de 2015.)

Conforme comprovam os laudos acostados a essa inicial, a


Parte Autora preencheu todos os requisitos necessários para a obtenção do
auxílio-doença, como se depreende dos artigos supracitados. A incapacidade no
presente caso impede o retorno às atividades habituais, sendo indispensável a
continuidade do tratamento e o afastamento do trabalho, na busca de uma
possível recuperação.

2 - DO DIREITO A APOSENTADORIA POR INVALIDEZ

A aposentadoria por invalidez, por seu turno, encontra


guarida nos artigos 42 e seguintes do mesmo Diploma Legal. Destina-se aos
segurados que, estando ou não em gozo de auxílio-doença, comprovarem,
cumulativamente: a) qualidade de segurado; b) carência de 12 (doze)
contribuições mensais; c) incapacidade e impossibilidade de reabilitação para o
exercício de atividade que lhe garanta a subsistência.

Diante do exposto, constata-se que houve inadequação da


conclusão da última perícia realizada pela autarquia-Ré e, estando os demais
requisitos preenchidos para a concessão do benefício pleiteado, a parte autora
faz jus ao restabelecimento do auxílio-doença e a concessão da aposentadoria
por invalidez, nos termos do art. 42 da Lei n. 8.213/1991:

Art. 42. A aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida, quando for o
caso, a carência exigida, será devida ao segurado que, estando ou não
em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de
reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência,
e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.

É importante ressaltar que, apesar do auxílio-doença não ter


sido concedido ao autor, seu quadro clínico nunca melhorou e não apresenta
possibilidade de melhora. Sendo assim, restando comprovada a incapacidade
permanente da Parte Autora, esta faz jus à transformação do benefício de auxílio-
doença em aposentadoria por invalidez.

Por seu turno, a verificação da incapacidade laborativa do


segurado será apurada mediante prova pericial, realizada, necessariamente, por
médico especialista na área da patologia incapacitante. Neste sentido é a
jurisprudência do Tribunal Regional Federal da 4a Região:

PREVIDENCIÁRIO. BENEFÍCIO POR INCAPACIDADE. AUXÍLIO-


DOENÇA. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. CERCEAMENTO DE
DEFESA. INSTRUÇÃO INSUFICIENTE. DOENÇA V ASCULAR.
NECESSIDADE DE PERÍCIA COM MÉDICO ESPECIALISTA.
SENTENÇA ANULADA. REABERTURA DA INSTRUÇÃO
PROCESSUAL.
1. Constatada a necessidade de realização de novo exame médico
por especialista no tipo de patologia alegadamente incapacitante,
impõe-se anular a sentença para retorno à origem e reabertura da
instrução processual, sob pena de cerceamento de defesa, diante
da insuficiência de elementos conclusivos na perícia já realizada.
2. Provida a apelação para anular a sentença.
(TRF4, AC 5008014-79.2018.4.04.9999, QUINTA TURMA, Relator OSNI
CARDOSO FILHO, juntado aos autos em 08/08/2018)

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. APOSENTADORIA POR INV


ALIDEZ. incapacidade laborativa. períciaS MÉDICAS JUDICIAIS
CONFLITANTES. NOVA PERÍCIA. MÉDICO ESPECIALISTA.
necessidade.
1. A concessão do benefício de auxílio-doença e da aposentadoria por
invalidez, pressupõem a averiguação da incapacidade do segurado para
o exercício deatividade que garanta a sua subsistência.
2. Hipótese em que se faz necessária a realização de perícia médica
judicial, com a finalidade de instruir a demanda, de forma a
proporcionar ao Juízo os elementos capazes de embasar a decisão
a ser proferida.
3. Sentença anulada para determinar a realização de perícia médico-
judicial, com médico especialista, objetivando confirmar ou não a
existência de patologias incapacitantes.
(TRF4, AC 5033430-83.2017.4.04.9999, TURMA REGIONAL
SUPLEMENTAR DO PR, Relator FERNANDO QUADROS DA SILVA,
juntado aos autos em 03/05/2018)

Por todo o exposto, resta claro que o caso em tela


comprova, por meio dos documentos juntados, que a parte autora necessita e faz
jus ao benefício de incapacidade mais adequado ao seu caso.

VI – DA ANTECIPAÇÃO DA TUTELA

A antecipação da tutela, nos termos do art. 300 do CPC,


pressupõe a existência de elementos que evidenciem a probabilidade do direito e
o perigo de dano ou o risco útil do processo. In casu, ambos os requisitos
restaram devidamente demonstrados.

Os documentos acostados à inicial são suficientes para


demonstrar a incapacidade laborativa da parte autora, consistente na
probabilidade do direito à concessão da benesse.

O perigo de dano, por sua vez, decorre da própria natureza


alimentar da benesse pleiteada, necessária para a subsistência da parte Autora e
continuidade do tratamento médico. Requer, assim, seja concedida a Tutela de
Urgência na presente demanda, determinando-se a imediata implementação do
benefício pelo INSS, a fim de evitar prejuízos irreparáveis à Autora.

VII – DOS PEDIDOS

Diante de todo o exposto, requer a Vossa Excelência:

1 – EM CARÁTER LIMINAR:
a) a concessão da tutela provisória de urgência, de
imediato ou após a realização de perícia médica (se possível), determinando-se
ao INSS que inicie/restabeleça imediatamente o pagamento das prestações do
benefício previdenciário de auxílio-doença, enquanto persistir a enfermidade
ensejadora do benefício;
b) caso seja constatado, por meio do laudo pericial, a
condição de invalidez (incapacidade insuscetível de reabilitação para o exercício
de qualquer atividade), requer a concessão da tutela provisória de urgência,
determinando-se ao INSS que inicie imediatamente o pagamento das prestações
do benefício previdenciário de aposentadoria por invalidez, com fulcro no artigo 77
do Decreto n.º 3.048/1999 c/c arts. 62 e 101 da Lei n.º 8.213/1991;

c) a determinação do pagamento de multa a ser fixada


por este Juízo, com base nos artigos 300 e 497 do Código de Processo
Civil/2015, caso haja, por parte da Autarquia-Ré, o descumprimento da tutela a
ser deferida.

2 – EM CARÁTER DEFINITIVO

a) A citação do Instituto Nacional do Seguro Social –


INSS, para, querendo, responder à presente demanda, no prazo legal, sob pena
de revelia e presunção de verdade quanto aos fatos articulados;

b) A determinação ao INSS para que, na primeira


oportunidade em que se pronunciar nos autos, apresente o Processo de
Concessão do Benefício Previdenciário para apuração dos valores devidos à
Parte Autora, conforme determinado pelo art. 11 da Lei n.º 10.259/2001, sob pena
de cominação de multa diária, nos termos do art. 139, IV, do Código de Processo
Civil/2015, a ser fixada por esse Juízo;

c) Seja concedido ao requerente, o benefício da Justiça


Gratuita, nos termos do artigo 98 e seguintes do NCPC (Lei nº 13.105 de 16 de
março de 2015), eis que o mesmo é pessoa com insuficiência de recursos para
pagar as despesas processuais e os honorários advocatícios sem prejuízo do seu
próprio sustento e de sua família;

d) Para a prova dos fatos alegados, além do


conhecimento dos documentos que acompanham a presente ação, requer e
protesta pela produção de todos os meios de prova admitidos em direito, em
especial a perícia médica, sem exclusão de nenhum outro meio que se fizer
necessário ao deslinde da demanda. Requer, portanto, a nomeação de perito
especialista em ORTOPEDIA e PSIQUIATRIA, escolhido por este MM. Juízo,
para a realização da perícia médica, inclusive, se necessários, a realização de
exames suplementares, além dos apresentados, que sejam considerados
indispensáveis para a constatação da doença.

e) Ao final, SEJA JULGADA TOTALMENTE


PROCEDENTE a presente ação, sendo reconhecida à incapacidade laborativa do
trabalhador e seja restabelecido o BENEFICIO POR INCAPACIDADE MAIS
ADEQUADO, AUXÍLIO-DOENÇA, APOSENTADORIA POR INVALIDEZ, na
conformidade da Lei nº 8.213/91;

f) A condenação do INSS ao pagamento das parcelas


vencidas desde 09/02/2018 - DER, cujo valor deverá ser acrescido de atualização
monetária e juros legais até a data do devido pagamento.

h) A condenação do Órgão Requerido, no pagamento dos


honorários advocatícios no percentual equivalente a 20% sobre a condenação,
conforme preleciona o art. 85 do Novo Código de Processo Civil (Lei nº 13.105
de 16 de março de 2015).

i) Requer-se, com base no § 4.º do art. 22 da Lei n.º


8.906/1994, que, ao final da presente demanda, caso sejam encontradas
diferenças em favor do autor, quando da expedição da RPV ou do precatório,
os valores referentes aos honorários contratuais (contrato de honorários anexo)
sejam expedidos em nome do advogado contratado pela Parte Autora, no
percentual constante no contrato de honorários anexo, assim como dos
eventuais honorários de sucumbência.
Dá-se à causa o valor de R$ 18.534,36.
(Sendo 13 vincendas de R$ 1.425,72 = R$ 18.534,36)

Termos em que,
Pede deferimento.

Florianópolis, 15 de fevereiro de 2019.

ADVOGADO
OAB/RS nº 73.409

Você também pode gostar