Você está na página 1de 2

I – DAS PRELIMINARES:

1. Observa-se da exordial em que o Autor busca a declaração de não incidência do


ITBI sobre o bem imóvel, localizado na rua dos coqueiros, n° 94, Prainha de
Mambucaba, Paraty/RJ, adquirido mediante instrumento particular de cessão de direito
de posse de imóvel residencial, bem como, a isenção de recolhimento do ITBI, para
fins de transferência de titularidade do IPTU para o nome da autora Jorgelina Garcia
Coelho.

2. Assim, o contestante pede a V. Exa., em atenção aos dispositivos legais ______,


que seja reconhecida a ilegitimidade ad causam do Autor e que no despacho saneador
seja o mesmo julgado carecedor de ação. Em consequência seja o Autor condenado
ao pagamento dos ônus sucumbenciais.

II – DO MÉRITO:

a) O Autor fundamenta seu pedido de Anulação de contrato de locação no fato de que


a locatária, casa noturna (xxx), provoca profundos incômodos a ele e sua família, pois
o mesmo possui imóvel lindeiro ao imóvel supra mencionado.

b) Observa-se da narração dos fatos que o autor não tem legitimidade ativa para agir,
conforme o dispositivo legal in verbis artigo 3º do CPC: “Para propor ou contestar ação
é necessário ter interesse e legitimidade.” A relação jurídica derivada do contrato de
locação em demanda não envolve o Autor do presente processo, que é apenas
posuidor do imóvel vizinho ao locado, portanto, não apresenta interesse jurídico em
anular o referido Contrato de Locação. Neste sentido a decisão:

“A viabilidade do meio processual escolhido liga-se ao próprio interesse de agir,


situando-se, pois, entre as condições da ação. Se o autor não tem a ação que aforou
dela é carecedor. (MS 13.899, 7.3.74, Sessão Plena TACSP, Rel. Juiz SALLES
ABREU, in Alexandre de Paula, O Processo Civil à Luz da Jurisprudência, Vol. III, v.
5.171 ou JTA 31-366).”

c) As provas: pretende-se produzir provas testemunhais e documentais.

Pelo exposto, REQUER:

Seja julgada improcedente a presente Ação de Anulação de Contrato de Aluguel, caso


não seja julgado o Autor carecedor de ação no despacho saneador.

Seja invertido o ônus das custas e sucumbência.

CARÊNCIA DA AÇÃO - DA FALTA DE INTERESSE DE AGIR

O artigo 17 do CPC dispõe claramente que "para postular em juízo é necessário ter
interesse e legitimidade". Nas palavras do doutrinador Fredie Diddier Jr.:

"O interesse de agir é um requisito processual extrínseco positivo: é fato que deve
existir para que a instauração do processo se dê validamente. Se por acaso faltar
interesse de agir, o pedido não será examinado." (DIDIER JR, Fredie. Curso
Processual Civil. Vol. 1. 19ª ed. Editora JusPodivm, 2017. p. 404)

Ao lecionar sobre o cabimento da ação de exigir contas, especializada doutrina


assevera:

"Interesse-necessidade para a ação. Entende-se por devedor de contas o que


administrou bens ou interesses alheios e credor delas aquele em favor de quem a
administração se deu. O interessado na ação de exigir de contas é a parte que não
saiba em quanto importa seu crédito líquido, nascido em virtude de vínculo legal ou
negocial gerado pela administração de bens ou interesses alheios, levada a efeito por
um em favor do outro." (NERY JUNIOR, Nelson. NERY, Rosa Maria de Andrade.
Código de Processo Civil Comentado. 17ª ed. Editora RT, 2018. Versão ebook, Art.
550)

Portanto o interesse de agir deve ficar perfeitamente demonstrado. É de ressaltar que


o Autor, segundo os termos da inicial, pretende que o Réu preste contas em relação a
(do pedido).

Você também pode gostar