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Universidade Estadual de Maringá

Centro de Ciências Biológicas


Departamento de Bioquímica - DBQ
Bioquímica Experimental – 4965/ Turma 01

TITULAÇÃO DO AMINOÁCIDO ALANINA

Discentes:
Julia Abuhamad de Campos RA:112293
Júlia Martino Caldato RA:112294
Karen Lorraine Oliveira Cruz RA:112285

Docente:
Fausto Fernandes de Castro

Maringá, 15 de Fevereiro de 2022


1. INTRODUÇÃO

1.1. Aminoácidos e proteínas

O aminoácido possui uma composição básica (figura 1), sendo essa um


carbono central (-C𝛼-) ligado a um grupo amino (H 2N+-), um grupo carboxila (-
COOH) , um átomo de hidrogênio (-H) e um grupo R, variável, sendo esse, o
diferenciador de aminoácidos, mudando sua estrutura, tamanho, carga elétrica e
solubilidade em água. Além disso existem 20 aminoácidos padrões, como a glicina,
único aminoácido que não é estereoisômero, alanina, tirosina, lisina, glutamato e
cisteína, também existem infinitos aminoácidos que são formados a partir dos
aminoácidos padrões, por exemplo a cistina, constituída por duas cisteínas
oxidadas.

Figura 1: Estrutura base dos aminoácidos.

Uma proteína é constituída por resíduos de aminoácidos ligados através de


ligações peptídicas. Esses resíduos de aminoácidos são os próprios aminoácidos
após perderem elementos de água quando um se liga ao outro aminoácido. Sendo
assim, o grupo amino de um aminoácido, se liga ao grupo carboxila de outro
aminoácido através de uma ligação covalente, sendo esta chamada de ligação
peptídica (figura 2).

Figura 2: Representação de uma reação da ligação peptídica.


1.2. Curva de titulação de aminoácidos
A partir da titulação de um aminoácido é possível obter muitas informações
importantes, como a medida do pK a em cada grupo ionizável, representado na
figura 4, da curva de titulação da glicina, pelas setas vermelha e rosa, em que na
seta vermelha possui tanto o composto circulado em roxo quanto o circulado em
verde da figura 3 e na seta rosa, as formas circulada em verde e em laranja.
Também é possível observar a região com poder de tamponamento, representado
na figura 4 pelos retângulos azuis, a carga final do aminoácido e o pH da solução
exibido pelos números em roxo, verde e laranja na figura 4. Além disso, é possível
encontrar seu ponto isoelétrico (pI), ponto em que a carga do aminoácido é zero,
circulado de verde na figura 4, e como será sua forma em cada pH, representado
na figura 3 relacionado a figura 4 pelas cores roxo, verde e laranja.

Figura 3: Representação das três formas da glicina.

Figura 4: Curva de titulação da glicina.

2. OBJETIVO
Obter a curva de titulação para o aminoácido alanina e através desta curva
de titulação, determinar os valores de pK 1 e pK2 dos grupos -COOH e +NH3 e ainda o
pH isoelétrico do aminoácido alanina.

3. MATERIAIS E MÉTODOS

3.1. Materiais

Pipeta de 25 mL,
Pipetas automáticas de volume fixo de 50 μL e 100 μL,
Béquer de 50 mL,
pHmetro,
Solução de alanina (0,05 M),
Ácido clorídrico (0,5 M),
Água destilada,
Hidróxido de sódio (0,5 M).

3.2. Métodos

Foi pipetada 25 mL da solução de alanina 0,05 M, em um béquer de 50 mL.


Padronizado o pHmetro e determinado o pH da solução de alanina 0,05 M.
Adicionou-se, por 3 vezes, 50 μL de ácido clorídrico 0,5 M e determinou-se o valor
do pH. Em seguida, foi adicionado 100 μL de ácido e determinando o valor do pH.
Repetindo esta operação até atingir o volume final de 2,5 mL de ácido clorídrico 0,5
M. Foram anotados os valores de pH, após cada adição do ácido.
Após o encerramento desta etapa, o eletrodo foi lavado muito bem com água
destilada. Foi feito o mesmo procedimento descrito acima com hidróxido de sódio
0,5 M.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os dados extraído da titulação com pHmetro foi inserido na tabela 1, assim


consegue-se traçar um gráfico da solução em diferentes pHs pelo número de mols
de ácido clorídrico e de hidróxido de sódio (gráfico 1), ou seja,um gráfico da curva
de titulação da alanina. A amostra estava inicialmente com pH ≃ 7,15.
Tabela 1: Dados coletados em aula prática.

Volume (μL) HCl 0,5 M (pH) NaOH 0,5M (pH) Nº de mols


INICIAL 7,2 7,11
50 4,59 8,46 0,025
50 4,28 8,57 0,05
50 4,12 8,72 0,075
50 4 8,8 0,1
100 3,8 8,95 0,15
100 3,65 9,04 0,2
100 3,53 9,13 0,25
100 3,42 9,23 0,3
100 3,32 9,34 0,35
100 3,23 9,42 0,4
100 3,15 9,49 0,45
100 3,07 9,56 0,5
100 3 9,62 0,55
100 2,92 9,7 0,6
100 2,85 9,77 0,65
100 2,79 9,85 0,7
100 2,72 9,9 0,75
100 2,66 9,98 0,8
100 2,6 10,04 0,85
100 2,54 10,1 0,9
100 2,49 10,18 0,95
100 2,43 10,25 1
100 2,38 10,33 1,05
100 2,33 10,39 1,1
100 2,28 10,48 1,15
100 2,23 10,57 1,2
100 2,16 10,68 1,25
Gráfico 1: Titulação da alanina

Pelo gráfico pode se observar que em pK1 em que o grupo carboxila da


alanina está 50% -COOH e 50% -COO, a carga é positiva (+1). Em pK 2, em que o
grupo amino está 50% +NH3 e 50% NH2, a carga é negativa (-1). Com os valores de
pK1 e pK2 é possível calcular o ponto isoelétrico:
1
pI = ( pK 1 + pK 2)
2

2,34+9,69
pI =
2

pI =6,01 onde se encontra a alanina na carga neutra (0).

5. CONCLUSÃO

As técnicas de titulação de aminoácidos são muito importantes na


caracterização dos grupos de aminoácidos, determinação de suas regiões
tamponantes e identificação de suas estruturas em cada ponto. Assim na curva de
titulação da alanina encontramos o valor de pK 1 igual a 2,34 referente ao grupo -
COOH e para o pK2 o valor de 9,69 referente ao grupo +NH3, essas regiões são as
regiões em que a alanina serve como um bom tampão e a partir da média dos pK's
encontramos o ponto isoelétrico de 6,01 sendo este ponto o ponto 0, onde há
equilíbrio, na extremidade de pK mais ácido tem carga +1 e na extremidade básica
carga -1.

6. REFERÊNCIAS
NELSON, David L.; COX, Michael M. Principios de Bioquímica de Lehninger. [S. l.: s.
n.], 2014.

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