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VA ORGANIZACIONAL
1ª Edição
Indaial - 2020
UNIASSELVI-PÓS
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090
Diagramação e Capa:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Copyright © UNIASSELVI 2020
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri
UNIASSELVI – Indaial.
C276v
ISBN 978-65-5646-095-6
ISBN Digital 978-65-5646-088-8
1. Comportamento organizacional. - Brasil. Centro Universi-
tário Leonardo Da Vinci.
CDD 658.3145
Impresso por:
Sumário
APRESENTAÇÃO.............................................................................5
CAPÍTULO 1
Introdução à Vantagem Competitiva e Estratégia..................... 7
CAPÍTULO 2
A Cadeia de Valor e a Vantagem Competitiva............................ 47
CAPÍTULO 3
Sustentabilidade Organizacional.............................................. 85
APRESENTAÇÃO
Diante do cenário atual, marcado por constantes mudanças tecnológicas e
alta competitividade, criar vantagem competitiva tem sido uma prática constante
das organizações, e compreender como as empresas atuam, como elas se dife-
renciam em mercados competitivos, quais os fatores que determinam o sucesso
ou fracasso organizacional. Essas questões são fundamentais quando estamos
pensando em estratégia. Desta forma, pode-se afirmar que a vantagem competi-
tiva é o objetivo das ações da organização, também como sendo o objetivo final
da função da organização, explica a diversidade entre elas e explica o sucesso ou
fracasso da competitividade.
Bons estudos!
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Capítulo 1 INTRODUÇÃO À VANTAGEM COMPETITIVA E ESTRATÉGIA
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Frente a um cenário marcado pelo dinamismo das mudanças tecnológicas e
uma competição acirrada, buscar vantagem competitiva tem sido uma constante
na prática das organizações. Identificar as estratégias que possibilitam a empresa
alcançar a vantagem competitiva se tornou fundamental para que ela se mante-
nha viva no mercado. Equacionar as formas e fraquezas da organização, no intui-
to de melhor aproveitar as oportunidades e neutralizar as ameaças existentes no
ambiente, passou a ser uma demanda constante.
2 DEFINIÇÃO DE VANTAGEM
COMPETITIVA E ESTRATÉGIA
Ansoff (1965, p. 188-194) apresentou uma das primeiras referências à expres-
são “vantagem competitiva”, que mostrou um conceito ligado à percepção, pró-ativi-
dade, antecipação, estar à frente dos concorrentes, de ajustar as ofertas em função
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Vantagem competitiva organizacional
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Capítulo 1 INTRODUÇÃO À VANTAGEM COMPETITIVA E ESTRATÉGIA
área militar. Motta (1993) discorre que há muitos conceitos sobre visão estratégi-
ca utilizados pelos militares, que foram também utilizados pela área da adminis-
tração, e enfatiza que o campo de guerra e o campo organizacional, apesar de
apresentarem muitas diferenças, possuem proximidade, pois ambos lidam com
estratégias para terem vantagem. Muitas ideias de utilização de estratégias milita-
res podem ser adaptadas à administração.
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Vantagem competitiva organizacional
Katz (1970) Estratégia refere-se à relação entre a empresa e o seu meio envolvente: relação
atual (situação estratégica) e a relação futura (plano estratégico), sendo um
conjunto de objetivos e ações a tomar para atingir esses objetivos.
Steiner e Miner Estratégia é o fojar de missões da empresa, estabelecimento de objetivos à
(1977) luz das forças internas e externas, formulações de políticas específicas e meio
para atingir os objetivos. Assegura a adequada implantação de forma que os
fins e objetivos sejam atingidos.
Hofer e Scahndel Estratégia é o estabelecimento de meios fundamentais para atingir os objetivos,
(1978) sujeito a um conjunto de restrições do meio envolvente.
Porter (1980) Estratégia competitiva são as ações ofensivas ou defensivas para criar uma
posição defensável numa indústria, para enfrentar com sucesso as forças
competitivas e assim obter retorno maior sobre o investimento.
Quinn (1980) Estratégia é um modelo ou plano que integra os objetivo, as políticas e a
sequência de ações num todo coerente.
Thietart (1984) Estratégia é o conjunto de decisões e ações relativas à escolha dos meios e a
articulação de recursos com vista a atingir um objetivo.
Martinet (1984) Estratégia designa o conjunto de critérios de decisão escolhido pelo núcleo
estratégico para orientar de forma determinante e durável as atividades e a
configuração da empresa.
Mintzberg (1988) Estratégia é uma força mediadora entre a organização e o seu meio envolvente:
um padrão no processo de tomada de decisões organizacionais para fazer face
ao meio envolvente.
FONTE: A autora
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Capítulo 1 INTRODUÇÃO À VANTAGEM COMPETITIVA E ESTRATÉGIA
Por fim, as estratégias como pretexto ou manobra são uma forma de tirar o me-
lhor dos concorrentes, e isso pode acontecer por ser parte de uma estratégia, como
um truque, como um plano, que pode ter como finalidade, enganar um concorrente.
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Capítulo 1 INTRODUÇÃO À VANTAGEM COMPETITIVA E ESTRATÉGIA
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Vantagem competitiva organizacional
Uma grande contribuição para a Teoria dos Recursos teve origem na Escola
de Design Estratégico, e também leva em consideração os valores endógenos e
exógenos na análise da vantagem competitiva, é a conhecida ferramenta Análise
de SWOT (em inglês, Forças, Fraquezas, Oportunidades e Ameaças). Essa fer-
ramenta permite que sejam realizadas as análises internas (forças e fraquezas) e
externas (oportunidades e ameaças), para a identificação, avaliação, seleção ou
combinação e aplicação de recursos, aumentando a competitividade da firma.
Com a alteração Com a alteração das condições ambientais, mudam também os re-
das condições
cursos essenciais para garantir a sobrevivência e a performance econô-
ambientais,
mudam também os mica diferenciada das firmas. É a antecipação dessas transformações
recursos essenciais nos portfólios de recursos que garante às empresas a possibilidade de
para garantir a continuação da vantagem competitiva.
sobrevivência e
a performance
econômica A fundamentação da Teoria dos Recursos indica que as empre-
diferenciada sas procuram melhorar sua performance econômica, e que a aplicação
das firmas. É a desses recursos é determinante nessa performance.
antecipação dessas
transformações
nos portfólios
de recursos
que garante
às empresas a
2.1.4 Escola Austríaca
possibilidade
de continuação Também conhecida como Escola de Viena, considerada uma das
da vantagem mais importantes correntes da ciência econômica que se estruturou a
competitiva. partir do século XIX. Formada por economistas, como Hayek e Schum-
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Capítulo 1 INTRODUÇÃO À VANTAGEM COMPETITIVA E ESTRATÉGIA
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CONCEITO DESCRIÇÃO
Competências essenciais Competências e atividades mais elevadas, no nível corporativo,
que são chaves para a sobrevivência da empresa e centrais para
sua estratégia.
Competências distintivas Competências e atividades que os clientes reconhecem como
diferenciadores de seus concorrentes e que originam vantagens
competitivas.
Competências Organizacionais Competências e atividades-chave esperadas de cada unidade de
ou das unidades de negócio negócio componente da empresa.
Competências de suporte Atividade que é valiosa por propiciar apoio a um leque de
competências.
Capacidades Dinâmicas Capacidade da empresa em adaptar suas competências ao
longo do tempo, portanto, relacionada aos recursos importantes
para mudanças.
FONTE: Adaptado de Mills et al. (2002, p. 13)
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Capítulo 1 INTRODUÇÃO À VANTAGEM COMPETITIVA E ESTRATÉGIA
por exemplo, pode se tonar muito onerosa, isso pode ocorrer devido às O poder de
especificações técnicas de produção em curso. barganha de novos
fornecedores pode
Porém, as mudanças tecnológicas trazem uma nova relação de po- ser alto pelo valor
que adicionam aos
der, uma vez que novos fornecedores podem introduzir no mercado, ma-
novos produtos
térias-primas menos onerosas, além de introduzirem novas capacidades ou serviços.
que se tornam importantes para a diferenciação dos produtos. Como exemplo,
as alianças
Porter (1986) afirma que o poder de barganha dos fornecedores automotivas, que
em relação aos participantes da indústria está diretamente relacionado são formadas por
grandes fabricantes
às ameaças de aumento de preços ou até mesmo com a diminuição da
mundiais de
qualidade dos insumos fornecidos, podendo ser bens ou serviços. veículos, com a
Google utilizando o
O poder de barganha de novos fornecedores pode ser alto pelo valor sistema Android em
que adicionam aos novos produtos ou serviços. Como exemplo, as alian- seus veículos para
ças automotivas, que são formadas por grandes fabricantes mundiais de acesso a GPS e
demais utilidades.
veículos, com a Google utilizando o sistema Android em seus veículos
para acesso a GPS e demais utilidades.
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Vantagem competitiva organizacional
4 ESCOLAS DA ESTRATÉGIA
Mintzberg (1987), ao pesquisar sobre estratégia, postulou que ela poderia ser
explicada a partir de cinco conceitos principais, conhecidos como “5 Ps”, que são:
PLAN, PLOY, PATTERN, POSITIONS e PERSPECTIVE, ou seja, Plano, Manobra
(Jogo), Padrão Posição e Perspectiva, respectivamente. Quando traduzidos para
o idioma português, o conceito PLOY perde a letra inicial “P”.
● Escola do Design.
● Escola do Planejamento.
● Escola do Posicionamento.
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● Escola Empreendedora.
● Escola Cognitiva.
● Escola do Aprendizado.
● Escola do Poder.
● Escola Cultural.
● Escola Ambiental.
● Escola de Configuração.
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rentes. Essa escola serviu de base e serve de influência para os que percebem a
estratégia como uma atividade direcionada ao estabelecimento de um alinhamen-
to entre a organização e o ambiente.
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Ansoff (1979), em seu livro Corporate Strategy, afirma que mesmo após mais
de 20 anos da tecnologia do planejamento estratégico, muitas empresas não rea-
lizam planejamento a longo prazo. Wilson (1994) apresenta os sete pecados capi-
tais do planejamento estratégico. A saber:
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Capítulo 1 INTRODUÇÃO À VANTAGEM COMPETITIVA E ESTRATÉGIA
Entre os mais antigos escritos está o SUN TZU, escrito por volta de “Subjugar o inimigo
400 a.C., conhecido como Sun Tzu – A arte da guerra (2016), foi influen- sem lutar é o
te na Ásia Oriental. máximo do talento”
(SUN TZU, 2016,
“Subjugar o inimigo sem lutar é o máximo do talento” (SUN TZU, p. 34).
2016, p. 34).
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Capítulo 1 INTRODUÇÃO À VANTAGEM COMPETITIVA E ESTRATÉGIA
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“O mito proporciona A partir dos valores, crenças, mito, simbologia e ideologia, essa
à organização uma escola prevê a estratégia como uma perspectiva única.
base estável para
agir” (MINTZBERG;
“O mito proporciona à organização uma base estável para agir”
AHLSTRAND;
LAMPEL, (MINTZBERG; AHLSTRAND; LAMPEL, 2000, p. 89).
2000, p. 89).
A partir da influência da Antropologia, seguem as premissas dessa
escola:
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Capítulo 1 INTRODUÇÃO À VANTAGEM COMPETITIVA E ESTRATÉGIA
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Vantagem competitiva organizacional
Os autores descrevem isso como uma relação que a estratégia tem com a
mudança, na forma de pensar e agir dentro da organização, e também com o
grau de estabilização que a empresa assume posteriormente à adoção de uma
estratégia. A mudança não deve ser considerada como um ponto negativo, pelo
contrário, a estabilidade deve ser vista como um ponto negativo (MINTZBERG;
AHLSTRAND; LAMPEL, 2000).
Atividades de Estudo:
FORÇA CARACTERÍSTICAS
Ameaça de novos
entrantes
Poder de barganha dos
fornecedores
Poder de barganha dos
clientes
Ameaças de novos
produtos
Rivalidade entre os
concorrentes
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Vantagem competitiva organizacional
5 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Compreender que as organizações estão inseridas em ambientes cada vez
mais competitivos e exigentes e que estes exercem influência e também são in-
fluenciados, faz com que as organizações criem uma postura estratégica, que
possuam meios de utilizar ferramentas para se diferenciar dos seus concorrentes.
Com isso, para que alguma área ou setor tenha sucesso, precisa planejar, elabo-
rar estratégias que resultem no atingimento das metas e objetivos estabelecidos.
REFERÊNCIAS
ANDREWS, K. R. The concept of corporate strategy. Homewood: Dow Jones-
Irwin, 1971.
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Capítulo 1 INTRODUÇÃO À VANTAGEM COMPETITIVA E ESTRATÉGIA
CLAUSEWITZ, C. von. On War. New York: John Wiley & Sons, 1989.
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Vantagem competitiva organizacional
SELZNICK, P. Leadership and administration. New York: Harper & Row, 1957.
WILSON, I. The State of Strategic Planning: what went wrong? What goes right?
Technological forecasting and social Change, n. 37, p. 103-110. Elsevier,
1994.
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C APÍTULO 2
A CADEIA DE VALOR E A VANTAGEM
COMPETITIVA
A partir da perspectiva do saber-fazer, são apresentados os seguintes
objetivos de aprendizagem:
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Capítulo 2 A CADEIA DE VALOR E A VANTAGEM COMPETITIVA
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Administrar uma organização e conduzi-la de forma a passar pelos obstá-
culos e incertezas constantes, rumo ao alcance dos objetivos organizacionais, é
uma tarefa que cada vez mais requer conhecimento de mercado e planejamento.
2 ESTRATÉGIAS COMPETITIVAS
A concorrência é o cerne do sucesso ou do fracasso das organizações, em
que adéquam seus processos e procedimentos na obtenção de um desempenho
superior, se dá a partir das estratégias competitivas. Porter (1989) considera que
o aspecto principal do meio em que a empresa está inserida, é a indústria em que
ela compete, ou seja, a indústria é o espaço, local no qual a empresa está inserida
e precisa desenvolver suas estratégias para concorrer e ter desempenhos supe-
riores em relação às demais empresas.
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Vantagem competitiva organizacional
A forma como as empresas lidam com essas cinco forças de forma coletiva,
determina a habilidade que ela terá em obter alguma vantagem competitiva, ou
seja, as oportunidades dentro da indústria podem gerar vantagens competitivas
que, por sua vez, podem transformar essas vantagens em retorno sobre o inves-
timento superior à média da indústria, reverberando em lucros acima da média.
Porter (1989) afirma que o vigor das cinco forças competitivas varia de in-
dústria para indústria, porque podem se modificar à medida que a indústria evolui,
além disso, apresenta o resultado de que todas as indústrias não se assemelham
do ponto de vista de rentabilidade, uma vez que, em indústrias, as cinco formas
competitivas são favoráveis. Porém, em indústrias em que uma ou outra força
exerce mais pressão, como a siderurgia, borrachas, poucas empresas obtêm re-
tornos atrativos. Isso indica que a rentabilidade da indústria está intimamente liga-
da à estrutura industrial.
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Capítulo 2 A CADEIA DE VALOR E A VANTAGEM COMPETITIVA
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Vantagem competitiva organizacional
Porter (1989) identificou três estratégias genéricas que podem, juntas ou se-
paradas, criar um posicionamento sustentável de longo prazo, ou seja, vantagem
competitiva sustentável. Apesar de a empresa possuir vários e distintos pontos
fortes e fracos em relação aos seus principais concorrentes, há dois tipos básicos
de vantagem competitiva que uma empresa pode ter: liderança em custo e dife-
renciação, que se originam na estrutura da indústria e são o resultado da habili-
dade da organização em lidar com as cinco forças coletivamente melhor do que
seus concorrentes.
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Capítulo 2 A CADEIA DE VALOR E A VANTAGEM COMPETITIVA
Para que isso ocorra é necessário que a organização possua instalações que
permitam economias em escala, no qual a busca pela manutenção dos custos
baixos a partir da experiência, um rigoroso controle de custos e despesas em ge-
ral, faça pouco desenvolvimento em planejamento e desenvolvimento de vendas
e publicidade e propaganda. Além disso, outra forma que pode trazer a liderança
de custo se dá a partir do acesso preferencial ou exclusivo às matérias-primas,
patenteamento de tecnologia, ou outros fatores que induzam à elevação dos cus-
tos dos concorrentes (PORTER, 1989).
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Vantagem competitiva organizacional
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Capítulo 2 A CADEIA DE VALOR E A VANTAGEM COMPETITIVA
Assim, caso ocorra disputa por liderança de custo por diferentes empresas,
poderão ser desastrosas as consequências em relação à rentabilidade em longo
prazo. Essa estratégia coloca a empresa em uma posição vantajosa em compa-
ração aos concorrentes, pois ela protege as cinco forças competitivas, por que
quando ocorre, persuade os demais concorrentes a abandonar suas estratégias.
2.2.2 Diferenciação
A segunda estratégia é a de diferenciação, que consiste na empresa bus-
car ser reconhecida como sendo a única do setor. Procura o reconhecimento dos
seus compradores, dessa forma, obtendo uma percepção de valor maior em re-
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Vantagem competitiva organizacional
lação aos seus concorrentes. Essa estratégia ocorre através de projetos ou ima-
gens da marca, peculiaridades, serviços agregados, sendo o ideal é que ela ocor-
ra ao longo de várias dimensões do negócio (PORTER, 1989).
Optar por essa estratégia pode tornar impossível a obtenção de uma grande
parcela do mercado, pois geralmente está atrelada a um sentimento de exclusivi-
dade, sendo incompatível com a maioria do mercado.
Porter (1989) afirma que a empresa que opta por essa estratégia, deverá
encontrar uma maneira para que seu preço seja superior aos custos de diferen-
ciação, não podendo ignorar sua posição de custo, porque seus preços serão
anulados por uma posição de custos acentuadamente inferior. Assim, busca uma
proximidade de custos em relação aos concorrentes, através da redução de cus-
tos em áreas que não afetam a diferenciação.
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Capítulo 2 A CADEIA DE VALOR E A VANTAGEM COMPETITIVA
Porter (1989, p. 129) afirma que “os compradores não pagarão por valor que
não percebam, não importa qual real ele possa ser. Assim, o valor pedido por uma
empresa refletirá não só no valor de fato apresentado ao seu comprador bem
como até que ponto esse comprador percebe esse valor”.
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Vantagem competitiva organizacional
2.2.3 Enfoque
A terceira estratégia genérica que Porter (1989) apresenta é o enfoque, que
consiste em desenvolver a cadeia de valor para alguns ou apenas um segmento,
dessa forma, alcançando a diferenciação ou a liderança de custo no seu setor de
atuação, ou seja, ela se baseia na escolha de um único ambiente competitivo den-
tro da indústria. Assim, pode abranger mais de um segmento, uma vez que leva
em consideração que a otimização de uma empresa é diminuída com a ampliação
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Capítulo 2 A CADEIA DE VALOR E A VANTAGEM COMPETITIVA
A empresa que optar por essa estratégia, deve selecionar um segmento di-
ferente, que necessita de adaptação da sua estratégia e a sua otimização em
relação a ela, no intuito de obter vantagem competitiva no seu segmento-alvo,
ou seja, a empresa opta em concentrar seus esforços em poucos segmentos do
mercado, ao invés de perseguir todo o mercado. “Se o segmento-alvo de um en-
focador não é diferente de outros segmentos, então a estratégia de enfoque não
terá êxito” (PORTER, 1989, p. 13).
O autor afirma que a estratégia de enfoque possui duas vertentes, que são
o enfoque no custo e na diferenciação, em que ambas se baseiam em diferen-
ças entre os segmentos-alvos, que precisa possuir compradores com necessida-
des incomuns e um sistema de produção e entrega que atenda da melhor forma
(PORTER, 1989). Isso corre devido ao fato de existir segmentos que são atendi-
dos de maneira insatisfatória e também de forma ampla, por empresas que pos-
suem alvos amplos e atendem a diferentes segmentos ao mesmo tempo.
Dessa forma, quem escolhe essa estratégia genérica consegue obter vanta-
gem competitiva se dedicando a um ou a poucos segmentos. Cabe salientar que
essa estratégia, quando escolhida e utilizada de forma estreita, não é suficiente
para que a empresa tenha desempenho acima da média.
Porter (1989) cita quatro maneiras para que novos segmentos surjam de ma-
neira viável para estratégia de enfoque, que são:
● A primeira é que o ajuste sai menos dispendioso, o que quer dizer que
economias de escala decrescentes podem permitir uma estratégia de
enfoque.
● A segunda é que o crescimento do segmento seja suficiente para supe-
rar o custo fixo de atendê-lo.
● Uma terceira razão é a exploração de inter-relações entre empresas para
superar limiares de escala no atendimento do segmento.
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Capítulo 2 A CADEIA DE VALOR E A VANTAGEM COMPETITIVA
A empresa que se encontra no meio termo deve tomar uma decisão estra-
tégica fundamental, decidindo se adota as medidas necessárias para alcançar a
liderança, ou ao menos busca a paridade de custo com as concorrentes, o que
em geral acarreta investimentos pesados para se modernizar, ou ainda busca um
determinado enfoque em que obtenha a supremacia. Apesar de existirem contro-
vérsias a esse respeito, Porter (1986) considera que a empresa que se encontra
nessa situação deve escolher uma estratégia que seja mais adequada as suas
realidades e virtudes e que seja a mais difícil de ser replicada.
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Vantagem competitiva organizacional
Enfoque Reputação da empresa como líder em Ambiente para atrair mão de obra alta-
qualidade ou tecnologia. mente qualificada, cientistas ou pessoas
Tradição na indústria ou combinação criativas.
ímpar de habilidade trazidas de outros Combinação das políticas acima dirigidas
negócios. para a meta estratégica em particular.
Forte cooperação de canais.
Combinação das políticas acima dirigidas
para a meta estratégica em particular.
FONTE: Adaptado de Porter (1989)
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Capítulo 2 A CADEIA DE VALOR E A VANTAGEM COMPETITIVA
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Capítulo 2 A CADEIA DE VALOR E A VANTAGEM COMPETITIVA
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Vantagem competitiva organizacional
3 ANÁLISE INTERNA
A seguir, será apresentada a cadeia de valor de Michael Porter, que é um
modelo que auxilia analisar as atividades específicas da empresa, as quais criam
valor e geram vantagem competitiva.
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Capítulo 2 A CADEIA DE VALOR E A VANTAGEM COMPETITIVA
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Capítulo 2 A CADEIA DE VALOR E A VANTAGEM COMPETITIVA
3.2 COMPETÊNCIAS
No senso comum, competência significa qualidade de quem é capaz de
apreciar e resolver certo algum assunto, fazer determinada coisa; capacidade, ha-
bilidade, aptidão (DICIONÁRIO AURÉLIO, 1997). Competência, conforme França
(1998), era expressão anteriormente utilizada apenas na linguagem jurídica, e ti-
nha o significado de poder ou autoridade para realizar um ato. O senso comum
trata competência como a capacidade de fazer algo, obtendo um resultado espe-
rado.
Wood e Payne (apud FRANÇA, 1998) colocam que nas abordagens elabo-
radas por autores americanos, o termo competence (competência) se refere às
características identificadas nos funcionários de uma determinada empresa, que
apresentam desempenho e resultados excelentes, ou seja, é a determinação de
padrões mínimos de desempenho no trabalho, com ênfase na definição das ati-
vidades e resultados esperados de cada função. Competência é a faculdade de
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Vantagem competitiva organizacional
Como visto, há muita literatura existente que aborda a construção das com-
petências, e como visto, os estudos possuem interesse na aquisição de compe-
tências via mecanismos internos de aprendizagem individual e coletiva (SENGE,
1990). A construção das competências é um processo em que a empresa desen-
volve uma configuração estratégica, buscando alcançar e exercitar os objetivos
estratégicos. Esse processo compreende os objetivos estratégicos já desenvol-
vidos pelos planejadores, em que produzem os outputs, e os objetivos estratégi-
cos futuros e suas perspectivas. Assim, essa construção de competências ocorre
através da combinação efetiva dos fatores tangíveis e intangíveis (PRAHALAD;
HAMEL, 1990).
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Capítulo 2 A CADEIA DE VALOR E A VANTAGEM COMPETITIVA
Lazarus (2002) afirma que essas competências podem ser facilmente perce-
bidas dentro dessas empresas, porém dificilmente imitadas pela concorrência, uma
vez que são constituídas por uma teia complexa de conhecimentos e técnicas.
Prahalad e Hamel (1990) apresentam três testes que podem ser aplicados
para identificar as competências essenciais de uma organização:
71
Vantagem competitiva organizacional
3.3 RECURSOS
Após compreender e identificar as competências essenciais, torna-se neces-
sário definir o conceito de recursos e capacidades. De forma mais ampla, os re-
cursos que uma empresa possui podem ser definidos como todos os ativos, as
capacidades, os processos organizacionais, suas qualidades empresariais, infor-
mações, os conhecimentos que ela possui e controla, podendo desta forma imple-
mentar suas estratégias. Também são considerados como sendo os ativos tangí-
veis e intangíveis da empresa, ou seja, os elementos que participam do processo
produtivo, como os trabalhadores, máquinas e equipamentos, as competências,
as informações entre outros (BARNEY; HERSTERLY, 1996).
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Capítulo 2 A CADEIA DE VALOR E A VANTAGEM COMPETITIVA
poderá dispor a partir dos seus recursos. As empresas devem possuir recursos
e capacidades que possuam maior valor do que seus concorrentes (BESANKO
et al., 2004). Sendo assim, os recursos são os ativos tangíveis e intangíveis dos
quais uma empresa se utiliza para decidir e planejar suas estratégias, podendo
ser divididos em recursos e capacidades.
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Vantagem competitiva organizacional
Para que uma capacidade possa ser considerada dinâmica, Winter (2003)
afirma que a organização deve ter a capacidade de usá-la de forma repetida e
confiável: soluções ad hoc ou talento criativo de pessoas empregadas numa orga-
nização não devem ser consideradas capacidades dinâmicas. Uma organização
que se adapta de forma criativa a uma sucessão de crises, buscando soluções ao
acaso, não está fazendo uso de capacidades dinâmicas. Uma capacidade dinâmi-
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Capítulo 2 A CADEIA DE VALOR E A VANTAGEM COMPETITIVA
ca é “um padrão aprendido e estável de atividade coletiva por meio da qual a or-
ganização sistematicamente gera e modifica suas rotinas operacionais buscando
melhorar sua efetividade” (ZOLLO; WINTER, 2002, p. 340).
Pode-se observar que esses autores afirmam, porém, que nem todas as ca-
pacidades dinâmicas servem às três funções. Existem capacidades dinâmicas
que servem para propósitos diferentes. Helfat et al. (2007) colocam também que
as capacidades dinâmicas suportam duas funções principais com relação à base
de recursos de uma organização: (a) busca, seleção e criação de recursos; e (b)
implantação dos recursos.
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Vantagem competitiva organizacional
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Capítulo 2 A CADEIA DE VALOR E A VANTAGEM COMPETITIVA
4 NOÇÕES DE ATRATIVIDADE E
COMPETITIVIDADE
Nos anos 1970, durante o desenvolvimento de um projeto na General Eletric,
surgiu uma matriz que objetivava realizar a análise do portfólio de produtos ou
negócio, assim como sua participação no mercado. Ficou conhecida como Matriz
GE, também conhecida como Matriz McKinsey. Ela permite que sejam realizados
cinco quadrantes, possibilitando uma análise mais profunda em função do seu
nível de atratividade e competitividade. As figuras 2 e 3 apresentam a matriz e os
quadrantes de análise, respectivamente.
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Vantagem competitiva organizacional
● Força da marca.
● Força da empresa.
● Fidelidade dos clientes.
● Capacidade de inovar.
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Capítulo 2 A CADEIA DE VALOR E A VANTAGEM COMPETITIVA
Isso quer dizer que as unidades dessa área (ou os produtos desta área) são
o motor de crescimento do negócio e por isso devem receber total atenção e a
maior parte dos investimentos.
Neste caso, um produto que esteja alocado neste quadrante deve ser inter-
pretado como algo em que a empresa deverá investir uma parte do seu capital,
com o objetivo de torná-lo, futuramente, um investimento prioritário.
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Vantagem competitiva organizacional
Atividades de Estudo:
5 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Na atualidade, o estabelecimento de uma nova postura empresarial reflete
em todas as áreas das organizações, e elas precisam estar em consonância para
buscar a competitividade. Compreender a cadeia de valor, as estratégias compe-
titivas centrais e genéricas, realizar uma análise interna quanto à cadeia de valor,
recursos, competências, capacidades e também como analisar a atratividade e a
competitividade da empresa no contexto em que ela está inserida, é muito impor-
tante para obter ganhos acima da média.
REFERÊNCIAS
AAKER, D. A. Marcas: Brand Equity: Gerenciando o valor da marca. São Paulo:
Negócio Editora, 1998.
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Capítulo 2 A CADEIA DE VALOR E A VANTAGEM COMPETITIVA
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Vantagem competitiva organizacional
PENROSE, E. The Theory of Growth of the Firm. Wiley: New York, 1959.
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Capítulo 2 A CADEIA DE VALOR E A VANTAGEM COMPETITIVA
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Vantagem competitiva organizacional
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C APÍTULO 3
SUSTENTABILIDADE ORGANIZACIONAL
A partir da perspectiva do saber-fazer, são apresentados os seguintes
objetivos de aprendizagem:
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Capítulo 3 SUSTENTABILIDADE ORGANIZACIONAL
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Os problemas sociais e ambientais causados pelo crescimento econômico
dos países e das organizações, trouxeram consigo a necessidade das empresas,
governos e sociedade em geral, refletirem a respeito do papel de cada um na
resolução desses problemas. Nesse contexto, as exigências mercadológicas im-
postas exigem que as organizações repensem suas estratégias para a obtenção
de vantagem competitiva, eficiência operacional, entre outros, de forma que as
decisões sejam assertivas e que influenciem a sustentabilidade empresarial.
2 VANTAGEM COMPETITIVA
ORGANZIACIONAL X
SUSTENTABILIDADE
ORGANIZACIONAL
Nos últimos tempos, devido aos impactos sociais e ecológicos causados pela
globalização, as empresas perceberam que pensar as questões ambientais se
torna cada dia mais importante, pois em um futuro próximo, todo empreendedor
de sucesso precisará ter isso em mente para poder conduzir seus negócios rumo
ao sucesso, uma vez que esse tema está difundido globalmente, sendo importan-
te oferecer melhor qualidade de vida às gerações que ainda estão por vir.
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Capítulo 3 SUSTENTABILIDADE ORGANIZACIONAL
A evolução das discussões sobre a VBR, com vistas à compreensão dos me-
canismos de obtenção de vantagem competitiva sustentável avançou com os con-
ceitos sobre capacidades e competências. Prahalad e Hamel (1990) contribuíram
para essa evolução quando propuseram o conceito de “competências essenciais”.
De acordo com os autores, as competências essenciais decorrem da soma do
aprendizado organizacional quando se refere à mobilização das diversas habili-
dades de produção e integração de diferentes tecnologias. Os autores discorrem
que as competências essenciais devem apresentar três atributos:
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Capítulo 3 SUSTENTABILIDADE ORGANIZACIONAL
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Esse modelo serviu de base teórica para diversos estudos, dentre eles, o da
estrutura, conduta e desempenho (ECD), que analisa as estruturas de mercado
(custos, concorrência, barreiras de entrada, integração vertical, dentre outros) e
a influência destas sobre a conduta dos compradores (clientes) e dos vendedo-
res (empresas), além dos reflexos no desempenho da indústria. Scherer e Ross
(1990) afirmam que o sentido da causalidade (ECD – conduta e desempenho)
nem sempre é unidirecional, muitas vezes, o desempenho pode levar a mudanças
na conduta, como também a conduta desencadear mudanças na estrutura. Esse
modelo foi adaptado por Porter (1979), momento que foi criado o modelo das cin-
co forças competitivas.
3 ARQUITETURA DE COMPETÊNCIAS
E OS IMPACTOS NA VANTAGEM
COMPETITIVA ORGANIZACIONAL
Expandidos os estudos sobre a VBR, Prahalad e Hamel (2005) desenvolve-
ram o conceito de “arquitetura estratégica”, que considera a elaboração de uma
planta para a construção de competências essenciais, que segundo os autores,
se difere da estratégia. A estratégia afeta a estrutura, e a estrutura é importante
para a execução da estratégia (HREBINIAK, 2006).
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4 APRENDIZAGEM
ORGANIZACIONAL COMO
VANTAGEM COMPETITIVA
Para compreendermos a aprendizagem organizacional, três categorias analí-
ticas são centrais a atingir esse objetivo: competências essenciais, competências
organizacionais e aprendizagem organizacional. Com base nesses pressupostos,
serão abordados os conceitos e suas possibilidades de interação.
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5) Reexame de competências
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4.2 COMPETÊNCIAS
ORGANIZACIONAIS
O conceito de competência organizacional tem origem na evolução da teoria
da Visão Baseada em Recursos (VBR). Barney (2001) afirma que essa aborda-
gem é considerada como consistente para determinar vantagem competitiva entre
as organizações. Segundo a VBR, a articulação dos recursos tangíveis e intangí-
veis é que constrói a competência, sendo ela um recurso, é algo que a organiza-
ção possui e acessa, mesmo que temporariamente. Barney e Hesserly (1996) dis-
correm que alguns recursos podem ser difíceis de serem imitados ou substituídos.
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Capítulo 3 SUSTENTABILIDADE ORGANIZACIONAL
Autores como Teece, Pisano e Shuen (1997) propuseram enfoque das capa-
cidades dinâmicas, também chamada de dynamic capabilities, que discorre sobre
a habilidade da empresa em integrar, construir e reconfigurar competências ex-
ternas e internas na busca pela vantagem competitiva. Sanchez, Heene e Tho-
mas (1996) e Sanchez (2001) estudaram a dinâmica da competição baseada nas
competências, que se dá quando da manutenção, construção ou a alavancagem
de competências. A manutenção se refere quando os ativos e capacidades exis-
tentes da organização se mantêm em estado de efetividade para que possam ser
utilizadas nas ações atuais da empresa; a construção é o processo pelo qual a
organização cria ou adquire mudanças qualitativas nos ativos ou nas capacidades
da empresa; e a alavancagem se refere à aplicação das competências existentes
em novas oportunidades de mercado que requerem mudança qualitativa nos ati-
vos ou nas capacidades da firma. Cabe salientar que o desenvolvimento das com-
petências resulta da aprendizagem coletiva da empresa (PRAHALAD; HAMEL,
1990), ou seja, é um processo de aprendizagem (WEICK, 1991).
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Com tudo isso, percebe-se que o sucesso das empresas não depende exclu-
sivamente do quanto elas conhecem do ambiente externo, mas da maneira pela
qual a empresa utiliza e alavanca seus recursos internos para antever e satisfazer
às necessidades dos clientes e do mercado.
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4.3 APRENDIZAGEM
ORGANIZACIONAL
Prange (2001) sistematiza um conjunto de questões básicas pertinentes à
construção da teoria de aprendizagem organizacional. Cabe refletir sobre a de-
finição desse fenômeno: “o que significa aprendizagem organizacional?”, “quem
aprende (quem é o sujeito da aprendizagem)?”, “o que se aprende (o conteúdo
que e aprendido)?”, “quando ocorre a aprendizagem (o que motiva a aprender)?”,
“que resultados a aprendizagem provoca (qual a eficiência e a efetividade da
aprendizagem)?”, e “como a aprendizagem ocorre)?”.
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5 TEORIA INSTITUCIONAL
Para compreender o processo de aprendizagem organizacional, a partir de
um processo que precisa ser institucionalizado, torna-se relevante adentrar na te-
oria, pois dessa forma é possível perceber a importância dos atos institucionaliza-
dos para que a mudança ocorra em alto grau.
A Teoria Institucional nas organizações teve seu início com textos clássicos
publicados por Meyer e Rowan (1977), em que houve uma proliferação do uso
da mesma. Para estes autores, os fatores culturais são fundamentais para o pro-
cesso de mudança, não sendo única e exclusivamente as características técnicas
como as responsáveis por estes processos, mas a junção de fatores institucio-
nais, com destaque para a legitimidade (MEYER; ROWAN, 1977).
Para Scott (1987), a Teoria Institucional foi conceituada ao longo dos anos de
diversas maneiras, e com grandes diferenças entre elas. Ele explica que o início
dos estudos da teoria institucional requer o conhecimento não só de uma, mas de
várias variáveis que a influenciam. Há algumas vertentes mais bem definidas nas
suas características, enquanto outras são menos claras. Apesar de haver uma
semelhança entre essas abordagens, não se tem concordância nos detalhes.
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alidade social. Com isso, define os atos institucionalizados como sendo objetivos
e exteriores. São objetivos quando há repetição contínua por outros atores sem
mudar a compreensão comum, e exteriores quando a compreensão subjetiva é
reconstruída como entendimento intersubjetivo, ou seja, são vistos como parte do
mundo externo.
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Zucker (1987) conclui suas pesquisas identificando que quanto maior o grau
de institucionalização, maior a padronização dos entendimentos culturais, maior a
manutenção sem controle social direto e maior a resistência à mudança por influ-
ência pessoal. Os elementos institucionais são facilmente transmitidos aos recém-
-chegados e são mantidos por longos períodos de tempo e altamente resistentes
à mudança. Esse processo gera estabilidade e aumenta sua eficácia quando vin-
culada a objetivos da organização. Zucker (1987) resume os elementos institu-
cionais com três definições: 1) os elementos institucionais surgem principalmente
de pequenos grupos ou processos em nível de organização; 2) estruturação e
processos organizacionais formalizados tendem a ser altamente institucionaliza-
dos e fonte de novas institucionalizações; e 3) a institucionalização aumenta a
estabilidade, criando rotinas que melhoram o desempenho organizacional, exceto
quando alternativas mais eficientes são ignoradas.
6 GESTÃO DO CONHECIMENTO
Para complementar os conhecimentos sobre aprendizagem organizacional
se faz necessário discutir sobre a gestão do conhecimento. O conceito de gestão
do conhecimento surgiu em 1990, e para compreendê-lo se faz necessário abor-
dar os conceitos de dado, informação e conhecimento.
Dado pode ter significados distintos, dependendo do contexto que está sen-
do utilizado. Para uma empresa, um dado é um registro estruturado de transa-
ções. De forma genérica, significa um “conjunto de fatos distintos e objetivos”,
normalmente relativos a eventos. É conhecido por ser uma informação bruta, sem
descrição exata de algo ou de algum evento. Os dados não possuem relevância,
propósitos e significado, mas são importantes, uma vez que compõem a base
para a criação de uma informação, ou seja, um dado pode não ter significado,
mas vários dados podem gerar uma informação (DAVENPORT; PRUSAK, 1998).
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Atividades de Estudo:
7 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Os tempos mudaram, a previsibilidade perdeu espaço para imprevisibilidade.
A sociedade, em geral, modificou a forma de se relacionar com o mundo corpora-
tivo. A forma de consumir mudou, o acesso rápido e fácil a informações permitiu
que os consumidores se tornassem mais exigentes quanto a preço, qualidade,
acesso e inovação. Fenômenos econômicos e sociais globais são responsáveis
pela reestruturação do ambiente organizacional e do modo de vida dos indivíduos.
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É nesse contexto que este livro procurou abarcar os temas que permitam,
a você, desenvolver conhecimentos rumo à compreensão das estratégias orga-
nizacionais e às possíveis adaptações às mudanças do mercado. Sendo assim,
o “saber muito” sobre alguma coisa não proporciona mais poder de competição,
mas conhecer um pouco sobre cada tema relacionado ao assunto, permite mais
poder de competição.
REFERÊNCIAS
ANTONELLO, C. S. A metamorfose da aprendizagem organizacional: uma
revisão crítica. In: R. Ruas; C. S.; Antonello; L. H. Boff (Orgs.). Aprendizagem
organizacional e competências. Porto Alegre: Bookman, 2005 p. 12-33.
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