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A vinda dos árabes para a Península ocasionou a quebra da unidade estadual que o
Reino Visigótico tinha conseguido.
O direito muçulmano oferece, pois, carácter muito especial: as normas jurídicas são
exactamente, como os preceitos morais e religiosos, ditados por Deus, fruto da
vontade de Alá manifestada na revelação de Maomé.
Convém, entretanto, salientar dois aspectos: por um lado, que o direito dos
Muçulmanos,
quando estes chegaram à Península, se encontrava numa fase de formação, que
ainda leva tempo para consumar-se de modo definitivo; por outro lado, sendo um
direito confessional, a criação do direito não oferece autonomia substancial
relativamente à revelação divina.
Foi esse o estatuto adquirido pela maioria dos hispano-godos, de que apenas uma
parte mudou de religião – os chamados muladis. Converteram-se ao Islamismo,
sobretudo, pessoas de classe servil, a quem o Alcorão garantia a liberdade no caso de
aceitarem a religião muçulmana. Aos que mantiveram a fé cristã é dado o nome de
moçárabes.
Na verdade, os Muçulmanos só em períodos excepcionais, de grande agitação,
moveram perseguições à população cristã peninsular. Ordinariamente, seguiram o
caminho da tolerância religiosa.
Mas a situação dos moçárabes variava, consoante a sua submissão resultasse de
acordos de capitulação, que levavam a uma dependência absoluta, ou de tratados de
paz, que conferiam certa autonomia político-administrativa.