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NOSSA HISTÓRIA
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Sumário
NOSSA HISTÓRIA ...................................................................................................... 2
INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 4
O ENVELHECIMENTO CORTICAL E A REORGANIZAÇÃO NEURAL APÓS O
ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO (AVE): IMPLICAÇÕES PARA A
REABILITAÇÃO ......................................................................................................... 9
ABORDAGENS NEURODESENVOLVIMENTAIS DE REABILITAÇÃO MOTORA
...................................................................................... Erro! Indicador não definido.
FISIOTERAPIA EM PACIENTES CRÍTICOS ADULTOS: RECOMENDAÇÕES DO
DEPARTAMENTO DE FISIOTERAPIA DA ASSOCIAÇÃO DE MEDICINA
INTENSIVA BRASILEIRA ....................................................................................... 24
TERAPIA DE EXPANSÃO PULMONAR .................... Erro! Indicador não definido.
DISFUNÇÃO NEUROMUSCULAR, TREINAMENTO MUSCULAR E
MOBILIZAÇÃO PRECOCE ......................................... Erro! Indicador não definido.
REFERÊNCIAS ............................................................ Erro! Indicador não definido.
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INTRODUÇÃO
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No SNC, lesões isquêmica e traumática, frequentemente, resultam em déficit
funcional significativo, maior parte do qual pode ser atribuído à disfunção da
substância branca ao invés de disfunção da substância cinzenta.
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Além de seus efeitos deletérios diretos, a ativação destas enzimas pode contri-
buir para a formação de radicais livres, tais como o peroxinitrito e hidroxilas - que
são substâncias extremamente lesivas.
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O conhecimento dos mecanismos envolvidos nesse processo é de fundamental
importância para o desenvolvimento de futuras abordagens terapêuticas para
doenças neurológicas humanas.
No nervo óptico, 60 minutos de anóxia são suficientes para induzir perda de mi-
crotúbulos e neurofilamentos, componentes importantes do citoesqueleto axo-
nal.
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Nessas condições experimentais, existem fortes evidências que alterações me-
tabólicas com subsequentes eventos excito tóxicos e/ou inflamatórios são res-
ponsáveis pela lesão da substância branca.
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O ENVELHECIMENTO CORTICAL E A REORGANIZAÇÃO NEURAL APÓS
O ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO (AVE): IMPLICAÇÕES PARA A
REABILITAÇÃO
A realização das atividades de vida diária (AVDs) com apenas um membro su-
perior pode ser uma maneira limitada de desempenho das atividades, resultando
em síndromes do uso excessivo, quadros álgicos e frustrações.
A nível central, estudos clínicos indicam que as modificações nas redes neurais
seriam uso-dependentes, sugerindo que algumas técnicas direcionadas às com-
pensações poderiam inibir o processo de recuperação.
Portanto, parece não haver base científica para a troca de lateralidade exclusi-
vamente pelo critério de idade do paciente, conduta adotada em alguns progra-
mas de reabilitação.
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O equívoco de que a plasticidade neural seria uma propriedade exclusiva dos
cérebros jovens distancia-se da afirmação de Pascual-Leone e seus colabora-
dores. Para esses pesquisadores, a reorganização neural é uma propriedade do
SNC que está presente no curso de vida e ocorre independentemente de lesão.
Em 1955, Brody, citado por Wong, concluiu que 50% dos neurônios são perdidos
em decorrência do envelhecimento e, desde então, essa perda tem sido apon-
tada como o principal fator relacionado à idade para explicar a diminuição do
córtex cerebral.
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Embora a característica mais relevante do cérebro que está envelhecendo seja
a diminuição, as descobertas recentes de que não ocorre perda extensiva de
neurônios corticais em decorrência da idade em humanos enfraqueceram a pre-
missa da perda neuronal no envelhecimento.
Intrigados com essa questão, alguns pesquisadores têm buscado encontrar ex-
plicação alternativa para a diminuição do córtex cerebral examinando outros
componentes do sistema nervoso central (SNC).
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mente estável no córtex cerebral velho, a redução significativa de conexões in-
terneuronais no cérebro seria resultante da perda de estruturas pré e pós-sináp-
ticas.
Para esses pesquisadores, "não deveríamos pensar no cérebro como uma es-
trutura estática que seria capaz de ativar uma cascata de mudanças que chama-
mos de plasticidade, nem como uma sequência ordenada de eventos decorren-
tes da plasticidade". O sistema nervoso modifica-se continuamente, sendo a
plasticidade uma consequência obrigatória de cada input sensorial e de cada
atividade motora.
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Dependendo das circunstâncias, a reorganização neural pode provocar mudan-
ças cujas manifestações poderiam ser classificadas de três formas:
Hemiparesia
(2) 38,5% para lesões corticais ou mistas (corticais e subcorticais) não afetando
a cápsula interna;
(3) 3,6% para lesões com envolvimento da cápsula interna e a coroa radiada
adjacente, gânglio basal ou tálamo.
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O controle dos movimentos do corpo no lado contralateral à lesão atravessa es-
tágios de recuperação das funções motoras e sensoriais que podem ser eficien-
tes ou não.
Além disso, 60% dos indivíduos que sofrem AVE ficam com disfunção motora
que se torna um déficit "permanente" um ano após a lesão.
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Jones e Pons explicam que, após a lesão, ocorrem modificações em diferentes
regiões do SNC que podem ser decorrentes dos seguintes fatores: interrupção
da aferência aos neurônios, modificações sinápticas atividade-dependente, mu-
danças na excitabilidade das membranas, formação de novas conexões e libe-
ração de conexões já existentes.
Esses circuitos paralelos podem ter origem na área motora primária contralateral
não lesada, nas áreas bilaterais pré-motoras, nas áreas motoras suplementares
bilaterais, nas áreas somato-sensorias bilaterais, no cerebelo, no gânglio basal
e em outras regiões.
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íntegras que resultariam em disfunção temporária do processamento neural se-
guida da recuperação de algumas funções nos estágios iniciais após a lesão.
(1) regeneração dos axônios dos neurônios lesados que fariam o processo de
reinervação das áreas denervadas;
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. Alteração da estratégia comportamental: Seria a substituição da estratégia uti-
lizada para o alcance da meta motora, podendo envolver o uso de informações
sensoriais diferentes para orientação do movimento ou, ainda, substituições fun-
cionais nas quais os movimentos recuperados teriam sido realizados de maneira
diferente dos movimentos comprometidos.
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ABORDAGENS NEURODESENVOLVIMENTAIS DE REABILITAÇÃO MO-
TORA
(3) Estímulos sensoriais periféricos podem ser usados pelo terapeuta para
inibir reflexos inapropriados e facilitar padrões de movimentos adequa-
dos;
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Essa abordagem utiliza estimulação cutânea do tipo mecânica (escovação) ou
térmica (crioterapia) para potencializar a atividade receptora de alongamento.
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adquirido em um estágio posterior, indicaria que há possibilidade de modificá-las
e de combinar movimentos simples com complexidade crescente que se afastam
dos padrões estereotipados.
As técnicas Bobath incentivam o uso dos dois lados do corpo e a meta seria a
inibição dos padrões motores patológicos e reaprendizagem dos movimentos
apropriados.
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(3) prática do controle motor com recrutamento do número correto de unidades
motoras para a atividade específica que está sendo praticada;
(5) ênfase nas funções cognitivas nos estágios iniciais da reaprendizagem pro-
gredindo em direção à aquisição da habilidade.
Essa abordagem foi proposta por Mathiowetz e Haugen sob a premissa de que
o SNC é organizado de maneira heterárquica, ou seja, não há centros superiores
ou inferiores, mas estruturas organizadas que funcionam em "paralelo".
(3) o tipo de intervenção não seria indicado para indivíduos com distúrbios cog-
nitivos porque requer habilidade acentuada de solução de problemas.
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Constraint-induced movement therapy (CIMT)
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Dois estudos demonstraram ganhos de movimentos ativos no membro superior
parético em pacientes que participaram de programas de reabilitação com ên-
fase na coordenação bimanual.
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ser a proteção dos tratos de substância branca do SNC humano que podem
degenerar durante doenças, incluindo trauma cerebral e medular e acidente vas-
cular encefálico.
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A fisioterapia é uma ciência capaz de promover a recuperação e preservação da
funcionalidade, podendo minimizar estas complicações. Para nortear as condu-
tas fisioterapêuticas nas unidades de terapia intensiva, um grupo de especialis-
tas reunidos pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB), desenvol-
veu recomendações mínimas aplicáveis à realidade brasileira. Prevenção e tra-
tamento de atelectasias, condições respiratórias relacionadas à remoção de se-
creção e condições relacionadas a falta de condicionamento físico e declínio fun-
cional foram as três áreas discutidas.
Entretanto, devem ser encaradas como instrumento de auxílio nas decisões, po-
dendo sofrer alterações advindas da experiência adquirida na aplicação da prá-
tica diária. Em resumo, as recomendações devem proporcionar uma melhoria
real no atendimento ao paciente, auxiliando nas decisões, contemplando a au-
tonomia e permitindo a avaliação crítica por quem as utiliza.
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intubados sob ventilação mecânica (VM) e em diversos tipos de pós-operatórios,
principalmente de cirurgias torácicas e abdominais.
Desta forma, pacientes em ventilação espontânea (VE) ou sob VM, por ação dos
músculos respiratórios ou utilização de dispositivos ou equipamentos que gerem
pressões positivas intra-alveolares, podem se beneficiar dos efeitos positivos da
expansão pulmonar.
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Estudos controlados e randomizados verificaram que os exercícios respiratórios
e a espirometria de incentivo apresentam os mesmos resultados na prevenção
de complicações pulmonares em pacientes no pós-operatório de cirurgias abdo-
minais.
O uso de dispositivos e equipamentos que gerem pressão positiva nas vias aé-
reas tem indicação para aumento do volume inspiratório (hiperinsuflação ma-
nual, respiração por pressão positiva intermitente (RPPI) e hiperinsuflação com
o ventilador) e aumento da capacidade residual funcional (pressão de via aérea
positiva contínua, continuous positive airway pressure - (CPAP), pressão de via
área expiratória positiva expiratory positive airway pressure (EPAP) e pressão
expiratória positiva (positive expiratory pressure (PEP)), em pacientes não coo-
perativos e cooperativos com CVF inferior a 20 ml/kg.
O uso clínico da RPPI foi descrito pela primeira vez por Motley em 1947, sendo
seus objetivos principais o aumento do volume corrente e consequentemente
aumento do volume-minuto, otimizando as trocas gasosas.
É uma técnica que pode ser utilizada para pacientes intubados e não-intubados
e consiste na aplicação de pressão positiva nas vias aéreas durante a fase ins-
piratória. Pode ser realizada com ventiladores ciclados a volume, pressão, tempo
e fluxo ou com hiperinsuflador manual (ambú).
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expiratory end pressure - PEEP) produzida promove aumento dos volumes pul-
monares e recrutamento alveolar.
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tempo de exposição a fatores etiológicos para fraqueza neuromuscular com im-
pacto direto na função física e qualidade de vida após a alta hospitalar.
Sob VM quando estes estão sedados e inábeis para cooperar com os testes de
avaliação. A fraqueza muscular apresenta-se de forma difusa e simétrica, aco-
metendo a musculatura esquelética periférica e respiratória, com variável envol-
vimento dos reflexos tendinosos profundos e da inervação sensorial.
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Realizar diagnóstico do estado funcional prévio ao internamento em UTI é de
fundamental importância para o direcionamento do plano fisioterapêutico, asso-
ciado à história do doente crítico.
Além do imobilismo, que causa atrofia muscular por desuso, a fraqueza muscular
adquirida na UTI, pode ser causada pela miopatia ou polineuropatia do doente
crítico.
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A fisioterapia no paciente criticamente enfermo tem exigido cada vez mais com
que o fisioterapeuta forneça provas do seu papel no manejo do paciente crítico.
Ela é vista como uma parte integrante da equipe multidisciplinar na maioria das
UTIs, porém necessita demonstrar boa relação custo benefício, sendo necessá-
rio para isto um maior número de ensaios clínicos aleatorizados.
Todos esses procedimentos aqui descritos são atos que devem ser exclusiva-
mente exercidos e praticados por fisioterapeutas qualificados.
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Ao invés do tratamento padronizado, abordagens em condições variadas, podem
ser extraídas de princípios da prática, que podem orientar a avaliação do fisiote-
rapeuta, avaliação e prescrição das intervenções e suas frequentes modifica-
ções para cada paciente na UTI.
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