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ARQUIVOLOGIA

AULA 00

1. CONCEITO/ORIGEM
1.1. Arché: Grego, palácio dos magistrados
1.2. Archeion: Grego, local de guarda e depósito de documentos
1.3. Archivum: Latim, depósito de títulos e documentos.
1.4. Os arquivos nacionais propriamente ditos têm sua origem na França, em 1790, em meados da Revolução
Francesa. A França é responsável por criar a chamada declaração dos direitos da arquivística, garantindo a
administração dos arquivos pelo Governo, bem como o acesso público. À época, foram criados para registrar os
novos direitos oriundos da queda do regime.
1.5. Na Inglaterra, Public Office Records foi criado por razões de ordem prática, em 1838. O órgão mantém
independência e não está subordinado a qualquer ministério.
1.6. Nos Estados Unidos, o Arquivo Nacional foi criado quase 100 anos após o Arquivo Inglês, precisamente em 1934.
1.7. Razões Práticas dizem respeito à necessidade de ampliar a eficiência governamental, já que com o tempo a
tendência é que os documentos passem a ser acumulados de forma desorganizada e se percam.
1.8. Razões Culturais: dizem respeito à característica do arquivo de ser fonte de cultura comparável à livros (foi uma
das preocupações dos ingleses e dos norte-americanos.
1.9. Razões Pessoais: estão presentes especialmente na Revolução Francesa. Os interesses pessoais reforçam essa
iniciativa. Naquela época, havia preocupação em extinguir os registros de direitos anteriores e registrar os novos.
1.10. Razões Oficiais: não se confundem com as razões práticas. Naquela, está presente a necessidade de
organização. Nesta, está presente a necessidade do Governo de ter os arquivos como principal fonte de informação
de suas atividades.
1.11 No Brasil, o Arquivo Nacional está submetido ao Ministério da Justiça e Segurança Pública. A discussão acerca
do estabelecimento de terminologias arquivísticas ocorre no Brasil desde a década de 70, quando a Associação dos
Arquivistas Brasileiros, por meio do CTA – Comitê Especial de Terminologia Arquivística criou um pequeno
vocabulário. Posteriormente, o DTA surge no âmbito do ARQUIVO NACIONAL.

2.CARACTERÍSTICA DO ARQUIVO ENQUANTO DOCUMENTO:


2.1. Organicamente produzido e acumulado.
2.2. Produzido de acordo e em função das atividades da entidade.
2.3. Independem do SUPORTE.
2.4. São conservados para efeitos futuros, legais e culturais.

3. PRINCÍPIOS DA ARQUIVOLOGIA
3.1. Princípio da Proveniência: extremamente importante, também conhecido como Método Histórico ou Princípio
do Respeito aos Fundos. Afirma que os arquivos devem ser armazenados respeitando sua proveniência, ou seja, sua
fonte de produção, entidade de origem. Dessa forma, o arquivo acaba estabelecendo uma identidade com seu
próprio PRODUTOR. Assim, o arquivo não deve ser misturado com outros fundos, ou seja, com arquivos de outras
entidades, mantendo a individualidade dentro do seu contexto orgânico de produção.
3.1.1. Em um fundo ABERTO, novos arquivos podem ser adicionados. Em um fundo FECHADO, novos arquivos não
podem ser adicionados, SALVO se produzidos anteriormente ao fechamento do fundo.
3.1.2. O princípio está intimamente relacionado com o PRINCÍPIO DA ORDEM ORIGINAL.
3.1.2.1. Ordem original se divide em ordem material e ordem intelectual.
3.1.2.1.1. Ordem material é a sequência física.
3.1.2.1.2. Ordem intelectual é a sequência lógica de produção, relacionada às funções.
3.1.3. O princípio da AUTENTICIDADE (que se difere de autenticação), garante que o documento não sofreu qualquer
alteração em relação a forma, assim, se relaciona com a proveniência, pois é capaz de atestar de onde veio, como foi
guardado, etc. É autêntico o documento que preenche todas as características capazes de comprovar sua
proveniência, independente de sua VERACIDADE. Confere legitimidade a um documento.
3.1.4. Há, ainda, o princípio da VERACIDADE OU CONFIABILIDADE, que se relaciona ao conteúdo do documento e
atesta sua capacidade de servir como prova.
*CESPE: Princípio da ORDEM ORIGINAL é utilizado para definir a divisão de fundos definidos pelo princípio da
proveniência.
*CESPE: O princípio da proveniência, em seus dois graus, é o ponto de partida para a classificação de documentos
de arquivo.
*PRIMEIRO GRAU diz respeito a isolar e circunscrever a entidade que possui o fundo de arquivo. O segundo
objetiva o respeito ou a reconstituição interna.
*CESPE: o estabelecimento de fundos seja uma operação típica do arquivo permanente, portanto aplicada a
documentos de terceira idade"
*CESPE: ARRANJO RESPEITA O PRINCÍPIO DA PROVENIÊNCIA.
3.2. Princípio da Organicidade: cuidado para não confundir com o princípio da proveniência. Se no primeiro
estabelece-se uma identidade entre o documento e o produtor, neste o arquivo passa a espelhar a estrutura, as
funções e as atividades da entidade produtora em suas relações externas e internas. Veja, o arquivo é produzido no
decorrer da prática de atos da entidade, no exercício de suas funções. Consequentemente, ao analisar um conjunto
de arquivos, passa-se a entender como uma entidade se comporta, com quem se relaciona, quais suas funções, isso
é a organicidade.
3.3. Princípio da Unicidade: muito importante e muito cobrado. Por esse princípio, o documento conserva a sua
INDIVIDUALIDADE, seu caráter único, no seu contexto de produção. Por exemplo, a Certidão de Nascimento, emitida
após o parto, é um documento único naquele contexto. Se, posteriormente, os pais da criança perdem essa certidão
e solicitam uma segunda via, essa segunda via não “substitui” primeira via, na realidade, trata-se de novo
documento, produzido em outro contexto, que também conserva unicidade. O mesmo pode ser dito acerca de
originais, cópias e cópias carbonadas que acompanham um laudo, todos conservam unicidade.
3.4. Princípio da Indivisibilidade ou Integridade: resumidamente, o arquivo é indivisível. O fundo deve ser preservado
sem dispersão, mutilação, alienação, adição ou outras ações não autorizadas.
3.5. Princípio da Cumulatividade: pode ser confundido com o princípio da organicidade. Já que afirma que o arquivo
é produzido de forma natural, progressiva, orgânica, no decorrer das atividades da entidade. É diferente de
documentos de uma biblioteca, que são adquiridos através de compras, de forma artificial.
3.6. princípio da Reversibilidade: os procedimento ou tratamentos adotados em um fundo, PODEM SER REVERTIDOS,
se necessário.
3.7. Princípio da Ordem Original: também conhecido como Ordem Primitiva ou Santidade da Ordem Original, afirma
que o arquivo deve conservar o arranjo dado pela entidade produtora, conservando respeitando sua ORDEM.
3.7.1. Se relaciona com o princípio da proveniência, mas enquanto este EXTERNO, o princípio da ordem original é
INTERNO.
3.8. Inalienabilidade e Imprescritibilidade: Se aplica primordialmente aos arquivos públicos, proibindo a
transferência para terceiros e afirmando que os direitos sobre os arquivos não prescrevem. No caso de arquivos
privados reconhecidos como de interesse público, até pode haver alienação, desde que CONSERVADA A
INDIVISIBILIDADE e não sejam enviados para outro país.
*proprietário/detentor de arquivo privado de interesse público e social deverá comunicar previamente ao
CONARQ a transferência do local de guarda do arquivo ou de quaisquer de seus documentos.
3.9. Princípio da Proveniência Territorial: fundo deve ser sempre mantido no local mais próximo da entidade
produtora, do seu local de produção. Os documentos militares e diplomáticos NÃO OBEDECEM A ESSE PRINCÍPIO,
pois muitas vezes são produzidos em território FICTO.
3.10. Há o conceito de território FÍSICO, que é o que define o princípio e o de território FICTO. é aquele que, pelas
regras e princípios do direito internacional, é aceito como parte integrante de uma nação. Assim, tal qual um navio
brasileiro em porto estrangeiro pertence ao Brasil, os documentos produzidos em relações diplomáticas também a
eles pertencem, devido às regras e princípios do direito internacional.
*CESPE: os documentos produzidos por representações diplomáticas devem permanecer em seu território ficto.
Ora, embora com outras palavras, é justamente isso que a questão nos quer dizer, ou seja, que se um documento
é produzido por uma unidade diplomática no exterior, esse documento não deve permanecer no território físico
no qual foi produzido, mas, sim, no ficto, quer dizer, no Brasil. Assim como aqueles produzidos em guerra, que,
logicamente, não permanecerão no campo de batalha, mas no território ficto.
3.10. Princípio da Pertinência Territorial: o fundo deve ser mantido no local pertinente ao seu assunto. Assim,
documento oriundo da SESACRE que trate de servidor público da Secretaria de Saúde do Paraná, deveria ficar no
Paraná.
3.11. Princípio da Pertinência Temática: não é mais aplicado, mas afirma que o documento deveria ser reclassificado
conforme seu assunto, ignorando a proveniência e a ordem original.
*CESPE confirmou que esse princípio não é mais paradigma.

4. NATUREZA E CLASSIFICAÇÃO DE DOCUMENTOS COMO ARQUIVOS


4.1. A natureza do arquivo leva em consideração fatores concretos e abstratos para classificar se um documento é
ou não um arquivo, e se divide em fatores concretos ou abstratos, tangíveis ou intangíveis.
4.2. Fatores concretos: não são mais utilizados para a classificação de um arquivo. Antigamente, levava-se em
consideração apenas a forma, a fonte de produção e o local de sua conservação. Logo, qualquer documento poderia
ser considerado um arquivo.
4.3. Fatores abstratos ou elementos intangíveis: é a classificação adotada para classificar um arquivo. Nesse caso,
leva em consideração o valor que um documento pode ter, dividindo-se em primário e secundário. Nesse sentido, se
subdivide em VALOR PRIMÁRIO E VALOR SECUNDÁRIO.
4.3.1. É atribuído valor primário a um documento em função do interesse que possa ter para a ENTIDADE
PRODUTORA, levando em conta sua utilidade para fins ADMINISTRATIVOS, LEGAIS E FISCAIS.
4.3.1.1. VALOR PROBATÓRIO. É intrínseco ao documento e diz respeito a sua capacidade de servir de prova legal.
Nesse sentido, o VALOR LEGAL diz respeito ao valor que o documento possui perante a lei de comprovar fato ou
constituir direito.
4.3.1.2. VALOR FISCAL é o valor que um documento possui de provar operações financeiras.
4.3.1.3. VALOR ADMINISTRATIVO é o valor que o documento possui para a entidade produtora na medida que
informa, fundamenta e prova seus atos.
4.3.2. É atribuído valor secundário a um documento em função do interesse que possa ter para a ENTIDADE
PRODUTORA e para TERCEIROS, em razão de sua utilidade para FINS DIVERSOS DAQUELES PARA OS QUAIS FOI
ORIGINALMENTE PRODUZIDO (valor histórico, cultural, informativo)
*CESPE O recolhimento de documentos para guarda permanente justifica-se tão somente em função do seu valor
histórico documental.
4.3.4. Em relação aos documentos AUTÓGRAFOS E HETERÓGRAFOS. Pelo DBTA e pela Profa. Heloisa,, o Autógrafo
ESTÁ assinado pelo autor, outras doutrinas citam que não.. De todo modo, o primeiro deriva materialmente do
autor, o segundo intelectualmente e não está assinado.

5. CLASSIFICAÇÃO DOS ARQUIVOS


5.1. No tópico anterior, houve descrição da classificação dos DOCUMENTOS como aptos a integrarem um ARQUIVO.
Nesse tópico, trataremos da classificação do Arquivo propriamente dito, aqui entendido como o próprio fundo, o
local de guarda de arquivos (documentos).
5.2. Os Arquivos (fundos) podem ser classificados segundo 1) entidade produtora; 2) estágios de evolução; 3)
extensão de atuação e 4) natureza dos documentos.
5.2.1. QUANTO À ENTIDADE PRODUTORA: Há quem divida em públicas e privadas.
5.2.2. Dentro das públicas estariam ARQUIVOS FEDERAIS – que se subdivide em central e regional; ARQUIVOS
ESTADUAIS e ARQUIVOS MUNICIPAIS.
5.2.3. Dentro dos arquivos privados estariam ARQUIVOS INSTITUCIONAIS: instituições educacionais, igrejas,
corporações não lucrativas, sociedades e associações; ARQUIVOS COMERCIAIS: firmas, corporações com fins
lucrativos e companhias; ARQUIVOS PESSOAIS E FAMILIAIS.
5.2.3.1. Em relação aos ARQUIVOS PRIVADOS, quando houver interesse público e social, ou seja, sejam considerados
como conjunto de fontes relevantes para a HISTÓRIA E DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO NACIONAL, podem ser
declarados como DE INTERESSE PÚBLICO, por meio de DECRETO DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA.
5.2.3.2. Nesse caso, a comercialização e a alienação só poderão ser feitas mediante conservação da UNIDADE
DOCUMENTAL. Além disso, o Poder Público terá PRIORIDADE DE COMPRA. A administração continua sendo do
particular, de forma que ele tem que AUTORIZAR O ACESSO.
5.3. QUANTO À ESTÁGIO DE EVOLUÇÃO: essa classificação tem como base a Teoria das Três Idades ou Ciclo Vital dos
Documentos, e divide os arquivos em correntes, intermediários e permanentes.
5.4. EXTENSÃO DA ATUAÇÃO: divide-se em Arquivos Setoriais e Arquivos Centrais. O primeiro é aquele que fica junto
aos órgãos operacionais, ou seja, aqueles que geram ou recebem o documento e se utilizam dele com frequência
para cumprir suas funções, são descentralizados. Os Centrais, centralizados, também recebem documento com alta
frequência, porém centralizam o arquivamento.
5.5. NATUREZA DO ARQUIVO: aqui, mais uma vez, não confundir com a natureza dos documentos. A classificação
segundo a natureza do Arquivo divide-se em ARQUIVOS ESPECIAIS e ARQUIVOS ESPECIALIZADOS. O primeiro, possui
formatos FÍSICOS diferenciados, que exigem um tratamento específico, como CDs, microfilmes, etc. O segundo
possui TEMAS específicos.
5.5.1. ARQUIVO ESPECIAL é aquele em que seu acervo conserva arquivos em suporte não convencional, ou, no caso
de papel, em formatos ou dimensões excepcionais (como mapas, plantas), exigindo meios específicos para
processamento, guarda e preservação e cujo acesso, depende, na maioria das vezes, de meios tecnológicos.
5.5.2. ARQUIVO ESPECIALIZADO, o ACERVO tem uma ou mais características em comum, como natureza, função ou
atividade da ENTIDADE PRODUTORA, tipo, conteúdo ou data de documentos, entre outros. Um exemplo dado é um
arquivo especializado em documentos médicos.
*MUITO IMPORTANTE VER COMO A CESPE COBRA ISSO, POIS NO PDF, O PROFESSOR FALA QUE O ESPECIALIZADO
LEVA EM CONTA CAMPOS ESPECÍFICOS, QUANDO O DTBA DÁ A ENTENDER QUE SE EU TENHO UM ACERVO QUE
COMPARTILHA O MESMO TIPO DE DOCUMENTO “ACERCO DE MEMORANDOS CIRCULARES”, EU TERIA UM
ARQUIVO ESPECIALIZADO.

→ GESU FOFO

GÊ-NERO

SU-PORTE

FO-NTE

FO-RMATO

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