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Fisioterapia em Pacientes Politraumatizados

Profº Gerson Pires Dorneles


Politrauma: Definição

✓ Trauma em várias áreas ✓ Uma ou mais ameaça à


e sistemas do corpo; vida.

✓ Ocorrem ao mesmo ✓ “Doença”


tempo;
TRAUMA – BRASIL

90.000 a 100.000 3ª causa de morte


mortes/ano; entre 5 – 40 anos;

Maior causa de
Aproximadamente afastamento do
1.500.000 feridos/ano trabalho e de benefício
por invalidez;

PORTO ALEGRE, 2016a


PORTO ALEGRE, 2016b
Tipos de Traumas
✓ Trauma de Tórax;

✓ Traumatismo
Cranioencefálico (TCE);

✓ Trauma Raquimedular
(TRM);

✓ Grande Queimado;
Traumas de Tórax
Responsáveis por aproximadamente 25% dos óbitos nos pacientes
politrumatizados;

Fechados > Abertos;

Trauma craniano, abdominal e fraturas de ossos longos - agravam o


prognóstico
Repercussões pulmonares do
Politrauma

• Lesão pulmonar direta • Lesão pulmonar à distância

Contusão pulmonar SARA

Lesões específicas de certas estruturas Comprometimento de outros órgãos

Complicações secundárias
Insuficiência Respiratória precoce
no trauma torácico
• PaO2 < 60mmHg + taquidispnéia com ou sem retenção de CO2
Insuficiência Respiratória precoce
no trauma torácico
• PaO2 < 60mmHg + taquidispnéia com ou sem retenção de CO2

✓ Fraturas de Costelas;

✓ Tórax Instável; Hipoxemia


Distúrbio ventilatório
✓ Contusão Pulmonar;

✓ Pneumotórax;
Fraturas de Costelas

• Restrição Ventilatória;

• Acúmulo de Secreção nas Vias


Aéreas;

• Restrição do paciente no leito;

• 19% mortalidade e 27% pneumonia

Unsworth, Curtis e Asha (2015)


Stewart (2014)
Parry, Moffat e Vogt (2015)
Tórax Instável
Contusão Pulmonar
✓Dano intersticial e alveolar, com extravasamento de sangue e edema
hemorrágico;

✓Atelectasia e consolidações em áreas adjacentes;

✓Trauma direto;

✓Trauma por compressão;

✓Trauma por
desaceleração;

Unsworth, Curtis e Asha (2015)


Stewart (2014)
Parry, Moffat e Vogt (2015)
Tratamento Geral

✓Oxigenoterapia se necessário;

✓Controle do quadro álgico;

✓Posicionamento adequado no leito;

✓Suporte ventilatório se necessário;


Hipoxemia persistente
PaCO2>50mmHg com acidemia (pH<7,34) Unsworth, Curtis e Asha (2015)
Stewart (2014)
Parry, Moffat e Vogt (2015)
Ventilação Não-Invasiva

CI:
PaO2/Fio2 < 200
Principio da estabilização pneumática interna;
Evitar Intubação; PaCO2 > 45 mmhg;
Previne colapso alveolar;
Diminuir dias de hospitalização; ECG < 11
Melhora da complacência do sistema
respiratório; Diminuir mortalidade; Trauma Facial
Ventilação Mecânica Invasiva
✓Otimizar a ventilação alveolar e oxigenação tecidual;

✓Diminuir o trabalho da musculatura respiratória;

✓Promover a fixação pneumática;

✓Diminuir a respiração paradoxal;

Parry, Moffat e Vogt (2015)


Ventilação Mecânica Invasiva
Ajustando o ventilador

✓ Recrutamento alveolar vs hiperdistensão


pulmonar:

✓ VC: 6 a 8mL/kg + PEEP > 5 cmH2O

✓ FIO2 para SpO2>92% e PaO2 > 60-70mmHg

✓ Freqüência respiratória: pH>7,30

✓ Se TCE associado PaO2>80 a 100, PaCO2 35 a


45mmHg

✓Pressão de pausa < 35cmH2O Parry, Moffat e Vogt (2015)


Problemas na VM no trauma de tórax
Pneumotórax/Hemotórax

✓ Presença de ar livre/sangue na cavidade


pleural;

✓ Diminui volumes pulmonares,


capacidade pulmonar e trocas gasosas;

Unsworth, Curtis e Asha (2015)


Stewart (2014)
..\..\..\TERAPIA INTENSIVA\Pneumo II-20220221T125843Z-001\Pneumo II\Descompressão de https://youtu.be/BPhbrUuJMvw?t=
pneumotórax hipertensivo (www.cardiovip.com.br).mp4 - Atalho.lnk 331
Fisioterapia
Pacientes com bom nível Pacientes pouco
cognitivo colaborativos / VM
Técnicas de
Exercícios de
terapia
expansão pulmonar;
manual;
Exercícios de
reeducação Posicionamento;
diafragmática;

Técnicas de Técnicas no
expiração forçada; VM

MOBILIZAÇÃO
PRECOCE Unsworth, Curtis e Asha (2015)
Stewart (2014)
Parry, Moffat e Vogt (2015)
SDRA / SARA
SDRA / SARA

Suporte Ventilatório:
• VC baixo: 4 a 6 ml/kg ideal
• Pplatô 25 a 30 cm/H2O
• Ajustar a PEEP pela oxigenação
• Hipercapnia Permissiva
• Menor FiO2 para manter oxigenação

Terapias de Resgate
• ECMO
• Posição Prona

The Berlin Definition of Acute Respiratory Distress Syndrome, (2012)


Posição Prona

Este reposicionamento melhora a aeração do lobo


inferior, otimizando a ventilação-perfusão, entre
outros benefícios potenciais;

Melhora a hipoxemia em até 70% dos casos.

Cannon, et al (2017)
Oliveira, et al (2017)
Traumatismo Cranioencefálico
• Principais causas:
• Acidentes Automobilísticos (50%);
• Quedas (21%);
• Assaltos e Agressões (12%);
• Esportes e recreação (10%);
Estratégias Ventilatórias
Diretrizes Brasileiras de Ventilação Mecânica:
• Normoventilação (6-8 ml/kg ideal)
• PaCO2 35-45 mmHg
• PaO2 80-120 mmHg + Spo2 >95%

Cabeceira 30º = melhor relação PPC/PIC;

Cabeça em rotação neutra;


Fisioterapia
Principais Objetivos:

• Prevenir lesões por pressão, deformidades


articulares, encurtamentos musculares;

• Realizar higiene brônquica para possibilitar


troca gasosa satisfatória;

• Dar suporte ventilatório adequado;

• MOBILIZAÇÃO PRECOCE
Fisioterapia
Traumatismo Raquimedular
Estabilização da Fratura
Grande Queimado
Lesão causada por Perda aumentada Edema,
agentes térmicos, de líquidos, hipovolemia,
químicos, infecção, problemas
elétricos ou hipotermia, respiratórios e
radioativos; imunidade dor, entre outras
comprometida, complicações.
alterações na
função, aparência
e imagem
corpórea;

Salles, et al (2015)
Rossi, et al (198)
Macedo, et al (2003)
Classificação American Burns Association (ABA)
> 25% de SCQ

> 10% SCQ com


queimaduras de 3º grau

Grande Queimado
Queimadura com
traumatismo associado ou
lesão inalatória

Traumatismo elétrico

> 20% SCQ em crianças <


10 anos ou adultos >40 Salles, et al (2015)
anos Rossi, et al (198)
Macedo, et al (2003)
Escarotomia / Fasciotomia

✓O edema tecidual pode causar


compressão de estruturas em membros
e predispor à necrose de extremidades.

✓O aspecto duro e inelástico da pele com


queimadura de terceiro grau restringe
os movimentos respiratórios e pode
levar a insuficiência respiratória.
Fisioterapia no Grande Queimado
• Manter a complacência pulmonar;
Objetivos • Promover higiene brônquica;
• Evitar complicações (infecções respiratórias);

Ventilação • Reverter ou evitar fadiga respiratória;


• Diminuir consumo de O2;
Mecânica • 4-8 ml/kg de peso ideal e Pressão de Platô < 30 cmH2O;

Mobilização • Manter amplitude articular;


• Manter comprimento de tecidos moles;
Precoce • Reduzir efeitos da imobilidade no leito.
Salles, et al (2015)
Antonio, et al (2013)
Souza, et al (2009)
Lesão Inalatória
Lesão Inalatória Causas Complicações

• Principal causa de • Processo • Danos na mucosa


morte; inflamatório; respiratória;
• Presença aumenta • Produtos • Edema pulmonar;
em 20% a incompletos: • Pneumonias;
mortalidade; • Monóxido de • Atelectasias;
• 77% pacientes carbono • Embolia Pulmonar.
evoluem para óbito • Hidrocarbonetos
• Dióxido de
enxofre

Salles, et al (2015)
Antonio, et al (2013)
Souza, et al (2009)

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