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VENTILAÇÃO MECÂNICA NÃO

INVASIVA - VNI
Definição
“A ventilação não invasiva é definida como
uma técnica de ventilação mecânica onde
não é empregada qualquer tipo de prótese
traqueal, sendo a conexão entre o
ventilador e o paciente feita através do
uso de uma máscara.”

Consensus Conference, 1997


Há mais de setenta anos, determinados estudos evidenciaram que
era possível ventilar pacientes com insuficiência respiratória de
variadas etiologias com uso de máscaras faciais;

Nos dias atuais a VNI é definida como uma técnica de ventilação


mecânica onde nenhum dispositivo invasivo é usado, como tubo
orotraqueal, nasotraqueal, ou cânula de traqueostomia;

A ventilação é feita através da adaptação do paciente em máscaras


facial ou nasal onde esta, encontra – se conectada por um circuito
ao ventilador.
Através deste sistema , as diversas modalidades ventilatórias podem
ser aplicadas para ventilar o paciente e impedir que o mesmo culmine
para a forma invasiva de ventilação;

Os aparelhos usados para ventilar os pacientes podem ser os


mesmos usados para a forma de ventilação invasiva ou ,
preferencialmente, os apropriados para ventilação não invasiva;

A partir da década de 1930, surgiram trabalhos que relatavam os


benefícios do uso da ventilação com pressão positiva, oferecida
através de uma máscara, para pacientes com insuficiência
respiratória de variadas etiologias;
VANTAGENS

– Reduz o número de complicações em 62% e os erros no


tratamento em 50%;

– VNI precoce reduz a necessidade de intubação em 59%;


– Diminui a permanência na UTI e a duração da internação em 3
dias, em média;

– Aumenta a qualidade de vida dos pacientes;


EFEITOS FISIOLÓGICOS

A pressão positiva oferece ajuda parcial ou quase total aos músculos


respiratórios para gerar a pressão total suficiente para vencer os
componentes resistivos elásticos do sistema respiratório;

Na insuficiência respiratória hipoxêmica, a pressão positiva atua de


forma a reduzir ou reverter a causa que levou ao desequilíbrio de trocas
gasosas;

Melhora de ventilação alveolar e abertura de unidades colapsadas;

Aumento gradativo de VC suplementando maior quantidade de oxigênio;


Objetivos

⚫ Manutenção das trocas gasosas pulmonares


⚫Diminuição do trabalho respiratório
(prevenção ou tratamento da fadiga muscular)
⚫Diminuição da dispnéia
(redução do desconforto)

⚫ Evitar as complicações da VMI

Am J. Respir. Crit. Care Med; 2001


Vantagens

⚫ conforto ao paciente
⚫ diminuição dos riscos de trauma às vias aéreas
superiores e pneumonia
⚫ facilitação do desmame do respirador
⚫ redução da morbidade hospitalar com
conseqüente diminuição do tempo de internação

Am J. Respir. Crit. Care Med; 2001


Indicações

EVIDÊNCIA A
Exacerbação da DPOC
Edema pulmonar cardiogênico (CPAP)
Insuficiência respiratória pós-extubação

J Bras Pneumol. 2007;33 (supl 2):S


Indicações

EVIDÊNCIA B
Exacerbação da Asma
Edema pulmonar cardiogênico (PEEP+PS)
Insuficiência respiratória hipoxêmica
(imunosupressão, pós-transplante, pneumonia,pós-resecção
pulmonar)

J Bras Pneumol. 2007;33 (supl 2):S


Indicações

EVIDÊNCIA B
Pós-operatório imediato de cirurgias abdominais
e torácicas eletivas
Estratégia de desmame
Pacientes terminais (IResp reversível –DPOC e EPC)

J Bras Pneumol. 2007;33 (supl 2):S


Indicações

EVIDÊNCIA D
Lesão Pulmonar Aguda
Síndrome Desconforto Respiratório Agudo

J Bras Pneumol. 2007;33 (supl 2):S


NOVAS SITUAÇÕES
NOVAS SITUAÇÕES
Interfaces
Tipos de máscaras
⚫ Nasal
⚫ Oronasal(facial)
⚫ Facial total
⚫ Capacete
Máscara nasal

⚫Interface mais confortável


X
⚫Resistência das narinas ao fluxo
⚫Presença de vazamento de ar pela
boca

Chest, 2000
Máscara oronasal

⚫ Maior volume corrente em relação à nasal


⚫ Correção mais rápida das trocas gasosas
⚫ Interface mais utilizada para IrpA
X
⚫ Reinalação de CO2

Crit Care Med, 2003


Máscara facial total

⚫Diminui vazamento
⚫Possibilita o uso de pressões inspiratórias maiores
⚫Diminui lesões de pele
X
⚫Reinalação de CO2 igual à máscara oronasal

Chest, 1994;
Crit Care Med, 2003
Capacete
⚫ Elimina contato da interface com a face do paciente
⚫ Evita lesões de pele
X
⚫ Grande espaço morto e parede muito complacente -
Reinalação de CO2
⚫ Uso de pressões inspiratórias maiores para garantir
troca gasosa eficiente

Crit Care Med, 2004


Crit Care, 2005
Uso Clínico

Modos e técnicas:

⚫ gerador de fluxo – CPAP


⚫ ventilador de UTI - PEEP + PS; pressão
controlada e ventilação assistida
proporcional (PAV)
⚫ aparelho específico – dois níveis
(BiPAP)
Gerador de fluxo
Gerador de fluxo
Ventilador específico
Ventilador de UTI
Gerador de fluxo Ventilador específico

Vantagens

⚫ Mais barato ⚫ Microprocessado

⚫ Fácil transporte ⚫ Maior acurácia

⚫ Sem energia elétrica ⚫ Sistema de alarme

Desvantagens

⚫ Sem sistema de alarme ⚫ Mais caro


Ventiladores de UTI
⚫ Hoje, estão adaptados para ambas as
modalidades(não invasiva e invasiva)
⚫ Algoritmos para compensação automática de
vazamento
⚫ Possibilidade de ajuste do critério de
ciclagem da fase inspiratória para expiratória
durante a PS.
CPAP X DOIS NÍVEIS

• PSV + PEEP oferece melhor resposta fisiológica em termos


de sobrecarga muscular e alívio da dispnéia

Am J Resp Crit Care Med, 2005


CPAP X DOIS NÍVEIS

•BiPAP não oferece benefícios clínicos em relação ao CPAP em


pacientes com EAP
•A escolha da modalidade dependerá principalmente da
disponibilidade de equipamentos

Crit Care, 2006


CPAP X DOIS NÍVEIS

•CPAP ou BiPAP têm efeitos similares e são eficientes na


prevenção da IOT em pacientes com desconforto respiratório de
origem cardiogênica

Clinics, 2006
Efeitos no sistema respiratório

Diminuição do Shunt
⚫ Trabalho Respiratório
Melhora da Oxigenação

Am J. Respir. Crit. Care Med ; 2005


Tratamento da apnéia obstrutiva do sono

⚫ pressão positiva mantém vias aéreas


abertas
⚫ diminuição da resistência supraglótica total
Efeitos Hemodinâmicos

⚫  Pré-carga

⚫  Pós-Carga

Am J. Respir. Crit. Care Med; 2001


Contra-indicações

⚫Diminuição da consciência, sonolência, agitação,


confusão ou recusa do paciente

⚫Instabilidade hemodinâmica grave com necessidade


de medicamento vasopressor, choque (pressão arterial
sistólica < 90 mmHg), arritmias complexas

J Bras Pneumol. 2007;33 (supl 2):S


Contra-indicações

⚫Obstrução de via aérea superior ou trauma


de face
⚫Tosse ineficaz ou incapacidade de
deglutição

J Bras Pneumol. 2007;33 (supl 2):S


Contra-indicações

⚫Distensão abdominal, náuseas ou


vômitos

⚫Sangramento digestivo alto

⚫Infarto agudo do miocárdio com


instabilidade hemodinâmica grave
J Bras Pneumol. 2007;33 (supl 2):S
Contra-indicações

⚫Pós-operatório recente de cirurgia de


face, via aérea superior ou esôfago

⚫Uso de VNI é controverso: pós-


operatório de cirurgia gástrica, gravidez

J Bras Pneumol. 2007;33 (supl 2):S


Complicações da VNI

Relacionadas à máscara

⚫ Vazamento

⚫ Lesão cutânea

⚫ Lesão de córnea

⚫ Cefaléia, otalgia

⚫ Distensão gástrica

⚫ Aspiração
Complicações da VNI

Relacionadas à pressão positiva

⚫ Hipotensão

⚫ Hiperinsuflação dinâmica
Complicações da VNI

⚫ Expor o paciente ao risco de uma


intubação de urgência
Fatores preditivos para o sucesso da VMNI

⚫ Idade (pacientes jovens)

⚫ Score do APACHE
⚫ Capacidade de colaboração, melhor score
neurológico
⚫ Sincronia paciente/respirador

Am J. Respir. Crit. Care Med; 2001


Fatores preditivos para o sucesso da VMNI

⚫ Hipercarbia e acidemia não muito severas


⚫  Air leaking, dentição intacta
⚫ Melhora na troca gasosa, FR e FC num
período de 2 horas
⚫ Demanda de tempo para os profissionais
envolvidos
Am J. Respir. Crit. Care Med; 2001
Am J Resp Crit Care Med; 2001
Cuidados

⚫ Explicar procedimento ao paciente semi-


sentado(45o)
⚫ Escolher a máscara adequada
(nasal,facial,tamanho)

⚫ Permanecer ao lado do paciente segurando


a máscara e avaliar padrão respiratório
Cuidados

⚫ Proteger a base do nariz com “pele”


artificial

⚫ Ajustar o equipamento
Ajuste do equipamento

CPAP
Ajuste do equipamento

Válvula redutora Válvula isobárica


Ajuste do equipamento

⚫ Iniciar com 10 cmH2O para garantir


benefícios ventilatórios e hemodinâmicos
do CPAP

J Bras Pneumol. 2007;33 (supl 2):S


CPAP

Intensive Care Med, 2005


CPAP

Intensive Care Med, 2005


CPAP

Intensive Care Med, 2005


Ajuste do equipamento
Ventilador específico Ventilador de UTI

PS(ou IPAP):
•Volume corrent e: 6 a 8 mL/Kg
•Freqüência res piratória: < 30rpm

PEEP(ou EPAP) :
•Sugere-se > 6c m H2O

J Bras Pneumol. 2007;33 (supl 2):S


Cuidados

⚫ Fixar a máscara com fixador cefálico


cuidadosamente

⚫ Reavaliar paciente periodicamente

⚫ NA DÚVIDA, INTUBAR
OBRIGADO!!

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