Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios
Classe do Processo: 20120110729639APC - (0003991-41.2012.8.07.0018 - Res. 65 CNJ)
Registro do Acórdão 655813
Número: Data de Julgamento: 07/02/2013
Órgão Julgador: 1ª Turma Cível
Relator: TEÓFILO CAETANO
Revisor: SIMONE LUCINDO
Publicação: Publicado no DJE: 27/02/2013. Pág.: 74
ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. ACIDENTE DE TRÂNSITO. BARREIRA REDUTORA DE Ementa: VELOCIDADE. SINALIZAÇÃO. LIMITE DE VELOCIDADE. PLACA DE ADVERTÊNCIA. <mark>PRECIPITAÇÃO</mark> SOBRE O <mark>OBSTÁCULO</mark>. ALEGAÇÃO DE OMISSÃO QUANTO À SINALIZAÇÃO. INEXISTÊNCIA. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. NATUREZA SUBJETIVA. INOCORRÊNCIA. MOTORISTA PROFISSIONAL. DEVER DE CUIDADO. NEGLIGÊNCIA. PROVA TESTEMUNHAL. INDEFERIMENTO. DECISÃO. PRECLUSÃO. CERCEAMENTO DE DEFESA. INOCORRÊNCIA. 1. Refutada a produção da prova reclamada através de decisão acobertada pelo manto da preclusão, a questão resta definitivamente resolvida, não assistindo à parte lastro para, deparando-se com desenlace dissonante das suas expectativas, aventar que seu direito de defesa fora cerceado, à medida que a preclusão integra o acervo instrumental que guarnece o devido processo legal, obstando que questão resolvida seja reprisada de conformidade com o interesse do litigantes como forma de ser assegurado o objetivo teleológico do processo, que é a resolução dos conflitos de interesses surgidos das relações sociais intersubjetivas (CPC, art. 471). 2. A responsabilidade civil do Estado decorrente da ausência ou deficiência do serviço público (faute du service) é de natureza subjetiva, reclamando para sua caracterização, além do nexo de causalidade entre a omissão estatal e o dano causado, a falha imputada ao serviço público de forma a ensejar a apreensão de que o estado efetivamente omitira-se no fomento do que estava obrigado de forma a prevenir danos aos usuários e à população em geral. 3. A apreensão de que o local em que houvera acidente traduzido na <mark>precipitação</mark> de veículo de transporte de passageiros sobre barreira redutora de velocidade inserida em rodovia em velocidade inadequada, resultando na provocação de danos ao condutor do automotor e de passageiros, era provido de sinalização apta a ensejar a apreensão do <mark>obstáculo</mark> e de que no trecho deveria ser imprimida velocidade reduzida aos veículos transeuntes obsta a qualificação de omissão no fomento dos serviços públicos atinados com a adequada sinalização da via de forma a viabilizar sua utilização sem nenhum risco. 4. A <mark>precipitação</mark> de veículo de transporte de passageiros sobre barreira redutora de velocidade instalada em rodovia quando lhe era imprimida velocidade inadequada, a despeito de devidamente sinalizado o trecho e advertido de que deveria ser transitado em baixa velocidade - 40 km/h - denuncia que o condutor incorrera em nítida negligência e imprudência, devendo ser reputado responsável pelo evento danoso, resultando na elisão da falha que imputara ao serviço público e na desqualificação dos pressupostos indispensáveis à germinação da responsabilidade civil do estado pelos danos derivados do havido. 5. Apelação conhecida e desprovida. Unânime.
Decisão: CONHECER, REJEITAR A(S) PRELIMINAR(ES) E, NO MÉRITO, NEGAR PROVIMENTO, UNÂNIME
Referências: <b>RAMOS DO DIREITO</b><br>AD#PC<br><b>OBSERVAÇÃO</b><br>TJDFT APC-20070110789575