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O PROCESSO DA COESÃO
O cartaz
O desejo
O pai
O dinheiro
O ingresso
O dia
A preparação
A ida
O estádio
A multidão
A expectativa
A música
A vibração
A participação
O fim
A volta
O vazio
Observe que o texto acima, mesmo formado somente por artigos e substantivos, possui sentido, ou seja, COERÊNCIA.
Contudo, faltam partes importantes que deveriam estrutura-lo (COESÃO), como pronomes, conjunções etc. Por isso, o leitor
precisa fazer um esforço mental a mais para compreender o texto. A esse princípio de compreensão temática, chamamos de
TEXTUALIDADE.
TEXTUALIDADE é conjunto de propriedades que uma sequência de enunciados deve apresentar para constituir um texto.
Para forma a textualidade e tornar o texto COERENTE, necessitamos da COESÃO.
COESÃO é a conexão de ordem lexical, gramatical e semântica que existe num texto, feita através de CONECTORES
REFERENCIAIS ou SEQUENCIAIS. Ela é a ligação interna do texto, construída através de um conjunto de elementos que
constrói as ideias contidas nele para que haja uma progressão textual e, assim, forme uma unidade de sentido, ou seja,
COERÊNCIA.
COERÊNCIA é a conexão das ideias que são estabelecidas dentro do texto. Sem uma boa conexão coesiva, as ideias do
texto podem não fazer sentido nenhum.
A Língua Portuguesa dispõe de diversos recursos coesivos, os quais criam vínculos entre as palavras, entre
as orações e entre diferentes partes de um texto. Esses recursos estabelecem dois tipos de coesão no texto: a coesão
referencial e a coesão sequencial.
COESÃO REFERENCIAL
A coesão referencial é aquela que cria um sistema de relações entre as palavras e expressões de um texto, permitindo
ao leitor identificar os termos a que se referem. O termo referente é aquele que indica a entidade ou situação a que o
falante se refere.
Observe o exemplo:
O cachorro latiu. Ele fica irritado quando há pessoas na rua, mas é um animal bastante amável.
Nesse caso, podemos dizer que o termo referente é o cachorro. Todas as vezes que o referente é retomado no texto,
podemos utilizar palavras para orientar os leitores, indicando se devem voltar atrás para recuperar algo que foi dito ou se
devem procurar a informação mais adiante no texto.
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A coesão referencial pode ocorrer por meio de algumas figuras de construção/sintaxe, como as anáforas, catáforas
e elipses, e as correferências não anafóricas (contiguidades, reiterações).
ANÁFORA E CATÁFORA
✓ Anáfora
A anáfora consiste na retomada referencial de um termo “apontando” para outro que já foi dito anteriormente.
EXs: Os governantes brasileiros estão na cúpula do G20. Eles juntaram-se aos países mais ricos do mundo.
Vários jovens brasileiros, a cada ano, sofrem mais bulliyng que há vinte anos. Esse crime deve ser melhor observado pelos
familiares.
✓ Catáfora
A catáfora, diferente da anáfora, aponta, através também de expressões coesivas, o que ainda virá adiante.
EXs: Esta situação não pode continuar: vários mendigos vivendo na rua.
Ex: Devemos tomar uma atitude contra o trabalho infantil. A atitude imediata deve ser denunciar judicialmente as empresas
que exploram as crianças.
• Numerais:
Ex: Medidas urgentes devem ser tomadas a favor das crianças que sofrem violência. A primeira medida deve ser a constante
fiscalização do tratamento da família para com elas.
• Pronomes:
• Advérbios (com função pronominal, ou seja, com função de substituir nomes: aqui, lá, acolá, ali, onde etc.):
Ex: O estatuto da criança é claro. Lá está escrito: “É proibido qualquer trabalho a menores de 14 anos, salvo na condição
de aprendiz” (Capítulo V. Art. 60.).
Ex: O trabalho infantil é um dos maiores fatores de desigualdade no país. Essa prática leva as crianças e pais a
“afundarem” ainda mais no que diz respeito à pobreza. Logo, faz com que a fome nesse meio aumente.
OBS: esse tipo de coesão não é referencial, porém, é essencial para que as ligações coerentes do texto façam-se necessárias
e precisas.
• Expressões nominais:
Ex: Os assassinatos a travestis vêm aumentando em Recife. Esse ato violento deve ser melhor observado pela polícia.
Ex: Usar o trabalho das crianças tem sido comum no país. Esse uso é ilegal segundo o Estatuto da Criança.
• Elipse:
Ex: As crianças têm direito ao lazer. Além disso, (as crianças) têm o direito ao estudo.
• Sinônimos (vale salientar que, por não existirem sinônimos perfeitos, usa-se termos equivalentes):
Ex: Às crianças cabe a brincadeira. Não se deve reservar o trabalho aos infantes.
• Hiperônimos e Hipônimos:
Ex: As araras azuis estão em extinção. Esses pássaros encontram-se em grande maioria no Pantanal brasileiro. Vale
salientar que esses animais são constantemente fiscalizados pelo IBAMA.
• Nomes Genéricos (coisa, negócio, trem, problema, pessoa, fato, fenômeno etc.):
(XAVIER, Antônio C dos S. Como se faz um texto: a construção da dissertação argumentativa. São Paulo: Editora Respel,
2010. – Texto Adaptado)
COESÃO SEQUENCIAL
DESABAFO!
Ontem, resolvi levar minha boysinha _______ MURIBECA, ______ o pai dela num dexou. MIZERAVI! Eu _______ digo a
ela: “STHEFFANYIEE, teu pai é cheio das resenha. Dêxa isso queto.” _____ essa abestalhada nunca me ouve.
_______________ , ________ começou BBB, liguei pra ela ____ perguntei se a gente devia tentar mais uma vez. Eu insisti
tanto, mai tanto _______ ela acabou desligando o telefone na minha cara. _______ ela tivesse me escutado melhor, isso não
tinha acontecido. _______ aquela nojenta nem pensou, véi. Foi logo desligando. Vou parar de falar _________ vou ficar
arretado também ___ começar a falar merda. Valeu por escutar meu desabafo, galera do QI. Tava precisano. _______ me
adiciona no face aew. Ass. Dudu do RIO DAS VELHA.
A coesão sequencial é aquela que cria nos textos as condições para sua progressão. As diversas flexões de tempo e de
modo dos verbos, bem como as conjunções, são, de modo geral, os responsáveis pelo estabelecimento e manutenção
da coesão sequencial nos textos. Isso significa que os mecanismos de coesão sequencial são utilizados para garantir
a articulação entre as partes do texto e para estabelecer relações entre as informações. O controle dos mecanismos
coesivos contribui com a progressão temática e promove boa articulação das ideias, informações e argumentos no interior
do texto no qual está a base da coerência textual.
Observe o exemplo:
Enquanto os homens criam teorias absurdas, a ciência é atacada por aqueles que não buscam conhecimento e, assim,
promovem o absurdo que é o definhamento do pensamento humano.
Para interligar os termos, é necessário o uso de CONECTIVOS que estabeleçam essas relações semânticas, como
PREPOSIÇÕES, ADVÉRVIOS E CONJUNÇÕES.
TABELA COMPARATIVA
Causa e consequência Entende-se, de uma forma generalizada, que o Brasil não cresce
(porque, pois, visto que, já que, em virtude de, uma vez que, na educação devido ao mau condicionamento político que
devido a, por motivo de, graças a, em razão de, em decorrência exerce o poder.
de, por causa de, como, por isso que etc.)
O que é verbo?
O verbo é uma classe gramatical que expressa ações e acontecimentos, estados ou fenômenos naturais, de acordo com o
sujeito que executa o verbo e com o tempo em que a ação foi executada. Eles flexionam de acordo com:
Modos verbais
Os modos verbais expressam a relação da pessoa que fala em relação ao fato dado pelo verbo.
O modo indicativo expressa certeza em relação ao fato, que é ou será dado como real.
O modo subjuntivo expressa suposição, possibilidade ou dúvida para um fato que não é dado como real ainda ou que não
pode ser dado como real.
O modo imperativo expressa uma ordem, uma exigência ou um pedido que se espera ser realizado.
Tempos verbais
O tempo verbal indica quando ocorre a ação em relação ao enunciado, podendo ser essencialmente passado/pretérito (antes
do enunciado), presente (junto com o enunciado) e futuro (após o enunciado). Os tempos verbais são diferentes de acordo
com o modo verbal. Veja:
→ Tempos verbais do modo indicativo
• Presente: por se tratar de uma ordem, o imperativo só é conjugado no presente. Ex.: Faça algo!
Conjugação verbal
Como vimos, o verbo pode ser conjugado de acordo com o sujeito (número e pessoa), o modo, o tempo e a voz verbal. Veja
algumas conjugações:
Classificação dos verbos
Verbos regulares seguem o modelo padrão de flexão, no qual o radical não se altera e a desinência muda conforme os
elementos que vimos anteriormente. Ex.: cantar, vender, partir.
Verbos irregulares tendem a seguir o modelo padrão, mas com algumas conjugações que se afastam desse modelo. São
casos em que o radical pode ser alterado eventualmente durante uma ou outra conjugação. Ex.: dar, caber, ouvir.
Verbos anômalos: alguns gramáticos consideram como anômalos os verbos com mais de um radical (fazendo com que não
tenham padrão definido nas conjugações), enquanto outros consideram anômalos qualquer verbo que não apresente um
padrão definido (sem necessariamente ter mais de um radical). Ex.: ser, ir.
Verbos defectivos são aqueles que não podem ser conjugados em todas as formas, tempos e pessoas. Ex.: falir, colorir.
Verbos abundantes têm mais de uma forma equivalente para a mesma conjugação em determinados casos. Ex.: entregar
(entregado e entregue), pagar (pagado e pago), haver (havemos e hemos).
Formas nominais
As formas nominais não exprimem o tempo (passado, presente ou futuro) e nem o modo (indicativo, subjuntivo ou imperativo),
dependendo do contexto em que aparecem. Podem, inclusive, desempenhar a função de nome (substantivo) ao invés de
verbo em certos contextos.
• Infinitivo: é o ato verbal em si e pode ser usado como substantivo. Ex.: cantar, vender, partir.
• Gerúndio: é o ato verbal em curso e pode ser usado como advérbio ou adjetivo. Ex.: cantando, vendendo, partindo.
• Particípio: é o ato verbal enquanto resultado e pode ser usado como adjetivo. Ex.: brincado, vendido, partido.
Locuções verbais
Locuções verbais são a combinação de um verbo auxiliar com um verbo principal, ou seja, dois ou mais verbos juntos. O
verbo principal permanece em sua forma nominal, cabendo ao verbo auxiliar ser conjugado de acordo com o tempo e o modo
adequados.
Os verbos auxiliares são aqueles que acompanham verbos principais indicando as flexões de número (singular e
plural), pessoa (1ª eu/nós; 2ª tu/vós; 3ª ele(a)/eles(as), modo (indicativo, subjuntivo, imperativo), tempo e voz.
Os verbos principais expressam a ideia central da ação ocorrida.
Veja o exemplo a seguir:
1. O trecho reproduzido a seguir, de uma entrevista com o a) “...neste estado de atraso econômico e cultural em que
professor Dante Gallian, autor de A literatura como remédio, vivemos.” (ref. 2) neste estado de atraso econômico e
é referência para a próxima questão. cultural onde vivemos.
b) “...percebe-se que há quase duzentos anos atrás essa lei
Dá para dizer que a leitura fez diferença na vida dessas já era cumprida” (ref. 4) percebe-se que, há quase
pessoas? duzentos anos, tal lei já era cumprida.
c) “...para atender aos executivos que deixavam suas famílias
Sim. Alguns anos depois da formação desse primeiro grupo, no balneáreo...” (ref. 6) para atender aos executivos
entrevistei alguns dos participantes para descobrir o que que deixavam as famílias deles no balneário.
estavam fazendo e de que forma aquela experiência d) “Com o comercial do Gérson foi a mesma coisa.” (ref. 12)
impactou a formação profissional e de vida deles. E todos Com o comercial do Gérson foi idêntico.
responderam que aquelas reuniões foram fundamentais,
porque despertaram neles o interesse pela leitura. Os cursos 3. No fragmento "Há evidências científicas recentes do
da área de saúde são muito focados nos aspectos físicos e aumento da mortalidade naquela região que não haviam sido
biológicos, e o fator humano costuma ficar mais relegado. observadas ao longo de décadas" (ref. 2), o pronome
Todos disseram que a leitura deu a eles um diferencial. sublinhado se refere ao substantivo
Primeiro, porque se tornaram leitores, e não eram. Além
disso, se tornaram bons ouvintes, o que é incrível. a) "região".
b) "aumento".
Disponível em: < https://blogs.uai.com.br/contaumahistoria/literatura-como-
remedio/>. Acesso em: 20/08/21. c) "mortalidade".
d) "evidências".
Na resposta dada pelo professor, é possível perceber que e) "décadas".
não se trata da primeira pergunta da entrevista e que as
respostas dialogam entre si. Assinale a alternativa que TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
apresenta a palavra contida na resposta do professor que
indica essa relação. Leia o soneto “Não comerei da alface a verde pétala”, de
Vinicius de Moraes.
a) desse.
b) deles. Não comerei da alface a verde pétala
c) neles. Nem da cenoura as hóstias desbotadas
d) eles. Deixarei as pastagens às manadas
e) se. E a quem mais aprouver fazer dieta.
A palavra ou locução que, usada no espaço entre colchetes Os termos negritados acima têm, respectivamente, a
deixado no período, fortalece a conexão lógica entre as equivalência de
orações adverbiais condicionais e o que ele afirma a seguir
é: a) adversidade – causa – tempo - questionamento.
b) consequência – tempo – adversidade – dúvida.
a) inclusive. c) tempo – adversidade – adição – reforço.
b) além disso. d) adição – adversidade – tempo – afirmação.
c) então. e) condição – contrariedade – comparação – hesitação.
d) por outro lado.
1. (2012 – FCC) … os cursos de graduação a distância B) A diferença de formas (cobre/cobra) não é registrada nas
estavam em instituições pequenas e pouco conhecidas. gramáticas normativas, portanto há inadequação na flexão do
segundo verbo.
O verbo empregado nos mesmos tempo e modo que o C) A diferença de formas (cobre/cobra) deve-se ao
grifado acima está em: deslocamento da 3ª para a 2ª pessoa do sujeito verbal.
D) O sujeito verbal (3ª pessoa) mantém-se o mesmo, portanto
A) … sobre os caminhos que elevam o nível. o emprego está adequado.
B) Durante cinco meses, os especialistas analisaram os E) O primeiro verbo no imperativo negativo opõe-se ao
cursos de oito faculdades … segundo verbo que se encontra no presente do indicativo.
C) Hoje, esparramaram-se pelas grandes …
D) Os casos bem-sucedidos indicam ainda … 4. (TRF) Considerando as formas verbais destacadas nas
E) Lutava-se contra a sua regulamentação … três frases abaixo, a opção com a correta classificação de
tempos e modos é, respectivamente:
2. (Telerj) Os clientes ligam, você atende.
1. Toma conta da minha bagagem, enquanto eu vou até ali.
A parte destacada desta frase no imperfeito do modo 2. "Não façais aos outros o que não quereis que vos façam."
subjuntivo ficaria assim: 3. Os astrônomos negam que o Sol gira em torno da Terra.