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AULA 3 – COESAO REFERENCIAL E SEQUENCIAL

TEMPOS E MODOS VERBAIS

O PROCESSO DA COESÃO

Leiamos o texto a seguir:

O show - Autor Desconhecido.

O cartaz
O desejo
O pai
O dinheiro
O ingresso
O dia
A preparação
A ida
O estádio
A multidão
A expectativa
A música
A vibração
A participação
O fim
A volta
O vazio

Observe que o texto acima, mesmo formado somente por artigos e substantivos, possui sentido, ou seja, COERÊNCIA.
Contudo, faltam partes importantes que deveriam estrutura-lo (COESÃO), como pronomes, conjunções etc. Por isso, o leitor
precisa fazer um esforço mental a mais para compreender o texto. A esse princípio de compreensão temática, chamamos de
TEXTUALIDADE.

TEXTUALIDADE é conjunto de propriedades que uma sequência de enunciados deve apresentar para constituir um texto.
Para forma a textualidade e tornar o texto COERENTE, necessitamos da COESÃO.

COESÃO é a conexão de ordem lexical, gramatical e semântica que existe num texto, feita através de CONECTORES
REFERENCIAIS ou SEQUENCIAIS. Ela é a ligação interna do texto, construída através de um conjunto de elementos que
constrói as ideias contidas nele para que haja uma progressão textual e, assim, forme uma unidade de sentido, ou seja,
COERÊNCIA.

COERÊNCIA é a conexão das ideias que são estabelecidas dentro do texto. Sem uma boa conexão coesiva, as ideias do
texto podem não fazer sentido nenhum.

A Língua Portuguesa dispõe de diversos recursos coesivos, os quais criam vínculos entre as palavras, entre
as orações e entre diferentes partes de um texto. Esses recursos estabelecem dois tipos de coesão no texto: a coesão
referencial e a coesão sequencial.

COESÃO REFERENCIAL

A coesão referencial é aquela que cria um sistema de relações entre as palavras e expressões de um texto, permitindo
ao leitor identificar os termos a que se referem. O termo referente é aquele que indica a entidade ou situação a que o
falante se refere.

Observe o exemplo:

O cachorro latiu. Ele fica irritado quando há pessoas na rua, mas é um animal bastante amável.

Nesse caso, podemos dizer que o termo referente é o cachorro. Todas as vezes que o referente é retomado no texto,
podemos utilizar palavras para orientar os leitores, indicando se devem voltar atrás para recuperar algo que foi dito ou se
devem procurar a informação mais adiante no texto.
1
A coesão referencial pode ocorrer por meio de algumas figuras de construção/sintaxe, como as anáforas, catáforas
e elipses, e as correferências não anafóricas (contiguidades, reiterações).

ANÁFORA E CATÁFORA
✓ Anáfora

A anáfora consiste na retomada referencial de um termo “apontando” para outro que já foi dito anteriormente.

EXs: Os governantes brasileiros estão na cúpula do G20. Eles juntaram-se aos países mais ricos do mundo.

Vários jovens brasileiros, a cada ano, sofrem mais bulliyng que há vinte anos. Esse crime deve ser melhor observado pelos
familiares.

✓ Catáfora

A catáfora, diferente da anáfora, aponta, através também de expressões coesivas, o que ainda virá adiante.

EXs: Esta situação não pode continuar: vários mendigos vivendo na rua.

ELEMENTOS PARA O PROCESSO DE COESÃO

• Artigos definidos e indefinidos:

Ex: Devemos tomar uma atitude contra o trabalho infantil. A atitude imediata deve ser denunciar judicialmente as empresas
que exploram as crianças.

• Numerais:

Ex: Medidas urgentes devem ser tomadas a favor das crianças que sofrem violência. A primeira medida deve ser a constante
fiscalização do tratamento da família para com elas.

• Pronomes:

Crianças não devem trabalhar. Seus compromissos são os estudos.

• Advérbios (com função pronominal, ou seja, com função de substituir nomes: aqui, lá, acolá, ali, onde etc.):

Ex: O estatuto da criança é claro. Lá está escrito: “É proibido qualquer trabalho a menores de 14 anos, salvo na condição
de aprendiz” (Capítulo V. Art. 60.).

• Escolhas lexicais semanticamente afins ao conteúdo:

Ex: O trabalho infantil é um dos maiores fatores de desigualdade no país. Essa prática leva as crianças e pais a
“afundarem” ainda mais no que diz respeito à pobreza. Logo, faz com que a fome nesse meio aumente.

OBS: esse tipo de coesão não é referencial, porém, é essencial para que as ligações coerentes do texto façam-se necessárias
e precisas.

• Expressões adverbiais (acima, abaixo, assim, desse modo, a seguir etc.):

Ex: O trabalho infantil deve acabar. Cumpriremos, assim, o Estatuto da Criança.

• Expressões nominais:

Ex: Os assassinatos a travestis vêm aumentando em Recife. Esse ato violento deve ser melhor observado pela polícia.

• Nominalizações (que também pode ter expressões nominais):

Ex: Usar o trabalho das crianças tem sido comum no país. Esse uso é ilegal segundo o Estatuto da Criança.

• Elipse:

Ex: As crianças têm direito ao lazer. Além disso, (as crianças) têm o direito ao estudo.

• Sinônimos (vale salientar que, por não existirem sinônimos perfeitos, usa-se termos equivalentes):

Ex: Às crianças cabe a brincadeira. Não se deve reservar o trabalho aos infantes.
• Hiperônimos e Hipônimos:

Ex: As araras azuis estão em extinção. Esses pássaros encontram-se em grande maioria no Pantanal brasileiro. Vale
salientar que esses animais são constantemente fiscalizados pelo IBAMA.

• Nomes Genéricos (coisa, negócio, trem, problema, pessoa, fato, fenômeno etc.):

Ex: O trabalho infantil preocupa-nos. A coisa já está passando dos limites.

(XAVIER, Antônio C dos S. Como se faz um texto: a construção da dissertação argumentativa. São Paulo: Editora Respel,
2010. – Texto Adaptado)

COESÃO SEQUENCIAL

TEXTO PARA ANÁLISE

DESABAFO!

Ontem, resolvi levar minha boysinha _______ MURIBECA, ______ o pai dela num dexou. MIZERAVI! Eu _______ digo a
ela: “STHEFFANYIEE, teu pai é cheio das resenha. Dêxa isso queto.” _____ essa abestalhada nunca me ouve.
_______________ , ________ começou BBB, liguei pra ela ____ perguntei se a gente devia tentar mais uma vez. Eu insisti
tanto, mai tanto _______ ela acabou desligando o telefone na minha cara. _______ ela tivesse me escutado melhor, isso não
tinha acontecido. _______ aquela nojenta nem pensou, véi. Foi logo desligando. Vou parar de falar _________ vou ficar
arretado também ___ começar a falar merda. Valeu por escutar meu desabafo, galera do QI. Tava precisano. _______ me
adiciona no face aew. Ass. Dudu do RIO DAS VELHA.

A coesão sequencial é aquela que cria nos textos as condições para sua progressão. As diversas flexões de tempo e de
modo dos verbos, bem como as conjunções, são, de modo geral, os responsáveis pelo estabelecimento e manutenção
da coesão sequencial nos textos. Isso significa que os mecanismos de coesão sequencial são utilizados para garantir
a articulação entre as partes do texto e para estabelecer relações entre as informações. O controle dos mecanismos
coesivos contribui com a progressão temática e promove boa articulação das ideias, informações e argumentos no interior
do texto no qual está a base da coerência textual.

Observe o exemplo:

Enquanto os homens criam teorias absurdas, a ciência é atacada por aqueles que não buscam conhecimento e, assim,
promovem o absurdo que é o definhamento do pensamento humano.

Para interligar os termos, é necessário o uso de CONECTIVOS que estabeleçam essas relações semânticas, como
PREPOSIÇÕES, ADVÉRVIOS E CONJUNÇÕES.

ALGUNS VALORES SEMÂNTICOS

TABELA COMPARATIVA

OPERADORES ARGUMENTATIVOS EXEMPLOS


Adição Os grevistas brasileiros de várias categorias reivindicam não só
(e, também, ainda, nem, não só...mas também, ademais, além melhores salários, mas também melhores condições de
de, bem como) trabalho.

Somam argumentos a favor de uma mesma conclusão.

Finalidade Os baixos salários que são dados aos professores no Brasil


(a fim de, a fim de que, com o íntimo de, para, para que, com o parecem ter o objetivo político de deteriorar cada vez mais a
objetivo de, com a finalidade de, com o objetivo de etc.) educação do país.

Indicam uma relação de finalidade, ou seja, objetivo a ser


alcançado.

Causa e consequência Entende-se, de uma forma generalizada, que o Brasil não cresce
(porque, pois, visto que, já que, em virtude de, uma vez que, na educação devido ao mau condicionamento político que
devido a, por motivo de, graças a, em razão de, em decorrência exerce o poder.
de, por causa de, como, por isso que etc.)

Iniciam uma oração subordinada denotadora de causa.


Explicação Já que a aliança política entre a Palestina e os EUA não funciona,
(porque, pois, já que, porquanto, visto que, isto é, ou seja, dado a tendência a haver uma guerra aumenta.
que, uma vez que, a saber, na verdade etc.)

Introduzem uma justificativa ou explicação relativa ao enunciado


anterior.

Oposição Vários progressos que concernem o crescimento econômico do


(mas, porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto, muito Brasil têm sido colocados em voga. Porém, há setores que ainda
embora, não obstante, ao contrário etc.) deixam a desejar, como a produção têxtil.

Contrapõem argumentos voltados para conclusões contrárias.

Concessão Mesmo que as campanhas eleitorais mostrem vitória do


(embora, mesmo, apesar de, conquanto, ainda que, ainda candidato A, B irá ganhar.
quanto, apesar de que, mesmo que, posto que, se bem que)

Indicam as ações conscientes do verbo da oração


principal, isto é, admitem uma contradição ou um fato
inesperado. A ideia de concessão está diretamente
ligada ao contraste, à quebra de expectativa.

Condição Caso aumente o número de empregos de carteira assinada para


(caso, se, contanto que, a não ser que, a menos que, desde que os assalariados, o Natal de 2014 tende a ser o de maiores vendas
etc.) em comparação aos anos anteriores.

Indicam uma hipótese ou uma condição necessária para a


realização ou não de um fato.

Tempo Enquanto os administradores públicos dos setores jurídicos


(quando, em pouco tempo, em muito tempo, logo que, assim julgam sentenças fúteis, o país decai em violência e corrupção.
que, antes que, depois que, sempre que, ao mesmo passo que
etc.)

Indicam uma circunstância de tempo.

Proporção À medida que cresce o número de professores descontentes


(à medida que, à proporção que, ao passo que, tanto quanto, com o descaso que se dá à educação, maior é o número de
tanto mais etc.) jovens que sofrem diretamente com as péssimas condições de
estudos.
Iniciam uma oração que se refere a um fato realizado ou para
realizar-se simultaneamente a outro.

Conformidade Segundo Simone de Beauvoir, em seu livro “O segundo sexo”, a


(conforme, para, segundo, de acordo com, como etc.) mulher não nasce mulher, e sim se torna.

Exprimem uma ideia de conformidade ou acordo em relação a


um fato expresso na oração principal.

Conclusão A maioria dos cidadãos ainda não obedece as leis educacionais


(portanto, então, logo, por isso, por conseguinte, pois – de jogar o lixo onde se deve. Logo, é maior o descaso com ruas
posposto ao verbo –, de modo que, em vista disso etc.) e praças de várias cidades brasileiras.

Introduzem uma conclusão relacionada a argumentos


apresentados anteriormente.

Alternância O cidadão brasileiro ainda sofre com a falta de educação em


(ou, ou... ou, ou então, quer... quer, seja... seja, ora... ora etc.) atendimentos, seja na área pública ou privada.

Introduzem argumentos alternativos, levando a conclusões


opostas ou diferentes.

Comparação Como uma criança inocente junto ao seu ursinho de pelúcia, o


(como, mais... [do] que, menos... [do] que, tão [tanto]... como, brasileiro ainda tem dificuldades em votar no candidato certo.
tão [tanto, tal]... quanto, assim como etc.)

Estabelecem relação de comparação entre elementos.

Esclarecimento Pernambuco continua num dos melhores posicionamentos


(ou seja, quer dizer, isto é, vale dizer de outra forma, afinal, em nacionais em relação ao PIB. Ou seja, o estado ainda é um dos
outras palavras etc.) que mais cresce no país.
Introduzem um enunciado que esclarece o anterior.

Inclusão Participaram da comissão dos direitos humanos em Pernambuco


(até mesmo, até, mesmo, inclusive, vale salientar que, também, vereadores, deputados e até mesmo a presidência da república.
além disso, ademais etc.)

Assinalam o argumento mais forte, orientando no sentido de


uma determinada conclusão.

Exclusão Somente os cidadãos brasileiros têm o real poder de mudar o


(somente, só, apenas, senão, tão somente, apenas, sequer etc.) país.

Indicam uma relação de exclusão entre duas orações.

Certeza As políticas públicas mencionadas, sem dúvida, merecem


(por certo, certamente, realmente, seguramente, efetivamente, atenção. Contudo, É preciso analisar novas medidas para
incontestavelmente, com certeza, sem dúvida, mudanças mais eficientes.
incontestavelmente, decerto, evidentemente, realmente,
exatamente, com toda a certeza etc.)

Indicam ideia de certeza ou ênfase a algo já mencionado.

Enumeração De início, é importante analisar que os fatores externos são os


(em primeiro lugar, de início, a princípio, em primeira análise maiores prejudiciais a esse segmento.
etc.)
São usados para enumerar a ordem das ideias apresentadas no
texto.

Continuação Posteriormente, é importante concentrar as atenções para as


(por conseguinte, em seguida, em segundo lugar, em segunda potencialidades desse comportamento.
análise, como efeito, outrossim, depois, posteriormente, no
geral, por sua vez, em termos gerais etc.)

São usados para dar continuidade às ideias apresentadas no


texto.

TEMPOS E MODOS VERBAIS

O que é verbo?

O verbo é uma classe gramatical que expressa ações e acontecimentos, estados ou fenômenos naturais, de acordo com o
sujeito que executa o verbo e com o tempo em que a ação foi executada. Eles flexionam de acordo com:

• o número (singular ou plural);


• a pessoa (1ª, 2ª ou 3ª pessoa);
• o tempo (passado, presente ou futuro);
• o modo (indicativo, subjuntivo ou imperativo);
• a voz (ativa, passiva ou reflexiva).

Modos verbais

Os modos verbais expressam a relação da pessoa que fala em relação ao fato dado pelo verbo.

O modo indicativo expressa certeza em relação ao fato, que é ou será dado como real.

O modo subjuntivo expressa suposição, possibilidade ou dúvida para um fato que não é dado como real ainda ou que não
pode ser dado como real.

O modo imperativo expressa uma ordem, uma exigência ou um pedido que se espera ser realizado.

Tempos verbais

O tempo verbal indica quando ocorre a ação em relação ao enunciado, podendo ser essencialmente passado/pretérito (antes
do enunciado), presente (junto com o enunciado) e futuro (após o enunciado). Os tempos verbais são diferentes de acordo
com o modo verbal. Veja:
→ Tempos verbais do modo indicativo

• Presente: ação ocorre no momento da fala.


• Pretérito perfeito: ação ocorreu em momento anterior ao da fala.
• Pretérito imperfeito: ação ocorria em momento anterior ao da fala, mas parou de ocorrer.
• Pretérito mais-que-perfeito: ação ocorrera em momento anterior ao de outra ação já ocorrida em momento anterior
ao da fala. É o passado do passado.
• Futuro do presente: ação ocorrerá em momento posterior ao da fala.
• Futuro do pretérito: ação ocorreria em momento posterior ao de outra ação já ocorrida no passado, mas ambas
anteriores ao momento da fala. É o futuro do passado.

→ Tempos verbais do modo subjuntivo

• Presente: suposição de que a ação ocorra.


• Pretérito imperfeito: hipótese de como seria se a ação ocorresse.
• Futuro do presente: hipótese de quando a ação ocorrer.

→ Tempo verbal do modo imperativo

• Presente: por se tratar de uma ordem, o imperativo só é conjugado no presente. Ex.: Faça algo!

Conjugação verbal

Como vimos, o verbo pode ser conjugado de acordo com o sujeito (número e pessoa), o modo, o tempo e a voz verbal. Veja
algumas conjugações:
Classificação dos verbos

Os verbos são classificados de acordo com a sua flexão.

Verbos regulares seguem o modelo padrão de flexão, no qual o radical não se altera e a desinência muda conforme os
elementos que vimos anteriormente. Ex.: cantar, vender, partir.

Verbos irregulares tendem a seguir o modelo padrão, mas com algumas conjugações que se afastam desse modelo. São
casos em que o radical pode ser alterado eventualmente durante uma ou outra conjugação. Ex.: dar, caber, ouvir.

Verbos anômalos: alguns gramáticos consideram como anômalos os verbos com mais de um radical (fazendo com que não
tenham padrão definido nas conjugações), enquanto outros consideram anômalos qualquer verbo que não apresente um
padrão definido (sem necessariamente ter mais de um radical). Ex.: ser, ir.

Verbos defectivos são aqueles que não podem ser conjugados em todas as formas, tempos e pessoas. Ex.: falir, colorir.

Verbos abundantes têm mais de uma forma equivalente para a mesma conjugação em determinados casos. Ex.: entregar
(entregado e entregue), pagar (pagado e pago), haver (havemos e hemos).
Formas nominais

As formas nominais não exprimem o tempo (passado, presente ou futuro) e nem o modo (indicativo, subjuntivo ou imperativo),
dependendo do contexto em que aparecem. Podem, inclusive, desempenhar a função de nome (substantivo) ao invés de
verbo em certos contextos.

• Infinitivo: é o ato verbal em si e pode ser usado como substantivo. Ex.: cantar, vender, partir.
• Gerúndio: é o ato verbal em curso e pode ser usado como advérbio ou adjetivo. Ex.: cantando, vendendo, partindo.
• Particípio: é o ato verbal enquanto resultado e pode ser usado como adjetivo. Ex.: brincado, vendido, partido.

Locuções verbais

Locuções verbais são a combinação de um verbo auxiliar com um verbo principal, ou seja, dois ou mais verbos juntos. O
verbo principal permanece em sua forma nominal, cabendo ao verbo auxiliar ser conjugado de acordo com o tempo e o modo
adequados.

Os verbos auxiliares são aqueles que acompanham verbos principais indicando as flexões de número (singular e
plural), pessoa (1ª eu/nós; 2ª tu/vós; 3ª ele(a)/eles(as), modo (indicativo, subjuntivo, imperativo), tempo e voz.
Os verbos principais expressam a ideia central da ação ocorrida.
Veja o exemplo a seguir:

⇒ Estou fazendo os bolinhos de nata que o Diogo tanto gosta.


Locução Verbal: Estou fazendo
Verbo auxiliar: Estar/Estou
Verbo principal: Fazer/fazendo

EXERCÍCIOS COESÃO REFERENCIAL

1. O trecho reproduzido a seguir, de uma entrevista com o a) “...neste estado de atraso econômico e cultural em que
professor Dante Gallian, autor de A literatura como remédio, vivemos.” (ref. 2)  neste estado de atraso econômico e
é referência para a próxima questão. cultural onde vivemos.
b) “...percebe-se que há quase duzentos anos atrás essa lei
Dá para dizer que a leitura fez diferença na vida dessas já era cumprida” (ref. 4)  percebe-se que, há quase
pessoas? duzentos anos, tal lei já era cumprida.
c) “...para atender aos executivos que deixavam suas famílias
Sim. Alguns anos depois da formação desse primeiro grupo, no balneáreo...” (ref. 6)  para atender aos executivos
entrevistei alguns dos participantes para descobrir o que que deixavam as famílias deles no balneário.
estavam fazendo e de que forma aquela experiência d) “Com o comercial do Gérson foi a mesma coisa.” (ref. 12)
impactou a formação profissional e de vida deles. E todos  Com o comercial do Gérson foi idêntico.
responderam que aquelas reuniões foram fundamentais,
porque despertaram neles o interesse pela leitura. Os cursos 3. No fragmento "Há evidências científicas recentes do
da área de saúde são muito focados nos aspectos físicos e aumento da mortalidade naquela região que não haviam sido
biológicos, e o fator humano costuma ficar mais relegado. observadas ao longo de décadas" (ref. 2), o pronome
Todos disseram que a leitura deu a eles um diferencial. sublinhado se refere ao substantivo
Primeiro, porque se tornaram leitores, e não eram. Além
disso, se tornaram bons ouvintes, o que é incrível. a) "região".
b) "aumento".
Disponível em: < https://blogs.uai.com.br/contaumahistoria/literatura-como-
remedio/>. Acesso em: 20/08/21. c) "mortalidade".
d) "evidências".
Na resposta dada pelo professor, é possível perceber que e) "décadas".
não se trata da primeira pergunta da entrevista e que as
respostas dialogam entre si. Assinale a alternativa que TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
apresenta a palavra contida na resposta do professor que
indica essa relação. Leia o soneto “Não comerei da alface a verde pétala”, de
Vinicius de Moraes.
a) desse.
b) deles. Não comerei da alface a verde pétala
c) neles. Nem da cenoura as hóstias desbotadas
d) eles. Deixarei as pastagens às manadas
e) se. E a quem mais aprouver fazer dieta.

2. Assinale a alternativa cuja substituição do pronome Cajus hei de chupar, mangas-espadas


grifado por outra estrutura linguística está INCORRETA: Talvez pouco elegantes para um poeta
Mas peras e maçãs, deixo-as ao esteta
Que acredita no cromo das saladas. vinho?
MACÁRIO: Não! não! mil vezes não! Não concebeis, uma
Não nasci ruminante como os bois perda imensa, irreparável... era o meu cachimbo...
Nem como os coelhos, roedor; nasci O DESCONHECIDO: Fumais?
Omnívoro; deem-me feijão com arroz MACÁRIO: Perguntai de que serve o tinteiro sem tinta, a viola
sem cordas, o copo sem vinho, a noite sem mulher – não me
E um bife, e um queijo forte, e parati pergunteis se fumo!
E eu morrerei, feliz, do coração O DESCONHECIDO (dá-lhe um cachimbo): Eis aí um
De ter vivido sem comer em vão. cachimbo primoroso.
[...]
(Vinicius de Moraes. Livro de sonetos, 2009.) MACÁRIO: E vós?
O DESCONHECIDO: Não vos importeis comigo. (tira outro
4. No soneto, o autor emprega o pronome “as” para se referir cachimbo e fuma)
a MACÁRIO: Sois um perfeito companheiro de viagem. Vosso
nome?
a) “saladas” (2ª estrofe) O DESCONHECIDO: Perguntei-vos o vosso?
b) “pastagens” (1ª estrofe) MACÁRIO: O caso é que é preciso que eu pergunte primeiro.
c) “hóstias desbotadas” (1ª estrofe) Pois eu sou um estudante. Vadio ou estudioso, talentoso ou
d) “manadas” (1ª estrofe) estúpido, pouco importa. Duas palavras só: amo o fumo e
e) “peras e maçãs” (2ª estrofe) odeio o Direito Romano. Amo as mulheres e odeio o
romantismo.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: O DESCONHECIDO: Tocai! Sois um digno rapaz. (apertam
a mão)
Leia o trecho do drama Macário, de Álvares de Azevedo. MACÁRIO: Gosto mais de uma garrafa de vinho que de um
poema, mais de um beijo que do soneto mais harmonioso.
MACÁRIO (chega à janela): Ó mulher da casa! olá! ó de casa! Quanto ao canto dos passarinhos, ao luar sonolento, às
UMA VOZ (de fora): Senhor! noites límpidas, acho isso sumamente insípido. Os
MACÁRIO: Desate a mala de meu burro e tragam-ma aqui... passarinhos sabem só uma cantiga. O luar é sempre o
A VOZ: O burro? mesmo. Esse mundo é monótono a fazer morrer de sono.
MACÁRIO: A mala, burro! O DESCONHECIDO: E a poesia?
A VOZ: A mala com o burro? MACÁRIO: Enquanto era a moeda de ouro que corria só pela
MACÁRIO: Amarra a mala nas tuas costas e amarra o burro mão do rico, ia muito bem. Hoje trocou-se em moeda de
na cerca. cobre; não há mendigo, nem caixeiro de taverna que não
A VOZ: O senhor é o moço que chegou primeiro? tenha esse vintém azinhavrado1. Entendeis-me?
MACÁRIO: Sim. Mas vai ver o burro. O DESCONHECIDO: Entendo. A poesia, de popular tornou-
A VOZ: Um moço que parece estudante? se vulgar e comum. Antigamente faziam-na para o povo; hoje
MACÁRIO: Sim. Mas anda com a mala. o povo fá-la... para ninguém...
A VOZ: Mas como hei de ir buscar a mala? Quer que vá a
pé? (Álvares de Azevedo. Macário/Noite na taverna, 2002.)
MACÁRIO: Esse diabo é doido! Vai a pé, ou monta numa
1
vassoura como tua mãe! azinhavrado: coberto de azinhavre (camada de cor verde
A VOZ: Descanse, moço. O burro há de aparecer. Quando que se forma na superfície dos objetos de cobre ou latão,
madrugar iremos procurar. resultante da corrosão destes quando expostos ao ar úmido).
OUTRA VOZ: Havia de ir pelo caminho do Nhô Quito. Eu
conheço o burro... 5. Retoma um termo mencionado anteriormente no texto a
MACÁRIO: E minha mala? palavra sublinhada em:
A VOZ: Não vê? Está chovendo a potes!...
MACÁRIO (fecha a janela): Malditos! (atira com uma cadeira a) “O DESCONHECIDO: Perguntei-vos o vosso?”
no chão) b) “O DESCONHECIDO: Não será quebrando cadeiras que
O DESCONHECIDO: Que tendes, companheiro? o chamareis…”
MACÁRIO: Não vedes? O burro fugiu... c) “A VOZ: Não vê? Está chovendo a potes!…”
O DESCONHECIDO: Não será quebrando cadeiras que o d) “A VOZ: Mas como hei de ir buscar a mala? Quer que vá
chamareis... a pé?”
MACÁRIO: Porém a raiva... e) “MACÁRIO: Esse mundo é monótono a fazer morrer de
O DESCONHECIDO: A mala não pareceu-me muito cheia. sono.”
Senti alguma coisa sacolejar dentro. Alguma garrafa de

EXERCÍCIOS COESÃO SEQUENCIAL

1. (CESGRANRIO – 2011 – FINEP – Técnico – Suporte d) comparação


Técnico) Considere a sentença abaixo. e) união
Mariza saiu de casa atrasada e perdeu o ônibus. As duas
orações do período estão unidas pela palavra “e”, que, além 2. (FCC – 2012 – TCE-AP – Técnico de Controle
de indicar adição, introduz a ideia de Externo) Preços mais altos proporcionam aos agricultores
incentivos para produzir mais, o que torna mais fácil a tarefa
a) oposição de alimentar o mundo. Mas eles também impõem custos aos
b) condição consumidores, aumentando a pobreza e o
c) consequência descontentamento.
e) mesmo.
A 2a afirmativa introduz, em relação à 1a, noção de
4. (FGV – 2010 – DETRAN-RN – Assessor Técnico –
a) condição. Contabilidade) “… e eu sou acaso um deles, conquanto a
b) temporalidade. prova de ter a memória fraca…”; a oração grifada traz uma
c) consequência. ideia de:
d) finalidade.
e) restrição. a) Causa.
b) Consequência.
3. (FUNCAB – 2010 – SEJUS-RO – Contador) Releia-se o c) Condição.
que escreve Beccaria: d) Conformidade.
“Contudo, se o roubo é comumente o crime da miséria e da e) Concessão.
aflição, se esse crime apenas é praticado por essa classe de
homens infelizes, para os quais o direito de propriedade 5. (FUMARC – 2011 – PRODEMGE – Analista de
(direito terrível e talvez desnecessário) apenas deixou a vida Tecnologia da Informação) No trecho “À época de Pilatos
como único bem, […….] as penas em dinheiro contribuirão e de James Joyce, a linguagem virtual estava
tão-somente para aumentar os roubos, fazendo crescer o longe”. Contudo, além da realidade física, da palavra
número de mendigos, tirando o pão a uma família inocente impressa, ela servia, sobretudo, de símbolo da identidade e
para dá-lo a rico talvez criminoso.” da perenidade da comunicação”.

A palavra ou locução que, usada no espaço entre colchetes Os termos negritados acima têm, respectivamente, a
deixado no período, fortalece a conexão lógica entre as equivalência de
orações adverbiais condicionais e o que ele afirma a seguir
é: a) adversidade – causa – tempo - questionamento.
b) consequência – tempo – adversidade – dúvida.
a) inclusive. c) tempo – adversidade – adição – reforço.
b) além disso. d) adição – adversidade – tempo – afirmação.
c) então. e) condição – contrariedade – comparação – hesitação.
d) por outro lado.

EXERCÍCIOS TEMPOS E MODOS VERBAIS

1. (2012 – FCC) … os cursos de graduação a distância B) A diferença de formas (cobre/cobra) não é registrada nas
estavam em instituições pequenas e pouco conhecidas. gramáticas normativas, portanto há inadequação na flexão do
segundo verbo.
O verbo empregado nos mesmos tempo e modo que o C) A diferença de formas (cobre/cobra) deve-se ao
grifado acima está em: deslocamento da 3ª para a 2ª pessoa do sujeito verbal.
D) O sujeito verbal (3ª pessoa) mantém-se o mesmo, portanto
A) … sobre os caminhos que elevam o nível. o emprego está adequado.
B) Durante cinco meses, os especialistas analisaram os E) O primeiro verbo no imperativo negativo opõe-se ao
cursos de oito faculdades … segundo verbo que se encontra no presente do indicativo.
C) Hoje, esparramaram-se pelas grandes …
D) Os casos bem-sucedidos indicam ainda … 4. (TRF) Considerando as formas verbais destacadas nas
E) Lutava-se contra a sua regulamentação … três frases abaixo, a opção com a correta classificação de
tempos e modos é, respectivamente:
2. (Telerj) Os clientes ligam, você atende.
1. Toma conta da minha bagagem, enquanto eu vou até ali.
A parte destacada desta frase no imperfeito do modo 2. "Não façais aos outros o que não quereis que vos façam."
subjuntivo ficaria assim: 3. Os astrônomos negam que o Sol gira em torno da Terra.

A) Quando os clientes ligarem A) Presente do indicativo / presente do subjuntivo / presente


B) Se os clientes ligassem do subjuntivo.
C) Os clientes ligariam B) Imperativo afirmativo / imperativo negativo / presente do
D) Os clientes ligaram indicativo.
E) Quando os clientes ligavam C) Imperativo afirmativo / imperativo negativo / presente do
subjuntivo.
3. (ITA-SP) Os verbos são da letra da música Cobra, de Rita D) Imperativo afirmativo / presente do subjuntivo / presente
Lee e Roberto de Carvalho: do subjuntivo.
E) Presente do indicativo / imperativo negativo / presente do
"Não me cobre ser existente subjuntivo.
Cobra de mim que sou serpente"
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
Com relação ao emprego do imperativo nos versos, podemos
afirmar que: A cavalgada, que lenta 8subira a encosta, 9descia-3a
rapidamente enquanto Atanagildo, visitando os muros,
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A) A oposição imperativo-negativo e imperativo-afirmativo exortava os guerreiros da cruz a pelejarem
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justifica a mudança do verbo cobre/cobra. esforçadamente. Quando estes souberam quais eram as
intenções dos árabes acerca das virgens do mosteiro, a no passado e foi concluído. Os dois primeiros estão no modo
atrocidade do sacrilégio afugentou-5lhes dos corações a indicativo, enquanto “exortava” está no imperativo, pois
menor sombra de hesitação. Sobre as espadas juraram expressa ordem.
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todos combater e morrer como godos. Então o quingentário, C) O verbo “subira” está no futuro do presente, pois indica um
a 6quem parecia animar sobrenatural ousadia, correu ao fato que ainda ocorrerá; os verbos “descia” e “exortava” estão
templo. no futuro do pretérito, pois indicam ações que aconteceriam.
Todos estão no modo indicativo.
HERCULANO, A. Eurico, o presbítero. 2. ed. São Paulo: Martin Claret, D) O verbo “subira” está no pretérito mais-que-perfeito, pois
2014. p.107.
indica um fato que aconteceu antes de outro fato no presente;
já os verbos “exortava” e “descia” estão no imperfeito do
30. Sobre os verbos “subira” (ref. 8), “descia” (ref. 9) e subjuntivo, pois expressam desejos ou hipóteses.
“exortava” (ref. 1), presentes no trecho, assinale a alternativa E) O verbo “subira” está no pretérito mais-que-perfeito, pois
correta. indica um processo que ocorreu antes de um outro fato,
também no passado; os verbos “descia” e “exortava” estão
A) Os verbos “subira”, “descia” e “exortava” estão no tempo no pretérito imperfeito, pois indicam um processo que ocorreu
verbal pretérito perfeito, pois indicam um fato que aconteceu no passado, expressando sua duração, e que não foi
em um momento passado e foi concluído. Todos estão no concluído. Todos estão no modo indicativo.
modo indicativo.
B) Os verbos “subira”, “descia” e “exortava” estão no pretérito
imperfeito, pois expressam a duração de um fato que ocorreu

GABARITO COESÃO REFERENCIAL


1. A 2. A 3. D 4. E 5. B
GABARITO COESÃO SEQUENCIAL
1. C 2. E 3. C 4. E 5. C
GABARITO VERBO
1. E 2. B 3. C 4. B 5. E

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