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Armazenagem e

Movimentação de
Materiais
Material Teórico
Custos na Armazenagem Tradicional

Responsável pelo Conteúdo:


Prof. Ms. José Joaquim do Nascimento

Revisão Textual:
Prof. Esp. Natalia Mendonça Conti
Custos na Armazenagem Tradicional

• Introdução

• Alternativas de armazenagem

··Introduzir o tema custos na armazenagem tradicional


·· Sistemática de Custeio em Armazenagem
··
Alternativas de Redução de Custos a partir de Armazéns
públicos ou alugados.

Caro aluno, a discussão seguinte diz respeito aos custos de armazenagem, passando por
uma metodologia de determinação de tais custos. Há equações simples, assim como
situações que buscam ajuda-lo a entender quais gastos são gerados e em que situações eles
são considerados.
Veja se consegue entender que há custos que são considerados só porque o equipamento ou
a estrutura estão sendo utilizados, tais como os custos fixos, como o aluguel ou a depreciação
das estruturas e equipamentos, entre outros. Precisamos que você pense de forma mais
evoluída para entender nossa discussão. Veja os vídeos, pois eles estão fazendo parte de
nossa estratégia de análise.

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Unidade: Custos na Armazenagem Tradicional

Contextualização

Os custos têm sido o tema de destaque na mesa de reunião de empresas de quaisquer ramos
produtivos. Ele aparece em toda a cadeia produtiva, porém na cadeia logística ele vem se
destacando devido a armazenagem ser vista como a área capaz de permitir um diferencial
mercadológico para empresas.
Na atividade de armazenagem, por exemplo, o cálculo equivocado dos custos desta atividade
pode gerar subsídios desnecessários e distorcer a rentabilidade dos produtos.Nesse sentido, a
excelência nos processos de armazenagem ganha ainda mais importância, à medida que é a
armazenagem que pode ajudar na redução dos custos com transporte e contribuir para diminuir
movimentações excessivas ao longo da cadeia produtiva. Além do mais, o sucesso da atividade
está estritamente ligado à agilidade das etapas de recebimento e expedição dos produtos, que
são atividades que estão acontecendo a partir do armazém.

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Não podemos continuar sem antes alertarmos para a
importância da leitura de todo o material disponibilizado e
de que você
o envolvimento com outras atividades que serão oferecidas Lembre-se
nograma
para melhorar sua compreensão. Estamos falando de tem um cro
ade que
Fóruns de Discussões, além das atividades de sistematização de cada unid
uido,
e aprofundamentos. deve ser seg
e atento
por isso fiqu
Efetue as
Você já está familiarizado com a informação de que toda aos prazos.
r ticipe das
atividade proposta tem como base o material de estudo leituras e pa
desenvolvido, pois é com ele que você evoluirá em conhecimento. atividades!

Nesta Unidade, vamos aprender algo a mais sobre


armazenagem que é a questão dos custos e a perspectiva do
armazém geral público ou próprio.
Caro aluno se você recorrer às fontes mais tradicionais de pesquisa na internet, como a
Wikipedia, verá que o conceito de armazenagem sugere um conjunto de funções diversas dentro
do armazém que é composto por: recepção, descarga, carregamento, arrumação e conservação
de produtos e/ou materiais, acabados ou semi-acabados. Como a armazenagem é um processo
que envolve mercadorias, todos os movimentos e os recursos utilizados para tais movimentos
geram custos (DIAS, 2009).

Introdução

Custo de Armazenagem
O que iremos expor nesta unidade é a questão dos custos de armazenar produtos e/ou
materiais que são aqueles gerados pelo uso das estruturas e equipamentos, assim como das
condições necessárias para que a empresa possa guardar seus produtos adequadamente, como
a necessidade de sistemas de informações. Outras questões dizem respeito a gastos como
aluguel de armazenagem, equipamentos como paletes, salários com os operadores envolvidos
na armazenagem, entre outros, como salienta Gonçalves (2013). Os custos de armazenagem,
portanto são gerados com a guarda, a segurança necessária e os custos diversos gerados com
as instalações e serviços de terceiras demandas, como o seguro do prédio e até das mercadorias
para serem gerenciadas (DIAS, 2009).
De acordo com Pozo (2007), a armazenagem consome espaço, demanda movimentação
dentro do armazém até a linha de produção da fábrica e os movimentos gerados entre estas
estruturas podem gerar danos aos produtos e/ou materiais, ou ainda, sua permanência pode
tornar os produtos e/ou materiais obsoletos, o que irá impactar diretamente nos custos totais dos
produtos fabricados ou comercializados pelas empresas.
“Quando tratamos do custo logístico, o processo de armazenagem representa, em geral,
a terceira força entre os direcionadores de tais custos, perdendo apenas para o transporte de
cargas e igualando-se à manutenção de estoques” (WANKE, 2011).

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Unidade: Custos na Armazenagem Tradicional

O Sistema Atual de Armazenagem de produtos


Para Viana (2002), a atividade de armazenagem começou a preocupar os gestores à medida
que a questão dos custos passou a ser objeto determinístico dos níveis de rentabilidade nas
empresas. Assim, os custos gerados em todas as áreas passaram a ser monitorados, o que não
excluiu os custos gerados com o sistema de armazenagem. Segundo Pozo (2007), a sistemática
atual adotada pelos gestores é agruparem os custos de armazenagem em centros de custos e
alocarem aos produtos estocados ou mesmo aos clientes com base nos níveis de faturamento
que cada cliente oferece à empresa ou ainda ao nível de vendas.
Antes de continuarmos nossa discussão sobre os custos da armazenagem é importante que
você entenda o porquê de tal relevância do tema. O fato é que a indústria tem acompanhado a
tendência das empresas comerciais e ampliado a gama de produtos e/ou materiais produzidos
e aumentado a frequência de entregas, e com isso aumentado o volume de processamento dos
pedidos e o perfil dos mesmos, onde as consequências têm sido número de entregas muito
maiores (RODRIGUES, 2006).

Trocando Ideias
Para que possamos visualizar a diferença entre custos de armazenagem e de estocagem, veja que
para o armazém estamos falando de custos como: aluguel, salário dos operadores, depreciação das
instalações e equipamentos de movimentação do armazém, que na maioria são fixos.

Segundo Lima (2002), os custos logísticos representam um tipo de custo muito significativo
dentro das empresas que são identificados nos estoques, inventário, embalagem, fluxo de
informações, movimentação, aspectos legais, planejamento operacional, armazenagem e
serviço ao cliente, bem como suprimentos, transportes e planejamento estratégico.
Muitas empresas encontram dificuldades no processo de adoção de uma abordagem integrada
para a logística devido a falta de informações sobre os custos do armazém, comentado por
Figueiredo (2009). É comum que ele seja identificado pelo esquema abaixo:

Figura 1 – Fluxograma do custo do Armazém

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O encadeamento das atividades como acima: custo do armazém como estrutura, custos
de manuseio e custo operacional é uma perspectiva, entre várias existentes e apreciadas em
análises por teóricos e especialistas. Para Gonçalves (2013), a armazenagem não é somente
a administração do espaço necessário para manter os estoques, ela também envolve questões
relativas à localização, dimensionamento da área, arranjo físico, equipamentos para movimentação
e tipos e sistemas de armazenagem. Portanto, a ideia de administração é muito ampla.
No esquema acima o manuseio tem como função estabelecer o fluxo de movimentação
de materiais. Veja que tal manuseio pressupõe equipamentos diversos, como empilhadeiras,
guindaste, entre outros, e as decisões operacionais de movimentação não estão dissociadas
de outros elementos do armazém como área, arranjo físico, tipos de operações, rotas de
movimentação e tempo, como explica Bonzato (2006). A movimentação de produtos e/ou
materiais acontece quando solicitado pelo cliente interno (operadores de linha de produção) ou
cliente externo (consumidores) e elementos como o layout interferem no melhor fluxo, evitando
movimentos desnecessários, portanto, menor custo.

Ideias-chave
A armazenagem de produtos e/ou materiais resulta em um processo que possui diversas atividades
que geram custos para a empresa, gerados a partir do recebimento dos produtos e/ou materiais,
acondicionamento, seleção de pedido ou embarque, ou ainda, serviços de etiquetagem, manutenção
de equipamentos, limpeza e segurança e mão de obra dos operadores envolvidos.

Os custos de armazenagem podem ser considerados, dependendo da forma como os estoques


estão sendo acondicionados, em fixos ou variáveis (WANKE, 2011).

Atenção
Os custos fixos devem ser considerados quando tratarmos de armazenagem própria e os custos
variáveis devem ser considerados quando os serviços de armazenagem são terceirizados, ou seja,
realizados por operadores logísticos.

1.1-Fontes de Custo na Armazenagem de produtos e/ou Materiais


Ao mencionarmos o termo fonte de custos, vamos acompanhar a perspectiva de Honda
(2002), que sugere que os custos de armazenagem se estabelecem no local onde a empresa está
guardando ou custodiando seus produtos, daí termos gastos como: o aluguel de armazém, a
aquisições de paletes, gastos com o salário dos operadores. Não podemos deixar de mencionar
outros como: depreciação de instalações e equipamentos de movimentação. Separar tais gastos
e identificá-los como fixos, variáveis ou direto e indireto contribui para dificultar o gerenciamento
das operações de armazenagem e a alocação de custos para cada atividade (HONDA, 2002).

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Unidade: Custos na Armazenagem Tradicional

A mensagem acima deve ser lembrada mais uma vez. Custos de estoques são diferentes de
custos de armazenagem. Vamos verificar juntos? Veja os itens abaixo:

• Custos de armazenagem – dizem respeito aos gastos com as estruturas e equipamentos


(exemplos: empilhadeiras, estantes, guindastes, entre outros) usados para movimentar
os produtos dos pontos de recebimento até os pontos de estocagem, assim como com
o pessoal envolvido com a identificação, separação e montagem de kits, e por fim a
expedição dos produtos para clientes internos ou externos.

• Custos de estoques- dizem respeito aos gastos gerados com a aquisição dos produtos
e o pessoal envolvido com a compra dos mesmos. Assim, os custos dos produtos
adquiridos, os custos de oportunidade dos produtos adquiridos em termos de períodos
são gastos que estão compondo os custos de estoques, ou seja, do produto em estoque.
Custos relativos aos pedidos e ao pessoal envolvido e custos de oportunidades que são
os ganhos que poderiam ser gerados no mercado financeiro e são sacrificados com os
produtos estocados estão sendo medidos para efeito do custo de estoques.

Do mesmo modo que nos custos de produtos, a armazenagem tem seus custos fixos, que
relacionam-se com as instalações do armazém (espaço físico), assim como com os equipamentos
de movimentação usados pelos operadores e até mesmo dos investimentos em tecnologias,
como explica Rago (2002). Logo, independente de sua utilização com mais ou menos produtos,
os custos sem mantém, ou seja, são fixos. Dentro da complexidade dos custos de armazenagem
temos a variação da demanda interna necessária durante o mês, pois na maior parte das
empresas há uma concentração de pedidos e expedição nos últimos dias do mês fazendo
toda a estrutura operar fora de capacidade de atendimento prejudicando o nível de serviço
aumentando o número de falhas, avarias e atrasos (GONÇALVES, 2013).
Segundo Lima (2002), alocar os custos de armazenagem para uma área ou um cliente não
é tão simples. Uma prática é ratear os gastos para termos uma dimensão de quanto custa a
armazenagem de cada cliente. Entretanto a atividade de armazenagem vem sendo cada vez
mais importante para as empresas e seus custos ganhando relevância (atenção). Para Gonçalves
(2013), isso acontece devido a mudanças que o mercado impõem em relação às vendas e ao
atendimento ao cliente, à medida que assistimos ao aumento da frequência nas entregas devido
a pequenos e variados pedidos dos clientes que não querem mais grandes pedidos para não
gerarem grandes estoques.
Antes de tratarmos de uma metodologia para determinação dos custos na armazenagem,
vamos às equações matemáticas existentes que permitem sabermos os custos de cada produto
armazenado, assim como cálculo das diversas taxas que devem ser dimensionadas em unidades
de produtos armazenados.

1.2 – Equações usadas para Cálculo do Custo de Armazenagem


Para determinação do Custo Total da Armazenagem há diversos custos que serão apresentados
separadamente. Vamos a primeira que podemos também chamar de custo do produto estocado
ou da estocagem, para um determinado período.

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Cálculo do Custo de Armazenagem

O cálculo do custo deve ser dimensionado em termos de período, visto que a quantidade
média está sendo avaliada em termos anuais. Em que:

• Q/2 = estoque médio ou quantidade média armazenada em um período;

• P=preço unitário do produto armazenado;

• I = taxa de armazenagem do produto expressa, geralmente, em termos de porcentagem


do custo unitário e;

• T= tempo de armazenagem considerado em dimensão anual.

Autores como Rodrigues (2006) sugerem que o cálculo da taxa de armazenagem, embora
mais trabalhosa é importante pois permite a identificação dos tipos de gastos e ainda ratear para
unidades de produtos a partir do estoque total. Veja agora como calcular a taxa de armazenagem
de um produto.

Equação da Taxa de Armazenagem

A taxa de armazenagem é o somatório de uma série de taxas que estão implícitas nos
equipamentos usados na movimentação e manuseio dos produtos e/ou materiais. As mais
conhecidas estão abaixo identificadas, podendo ainda existir outras, que dependem da estrutura
do armazém.
• Taxa de retorno de capital
• Taxa de armazenamento físico
• Taxa de seguro
• Taxa de transporte, manuseio e distribuição
• Taxa de obsolescência
• Outras taxas.

Podemos identificar cada taxa individualmente e depois somar todas elas para identificarmos
a taxa de armazenagem. Vamos à equação da taxa de Retorno de Capital investido em estoques:

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Unidade: Custos na Armazenagem Tradicional

Onde basta dividir o lucro total pelo valor do estoque total existente no armazém. O mesmo
procedimento precisamos adotar para a taxa de armazenagem física, que relacionamos ao
espaço ocupado pelos produtos no espaço do armazém. Veja a equação abaixo da taxa de
Armazenamento físico.

Onde:
S = Área ocupada pelo estoque
A = custo anual do m2 de armazenamento
C = Consumo anual
P = Preço Unitário

Vamos à equação da taxa de Seguro do Armazém. O procedimento é considerar os custos


totais anuais do seguro e dividir pelo valor do estoque total mais do edifício ou dos edifícios,
conforme abaixo:

Onde:
Custo anual do seguro dividido pelo valor atribuído ao estoque e o valor atribuído ao edifício.

O custo de depreciação dos equipamentos refere-se às empilhadeiras, entre outros que são
utilizados para o transporte, manuseio e distribuição dos produtos e divididos pelo estoque total.
A equação segue abaixo:

Outro custo diz respeito à perda de valor dos equipamentos, à medida que o tempo passa,
a exemplo das estruturas físicas usadas para armazenagem dos produtos. A equação para o
cálculo desta taxa segue abaixo:

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Cálculo da Taxa de obsolescência:

Considere as perdas anuais totais por obsolescência e divida pelo valor do estoque total.
Caso haja outras taxas não identificadas aqui, o gestor deve proceder do mesmo modo, ou seja,
dividir as despesas totais anuais pelo valor do estoque total. Como segue abaixo a equação:

Veja que a sistemática é similar em todos os cálculos, uma vez que o denominador é o valor
do estoque total em termos anuais.

Método de Custeio para Armazenagem


Vamos iniciar este tópico a partir da figura abaixo em que são identificadas as etapas do
custeio da armazenagem. Trata-se de um método, existindo assim outros que não serão
explorados neste conteúdo.

Fonte: Dias (2009)

Dias (2009) menciona que para minimizar as distorções de alocação dos custos é importante
que as etapas acima sejam consideradas e avaliadas cuidadosamente, como segue abaixo:

Etapa I - Identificação dos itens de custos no armazém – primeiramente seleciona-se os itens de


custos que devem ser considerados. Os operadores, os equipamentos e a estrutura física e seus
respectivos custos como: depreciação das empilhadeiras, custo de oportunidade das empilhadeiras,
aluguel do armazém, depreciação e custos de oportunidade dos racks, por exemplo. Vale ressaltar
que não devemos agrupar os custos a partir de sua natureza, como depreciação, pessoal entre
outras e sim, separadamente, como depreciação de equipamento, como os transelevadores.
Dessa forma, em vez de utilizar uma única conta de depreciação, estamos usando de modo
individual a depreciação de cada ativo (empilhadeira, palete.) (LACERDA, 2009)

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Unidade: Custos na Armazenagem Tradicional

Etapa II - Cálculo dos custos de cada item usado na armazenagem – estamos falando de gastos
como salários e benefícios dos operadores, manutenção e aluguel do edifício entre outros, que
podem ser obtidos com facilidade pelos controles contábeis. Autores como Gonçalves (2013)
consideram que a depreciação e o custo de oportunidade dos equipamentos e estruturas,
precisam ser calculados de fato, conforme é exposto abaixo:
• Depreciação – considerar o tempo utilizado para depreciação, porém não o tempo contábil
legal, mas sim o de operação do equipamento. Assim, para calcular o valor mensal de
depreciação, deve-se dividir a diferença entre o valor de aquisição e o residual pelo tempo
(n meses) que a empresa irá utilizar o equipamento (GONÇALVES, 2013).
• Custo de oportunidade – não se trata de uma despesa que podemos chamar de custo,
mas uma perda por não termos um ganho financeiro com o valor que está empatado no
equipamento ou estrutura. Uma empresa que tenha um armazém próprio não tem uma conta
de aluguel. No entanto, deve ter um item de custo associado ao custo de oportunidade do
imóvel, que representa o quanto a empresa ganharia se o vendesse e investisse o capital em
outros projetos, ou caso resolvesse alugá-lo ou aplicasse o dinheiro na poupança. Podemos
considerar a taxa de oportunidade como a taxa de juros da poupança que ganharia se o
dinheiro estivesse aplicado. (GONÇALVES, 2013).

Etapa III – Relacionar ou agrupar todos os itens de custos a cada função (ou atividade) no
armazém. Segundo Pozo (2007), o objetivo do agrupamento de tais custos, seja em funções
específicas como o recebimento, ou ainda a atividade específica é facilitar a alocação desses
custos para a etapa seguinte. Deste modo: para a função de movimentação devemos agrupar
itens de custos de diferentes elementos como: operadores, manutenção, depreciação, que
devem estar relacionados à movimentação ou ao manuseio dos produtos. Em caso de
operações de movimentação, manuseio ou armazenagem mais complexa, pode haver a
necessidade de uma subdivisão das funções em atividades (POZO, 2007).
Direcionar os custos dos elementos (equipamentos, operadores ou estruturas) a cada produto
ou cliente não é uma tarefa simples - Uma vez que agrupados a partir das funções (ou
atividades), se faz necessário alocar esses custos aos produtos individualmente. Depois disto
poderemos alocar os custos diversos para cada cliente. É importante que você entenda que
não há uma regra única de alocação dos custos, de modo que cada empresa busca uma
metodologia que atende a sua especificidade, seja em termos de operação ou atividades,
como salienta Rodrigues (2006). Exemplos plausíveis:
• Custos de Materiais: a metodologia considera que tudo que foi gasto em termos de
materiais deve ser agrupado. Poderia ainda considerar o produto estocado como se fossem
os materiais usados nos processos de fabricação.
• Custo de Pessoal: De modo similar ao item anterior todos os custos em termos mensais
gerados com a mão de obra envolvida na atividade de estoques (manutenção, controle e
gerenciamento, inclusive os encargos trabalhistas) devem ser agrupados separadamente.
• Custos de Equipamentos e Manutenção: Refere-se às despesas mensais para manter
estoques, incluindo a depreciação dos equipamentos, máquinas e instalações e despesas a
eles associadas. Assim formando-se outro grupo de custos.
• Custos de Edificação: custo do espaço em termos m2 do armazém que pode ser anual ou
ainda mensal. Veja que é um custo importante no que se refere à armazenagem de um produto.
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Alternativas de armazenagem
Vamos partir de uma leitura visual sobre a armazenagem para então percebermos os
elementos que geram custo para um armazém geral em que paga-se por unidade estocada e
um armazém próprio, sendo o prédio próprio ou o prédio alugado.

Figura 03 – Custos de Armazenagem em Armazém Geral ou Próprio

Fonte: IMAM 2001

Para as empresas terem uma visão mais real de seus custos é imprescindível identificar a
partir do tipo de armazém, pois a lógica de determinação é diferente, sendo considerada a partir
dos tipos de armazéns que identifico abaixo:
• Armazenagem Geral: os custos devem ser determinados por unidade estocada,
movimentada ou área ocupada.

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Unidade: Custos na Armazenagem Tradicional

• Armazenagem Própria: se o Prédio é próprio, adota-se outro critério que é determinar


o custo do capital investido, seguro, manutenção, mão de obra, administração,
equipamentos e outros.
• Prédio alugado: quando a empresa aluga um prédio, então se determina o custo a partir
do aluguel, manutenção, seguro, mão de obra, equipamentos, administração e outros.

Vamos caracterizar cada tipologia de armazém e identificar o significa em termos de custos


para armazenagem de produtos e/ou materiais.

2.1 Armazéns Próprias


Um armazém próprio é operado e administrado pelo proprietário da mercadoria, porém o
local pode ser próprio ou alugado, a decisão é meramente financeira. Um armazém próprio
traz consigo vantagens de flexibilidade, custo e a principal que é o controle geral, ou seja,
na operação e na própria política e procedimentos operacionais para atender a necessidades
específicas. Armazéns quando próprios permitem mais controle, pois os gestores têm controle
absoluto do mesmo e podem tomar decisões a respeito das atividades e das prioridades, tanto
em termos de manuseio ou movimentação.
Autores como Lacerda (2009) mencionam que os prédios próprios têm vantagens intangíveis,
portanto difíceis de serem determinadas. Um armazém próprio, com o slogam da empresa,
transmite mais credibilidade aos clientes (RODRIGUES, 2006).

2.2 Armazéns Gerais Público/Terceirizado


O armazém é propriedade de uma entidade externa à empresa. A empresa que pretende fazer
o armazenamento compra um serviço do proprietário do armazém. Para Viana (2002), dentre
os diversos tipos de locações que o depósito público tem vale a pena especificar o depósito
alfandegado, pois os demais diferem somente na especificidade do serviço em função ao tipo
de produto que será armazendo.
Vale lembrar que o governo marca presença em armazéns alfandegados que são estruturas
licenciadas pelo governo para armazenar mercadorias antes do pagamento de impostos ou
direitos alfandegários, a exemplo dos EADIs – Estações Aduaneiras do Interior. A Receita Federal
procede com as autorizações e as devidas fiscalização destes espaços (BOWERSOX, 2004).

2.2.1 Vantagens
• Não há necessidade de fazer um investimento fixo;
• Os custos variáveis são mais baixos do que nos prédios próprios;
• capacidade de ajustar a dimensão disponível (sazonalidade);
• flexibilidade estrutural (localização, dimensão, tecnologia…).

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2.2.2 Desvantagens
• falhas na comunicação;
• falta de serviços especializados;
• falta de espaço em determinadas alturas.

2.3 Aluguel de Armazém ou Armazéns Contratados


Segundo Bowersox e Closs (2004), os armazéns alugados podem ser uma ótima opção para
algumas empresas, pois os riscos podem gerar menores custos para serem gerenciados. Os
armazéns alugados podem gerar vantagens de especialização, serem mais flexíveis e até gerar
economia de escala. Isto é compreensível, pois a empresa tem os custos diversos divididos com
diversos clientes do armazém. Os armazéns alugados estão, atualmente, expandindo os níveis
de serviços, como transporte, controle de estoque, processamento de pedidos, e processamento
de devoluções, entre outros, como salienta Bowersox e Closs (2004).

2.4 Localização de Depósitos


Verificado que há necessidade por área de armazenagem deve-se definir a localização desse
espaço levando-se em conta se é um local de fácil acesso, tanto para o fornecedor quanto para
o fornecimento, se o local é ideal para ser um centro de distribuição, o custo para preparar
o terreno, custo de produção, se essa área possui um potencial para expansão caso sejam
necessárias futuras ampliações das instalações, disponibilidade de mão-de-obra local para que
não seja preciso trazer trabalhadores de outros locais, valor do local e sistema viário, verificando
as condições das estradas, se tem muito pedágio até seu destino final.
Localizado o depósito, deve-se determinar o tamanho do edifício. Verificar se é preferível
ter custos com construção ou utilizar um local alugado. Após a construção feita, levar em
consideração a segurança do local e de seus estoques, verificar e avaliar qual tipo de produto
será estocado, para assim saber quais são os cuidados específicos e necessários de cada material
do local (GONÇALVES, 2013).
Uma vez montado o depósito e o mesmo funcionando, utilizar sempre que possível o importante
princípio logístico de despachar tão longe quanto possível com o maior volume viável, pois a
estrutura dos fretes é tal que grandes lotes de entrega têm fretes unitários significativamente mais
baixos do que entregas menos volumosas.

Reduzindo os Custos de Armazenagem a partir da Movimentação de


Materiais
A redução dos custos de armazenagem pode ser possível a partir de uma movimentação de
Materiais mais eficiente. Tal eficiência pode ser atingida se o gestor realizar uma análise criteriosa
dos processos para melhorar os níveis de produtividade e segurança (DIAS, 2009)

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Unidade: Custos na Armazenagem Tradicional

Um dos primeiros passos pode ser uma análise do fluxo da movimentação de materiais,
layout, embalagem e os equipamentos de movimentação. Esses elementos podem guardar
formas inadequadas e responsabilidade por gastos elevados e desnecessários. A observação dos
elementos envolvidos na movimentação dos produtos e/ou materiais pode reduzir custos em todo
o processo logístico, como explica Gonçalves (2013). Estamos falando de elementos como:
• Mão de obra direta e indireta na armazenagem.
• Controles estabelecidos para inventariar.
• Tipos de Inventários utilizados.
• Perdas, extravios e acidentes com produtos quando estão sendo movimentados e/ou
separados.
• Tipos de Embalagens utilizadas e seus níveis de empilhamentos.

Ao considerarmos tais elementos acima a produtividade pode ser aumentada, particularmente:


• Nas operações de embarque e desembarque dos produtos dos veículos.
• No melhor aproveitamento dos espaços nos armazéns, seja ele vertical ou horizontal.
• Layout eficiente, pois permite redução nas distâncias percorridas, propicia um fluxo
contínuo de materiais e consequentemente obtemos redução dos custos de movimentação.

Quando o gestor considera que a função da seleção dos equipamentos corretos para cada
situação de movimentação e armazenagem de materiais é importante ele pode conseguir maior
nível de segurança, conforme Dias (2009), assim como reduzir os riscos de acidentes, contribuir
com a redução de custos com seguros, entre outros (BONZATO, 2006).

Considerações finais
Para Rodrigues (2006) a questão dos custos de armazenagem tende a se tornar mais complexa
porque novas práticas comerciais estão se estabelecendo a exemplo do e.commerce.- comércio
eletrônico. O nível de serviços gerado com entregas menores e em locais mais distantes, assim
como a separação mais constante de produtos para montagem de kits gerarão gastos além
dos que já conhecemos atualmente. Também explica Lacerda (2009) que tal complexidade irá
gerar mais dificuldade para identificarmos os custos reais da armazenagem de uma unidade
de produtos e/ou materiais, o que tornará ainda mais desafiante a função do gestor logístico e
consequentemente, do gestor de armazéns.

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Material Complementar

Veja o conteúdo seguinte extraído do link: http://reducaocustos.blogspot.com.


br/2011/10/reducao-de-custos-movimentacao-e.html#.UpNds9IjLhM que
disserta sobre como reduzir o custo da armazenagem , ou seja, Custos com a
Movimentação e Armazenagem.

Dicas importantes
Separe os custos com Movimentação e Armazenagem em quatro subgrupos: espaço físico,
equipamentos de movimentação e armazenagem, mão-de-obra operacional e administrativa e
despesas diversas.
Contabilize os gastos com cada subgrupo e monitore a evolução dos custos e a representatividade
sobre o total. Também visualize o custo de Movimentação e Armazenagem sob diferentes
bases comparativas, como custo por tonelada processada (recebida mais expedida), tonelada
expedida, por volume, por pedido, como um % da receita operacional líquida (ROL) e como
um % do custo logístico total.

Algumas recomendações importantes para o aprofundamento nas operações de Movimentação


e Armazenagem:
a) Avalie minuciosamente o seu processo operacional. Não existem processos redundantes?
Não há tarefas que possam ser eliminadas?
b) Você possui uma ferramenta WMS (Warehouse Management System)? Em caso positivo,
as funcionalidades primárias estão sendo utilizadas?
c) O layout operacional existente minimiza as movimentações da doca ao estoque e do
estoque à doca?
d) A operação de cross-docking é realizada sempre que possível?
e) Existem critérios de endereçamento priorizando volume, giro e popularidade? A atualização
dos parâmetros é constante?
f) Existe um bom aproveitamento cúbico do espaço destinado à estocagem?
g) A verticalização dos estoques foi feita exclusivamente com porta-paletes ou foi adotado
um mix de estruturas de forma a reduzir o espaço perdido com os corredores? Se você
apenas utiliza porta-paletes, saiba que você está perdendo de 50% a 65% do seu espaço
cúbico, ou seja, em um armazém de 100.000 m³ você está utilizando apenas 35.000 a
50.000 m³!
h) O espaço ocupado com produtos obsoletos é representativo? Se sim elimine materiais
obsoletos de seu estoque, através de descontos, maiores comissões de venda ou leilões.
Se não der, jogue fora!

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Unidade: Custos na Armazenagem Tradicional

i) Foi escolhido o correto sistema de separação de pedidos que otimiza o tempo de coleta e
montagem do picking?
j) Os índices de acuracidade de inventários são superiores a 97%? É realizado o inventário
cíclico ou rotativo?
k) A ocorrência de avarias ou furtos de mercadorias e de consumo do estoque é muito
grande?
l) O FIFO ou FEFO é praticado? O nível de obsolescência de materiais encontra-se dentro de
patamares aceitáveis?
m) Existem problemas de liderança ou de relacionamento interpessoal entre os principais
colaboradores do Centro de Distribuição? O clima organizacional é positivo? O índice de
turn-over e absenteísmo estão sob controle?
n) A mão-de-obra está corretamente balanceada entre as diferentes atividades realizadas?
Você observa constantemente um significativo número de colaboradores parados ou
trabalhando em ritmo lento? Você tem tido grandes gastos com horas extras?
o) Os equipamentos de movimentação encontram-se em bom estado de conservação? É
frequente a parada de equipamentos?
p) Têm ocorrido acidentes com afastamento frequentemente?
q) Existem indicadores de desempenho medindo a performance da operação? A equipe
operacional está capacitada a identificar as ações corretivas e preventivas necessárias?
r) Existem possíveis benefícios fiscais que viabilizem a revisão da malha logística e a consequente
localização dos Centros de Distribuição ou a utilização de estoques avançados?
s) Encontramos facilmente os materiais e produtos?
t) Avarias e Perdas NÃO acontecem! Certo?!
u) Qual o valor do meu estoque no almoxarifado?
v) Você tem um Armazém ou um DEPÓSITO?
w) Quais os ganhos com a otimização de PROCESSOS?
y) A TI fornece oportunidades de otimização?
z) Nossos armazéns possuem algum problema?

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