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INSTITUTO SUPERIOR DE ESTUDOS DE DEFESA

(Tenente – General Armando Emílio Guebuza)

Licenciatura em Psicologia Social e das Organizações

Praticas em Psicologia Escolar e Psicologia Social e das organizações

OFICINAS PEDAGÓGICAS

Discente: Armando Samissone Guiamba


Docente: Dr. Jose Vasco Valentim

Machava

Setembro de 2022
INSTITUTO SUPERIOR DE ESTUDOS DE DEFESA
(Tenente – General Armando Emílio Guebuza)

Licenciatura em Psicologia Social e das Organizações

Praticas em Psicologia Escolar e Psicologia Social e das organizações

OFICINAS PEDAGÓGICAS

O trabalho de investigação apresentado


ao Instituto Superior de Estudos de
Defesa, como exigência para avaliação
na disciplina de Práticas em Psicologia
Escolar e Psicologia Social e das
organizações, ministrada pelo Dr. Jose
Vasco Valentim.

Machava

Setembro de 2022
ÍNDICE
CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO...............................................................................................3
1.1. Contextualização..........................................................................................................3
1.2. Justificativa...................................................................................................................3
1.3. Objectivo......................................................................................................................3
1.3.1. Geral......................................................................................................................3
1.3.2. Específicos.................................................................................................................3
1.4. Metodologia.................................................................................................................3
2. CAPÍTULO II: OFICINAS PEDAGÓGICAS...............................................................4
2.1. Oficina Pedagógica de produção de material didáctico...............................................4
2.2. Oficina Pedagógica como espaço de aprendizagem individual ou colectiva...............7
2.3. Micro-ensino................................................................................................................8
2.4. As micro-aulas..............................................................................................................9
2.5. Planificação e execução...............................................................................................9
3. CAPÍTULO III: CONCLUSÃO.....................................................................................10
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..............................................................................11
1. CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO
1.1. Contextualização

O presente trabalho tem como tema: Oficinas Pedagógicas. A oficina pedagógica pode ser
considerada um espaço físico, uma sala em que os estudantes produzem material didáctico
auxiliar para as aulas que estão a ser ministradas pelos professores das escolas, ou por eles
próprios. O objectivo da Oficina Pedagógica é o de levar os praticantes a aprenderem a
produzir material didáctico, que tornará as aulas mais motivadoras e interessantes para os
alunos e a elevar a aprendizagem daqueles.

1.2. Justificativa

A relevância deste tema está no facto de que contribui para o ensino de competências e
habilidades básicas para que o aluno possa superar os seus problemas e para que possa ser
realmente incluído na escola, acompanhando o desenvolvimento das matérias dadas na sua
sala de aula.

1.3. Objectivo
1.3.1. Geral
 Conhecer a aplicação pratica das Oficinas Pedagógicas

1.3.2. Específicos
 Descrever as principais acepções das Oficinas Pedagógicas
 Identificar as Oficinas Pedagógicas na produção matérias didático
 Identificar as Oficinas Pedagógicas como espaço de aprendizagem individual ou
colectiva.
 Conceptualizar o Micro-ensino e a planificação e execução

1.4. Metodologia

Do ponto de vista metodológico, a pesquisa é explicativa, quanto aos objectivos é


bibliográfica e documental no que concerne aos procedimentos técnicos. A pesquisa é
bibliográfica pelo facto de enveredar pela recolha de informações a partir de textos, livros,
artigos e demais materiais de carácter científico, como se pode depreender nas nossas
referências bibliográficas. Ainda a pesquisa é bibliográfica por ser considerada obrigatória em
todos os moldes de trabalhos científicos.

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2. CAPÍTULO II: OFICINAS PEDAGÓGICAS

De acordo com Andrade e Massabni (2011), as aprendizagens proporcionadas pelas


atividades práticas dependem do modo como estas são planeadas e conduzidas, pois para que
o aluno possa construir conceitos, é necessário que essa atividade possua um caráter
investigativo e questionador das idéias e conhecimentos prévios dos alunos. No entanto, as
oficinas pedagógicas proporcionam a construção do conhecimento por meio da relação ação-
reflexão-ação, fazendo o aluno vivenciar experiências mais concretas e significativas baseadas
no sentir, pensar e agir.

Ademais, é necessário ressaltar também que as oficinas pedagógicas são capazes de promover
a articulação entre diferentes níveis de ensino e diferentes níveis de saberes, sendo assim, essa
atividade serve como meio de formação continuada de educadores e como base para a
construção criativa e coletiva do conhecimento de alunos.

Na compreensão de Dias et all (2010), a Oficina Pedagógica pode ter duas acepções
principais:

 Oficina Pedagógica como espaço físico de produção de material didáctico;


 Oficina Pedagógica como espaço de aprendizagem individual ou colectiva.

2.1. Oficina Pedagógica de produção de material didáctico

A Oficina Pedagógica pode ser considerada um espaço físico, uma sala, em que os estudantes
produzem material didáctico auxiliar para as aulas que estão a ser ministradas pelos
professores das escolas, ou por eles próprios. O objectivo da Oficina Pedagógica é o de levar
os praticantes a aprenderem a produzir material didáctico, que tornará as aulas mais
motivadoras e interessantes para os alunos e a elevar a aprendizagem daqueles.

Portanto, são vários os materiais didácticos que os estudantes praticantes podem usar e
produzir como, vejamos alguns:

 Flanelógrafo – o flanelógrafo é um quadro de dimensões variadas feito de uma


superfície rija (madeira, cortiça, contraplacado, esferovite) ou material leve como
placas de espuma, cartolina, ou esferovite fino coberto com uma flanela, feltro, lã,
veludo ou tecido atoalhado onde se fixa o material por meio de alfinetes; o
flanelógrafo tem a vantagem de poder ser feito com material de baixo custo. O

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estudante pode usar o flanelógrafo para movimentar peças, para seriar, agrupar,
classificar, e ordenar os elementos da aula.
 Imanógrafo - tal como o flanelógrafo é um quadro feito de uma superfície rija; a
diferença é que no verso ele tem um íman magnetizado que permite a aderência dos
vários elementos que estão a ser apresentados;
 Quadro de pregas – é feito de cartolina ou de tecido grosso que fica disposto de
forma pregueada e é nessas pregas que se vai inserindo o material ilustrativo que é
habitualmente constituído por fichas;
 Gravuras – são usadas para que o aluno veja objectos, coisas, seres de forma a que
seja possível reproduzir a situação natural. A apresentação de gravuras é muito
motivadora, mas devem ser apresentadas uma de cada vez e devem ser
contextualizadas à situação de ensino e aprendizagem desejada;
 Fotografias – tal como as gravuras, as fotografias podem ser usadas para a
visualização de coisas, objectos e seres que se relacionam com o contexto da lição a
ser dada;
 Cartazes - são ilustrações feitas de cartolina ou folhas de papel grosso que pretendem
direccionar a atenção do aluno para certo tópico da aula e visam a transmissão rápida
de uma mensagem;
 Quadros didácticos – são recursos que contêm ilustrações para um certo conteúdo
didáctico e que são acompanhados de explicações do professor. Por exemplo, o
professor pode fazer um quadro didáctico sobre os tipos de linguagem;
 Mural didáctico – é um quadro feito de contraplacado, esferovite, madeira, papelão,
forrado de flanela, feltro, veludo, etc. e que visa sintetizar o conteúdo de uma certa
unidade didáctica. Normalmente, o mural didáctico é feito pelos alunos da turma sob
supervisão do professor ou do praticante;
 Material tridimensional (objectos, espécimes e modelos) – os objectos são coisas
reais e inanimadas (pedras, papel, etc.) que o professor usa para ilustrar e explicar
melhor as matérias; espécimes são seres animados (animais, plantas, etc.).
 Álbum seriado – é um meio didáctico composto por várias folhas grandes que são
presas umas às outras na parte superior. O professor organiza o material a ser usado de
forma seriada e progressiva e vai mostrando os textos e as ilustrações ao longo da
explicação;

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 Letreiros – são os elementos que constituem os murais, cartazes, etc. e que enfatizam
a explanação de certos assuntos;
 Ilustrações - são formas de concretização de certas mensagens por meio visual ou
sonoro;
 Exposição - é um conjunto de materiais (gravuras, murais, objectos, etc.) que se
dispõe de forma organizada formando um conjunto coerente que visa alcançar certos
objectivos pré-definidos;
 Museu - é um espaço constituído para apresentar materiais que servirão para a
observação e estudo de certas matérias;
 Digramas – cenas representadas de forma tridimensional. Existe artesanato feito de
folhas de bananeira que representa profissões em que se constroem casas com pessoas
e objectos lá dentro, etc.;
 Projeções fixas e móveis – os estudantes praticantes podem usar nas suas aulas uma
série de aparelhos (retroprojector, episcópios, diascópios, epidiascópio, filme,
datashow, etc) que servem para projetor imagens, gravuras, diagramas, gráficos,
mapas, etc.
 Gravador – pode ser usado na aula para gravar ou reproduzir histórias, canções,
conversas, etc. que poderão ser usadas para expor, explicar ou ilustrar certos tópicos;
 Discos – podem ser usados, tal como o gravador, para animar a aula e para ajudar na
compreensão dos conteúdos;
 Rádio e televisão – são óptimos recursos para trazer assuntos da atualidade para a sala
de aula;
 Cores – podem ser usadas como auxiliares para os recursos visuais, facilitando a
compreensão das matérias; a cor deve ser usada para predispor para o trabalho, para
aumentar a eficácia da comunicação.
 Sala-ambiente – colocam-se na sala materiais próprios para motivar o interesse para o
ensino e aprendizagem de certa disciplina. Tais materiais 68 podem ser constituídos
por livros, cartazes, mapas, gravuras, retratos, aparelhos, murais, jornais de parede,
fichários, etc.
 Caixas de assunto - podem ser usadas caixas pequenas (por exemplo, de sapatos)
catalogadas por assuntos, normalmente, de 30x20x15 cm em que se colocam fichas,
recortes de revistas e jornais, gravuras, filmes, etc.

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 Banda desenhada - é a narração de uma história combinando o desenho com a
linguagem. Trata-se de um excelente recurso para motivar o interesse dos alunos para
aprenderem, por exemplo, a leitura, a narrativa, servindo para estimular a criatividade,
o discernimento, etc.;
 Normógrafo - é um instrumento feito com papelão, celulóide, esferovite,
contraplacado e é usado na confecção de letreiros, cartazes e outros recursos em que é
necessário escrever as letras de modo uniforme;
 Mapas – são representações de uma certa realidade;
 Gráficos – são representações de dados numéricos;
 Diagramas – é uma representação visual esquemática contendo linhas e símbolos
gráficos, cujo objectivo é apresentar as relações entre vários elementos.

2.2. Oficina Pedagógica como espaço de aprendizagem individual ou colectiva.

A Oficina Pedagógica pode ser considerada um espaço de aprendizagem individual ou


colectivo. Como espaço de aprendizagem individual, ela pode ser usada para promover a
aprendizagem de alunos com necessidades educativas especiais. Para o caso do ensino de uma
língua, por exemplo, os disléxicos e autistas. Entretanto, cabe à Oficina Pedagógica o ensino
de competências e habilidades básicas para que o aluno possa superar os seus problemas e
para que possa ser realmente incluído na escola, acompanhando o desenvolvimento das
matérias dadas na sua sala de aula (Dias et all, 2010).

Neste tipo, procura-se identificar as necessidades, habilidades e competências nos seguintes


níveis:

 Linguístico (vocabulário, estrutura gramatical, pronúncia, etc.);


 Psicomotor (lateralidade, direccionalidade, orientação espacial e temporal, atenção,
etc.);
 Cognitivo (percepção visual e auditiva, discriminação táctil, olfativa, do paladar,
memória visual, etc. );
 Afectivo-emocional (identidade, passividade, hiperactividade, agressividade);
 Social (interacção familiar, higiene, aparência pessoal, etc.).

A Oficina Pedagógica pode também ser definida como um espaço de aprendizagem


colectiva, na qual se desenvolvem Projetos Pedagógicos e se usam, na prática real, os
métodos, as técnicas e estratégias anteriormente indicadas como, por exemplo, a
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aprendizagem cooperativa, a resolução de problemas, o trabalho de Projecto e a investigação-
acção. A Oficina Pedagógica torna-se assim um espaço privilegiado de articulação entre a
teoria e a prática e de exercício da inter e transdisciplinaridade.

De acordo com Tochon (1995), a criação de Oficina Pedagógica obriga os professores a


saírem do esquema preconcebido de uma organização linear das aprendizagens para encarar
uma nova didáctica, dinâmica e complexa, deixando aberta a possibilidade de a planificação
vir a ser ultrapassada pelos actos criativos.

Tochon vai mais além afirmando que a Oficina Pedagógica tem três níveis de planificação:

 A planificação cognitiva (interna) do animador da oficina;


 A planificação instrucional interna das instruções
 A planificação cognitiva interna do aprendente.

2.3. Micro-ensino

O micro-ensino é uma técnica que pode ser usada nas Práticas Pedagógicas quando há turmas
numerosas e não há possibilidades de disponibilização de turmas para todos os praticantes. De
acordo com Pimenta (1997), o microensino cria situações experimentais para que o futuro
professor desenvolva as habilidades docentes consideradas eficientes, em situações
controladas de ensino. Trata-se de um poderoso instrumento para a aquisição de habilidades
de ensino e prepara o professor para ser dinâmico e interativo.

Segundo Simões (1991), o micro ensino tem objectivos de 3 níveis, que são:

 Nível social ou sócio-afectivo: desenvolvimento do saber ser, essencial ao


estabelecimento de relações humanas;
 Nível metodológico: desenvolvimento do “saber fazer”, por observação do seu
comportamento pedagógico e consequente modificação;
 Nível técnico: domínio de aptidões pedagógicas, traduzidas em comportamentos
específicos.

Todavia, apesar das vantagens anteriormente apontadas, o micro-ensino tem a desvantagem


de trabalhar em situações experimentais e simuladas e o estudante não tem a possibilidade de
leccionar numa situação real e concreta de sala de aula. Por essa razão, ele deve surgir como
complemento da Pratica Pedagógica.

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Segundo Dias et all (2010), o micro-ensino pode aparecer em duas modalidades: micro-aulas
e ensino reflexivo com o uso de vídeo-formação.

2.4. As micro-aulas

As micro-aulas inserem-se numa perspectiva ampla de desenvolver nos praticantes


habilidades instrumentais, actividades de saber fazer indispensáveis à realização da prática
profissional do professor. Através das micro-aulas os praticantes simulam a realidade, não só
pelo manuseamento do conteúdo teórico específico do curso, mas também, pela preparação da
aula, doseamento do conteúdo e da gestão do tempo de realização do segmento da aula mais
extensa que terá que realizar (Dias et all, 2010).

Portanto, um dos objectivos principais das micro-aulas é a prática de destrezas técnicas


globais e específicas que derivam da observação e análise de tarefas práticas baseadas em
pressupostos teóricos.

2.5. Planificação e execução

O plano é um projeto, uma idealização da aula. A realização de uma aula seja qual for a sua
dimensão e perspectiva não dispensa a planificação. Este facto também é importante em todos
os outros aspectos da vida social.

De acordo com Néreci (1999), o plano exige a previsão/questionamento assente em seis


aspectos básicos aos quais o professor deverá ter em conta. Tratando-se de uma micro-aula e
considerando que a aula clássica inclui três partes básicas, nomeadamente:

 A preparação de condições para a realização dos objectivos visados (motivação,


revisão ou articulação com a experiência anterior);
 A acção para alcançar os objectivos (desenvolvimento com a participação da classe);
 Trabalho em torno dos objectivos (fixação, ampliação e verificação da aprendizagem).

Portanto, no que se refere à avaliação, assim como nos outros aspectos, os critérios são
idênticos aos que se usam no âmbito da aula clássica, contudo, devemos centrar-nos com
particular enfoque nos objectivos, nos conteúdos e nas estratégias definidas para cada
segmento, reflectindo-se também de um modo particular para a questão da gestão do tempo,
pois o período definido para a realização da micro-aula deve ser respeitado com maior rigor,
aliás, no caso da realização consecutiva de micro-aulas incluindo a introdução, o

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desenvolvimento, verificação e consolidação, será de particular valor a obediência ao tempo
de cada uma das partes (Dias et all, 2010).

3. CAPÍTULO III: CONCLUSÃO

Após uma pesquisa sobre o tema intitulado Oficinas Pedagógicas, constatou-se que para que
uma atividade prática possa contribuir de forma positiva para a aprendizagem do aluno, é
fundamental que essa atividade esteja acompanhada de um momento de reflexão e discussão
de idéias sobre a prática em si. No entanto, as aprendizagens proporcionadas pelas atividades
práticas dependem do modo como estas são planejadas e conduzidas, pois para que o aluno
possa construir conceitos, é necessário que essa atividade possua um caráter investigativo e
questionador das idéias e conhecimentos prévios dos alunos. As oficinas pedagógicas são
exemplos de atividades que proporcionam aprendizagens oriundas da interação entre teoria e
prática.

Portanto, uma oficina pedagógica representa uma atividade prática onde se trabalha com
resolução de problemas que levam em consideração os conhecimentos teóricos e práticos dos
alunos.

Enfim, é importante ressaltar que as oficinas pedagógicas são capazes de promover a


articulação entre diferentes níveis de ensino e diferentes níveis de saberes, pois, essa atividade
serve como meio de formação continuada de educadores e como base para a construção
criativa e coletiva do conhecimento de alunos.

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4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

DIAS, H. N. et all. (2010). Manual de Praticas Pedagógicas. 2ª ed. Educar. Maputo.

NÉRECI, I. G. (1991). Introdução à Didáctica Geral. 16ª.ed. São Paulo, Editora Atlas, SA.

PIMENTA, S. G. (1997). O Estágio na Formação de Professores. Unidade Teoria e Prática?


3ª.ed. São Paulo, Cortez Editora.

TOCHON, F. V. (1995). A língua como Projecto Didáctico. Porto, Porto Editora.

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