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CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI

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O LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL: UMA


FERRAMENTA PARA CONSTRUÇÃO DE
CONHECIMENTO.

Rita de Cassia Souza e Souza


Prof. Orientador Miguel Tavares
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Curso Licenciatura em Pedagogia (1155) – Estágio
22/04/2018

1 INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem por objetivo discutir sobre a importância do brincar no processo de
desenvolvimento da criança, sobretudo na Educação Infantil, primeira etapa da Educação Básica,
visando à ludicidade como caminho para a aprendizagem e a construção do conhecimento através
de brincadeiras, jogos e brinquedos. Buscou-se comprovar que a utilização de procedimentos
metodológicos que envolvem brincadeiras tende a contribuir com mais facilidade para o processo
de ensino e aprendizagem da criança, na formação de atitudes sociais como cooperação;
socialização; respeito mútuo; interação; lideranças e personalidade, que favorecem a construção do
conhecimento do educando.
Assim, o problema que norteou este estudo consistiu em discutir de que modo educadores
pensam as atividades lúdicas e qual a contribuição destas para a aprendizagem? Sabe-se que, por
meio do brinquedo, a criança constrói o seu universo, manipulando-o e trazendo para a sua
realidade situações inusitadas do seu mundo imaginário. O brincar possibilita o desenvolvimento,
não sendo somente um instrumento didático facilitador para o aprendizado, já que os jogos,
brincadeiras e brinquedos influenciam em áreas do desenvolvimento infantil como: motricidade,
inteligência, sociabilidade, afetividade e criatividade. Desse modo, o brinquedo contribui para a
criança exteriorizar seu potencial criativo.
A capacidade de brincar abre um espaço de decifração de enigmas, além de propiciar o
conhecimento de forma natural e agradável, como meio de estimular a socialização, possibilitando à
criança agir de forma mais autônoma. Acerca dos jogos, como instrumento pedagógico na
Educação Infantil, Brougère (2002) salienta que o jogo não é naturalmente educativo, mas se torna
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educativo pelo processo metodológico adotado, ou seja, por meio de jogos e brincadeiras que o
professor pode desenvolver metodologias que contribuam com o desenvolvimento.
Todavia, é preciso ter clareza de que o jogo pode possibilitar o encontro de aprendizagens.
É uma situação que comporta forte potencial simbólico, que pode ser fator de aprendizagem, mas de
maneira inteiramente aleatória, dificilmente previsível (BROUGERE, 2002). Nesse sentido, jogos,
brinquedos e brincadeiras não são apenas um entretenimento, mas uma atividade que possibilita a
aprendizagem de várias habilidades e, portanto, é com esse desenvolvimento prazeroso da criança
que o educador deverá interagir com o lúdico, concretizando os jogos, brinquedos e brincadeiras
não apenas como recursos pedagógicos decorrente dos diversos níveis do conhecimento.
Muitos estudiosos ressaltam a importância das atividades lúdicas na infância, vêem o
brincar como estímulo ao desenvolvimento cognitivo e social desta. O brincar social vai refletindo o
grau em que a criança interage umas com as outras, e o brincar cognitivo mostra o desenvolvimento
mental da criança, mas, para que isso aconteça, a criança precisa de experiência concreta,
motivações, desafios e situações-problema, como o desenvolvimento da linguagem oral. Segundo
Fortuna (2003), é importante que o educador insira o brincar em um projeto educativo, com
objetivos e metodologia definidos, o que supõe ter consciência da importância de sua ação em
relação ao desenvolvimento e à aprendizagem das crianças.
Ressalta-se que a aprendizagem é o mais frequente motivo pelo qual o jogo é considerado
importante para a educação, em que o brincar se torna realmente significante com a ajuda dos seus
educadores, que devem seguir o seu papel de auxiliadores nesse processo, pois conforme considera
Ramos (2002, p. 6), “nem tão largada que dispense o educador, dando margem às praticas
educativas espontaneístas que sacralizam o ato de brincar, nem tão dirigida que deixa de serem
brincadeiras.”, já que a intencionalidade do educador pode, por exemplo, estar na organização do
espaço.
Pensando nesse processo de ensino e aprendizagem, o presente estudo está dividido da
seguinte forma. Em um primeiro momento, foram discutidos, a importância das brincadeiras na
educação infantil, a contribuição da brincadeira no desenvolvimento do aprendizado da criança.
Posteriormente, a discussão voltou-se com o lúdico no desenvolvimento infantil. E logo após com o
papel do lúdico no contexto escolar e por fim o educador e o lúdico.
Desse modo, foi abordado a importância de se utilizar os brinquedos em sala de aula, pois,
assim, as crianças aprendem brincando. Atividades dinâmicas de motivação, utilização de jogos
pedagógicos, bem como os momentos de socialização e afetividade oportunizam aprendizagem por
meio do mundo imaginário.
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2. A IMPORTÂNCIA DOS JOGOS E BRINCADEIRAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL:


UMA FERRAMENTA PARA CONTRUÇÃO DE CONHECIMENTO.

Quando a atividade lúdica é utilizada como recurso pedagógico para o desenvolvimento


das habilidades e aquisição de conhecimento por parte da criança, ela precisa ser planejada pelo
adulto, que previamente deverá traçar os objetivos e as estratégias. As brincadeiras e jogos não
podem ser vistos apenas como forma de divertimento, mas como meio que contribuem e
enriquecem, para o desenvolvimento cognitivo, físico e emocional.
Sabemos que para manter o seu equilíbrio, a criança necessita brincar, jogar, criar e
inventar. As atividades lúdicas propiciam a criança à possibilidade de conviver com diferentes
sentimentos os quais fazem parte de seu interior, a criança demonstra através da brincadeira como
ela vê e constrói o mundo, como ela gostaria que ele fosse, quais as suas preocupações e que
problemas a estão atormentando, ou seja, ela expressa na brincadeira o que tem dificuldade de
expressar com palavras.
O ensino é uma importante ferramenta na construção da aprendizagem. É através da
exploração que a criança expande seus pensamentos e aprendizados, adjunto à observação e
investigação do mundo. Quanto mais a criança explora as coisas do mundo, mais ela é capaz de
relacionar fatos e ideias, tirar conclusões, ou seja, mais ela é capaz de pensar e compreender. A
criança processa o conhecimento através da exploração concreta do elemento. Ou seja, a criança
absolve qualquer tipo de informação, contribuindo assim para uma maior carga de experiências e
conhecimentos para seu desenvolvimento cognitivo.

Aprendizagem é toda atividade cujo resultado é a formação de novos


conhecimentos, habilidades, hábitos naquele que a executa, ou a aquisição de novas
qualidades nos conhecimentos, habilidades, hábitos que já possuam. O vínculo
interno que existe entre a atividade e os novos conhecimentos e habilidades residem
no fato de que, durante o processo da atividade, as ações com os objetos e
fenômenos formam as representações e conceitos desses objetos e fenômenos
(GALPERIN,2001,p.85).

É por meio de uma série de fatores (emocionais, sociais, neurológicos) que a


aprendizagem se constitui, o que acaba gerando mudanças comportamentais nos indivíduos.
Aprender é o resultado da interação entre estruturas mentais e o meio ambiente. Para Vygotsky
(1984, p.103) “a aprendizagem e o desenvolvimento estão estritamente relacionados, sendo que as
crianças se inter-relacionam com o meio objetal e social, internalizando o conhecimento advindo de
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um processo de construção.”  Portanto, para que ocorra  aprendizagem é preciso que uma série de
fatores se interliguem.  E através da junção de vários meios (familiares, sociais, escolares) que a
criança desenvolve também a aprendizagem.

A aquisição da aprendizagem como foi dita, deriva-se de várias esferas, dentre elas, social,
cognitivo, biológico e afetivo. Assim, a família sendo a primeira organização social à qual a criança
participa, exerce um fator importante na elaboração dos princípios e valores que vão acompanhá-los
pela sua trajetória de vida.

[...] para a psicanálise, a família é tida como as condições mínimas, necessárias que
garantem o advento de uma subjetividade. Condição essa que se refere ao Outro.
Outro no sentido de outro real imediato, dos cuidados, Outro no sentido da
linguagem, da cultura, que definirá para esse sujeito por advir o lugar que ele
ocupará(MENDONÇA,2009,p.23).

A estrutura psíquica do individuo pode ser moldada devido aos fatores aos quais está
inserido, e as relações parentais devem ser vivenciadas de forma dinâmica e funcional, para que a
aprendizagem e o desenvolvimento normal não seja comprometido. Ao nascer, a criança é
totalmente dependente dos pais, e a medida que vai se desenvolvendo, essa necessidade de cuidados
vai sendo diminuída, e a dependência  se tornando desnecessária. Os pais precisam respeitar as
necessidades e capacidades de seus filhos, para que estes possam desenvolver sua autonomia, mas
ao mesmo tempo compartilhar todas as etapas de desenvolvimentos de uma forma íntegra e afetiva.
Contribuindo assim, significativamente na obtenção de conhecimentos e construção de uma identidade.

[...] a família ainda é o lugar privilegiado para a promoção da educação infantil.


Embora a escola, os clubes, os companheiros e a televisão exerçam grande
influencia na formação da criança, os valores morais e os padrões de conduta são
adquiridos essencialmente através do convívio familiar (GOMIDE, 2009, p. 9).

Legitimando a importância da cultura na infância, destaca-se a escola como um local onde


são conduzidas uma série de conhecimentos que influenciam o desenvolvimento da aprendizagem.
A escola é caracterizada como uma instituição organizada, com intuito da promoção do
desenvolvimento do saber e do ensino, além de proporcionar estabelecimento de vínculos afetivos e
sociais. Onde os métodos utilizados são variados de acordo com a idade do aluno. Portanto, a
escola, família e sociedade são responsáveis não só pela transmissão de conhecimentos, valores,
cultura, mas também pela formação da personalidade social dos indivíduos.
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A construção do conhecimento na sala de aula é um processo social e


compartilhado. A interação se dá em um contexto socialmente pautado, no qual o
sujeito participa de práticas culturalmente organizadas com ferramentas e conteúdos
culturais. As perspectivas socioculturais enfatizam a interdependência entre os
processos individuais e os sociais na construção do conhecimento. Sua interpretação
dos processos de aprendizagem fundamenta-se na ideia de que as atividades
humanas estão posicionadas em contextos culturais e são mediadas pela linguagem e
por outros sistemas simbólicos (COLL, et al 2004, p. 105).

A obtenção de um melhor desempenho da aprendizagem, pode ser obtida por meio da


ludicidade. Dentre os inúmeros benefícios uma educação lúdicas, pode-se enfatizar algumas: a
melhoria da capacidade cognitiva da criança, a potencialização da sua capacidade psicomotora, bem
como, da sua capacidade de se relacionar com seus grupos de iguais. Pode-se dizer que um dos
fatores além do genético para se obter o desenvolvimento psicossocial equilibrado do ser humano,
considera-se o brincar  fundamental.

O brincar permite à criança um espaço para a resolução de problemas que as rodeiam,


conduz a relacionamentos grupais, facilita o crescimento, podendo ser uma forma de comunicação
consigo mesmo e com os outros. O brincar é mais que um divertimento.  Santos (1999) relata que
brincando a criança ordena o mundo à sua volta assimilando experiências e informações, e ainda
mais, incorporando comportamentos e valores. É através do brinquedo e do jogo que a criança
consegue reproduzir e recriar o meio a sua volta.

Com a era da tecnologia, os brinquedos e os jogos eletrônicos vêm acompanhados de um


manual, onde descreve todas as maneiras de brincar, para tal, diminui o processo de imaginação,
fantasia e aumenta a comodidade das crianças, reduzindo o afloramento da criatividade. Não é
desmerecendo os avanços tecnológicos, pois estes apresentam suma importância na vida do homem,
mas o que entra em questão é o fato que esses instrumentos sejam utilizados de maneira inteligente,
sem que crie uma dependência. As crianças acabam por se tronarem acomodadas, pois os
brinquedos dispensam a imaginação, e como consequência o resultado são crianças com mentes
cada vez mais preguiçosas.

É importante salientar que o biológico e o social não se dissipam, e dentre as atividades


lúdicas proporcionam também o desenvolvimento da coordenação motora, resistência física e
habilidades. Ao brincar, as crianças evocam a importância também dos hábitos favoráveis à saúde
física. Elas precisam utilizar o corpo, braços e pernas para descerem e subirem nas árvores, assim,
fortalecendo a musculatura no processo de crescimento dos ossos.
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Na vivência de troca dos afetos e estabelecimento de vínculos por meio das brincadeiras, a
criança interage com seu ambiente e com outras crianças, facilitando inclusive o desenvolvimento
da aprendizagem, da leitura e da escrita em seu devido tempo. Pode-se assim dizer, que o lúdico
enquadra-se numa abordagem multidisciplinar, intercalando-se numa relação cognitiva, biológica,
social e recreativa. Paiva (2009) explana à respeito da infância, que este período está diminuindo
casa vez mais, e ao mesmo tempo que a sociedade roga pelos direitos da criança, em brincar, viver
conforme seus direitos, entra uma contradição quando os adultos não fazem à passagem ao ato para
tal idealização. A criança quando privada do brincar, dificilmente produzirá vínculos significados
com o outro e com o meio ao qual está inserida. A criança necessita de experimentação acerca de
conhecimentos, sendo esta a melhor forma de incorporação dos mesmo.

A linguagem, segundo Vygotsky (1984), tem importante papel no desenvolvimento


cognitivo da criança à medida que sistematiza suas experiências e a ainda colabora na organização
dos processos em andamento. Muitas situações vividas no cotidiano das crianças são reproduzidas
na brincadeira, as quais, pela imaginação e pelo faz-de-conta são reelaboradas. O jogo é crucial para
o desenvolvimento cognitivo, pois é o processo de criar situações imaginárias, leva ao
desenvolvimento do pensamento abstrato. Isso acontece porque novos relacionamentos são criados
no jogo entre significados e objetos e ações.

A introdução do lúdico na vida escolar do educando torna-se uma forma eficaz de repassar
pelo universo infantil para imprimir-lhe o universo adulto. Promover uma alfabetização
significativa a prática educacional é a proposta do lúdico. Através das atividades lúdicas na escola,
de acordo Luckesi (2000, p.21) pode-se “auxiliar o educando a ir para o centro de si mesmo, para a
sua confiança interna e externa; não é, também, difícil, coisa tão especial estimulá-lo à ação, como
também ao pensar”.

O jogo apresenta sempre duas funções no processo de ensino-aprendizagem. A primeira é


lúdica, onde a criança encontra o prazer e a satisfação no jogar, e a segunda é educativa, onde
através do jogo a criança é educada para a convivência social, já que o mundo à qual faz parte
possui leis e regras as quais precisam ser conhecidas e internalizadas. A criança estando em um
constante processo de desenvolvimento, ela brinca, porque a brincadeira propõe subsídios a se
desenvolver .

É importante ressaltar, que a motivação do educador escolar para proporcionar a atividade


lúdica é fundamental para que o aluno possa despertar o interesse para criar, desenvolver, participar,
buscando a construção do conhecimento. O desenvolvimento lúdico nas práticas pedagógicas na
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escola, não deve ser visto apenas como descontração, mas sim, como meio para o desenvolvimento
do aprimoramento do raciocínio lógico, cognitivo e social de maneira espontânea e prazerosa para a
criança. Os adultos enquanto educadores devem ter cautela no que expõem para as crianças, pois
uma das ferramentas da aprendizagem infantil é a repetição.

A criança quando não brinca, acarreta uma série de perturbações, dentre as quais, não se
socializa com o outro, torna-se agressiva, impossibilitando novos conhecimentos e alcance de
objetivos. A ausência do lúdico na infância, permeia o aparecimento de alguns fatores, como
inabilidade social, comprometimento nas estruturas psíquicas e/ou psicológicas na infância.

A educação por meio do lúdico possibilita um favorável crescimento da criança, investindo


numa elaboração íntegra do conhecimento infantil. Enquanto joga e brinca, podem ser recriados
conceitos cotidianos, compreendendo, encenando, reelaborando a realidade, contribuindo assim
para uma maneira melhor de se relacionar com o outro e desenvolvendo sua identidade e
autonomia.

O lúdico como método pedagógico prioriza a liberdade de expressão e criação. Por meio
dessa ferramenta, a criança aprende de uma forma menos rígida, mais tranquila e prazerosa,
possibilitando o alcance dos mais diversos níveis do desenvolvimento. Cabe assim, uma
estimulação por parte do adulto/professor para a criação de ambiente que favoreça a propagação do
desenvolvimento infantil, por intermédio da ludicidade.

2.1 O LÚDICO NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL.

O lúdico na educação infantil tem sido um dos instrumentos que fomentam um aprendizado
de qualidade para a criança, a partir das técnicas que promovem o desenvolvimento das habilidades
fundamentais nesse processo. Nesse sentido, esse trabalho tem a finalidade de compreender a
inserção da criança e das atividades lúdicas no contexto da educação infantil e os reflexos dessa
prática em seu desenvolvimento global. Para tanto, utilizou-se uma pesquisa de natureza
bibliográfica e elencou-se assuntos pertinentes para esse entendimento. Desse modo, foi explanado
sobre a história do brincar, o lúdico na educação infantil e a importância do brincar. A partir dessas
idéias houve um entendimento de que as brincadeiras com objetivo pedagógico favorecem o
processo de ensino-aprendizagem e tornam o sujeito mais consciente de seu papel na sociedade.
Aprender brincando ou brincar para aprender; papéis educacionais dos brinquedos e jogos;
os professores e os brinquedos; brinquedos e jogos no lar e na escola; o lar como um lugar
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divertido. Pais e professores precisam estar informados do valor dos brinquedos, brincadeiras e
jogos para o desenvolvimento das crianças e dos adolescentes.
Brincando, a criança se inicia na representação de papéis do mundo adulto que irá
desempenhar mais tarde. Desenvolve capacidades físicas, verbais e intelectuais, tomando capaz de
se comunicar. O jogo ou brinquedo são, portanto, fatores de comunicação mais amplos do que a
linguagem, pois propiciam o diálogo entre pessoas de culturas diferentes.
Segundo Zaffalon: “a ludicidade está intrínseca no ser humano desde a pré-história. O ato
de brincar é a mais pura forma da criança se expressar, é brincando que ela expressa o que está
sentindo e também interioriza o mundo ao seu redor[...]’’.
Nesse sentido, entende-se que o homem por ser um ser social ao nascer, já está inserido em
sociedade que é a família, assim convive num ambiente que lhe favorece ou não a expressão dos
sentimentos através das brincadeiras e com isso a criança reproduz no brincar o seu contexto social. 
Dessa forma entende-se que a escola tem o dever social de ampliar e favorecer esse aprendizado
com os jogos infantis e  atividades lúdicas  no processo do desenvolvimento infantil, onde o jogo
torna-se elemento estimulador e motivador das habilidades motoras, afetivas e cognitivas da criança
, sendo também instrumento para o desenvolvimento integral da criança.
Para Vygotsky (1967), há dois aspectos importantes no brincar: a situação imaginária e as
regras.  A situação imaginária criada pela criança, preenche necessidades que mudam de acordo
com a idade. Um brinquedo que interessa a um bebê não interessa a uma criança mais velha. As
regras presentes no brincar não são regras explícitas, mas que a própria criança cria o
desenvolvimento desses dois aspectos delinear a evolução do brinquedo das crianças.
Nesse prisma é inegável a importância do jogo para a criança, pois auxilia na formação do
ser humano, tanto na motora quanto cognitiva, e ensina valores durante a infância que permanecem
por toda vida, pois segundo Piaget a atividade lúdica é o berço obrigatório das atividades
intelectuais da criança, estas não são apenas uma forma de desafogo ou entretenimento para gastar
energia das crianças mas meios que contribuem e enriquecem o desenvolvimento intelectual sendo,
por isso, indispensável à pratica educativa.
O lúdico trabalhado numa perspectiva pedagógica pode ser um instrumento de suma
importância na aprendizagem, no desenvolvimento, cognitivo, afetivo e social na vida da criança.

Se considerarmos que a criança pré-escolar aprende de modo intuitivo,


adquire noções espontâneas, em processos interativos, envolvendo o ser
humano inteiro com suas cognições, afetividade, corpo e interações sociais,
o brinquedo desempenha um papel de relevância para desenvolvê-la.
(Kishimoto, 1999, p. 36).
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É preciso que os professores entendam que a atividade lúdica promove a aprendizagem


através do brincar, e muitas vezes os mesmos são barrados pela falta de espaço materiais e até
mesmo o estimulo do próprio professor para com o aluno. Se estamos convencidos de que o brincar
facilita a aprendizagem, é preciso que o professor também goste de brincar.
Quando o conhecimento é construído através do lúdico a criança aprende de maneira mais
fácil e divertida, estimulando a criatividade, a autoconfiança, a autonomia e a curiosidade, pois faz
parte do seu contexto naquele momento o brincar e jogar, garantindo uma maturação na aquisição
de novos conhecimentos.
Através dos estudos de Jean Piaget (1971) o qual permitiu abordar o desenvolvimento da
criança com o objetivo que se se caracteriza como abordagem psicogenética dos indivíduos, pelo
qual Piaget observou seus próprios filhos para comprovar sua teoria, resultando em dois conceitos
importantes no processo evolutivo da criança, chamados por Jean de acomodação e assimilação, os
quais estão presentes em todos os estágios do desenvolvimento da criança. No momento que uma
criança entra em contato com o objeto, ela retira algumas informações, quando se repetem, acontece
por puro prazer funcional, nesse momento acontece à assimilação. Por outro lado a acomodação é a
capacidade de mudanças nas estruturas mentais para organização de novas observações acerca das
informações obtidas sobre determinados objetivos. Às vezes, um predomina sobre o outro, outras
vezes eles encontram-se em equilíbrio.

A atividade lúdica é um instrumento que possibilita as crianças à aprenderem relacionar-se


com outros, promove maior desenvolvimento cognitivo, motor, social e afetivo. Por meio do
brincar, a criança experimenta, descobre, inventa, adquire habilidades, além de estimular a
criatividade, autoconfiança, curiosidade, autonomia, proporciona o desenvolvimento da linguagem,
do pensamento e da concentração devido a situação de alguns jogos e brincadeiras,
consequentemente gerando uma maturação de novos conhecimentos.
É importante que as crianças se expressem ludicamente deixando aflorar sua criatividade,
frustrações, sonhos e fantasias, para aprender agir e lidar com seus pensamentos e sentimentos de
forma espontânea. No entanto, a ludicidade não é apenas entretenimento, ou um brincar por brincar
é algo que deve ser trabalhado pelo educador.

2.2 O PAPEL DO LÚDICO NO COTEXTO EDUCACIONAL


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Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a
sua construção. (Paulo Freire) A sociedade encara o brincar como uma atividade apenas recreativa,
que serve para exercitar mais o corpo do que a mente, percebe-se isso em discursos usados por pais
e professores, em momentos para repreensão da criança como “Pare de brincar, agora é sério!” Mas
quem disse que brincando não se aprende? Essa opinião está ligada a pressupostos da pedagogia
tradicional, que excluía o lúdico de qualquer atividade séria. A idéia de que brincadeira não é
produtiva se choca com a variedade de aporte teórico, referente ao lúdico. Nas últimas décadas, o
assunto tem se destacado; e vários autores afirmam que o lúdico é uma ferramenta produtiva dentro
da sala de aula. Kishimoto (2001, p.28) explica a origem dessa visão pejorativa da brincadeira.
Durante a Idade Média, o jogo foi associado aos jogos de azar, por isso considerados como “não-
sério”. E, apenas no Renascimento o jogo serviu para divulgar princípios de moral, ética e
conteúdos de História, Geografia e outros. Segundo o autor: O Renascimento vê a brincadeira como
conduta livr 17 Para Dewey (1859-1952) o jogo faz o ambiente natural da criança, ao passo que as
referências abstratas e remotas não correspondem ao interesse da criança. (DEWEY in ALMEIDA,
1998, p. 24) Em cada época, a criança é tratada de uma maneira diferente. Antigamente, a criança
era vista como um adulto em miniatura. Rousseau se coloca contra essa concepção defendendo a
especificidade infantil e a idéia de que a criança tem uma natureza própria, e o brincar faz parte
dessa natureza. O jogo não é apenas entretenimento, é um meio de enriquecer o desenvolvimento
intelectual; brincando a criança se sente pertencente a um grupo. O brincar envolve emoções,
afetos, inteligências e movimentos. Brincar deixa a criança mais flexível, e busca alternativas de
ações para situações cotidianas. [...] A atividade lúdica infantil fornece informações elementares a
respeito da criança, compreendendo suas emoções, a forma como interage com seus colegas, seu
desempenho físico-motor, seu estágio de desenvolvimento, seu nível linguístico, sua formação
moral. (RODRIGUES, 2000, p. 46) Sabendo da importância do lúdico para o desenvolvimento da
criança, não se pode deixar de defender seu valor dentro do contexto escolar, uma vez que a escola
acolhe crianças em fase de crescimento, ativas e dispostas a aprender. Segundo Almeida (1998,
p.21), os colégios jesuítas foram os primeiros a valorizar o jogo dentro do ambiente educacional e,
aos poucos, foram mudando a opinião de radicais com relação aos jogos. [...] Os jesuítas editaram
em latim tratados de ginástica que forneciam regras dos jogos recomendados e passaram a aplicar
nos colégios a dança, a comédia, os jogos de azar, transformados em práticas educativas para
aprendizagem da ortografia e da gramática. (ALMEIDA, 1998, p.21) O jogo auxilia no
desenvolvimento do caráter linguístico da criança, pois através da brincadeira a criança organiza sua
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linguagem. [...] Se tivessem dado às crianças o tempo suficiente para jogar e brincar, teríamos
menos problemas de linguagem mais tarde, porque a linguagem se forma pela necessidade de
expressar, de comunicar alguma coisa. (DINELLO, 1984, p.36) Na Educação Infantil, percebe-se
que o lúdico está muito mais presente e atua diretamente no desenvolvimento dos bebês. O brincar
auxilia no desenvolvimento da fala, motor, cognitivo, emocional e social da criança. Para 18
Almeida (1998, p 26), a atividade lúdica é o berço obrigatório das atividades intelectuais e sociais
superiores, por isso são indispensáveis à prática educativa. O primeiro brinquedo que a criança
pequena utilizará será seu próprio corpo, descobrirá movimentos, toques e sensações.
Posteriormente, ela explorará pequenos objetos que estão ao seu redor; e a partir daí, os brinquedos
estarão sempre presentes na vida da criança. O brinquedo faz parte da vida da criança. Simboliza a
relação pensamentoação e, sob esse ponto, constitui provavelmente a matriz de toda a atividade
linguística, ao tornar possível o uso da fala, do pensamento e da imaginação. (ALMEIDA, 1998,
p.37) No Ensino Fundamental I, o lúdico dá espaço ao saber sistematizado, e temos o exemplo claro
de que a atividade lúdica fica isolada do contexto de sala de aula. O brincar fica para a hora do
recreio, onde a criança se movimenta, fala espontaneamente, expõe sua ansiedade e agressividade.
As aulas de educação física, tão queridas e esperadas pelas crianças, também fazem parte desse
momento lúdico na escola. Com o tempo, a própria criança passa a ver essa disciplina como
momento de lazer, despido de qualquer caráter sério e educativo. Para Piaget, os jogos tornam-se
mais significativos à medida que a criança se desenvolve. O jogo é um universo crítico e criativo;
gera valores e estimula a interação. E assim temos mais uma evidência de que o lúdico, o jogo ou a
brincadeira são de grande valia como estratégia pedagógica. O lúdico é uma das principais vias de
aprendizagem e comunicação da criança com o mundo. Portanto, é imprescindível que os jogos
estejam presentes no processo de evolução dessa criança, e dentro do espaço escolar; devem ser
vistos como auxiliares no processo de ensino-aprendizagem. Piaget afirma que, pelo fato de o jogo
ser um meio tão poderoso para a aprendizagem das crianças, em todo lugar onde se consegue
transformá-lo em iniciativa de leitura ou de ortografia observa-se que as crianças se apaixonam por
essas ocupações tidas como maçantes. (ALMEIDA, 1998, p. 51) O ato de buscar e de se apropriar
de conhecimentos exigem das crianças esforço, participação, criação, reflexão e socialização, atos
que correspondem a essência da educação lúdica, e que, de acordo com Freire, citado em Almeida
(1998, p.31) se opõe à concepção política ingênua, à passividade, ao 19 espontaneismo, à
jocosidade, à alienação, à submissão, condicionantes da pedagogia dominadora e neutralizante. É
nessa idade escolar, que as brincadeiras, o esporte e os jogos fazem com que as crianças cresçam
conjuntamente nas relações sociais; aprendendo a considerar o ponto de vista do outro, e saindo do
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egocentrismo característico nas fases iniciais da infância. Kishimoto (2001) afirma que o jogo está
presente em todas as etapas da vida como jogos de criança, de adultos, jogos de poder, jogos
políticos, jogos de cartas dos idosos. O jogo esteve presente em todas as épocas e povos, permeando
a vida social constantemente. O jogo está na escola, quer o professor permita ou não. E de acordo
com Kishimoto (2001, p. 54) [...] é preciso resgatar o direito da criança a uma educação que respeite
seu processo de construção do pensamento, que lhe permita desenvolver-se nas linguagens
expressivas do jogo, do desenho e da música. Estes, como instrumentos simbólicos de leitura e
escrita de mundo, articulam-se ao sistema de representação da linguagem escrita, cuja elaboração
mais complexa exige formas de pensamento mais sofisticadas para sua plena utilização. Vale
ressaltar que existe uma grande diferença entre atividades lúdicas livres e atividades lúdicas com
vínculos pedagógicos. Não basta o professor trazer jogos para a sala de aula, sabemos que o brincar
é produtivo, favorece muito no desenvolvimento da criança; mas precisa-se deixar claro que o
lúdico pode ser levado para a sala de aula com objetivo pedagógico ou didático, porém definido
para determinada disciplina; a fim de auxiliar na dinâmica da aula e na compreensão do conteúdo
pelo aluno. Cabe a escola e aos profissionais que nela atuam, repensar suas práticas e valorizar o
jogo, como forma de evitar a monotonia das aulas, desinteresse e indisciplina. É preciso recuperar o
sentido da escola, como um lugar de alegria, prazer intelectual e satisfação. Os professores precisam
estar bem preparados para desenvolver conteúdos e estratégias da proposta curricular de uma
maneira mais prazerosa, tanto para o aluno como ele mesmo. O adulto deve ser um estimulador e
condutor, fazendo o aluno participar de forma crítica, livre e criativa, partindo de suas necessidades
e interesses. Quando um professor desperta na criança a paixão pelos estudos, ela 20 mesma
buscará o conhecimento e fará tudo para corresponder. Isso se consegue despertando,
conscientizando e confiando no aluno e no trabalho.

2.3 O EDUCADOR E O LÚDICO

Para que se tenha dentro de instituições infantis o desenvolvimento de atividades lúdicas educativas,
é imprescindível garantir a formação do professor e condições de atuação. Somente assim, será
possível o resgate do espaço de brincar da criança no dia a dia da escola ou creche. 
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Para nós a formação do Educador Infantil, ganha em qualidade se, em sua sustentação, estiverem
presentes três pilares: 

- Formação teórica 

- Formação pedagógica 

- Formação lúdica 

A determinação de se permitir submergir no mundo mágico das crianças seria o primeiro passo que
o educador deveria dar. Descobrir o universo infantil demanda do educador informação e
conhecimentos teóricos, prático, capacidade de observação, amor e vontade de ser cúmplice da
criança neste processo. O educador por meio das experiências lúdicas infantis poderá obter
informações importantes no brincar espontâneo ou no brincar orientado. Esse desvendar poderá
definir discernimentos tais como: 

-A duração do envolvimento em um determinado jogo; 

- As competências dos jogadores envolvidos; 

- O grau de iniciativa, criatividade, autonomia e criticidade que o jogo proporciona ao participante; 

- A verbalização e linguagem que acompanham o jogo; 

- O grau de interesse, motivação, satisfação, tensão aparente durante o jogo (emoções, afetividade
etc.); 

- Constituição do conhecimento (raciocínio, argumentação etc.); 

- Ênfases de comportamento social (cooperação, colaboração, conflito, competição, integração


etc.). 

A utilização de jogos, brincadeiras e brinquedos em distintas situações educacionais podem ser um


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meio para estimular, analisar e avaliar aprendizagens específicas, competências e potencialidades


das crianças abarcadas. 

No brincar natural podem-se registrar as ações lúdicas a partir da: observação, registro, análise e
tratamento. Com isso, é possível criar para cada ação lúdica um banco de dados sobre o mesmo,
auxiliando de forma mais eficiente e científica os resultados das ações. 

Além disso, é possível realizar o acompanhamento da criança em sua trajetória lúdica durante sua
vivência dentro de um jogo ou de uma brincadeira, procurando desse modo perceber e compreender
melhor suas ações e fazer interferências e análises mais adequadas, ajudando o indivíduo ou o
coletivo. Os subsídios obtidos pelo brincar espontâneo admitem diagnosticar: 

- Ideias, valores interessantes e necessidades do coletivo ou do indivíduo; 

- Estágio de desenvolvimento da criança; 

- Procedimento dos envolvidos nos diferentes ambientes lúdicos; 

- Conflitos, problemas, valores etc. 

Assim, podemos definir a partir de uma escolha acertada, as ações lúdicas mais adequadas para
cada criança envolvida, respeitando o princípio básico de individualidade de cada ser humano. 

Todavia, no brincar conduzido podem-se sugerir provocações a partir da escolha de jogos,


brinquedos ou brincadeiras definidas por um adulto ou responsável. Estes jogos orientados podem
ser arranjados com propósitos claros de promover o acesso a aprendizagens de conhecimentos
específicos com objetivos predefinidos, como: matemáticos, linguísticos, científicos, históricos,
físicos, culturais, naturais, morais etc. Outra finalidade é ajudar no desenvolvimento cognitivo,
afetivo, social, linguístico e na construção da moralidade (nos valores).

Para Almeida (1987), a educação lúdica pode ter duas implicações, dependendo de ser bem ou mal
utilizada: 
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- A educação lúdica pode ser ruim na mão do educador despreparado, podendo truncar, não só o
verdadeiro sentido da proposta, mas servir de negação do próprio ato de educar; 

- A educação lúdica pode ser para o professor competente um instrumento de unificação, de


libertação e de transformação das reais condições em que se encontra o educando. É uma prática
desafiadora, inovadora, possível de ser aplicada.

A respeito do papel do educador como facilitador dos jogos, das brincadeiras, da utilização dos
brinquedos e principalmente da organização dos espaços lúdicos para criança de 0 a 6 anos muito
poderia ser dito, todavia, deve-se chamar atenção sobre alguns aspectos aferidos como importantes
para facilitar a relação da criança e do educador nas atividades lúdicas.

Aspectos importantes sobre o papel do educador: 

- Deverá ser um facilitador das brincadeiras, podendo misturar momentos em que orienta e dirige o
processo, com outros momentos e que as crianças são responsáveis pelas suas próprias
brincadeiras. 

- Observar e coletar informações sobre as brincadeiras das crianças para incrementá-las em futuras
oportunidades. 

- Procurar participar das brincadeiras e valer-se para questionar com as crianças sobre as mesmas. 

- Organizar e estruturar o espaço de forma a instigar na criança a necessidade de brincar, além de


facilitar a seleção das brincadeiras.

-Desenvolver nos jogos de regras atitudes cooperativas entre as crianças, enfatizando que o mais
importante é participar das brincadeiras e dos jogos.

- Deve-se respeitar o direito da criança participar ou não de um jogo. Nesse momento, o educador
tem que instituir uma situação diferente de participação dela nas atividades como: auxiliar com
materiais, fazer observações, emitir opiniões etc.
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- Em uma situação de jogo ou brincadeira é importante que o educador esclareça de forma clara e
objetiva as regras às crianças. E se for necessário pode mudá-las ou adaptá-las de acordo com as
faixas etárias.

-Instigar nas crianças a socialização do espaço lúdico e dos brinquedos, desenvolvendo assim o
hábito de cooperação, conservação e manutenção dos jogos e brinquedos.

- Estimular a imaginação infantil, para isso o professor deve oferecer materiais dos mais simples aos
mais complexos, podendo estes brinquedos ou jogos serem estruturados (fabricados) ou serem
brinquedos e jogos confeccionados com material reciclado (material descartado como lixo), por
exemplo: pedaço de madeira; papel; folha seca; tampa de garrafa; latas secas e limpas; garrafa
plástica; pedaço de pano etc.

- É conveniente que o educador providencie que as crianças tenham espaço para brincar (área livre),
e que possam movimentar-se, montar casinhas, fazer cabanas etc.

-O educador deve dar o tempo necessário às crianças para que as brincadeiras surjam se
desenvolvam e se encerrem.

Rizzo (1996) em seu livro "Jogos Inteligentes" analisa com muita propriedade alguns aspectos
necessários para que um bom educador possa realizar sua atividade com crianças pequenas.

REFERÊNCIAS
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COLL, C.; MARCHESI A.; PALACIOS J.; Desenvolvimento psicológico e educação. 2. Ed. –
Porto Alegre: Artmed, 2004

RIZZO, Gilda. Jogo Inteligentes.: Ed. – Bertrand, 1996.

GALPERIN P.Ya. La dirección Del proceso de aprendizaje. In: ROJAS, L.Q. (Comp.). La


formación de las funciones psicológica durante el desarollo dele niño. Tlaxcala: Editora
Universidad Autónoma de Tlaxcala, 2001d.

GOMIDE, Paula Inez Cunha. Pais presentes, pais ausentes: regras e limites. 9. Ed. – Petropolis,
RJ: Vozes, 2009.

LUCKESI, Cipriano Carlos.(org) Educação e Ludicidade. Salvador UFBA/FACED, 2000.

VYGOTSKY, Levi S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes 1991.
___________.A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1984.
ALMEIDA, Paulo Nunes. Educação lúdica. São Paulo; Loyola 1995

ANTUNES, Celso. Trabalhando habilidades: construindo ideias. São Paulo. 2004

KISHIMOTO, Tizuko M. Jogos, brinquedo, brincadeira e a educação. Org: 3. ed. São


Paulo: Cortez, 1999.

VYGOTSKY, L. S. (1933). Play and its role in the mental development of the child.
Soviet Psychology, 5, 6- 18,1967

ALMEIDA, P.N. 1998. Educação Lúdica: técnicas e jogos pedagógicos. 9ª Ed. São Paulo: Loyola.
295p.

KISHIMOTO, T.M. (Org.). 2001. Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. 5ª Ed. São Paulo:
Cortez. 183 p.
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DINELLO, D.R. 1984. A expressão lúdica na educação da infância. 2ª Ed. Rio Grande do Sul:
APESC. 78 p.

BROUGÈRE, G. Jogo e Educação. Porto Alegre: Artes Médicas, 2002.

FORTUNA, T. R. Jogo em aula: recurso permite repensar as relações de ensino aprendizagem.


Revista do Professor, Porto Alegre, v. 19, n. 75, p. 15-19, jul./set. 2003.

RAMOS, T. El joc. Revista Infância: Revista de La Associación de Maestros Rosa Sensat,


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