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CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI

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O lúdico como facilitador da aprendizagem


Ana Maria Jacobus e Luiza Miriam da Silva Machado
Prof. Elenise Marks
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Pedagogia (FLC1479) – Projeto de ensino em Educação
12/04/2022

1 INTRODUÇÃO

O tema proposto nesse estudo tem por objetivo evidenciar o quão importante é a ludicidade
que vem se tornando cada vez mais essencial para o desenvolvimento da criança, ao longo da
pesquisa acadêmica será abordado de onde surgiu o lúdico, quais benefícios essa prática pedagógica
proporciona para o ensino aprendizagem, o lúdico na psicopedagogia e o papel do professor como
facilitador e mediador para o desenvolvimento da criança.

Através da prática do lúdico é desenvolvido enormes benefícios para o ensino a


aprendizagem pois e através do brincar que a criança aprende de forma prazerosa, cria conexões e
descobre novas formas de aprender. Na psicopedagogia o lúdico podem facilitar as atividades e
auxiliar no desempenho da criança.

A aprendizagem faz parte da vida de todo o ser humano faz parte do seu desenvolvimento, a
aprendizagem acontece através de experiências construídas por razões emocionais, neurológicas,
relacionais e ambientais, o lúdico pode contribuir para que essa aprendizagem venha ocorrer de uma
maneira saudável e prazerosa para o ser humano.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A proposta da ludicidade vem se tornando cada vez mais fundamental para a aprendizagem
da criança e tem se espalhado cada vez mais pelas escolas, mas para que a ludicidade seja aplicado
precisamos primeiro entender o que é o lúdico, segundo Manson:
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Em grego, todos os vocábulos referentes às atividades lúdicas estão ligados à palavra criança
(païs). O verbo païzeim, que se traduz por ‘brincar’, significa literalmente ‘fazer de criança’.
[...] Só mais tarde paignia passa a designar indiscutivelmente os brinquedos das crianças, mas
são raras as ocorrências. [...]. Em latim a palavra ludribrum, proveniente de ludus, jogo,
também não está ligado à infância e é utilizado num sentido metafórico. [...] Quanto à palavra
crepundia, frequentemente traduzida por ‘brinquedos infantis’ parece só ter adquirido sentido
depois do século IV, e encontrá-lo-emos frequentemente na pluma dos humanistas
renascentista [...] (2002, p. 30).

O lúdico também significa brincar, Vygotsky (1896-1934) acreditava que o faz de conta
fazia um papel fundamental através do brincar, a criança era capaz de satisfazer as suas
necessidades e estruturar-se na medida em que ocorressem transformações em sua consciência. O
lúdico traz imaginação, criação etc..
Para Macedo:

Graças ao faz de conta a criança pode imaginar, imitar, criar ou jogar simbolicamente e,
assim, pouco a pouco, vai reconstruindo em esquemas verbais ou simbólicos tudo aquilo que
desenvolveu em seu primeiro ano de vida. Com isso, pode ampliar seu mundo, estendendo ou
aprofundando seus conhecimentos para além de seu próprio corpo; pode encurtar tempos,
alargar espaços, substituir objetos, criar acontecimentos. Além disso, pode entrar no universo
de sua cultura ou sociedade aprendendo costumes, regras e limites (2004, p. 10).

Friedmann (1996, p. 41) considera que o lúdico permite uma situação educativa cooperativa
e interacional, ou seja, quando alguém está jogando está executando regras ao mesmo tempo,
desenvolvendo ações de cooperação e interação que estimulam a convivência em grupo.

A brincadeira, é a diversão o jogo, e desde da história antiga é abordado, há relatos de que o


ato de brincar era desenvolvido por toda a família, até quando os pais ensinavam os ofícios para
seus filhos. Os jogos e as brincadeiras que temos hoje é um material importante trazido como uma
herança e devem ser preservados, valorizados e utilizados para ensino aprendizagem das crianças.

[...] o brincar deve ser valorizado por aqueles envolvidos na educação e na criação das
crianças pequenas, fazendo a escolha dos materiais lúdicos que são reservados no brincar,
cujo objetivo deve ter seu efeito sobre o desenvolvimento da criança. Porque muitas crianças
chegam à escola maternal incapazes de envolver-se no brincar, em virtude de uma educação
passiva que via o brincar como uma atividade barulhenta, desorganizada e desnecessária.
(HOLTZ, 1998, p.12).

Os jogos, brincadeiras e brinquedos sempre tiveram importância na vida de uma criança,


exercendo um papel importantíssimo para o desenvolvimento da mesma. O jogo é um instrumento
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que ao ser usado, age como facilitador para a aprendizagem da criança além do desenvolvimento
corporal, como afirma Kishimoto:

O jogo é um instrumento pedagógico muito significativo. No contexto cultural e biológico é


uma atividade livre, alegre que engloba uma significação. É de grande valor social,
oferecendo inúmeras possibilidades educacionais, pois favorece o desenvolvimento corporal,
estimula a vida psíquica e a inteligência, contribui para a adaptação ao grupo, preparando a
criança para viver em sociedade, participando e questionando os pressupostos das relações
sociais tais como estão postos. (1996 p. 26).

O jogo ensina regras e desenvolve os aspectos físico, cognitivo, afetivo, social e moral, pois
explora tudo aquilo que está a sua volta a volta da criança proporcionando aprendizagem de
qualidade. Segundo Kishimoto (1996, p.96), o jogo, por ser livre de pressões e avaliações, cria um
clima de liberdade, propício a aprendizagem e estimulando a moralidade, o interesse, a descoberta e
a reflexão.

O uso do lúdico funciona como integrador entre os aspectos motores, cognitivos, sociais e
afetivos. Através do brincar a criança desenvolve a facilidade de aprender culturalmente e
pessoalmente, assim contribuindo para uma vida saudável, física e mental, e por isso que é um
aliado a psicopedagogia pois auxilia a ter um bom desempenho.

As atividades lúdicas tornam os projetos pedagógicos mais prazerosos para os alunos,


despertando assim o interesse e a imaginação dos mesmos. São essas atividades que proporciona a
criança a aprender a socializar, compreender regras e normas, passando a conhecer o outro e a
respeita-lo. Para Vygotsky (1984, p.103) “a aprendizagem e o desenvolvimento estão estritamente
relacionados, sendo que as crianças se inter-relacionam com o meio objetal e social, internalizando
o conhecimento advindo de um processo de construção. ”

Pedagogicamente o lúdico tem a liberdade de expressão e comunicação dos alunos


priorizados, por meio disso a criança aprende de forma menos rígida, através disso a criança
desenvolve sua capacidade de refletir, imaginar e explorar os conteúdos e adquirir o conhecimento
necessário para uma aprendizagem significativa. Para Vital:

As atividades lúdicas na educação infantil fazem com que as crianças tenham capacidade
desenvolvem o ato de explorar e refletir sobre a cultura e a realidade em que vive podendo
incorporar e questionar sobre as regras e sobre seu lugar na sociedade, pois durante tais
atividades elas podem superar a realidade, e muda-la por meio da imaginação (2009, p.11).
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Um dos objetivos da atividade lúdica é ajudar a criança a obter um desempenho melhor na


sua aprendizagem através do uso de uma metodologia mais aberta, recreativa e divertida, o lúdico
também conduz a comunicação das crianças, tornando sua aprendizagem de acordo como ela vê o
mundo, respeitando suas características e os seus raciocínios próprios. Assim como afirma Almeida:

A educação lúdica, na sua essência, além de contribuir e influenciar na formação da criança e


do adolescente, possibilitando um crescimento sadio, um enriquecimento permanente,
integra-se ao mais alto espírito de uma prática democrática enquanto investe em uma
produção séria do conhecimento. A sua prática exige a participação franca, criativa, livre,
crítica, promovendo a interação social e tendo em vista o forte compromisso de
transformação e modificação do meio (1994, p.41).

Sabemos que o lúdico é de suma importância para a criança, mas precisamos aqui analisar a
o papel do professor como mediador desta prática educativa. O professor segundo Marcolino e
Mello (2015), precisa criar condições para que as brincadeiras possam acontecer e, assim, favorecer
os processos psíquicos e de desenvolvimento.

A criatividade do professor somada à sua convicção de que a aprendizagem é possível para


todos os alunos e de que ninguém pode estabelecer o limite do outro, certamente contribuirão para
remover os obstáculos que tantos e tantos alunos têm enfrentado no processo de aprendizagem.
Além disso o professor precisa estar capacitado, a sua formação é de suma importância, o professor
precisa ter conhecimento desta área e preciso que ele tenha vontade de ser parceiro da criança na
prática do lúdico, como afirma Fortuna:

Como formar educadores capazes de cultivar o brincar em suas aulas? A formação do


educador capaz de jogar passa pela vivência de situações lúdicas, pela observação do brincar,
pelo entendimento do significado e dos efeitos da brincadeira no estudante, por
conhecimentos teóricos sobre desenvolvimento da aprendizagem nos seres humanos. Uma
boa formação do professor e boas condições de atuação são os facilitadores para que se
resgate o espaço de brincar da criança no dia a dia da escola. Isso não é tão fácil como muitos
imaginam, pois, para conseguir entrar e participar do mundo lúdico da criança é necessário
que o educador tenha conhecimentos, prática e vontade de ser parceiro da criança nesse
processo. (2000, p. 8).

Assim a ludicidade e o professor ajudam no crescimento e desenvolvimento infantil de


forma decisiva, construindo um adulto que acredita na transformação, cultivando dentro de si uma
forte vontade de viver em um mundo melhor.
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REFERÊNCIAS

FRIEDMANN, Adriana. Brincar, crescer e aprender: o resgate do jogo infantil. São Paulo:
Moderna, 1996.

KISHIMOTO, Tizuco Morchida. Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. 7 ed. São Paulo:
Cortez, 1996.

MACEDO, Lino de. Faz-de-conta na escola: a importância do brincar. Revista Pátio, Porto
Alegre, p. 10, dez. 2003/ mar. 2004.

MACHADO, J.; MARMITT, D. B. N. Conceitos de força: significados em manuais didáticos.


Revista Electrónica de Enseñanza de las Ciencias, v. 15, n. 2, p. 281-296, 2016.

MANSON, Michael. História dos Brinquedos e dos Jogos. Brincar através dos tempos. Lisboa,
Portugal: Teorema, 2002.

PINHO ALVES, J. P. Atividades experimentais: do método à prática construtivista. Tese


(Doutorado em Educação) – Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, 2000.

VYGOTSKY, L.S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1984.

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