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4 Apresentação
5 Plano de ensino
Unidade 1
10 Novas tecnologias educacionais como ferramentas às
práticas de ensino
11 Texto base 1
21 Texto base 2
42 Texto base 3
57 Texto complementar
Unidade 2
58 Podcast
59 Texto base
Unidade 3
67 Sala de aula invertida com produção de videoaula
68 Texto base
74 Texto complementar
Novas tecnologias educacionais 4
APRESENTAÇÃO
Eixo 4: Intervenções pedagógicas para a docência nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental (TCC)
às Práticas de Ensino. Nesta unidade é apresentado um tutorial
do ambiente de desenvolvimento Scratch1, artigos sobre o uso do
Scratch e do software Microsoft® Excel, assim como um link de leitura
complementar sobre Tecnologias Digitas, no site do MEC;
• Unidade 2 – Podcast. Para esta unidade é apresentado um texto no
qual se discute a contação de história como fenômeno cultural capaz
de auxiliar o desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem. Em
seguida, apresentamos o Podcast como recurso didático, pelo qual as
contações de histórias podem ser vinculadas;
• Unidade 3 – Sala de Aula Invertida com produção de videoaula.
Esta unidade apresenta um texto para produção de videoaulas, com
o intuito de aplicar o conceito de sala de aula invertida por meio do
envio dos referidos vídeos. Como leitura complementar, é indicado
um link do MEC sobre videoaulas e redes sociais.
As professoras
1 Scratch - https://scratch.mit.edu/
Novas tecnologias educacionais 5
Plano de ensino
Curso:
Especialização Saberes e Práticas para a Docência nos Anos Iniciais do
Ensino Fundamental: Língua Portuguesa e Matemática
Componente curricular:
Novas Tecnologias Educacionais
Professoras:
Dra. Carolina Brandão Gonçalves e Dra. Neide Ferreira Alves
Eixo 4: Intervenções pedagógicas para a docência nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental (TCC)
Ementa:
Apresenta as novas tecnologias educacionais como ferramentas para as
práticas docentes. Insere a pesquisa no contexto das tecnologias educacionais.
Objetivos:
Apresentar as novas tecnologias educacionais como ferramentas para as
práticas docentes. Inserir a pesquisa no contexto das tecnologias educacionais.
Conteúdo programático:
Apresentação do componente curricular: ementa, objetivos,
metodologia, avaliação e bibliografia.
UNIDADE I – NOVAS TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS COMO
FERRAMENTAS ÀS PRÁTICAS DE ENSINO: Carolina
- A sociedade atual: tecnologia, comunicação e escola; Brandão
Gonçalves
Aula 01 - O que são tecnologias educacionais? (da lousa à Internet).
e
05/11 Dinâmica local: questionamento sobre o que foi apresentado
Neide
- Informática na Educação; Ferreira
- Pensamento computacional (Scratch), jogos, slides (projeção Alves
com recursos de multimídia) e paint;
- Mídias sociais: Whatsapp, Facebook, Instagram e TikTok.
Atividade: desenvolvimento de aplicativo com Scratch.
UNIDADE II – PODCAST
- A pesquisa no contexto da tecnologia educacional;
- A importância da pesquisa na escola com estratégias de Carolina
pesquisa mediante o uso das TICs. Brandão
Gonçalves
Aula 02 Dinâmica local: espaço de pesquisa (biblioteca, universo
e
12/11 virtual e outros espaços).
Neide
- Definição de podcast;
Ferreira
- Podcast na escola: importância dos podcasts;
Alves
- Elaboração de Podcast.
Atividade: construção de podcast educativo
Novas tecnologias educacionais 6
Procedimentos metodológicos:
Avaliação:
• Primeira atividade: trabalho em equipe (4 alunos) para o
desenvolvimento de aplicativo com Scratch (valor 0,0 a 5,0 pontos);
• Segunda atividade: construção de um podcast educativo (valor 0,0 a
5,0 pontos);
Eixo 4: Intervenções pedagógicas para a docência nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental (TCC)
• Trabalho final: produção de um vídeo educativo (valor 0,0 a 10,0 pontos).
Bibliografia:
Bibliografia básica:
Tutorial Scratch
Bibliografia complementar:
Eixo 4: Intervenções pedagógicas para a docência nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental (TCC)
Novas tecnologias educacionais 8
Eixo 4: Intervenções pedagógicas para a docência nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental (TCC)
- Observação dos exemplos do material e
desenvolvimento de aplicação semelhante;
- Avaliação: socializar o projeto com os demais
colegas.
Segunda atividade
Em um primeiro momento, os alunos irão ler 12/11/2022
o texto. Em seguida, irão organizar o roteiro (sábado) 12/11/2022
da história, considerando os passo a passos Das 13h às 17h (sábado)
indicados no texto; TARDE
- Avaliação: socializar os podcasts com a turma.
Trabalho final
19/11/2022
- Ler o texto;
(sábado) 19/11/2022
- Organizar o roteiro da história, considerando
Das 13h às 17h (sábado)
os passo a passos indicados no material;
TARDE
- Socializar os vídeos com a turma (avaliação).
Unidade 1
Texto base
Tutorial Scratch
Texto complementar
gov.br/implementacao/praticas/caderno-de-praticas/aprofundamentos/193-tecnologias-
digitais-da-informacao-e-comunicacao-no-contexto-escolar-possibilidades#v-pills-
aba3_193. Acesso em: 23 out. 2022.
Unidade 2
Texto base
Unidade 3
Texto base
Eixo 4: Intervenções pedagógicas para a docência nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental (TCC)
GONÇALVES, Carolina Brandão. A produção do vídeo na Escola. [s.d.].
Texto complementar:
Texto base 1
Texto base 2
Texto base 3
Novas tecnologias educacionais 11
Texto base 1
TUTORIAL SCRATCH
1 - INTRODUÇÃO
Eixo 4: Intervenções pedagógicas para a docência nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental (TCC)
O Scrtach pode auxiliar as crianças a realizarem atividades mais
desafiadoras, a aprenderem brincando, por meio de projetos direcionados
aos conteúdos escolares. Conforme Polya (1995, p.3), “O professor que
deseja desenvolver nos estudantes a capacidade de resolver problemas deve
incutir nas suas mentes algum interesse por problemas e proporcionar-
lhes muitas oportunidades de imitar e de praticar”.
2 - O AMBIENTE SCRATCH
Eixo 4: Intervenções pedagógicas para a docência nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental (TCC)
• Imagem do globo - permite selecionar o idioma de trabalho
no Scratch.
2) Palco - nesta opção os objetos ou personagens são colocados e é
possível ver o resultado da programação criada. O objeto inicial que
aparece no palco é o personagem gato.
3) Opções de Comandos - nesta área são selecionados os comandos
que irão compor o script ou programação.
4) Área de edição e conexão de scripts - é neste ambiente que o código
de programação é arrastado, gerando a sequência de desenvolvimento.
5) Seleção de palco - por meio desta opção o usuário pode selecionar
um plano de fundo, alterar ou mesmo criar um novo plano de fundo
à mão livre.
6) Seleção de atores - do mesmo modo que o palco, o usuário pode
selecionar vários atores, oferecidos pelo próprio Scratch ou mesmo
selecionar novas imagens ou criar novos personagens à mão livre;
7) Botões de iniciar e parar o script - para visualizar todas as ações,
basta clicar na bandeira verde e para parar a visualização da
execução clique no octógono vermelho .
8) Opção para visualizar o script em tela cheia - este ícone expande
a tela, deixando apenas a visualização do palco com os atores.
Novas tecnologias educacionais 13
9)
Eixo 4: Intervenções pedagógicas para a docência nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental (TCC)
Figura 2 - Ambiente de programação do Scratch.
4 - EXEMPLOS
4.1 - Soma
Eixo 4: Intervenções pedagógicas para a docência nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental (TCC)
Para o exemplo Soma adotou-se apenas um ator e um único plano de
fundo. Após a definição de plano de fundo e ator, foram criadas duas variáveis
para receberem os dois números, gerados aleatoriamente, os quais serão
exibidos na tela e o usuário informará o resultado. A resposta é dada pelo
jogador, ao visualizar as operações, em seguida é feita uma comparação para
verificar se a resposta está correta. A Figura 3 exibe os comandos utilizados.
Eixo 4: Intervenções pedagógicas para a docência nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental (TCC)
sensor . Este é importantíssimo para atividades em que o usuário
precisa guardar as respostas do jogador;
4) Operadores - este operador permite unificar
t ex t o s, n ú m e r o s, ex p r e s s õ e s e t c. N o exe m p l o s o m a ,
foi agregado os scripts diga, com 2
junte e a resposta;
Eixo 4: Intervenções pedagógicas para a docência nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental (TCC)
Figura 4 - Exemplo Soma: comando Repita.
Neste exemplo, o jogador irá clicar em balões com vogais, a cada acerto
ele ganha1 ponto, a atividade finaliza quando ele acerta as 5 vogais.
Há 2 palcos e 10 atores, conforme Figura 5. O ator Tera apresenta a
atividade. Dos 9 balões, 5 tem as vogais e 4 as letras B, C, F e J. Para escrever
as letras nos balões, basta pressionar na opção Fantasias e selecionar a
opção Texto e digitar a letra, conforme exemplificado na Figura 6.
Eixo 4: Intervenções pedagógicas para a docência nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental (TCC)
Figura 6 - Inserção de Texto no Balão.
clicada existe apenas para garantir que todos os balões irão desaparecer
ao iniciar a atividade. O segundo bloco de codificação aparecerá quando o
cenário mudar para “Blue Sky”, em seguida o balão é mostrado e um bloco
de código “repita” é inicializado, dentro deste código a posição do balão
muda aleatoriamente e espera 2 segundos até o usuário conseguir clicar
com o mouse no referido balão. Ao ser clicado um sinal de “Pop” é emitido,
o balão é escondido e um ponto é adicionado a variável “pontuação”.
Eixo 4: Intervenções pedagógicas para a docência nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental (TCC)
Figura 8 - Codificação dos balões com as vogais.
5 - COMPARTILHAMENTO
Eixo 4: Intervenções pedagógicas para a docência nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental (TCC)
login e senha de usuário. No site há diversos projetos compartilhados, como
os descritos a seguir:
• Corrida - https://scratch.mit.edu/projects/83282784/?from
explore=true#fullscreen
• Estudo das vogais - https://scratch.mit.edu/projects/550379368/
• Bhaskara - https://scratch.mit.edu/projects/84719256/
Referências
Eixo 4: Intervenções pedagógicas para a docência nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental (TCC)
Novas tecnologias educacionais 21
Texto base 2
Eixo 4: Intervenções pedagógicas para a docência nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental (TCC)
Tânia Teresinha Bruns ZIMER2
Sérgio CAMARGO3
Marcelo Souza MOTTA4
RESUMO
As tecnologias digitais podem representar novas possibilidades metodológicas para os
processos de ensino e aprendizagem de Matemática, principalmente quando os docentes
envolvidos com o uso de tais recursos conhecem suas potencialidades e funcionalidades.
Com o objetivo de analisar as possíveis contribuições de um curso de formação continuada
para professores de Matemática sobre o software Scratch, realizou-se uma investigação
qualitativa do tipo estudo de caso, pautada no seguinte problema: quais as possíveis
contribuições de um curso de formação de professores sobre o software Scratch na
atuação profissional dos participantes? A partir da observação de um curso de extensão
desenvolvido em um Grupo de Pesquisas sobre Tecnologias na Educação Matemática, que
teve 14 participantes, efetuou- se o registro dos dados de cada encontro do curso, bem
como da participação dos cursistas. Um ano após a conclusão do curso, os participantes
foram entrevistados para verificar como estava a prática profissional atual, buscando-
se indícios das contribuições do curso. Para analisar os dados, utilizou-se o método de
análise de conteúdo. Foi possível identificar que o curso, mais do que contribuir para que
os participantes conhecessem um recurso diferenciado para a sala de aula, possibilitou
que os professores se tornassem mais autônomos na busca de tecnologias digitais que
contribuíssem com o aprimoramento da aprendizagem de seus alunos. O aprendizado
coletivo, vivenciado em um grupo de pesquisa, possibilitou que esses professores
permanecessem em formação e compartilhamento de conhecimentos.
1 Centro Universitário Internacional Uninter, Curitiba, PR. fsucheck@yahoo.com.br. https://
orcid.org/0000-0001-6803-8898
2 Universidade Federal do Paraná, Curitiba, PR. taniatbz@gmail.com. http://orcid.
org/0000-0002-9353-7944
3 Universidade Federal do Paraná, Curitiba, PR. s1.camargo@gmail.com. https://orcid.
org/0000-0001-8766-5424
4 Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Curitiba, PR. msmotta27@gmail.com.
https://orcid.org/0000-0001-5534-2735
Novas tecnologias educacionais 22
ABSTRACT
Digital technologies can represent new methodological possibilities for the teaching and
learning processes of Mathematics. For these possibilities to be beneficial to the pedagogical
processes, the teachers involved with the use of such resources must know their potential
and functionalities. In order to analyze the possible contributions of a continuing education
course for Mathematics teachers on the Scratch software, a qualitative investigation of the
case study type was carried out, based on the following problem: what are the possible
contributions of a training course of teachers about the Scratch software in the professional
performance of the participants? From the observation of an extension course developed in
a Research Group on Technologies in Mathematics Education, which had 14 participants,
the data of each meeting of the course was recorded, as well as the participation of the
course participants. One year after the conclusion of the course, the participants were
interviewed to check on their current professional practice, looking for evidence of the
Eixo 4: Intervenções pedagógicas para a docência nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental (TCC)
course's contributions. To analyze the data, the content analysis method was used. It was
possible to identify that the course, more than contributing for the participants to know a
differentiated resource for the classroom, made it possible for teachers to become more
autonomous in the search for digital technologies that would contribute to the improvement
of their students' learning. Collective learning, experienced in a research group, made it
possible for these teachers to remain in training and knowledge sharing.
1 Introdução
Eixo 4: Intervenções pedagógicas para a docência nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental (TCC)
do Pensamento Computacional (Resnick et al., 2009).
Contudo, mesmo que seja um software de programação intuitiva, nem
todo professor se sente confortável para experimentar essa e outras TD em
suas aulas. A resistência do professor em explorar novos recursos pode ser
minimizada por meio de cursos de formação continuada (Richit, Mocroski
& Kalinke, 2016; Kenski, 2011).
De modo a incentivar professores a utilizarem o Scratch como
recurso pedagógico em aulas de matemática, o Grupo de Pesquisas sobre
Tecnologias na Educação Matemática (GPTEM6) ministrou um curso de
formação continuada, em caráter de extensão, no segundo semestre de
2017, a partir de reivindicações dos próprios participantes do grupo.
Uma das pesquisadoras, autoras desse artigo, participou do curso,
realizando observações participativas. Findado o curso, algumas
inquietações a respeito do caráter formativo levantaram alguns
questionamentos: (a) os professores que realizaram o curso estavam
utilizando o Scratch?; (b) cursos de formação sobre o Scratch auxiliam os
professores de Matemática a incorporar o uso de TD na sala de aula?
Para sanar essas inquietações, realizou-se, inicialmente, uma revisão
de literatura, tendo como base o Catálogo de Teses e Dissertações da CAPES.
Localizaram-se 54 trabalhos a partir dos termos “formação” e “scratch”.
Porém, analisando os títulos e resumos desses, percebeu-se que apenas três
trabalhos (Rocha, 2015; Farias, 2017; Rocha, 2018) tratavam de pesquisas
sobre a formação do professor de Matemática para o uso do Scratch. O
trabalho de Rocha (2015) analisou a integração entre o conhecimento
tecnológico e o conhecimento de conteúdo do professor de Matemática. As
pesquisas de Farias (2017) e Rocha (2018) tiveram como foco os projetos
6 Maiores informações sobre o grupo de pesquisa podem ser obtidas em: https://gptem5.
wixsite.com/gptem. Acesso em: 30 maio 2020.
Novas tecnologias educacionais 24
Eixo 4: Intervenções pedagógicas para a docência nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental (TCC)
a fundamentação teórica da pesquisa. A seção 3 traz os aspectos metodológicos
que conduziram a investigação e a análise. Nas seções 4 e 5 é apresentado o
curso de formação e discutido, respectivamente. Em seguida, apresenta-se a
análise dos dados e finalmente as considerações dos pesquisadores.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Eixo 4: Intervenções pedagógicas para a docência nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental (TCC)
2007, p. 137). Assim, a formação continuada possui uma relação direta com
a prática do professor. Alguns autores como Nóvoa (2012), Pimenta (2012),
Tardif (2014) e Fiorentini, Souza Junior e Melo (2003) destacam a prática
docente como fundamental aos processos formativos.
Nóvoa (2012, p. 15) defende que “propostas teóricas só fazem sentido se
forem construídas dentro da profissão, se contemplarem a necessidade de um
professor atuante no espaço da sala de aula”. O autor ainda destaca a necessidade
de que a formação teórica repercuta uma determinada reflexão dos professores.
Ao encontro do destaque de Nóvoa (2012), Pimenta (2012) alerta
que a formação deve considerar a prática docente como ponto de partida
e chegada. Na mesma vertente, Fiorentini, Souza Junior e Melo (2003)
apontam que existe uma relação entre os saberes que o docente possui,
seus modos de ser e agir e sua prática profissional.
Nóvoa (2012, p. 14) traz reflexões sobre a importância de os discursos
progressistas sobre formações de professores se tornarem ações reais. O
autor destaca que a formação deve ocorrer a partir de dentro da profissão,
“reforçando os professores no seu papel e na sua capacidade de decisão
e de ação”. Corroborando com esse entendimento, Tardif (2014) comenta
que os professores devem ser considerados parceiros e atores da sua
própria formação. O autor adverte para a necessidade de se considerar a
subjetividade do professor de modo a torná-lo autônomo.
Também se referindo à autonomia do professor, Pimenta (2012, p. 32)
apresenta a proposta de autoformação, “num processo coletivo de troca de
experiências e práticas”. Nesse sentido:
Eixo 4: Intervenções pedagógicas para a docência nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental (TCC)
Contudo, resolver problemas da realidade da sala de aula ou carências
diversas dos professores, como dificuldades com o uso das TD, não
pode se limitar a meras instrumentalizações. Imbernón (2010) indica a
necessidade de um conhecimento profissional ativo que contribua com a
autonomia do professor, para que ele crie possibilidades e não apenas use
instrumentalizações previamente elaboradas.
Eixo 4: Intervenções pedagógicas para a docência nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental (TCC)
3 ASPECTOS METODOLÓGICOS
Eixo 4: Intervenções pedagógicas para a docência nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental (TCC)
repercussões na prática profissional docente. A entrevista contou com as
seguintes questões:
Eixo 4: Intervenções pedagógicas para a docência nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental (TCC)
do curso, de modo a torná- los aptos a utilizar o Scratch para diversificar
suas estratégias de ensino.
Após a aprovação do projeto pela UTFPR, o curso começou a ser
divulgado. Primeiramente os integrantes do GPTEM foram comunicados.
Na sequência, o convite foi estendido à comunidade de professores em
geral, por meio de compartilhamento nas redes sociais e no site do grupo.
Foram ofertadas 30 vagas. Os interessados no curso deveriam preencher
uma ficha de inscrição que foi desenvolvida no Google Formulários. Houve
23 inscrições, sendo uma duplicada.
O curso, de caráter gratuito, teve duração de 21 horas presenciais e
21 horas a distância totalizando 42 horas, três horas presenciais a cada 15
dias. Apesar de 22 pessoas terem se inscrito, oito, que não participavam
do GPTEM, nunca compareceram. Entre os participantes, sete atuavam na
rede pública e seis na rede privada de ensino. Os participantes atuavam
da Educação Básica ao Ensino Superior, e em atividades pedagógicas-
administrativas como Coordenação pedagógica e Direção.
Algumas semanas antes do início do curso, a equipe responsável
decidiu que, em concomitante à realização do curso, haveria leituras
e discussões de textos sobre o Scratch e linguagens de programação
semelhantes, de forma a enriquecer ainda mais o processo formativo.
Segundo Imbernón (2010, p. 33), “a competência profissional, necessária
em todo processo educativo, será formada em última instância na interação
que se estabelece entre os próprios professores”. Assim, a interação entre
os cursistas ampliaria as possibilidades de aprimoramento profissional.
Apresenta-se, no Quadro 1, as tarefas desenvolvidas no curso em cada
encontro, pela letra E, seguida de um número, que corresponde a ordem
cronológica de acontecimentos do curso.
Novas tecnologias educacionais 30
Eixo 4: Intervenções pedagógicas para a docência nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental (TCC)
por uma das formadoras.
27/09/17 E4 11 Apresentação de ferramentas geométricas no
programa. Início de programações dos projetos
finais individuais.
Programação de projetos individuais, com discussões
11/10/17 E5 6 entre os participantes e auxílio das formadoras sobre
as ferramentas necessárias em cada projeto.
25/10/17 E6 10 Programações dos projetos finais pelos participantes.
Mostra de um projeto programado por uma das
08/11/17 E7 8 formadoras no Scratch.
Programação dos projetos finais pelos participantes.
Fonte: Dados da pesquisa (2020)
Eixo 4: Intervenções pedagógicas para a docência nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental (TCC)
executar cada ação.
Percebeu-se, nesses primeiros encontros, o caráter de instrumentalização
criticado por Imbernón (2010). De fato, o objetivo prévio do curso era de
instrumentalizar os cursistas para o uso do software. Contudo, as discussões
já demonstravam que os professores que ali estavam, preocupavam-se com
suas necessidades práticas de sala de aula. Eles questionaram de que forma
poderiam ensinar sobre o Scratch para seus estudantes. Essas inquietações
vêm ao encontro da menção de Nóvoa (2012) sobre a necessidade de propostas
teóricas contemplarem as carências docentes.
No terceiro encontro, houve discussão sobre os textos e diálogo sobre
os temas presentes. Foi aprofundado a ideia de pensamento computacional
e os professores conversaram sobre as novas propostas curriculares que
exigem que essa habilidade seja desenvolvida nos estudantes. Logo após os
diálogos sobre os textos, uma das formadoras apresentou a programação de
um jogo, semelhante ao PacMan. A formadora pediu que uma tela de fundo
fosse desenhada, mostrando o caminho para esse tipo de construção. Em
seguida, informou que os cursistas deveriam desenhar seu personagem,
com características mais personalizadas.
A programação de movimento desse personagem foi mostrada para
que fosse repetida pelos participantes, que demonstraram dificuldades
em localizar os blocos que deveriam ser usados e em compreender os
objetivos de tais blocos. Alguns cursistas, inclusive, sugeriram que a
abordagem precisaria ser alterada nos próximos encontros para um melhor
aproveitamento do curso, pois apenas a instrução de como deveria ser feita a
programação estava sendo insuficiente para a compreensão. Por esse motivo,
as formadoras decidiram que mudariam a maneira como conduziriam
os próximos encontros, de forma a proporcionar mais autonomia aos
cursistas. Nesse momento, o objetivo do curso se alterou e não focava mais
Novas tecnologias educacionais 32
Eixo 4: Intervenções pedagógicas para a docência nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental (TCC)
possíveis contribuições para a aprendizagem. Começaram a surgir propostas
para a sala de aula e os professores contribuíam uns com os outros nos diferentes
níveis de ensino que atuavam. Nesse sentido, o curso estava repercutindo em
possíveis inovações na prática, tal como citado por Romanowski (2007).
Os textos discutidos no quinto encontro tratavam sobre habilidades
que poderiam ser desenvolvidas pelos estudantes ao usarem o Scratch. Os
participantes exemplificaram suas falas com exemplos de suas práticas de
sala de aula ou na gestão. A partir desse encontro, os cursistas começaram a
desenvolver seus projetos finais. As três formadoras passaram a circular pela
sala, de modo a esclarecer dúvidas e auxiliar os participantes na programação
de seus projetos, que deveria avançar durante a semana à distância.
No sexto encontro além de discussões acerca de um texto, os participantes
foram convidados a dar continuidade na programação de seus projetos. As
formadoras ofereciam suporte aos cursistas que iam desenvolvendo tanto
a parte visual do projeto quanto a programação computacional. Nesse
encontro, muitas programações avançaram consideravelmente. Na Figura
1, apresenta-se alguns exemplos de programações dos cursistas. Na imagem,
pode-se observar dois participantes desenvolvendo seus projetos finais.
Eixo 4: Intervenções pedagógicas para a docência nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental (TCC)
A leitura flutuante realizada nas respostas da entrevista feita com todos
participantes um ano após a conclusão do curso possibilitou que fossem
delimitadas as unidades de registro e, por conseguinte, estabelecidas três
categorias de análise, conforme mencionou- se na descrição dos aspectos
metodológicos. São elas:
Eixo 4: Intervenções pedagógicas para a docência nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental (TCC)
P13 o levaram a pensar em novas formas de uso das x
TD no contexto escolar.
Eixo 4: Intervenções pedagógicas para a docência nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental (TCC)
programar o seu aprendizado com o software.
Não atua em sala no momento, mas está
P8 disposto a usar TD quando retornar para o x
exercício da docência. O participante destacou
as parcerias desenvolvidas no curso, que
repercutiu no seu ingresso no mestrado.
Informou que já conhecia o Scratch, mas que
não conhecia as possibilidades para a sala de
aula. Destacou que tem usado na formação de
P11 x
professores e que os colegas do curso continuam
contribuindo com compartilhamento de
informações sobre TD.
Fonte: Dados da pesquisa (2020)
Eixo 4: Intervenções pedagógicas para a docência nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental (TCC)
permaneceu com certa dificuldade com relação
a ele. Mas que devido aos momentos de diálogos,
P5 sentiu-se encorajado a tentar usar com os x
estudantes e tem desenvolvido projetos simples
com eles. O participante considera que o curso
influenciou significativamente sua relação com
as TD como recursos para a sala de aula.
Comentou que não conhecia o Scratch. Tem
aplicado o curso na rede pública estadual, pois
P9 x
achou muito relevante. Utiliza constantemente o
software com os estudantes.
Afirmou que usa constantemente TD em sala
de aula, após a formação sobre o software e as
discussões que ocorreram no grupo. Afirmou
P14 x
que compreendeu a importância do pensamento
computacional e que isso o estimulou a buscar
outras formações e softwares.
Fonte: Dados da pesquisa (2020)
7 CONSIDERAÇÕES
Eixo 4: Intervenções pedagógicas para a docência nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental (TCC)
esse e demais recursos digitais. Assim, o curso, tal como proposto por
Pimenta (2012), teve a prática docente como ponto de partida e chegada.
Uma dificuldade observada no processo foi que mesmo que o curso
tenha sido aberto à comunidade em geral com divulgação nas redes sociais,
não houve um número grande de inscritos. Isso impediu, por exemplo, que
a análise pudesse identificar professores com mais dificuldades sobre o uso
de TD, uma vez que os inscritos já possuíam um determinado conhecimento
prévio sobre essas tecnologias.
Entre as contribuições verificadas, além da autonomia frente ao uso das
TD, pode- se destacar a possibilidade de reflexão sobre a prática, o incentivo
na busca de softwares que possibilitem o Pensamento Computacional, o
encorajamento à pesquisa e a continuidade de processos formativos, a
divulgação do software a outros professores e o compartilhamento dos
projetos desenvolvidos.
A flexibilidade mostrada pelas formadoras, ao modificarem a metodologia
do curso, foi fundamental para que os resultados apresentados fossem
alcançados. Também se considera como acertada a inserção de textos para
discussões pelo grupo em concomitante com as atividades, pois eles suscitaram
reflexões pertinentes sobre a prática docente com uso das TD. Nesse cenário,
as formações para o uso de softwares e demais TD não devem se limitar a
processos de instrumentalização, mas devem repercutir em oportunidades
de discussão, reflexão e verdadeira mudança da prática docente.
Espera-se que a pesquisa aqui relatada contribua para que
profissionais responsáveis por formação continuada de professores
levem em consideração as reais necessidades de sala de aula, bem como
a autonomia docente, ao proporem cursos e programas.
Sugere-se que outras pesquisas relacionadas à formação continuada
de professores para uso de TD sejam desenvolvidas, especialmente sobre
Novas tecnologias educacionais 38
Eixo 4: Intervenções pedagógicas para a docência nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental (TCC)
Novas tecnologias educacionais 39
Referências
Bardin, L. (2016). Análise de Conteúdo. 3 reimp. 1 ed. São Paulo: Edições 70 Brasil.
Borba, M. C., Silva, R. S. R. & Gadanidis, G. (2016). Fases das tecnologias digitais em Educação
Matemática. 1 ed. Belo Horizonte: Autêntica Editora.
Brasil (2017). Base Nacional Comum Curricular: Educação Infantil e Ensino Fundamental.
Brasília: MEC/Secretaria de Educação Básica.
Eixo 4: Intervenções pedagógicas para a docência nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental (TCC)
Matemática por Meio da Criação de Objetos de Aprendizagem. (Dissertação de Mestrado).
Universidade Tecnológica Federal do Paraná, PR.
Fiorentini, D., Souza Junior, A. J. & Melo G. F. A. de (2003). Saberes docentes: um desafio para
acadêmicos e práticos. In: Geraldi, C. M. G., Fiorentini, D. & Pereira, E. M. de A. (orgs.) Cartografia
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Gil, A. (2002). Como elaborar projetos de pesquisa. 4 ed. São Paulo: Atlas.
Kenski, V. M. (2011). Educação e tecnologias: O novo ritmo da informação. 8 ed. São Paulo: Papirus.
Resnick, M. et al. (2009). Scratch: Programming for All. Communications of the ACM. Vol.
52 N. 11, 60-67.
Novas tecnologias educacionais 40
Tardif, M. (2014). Saberes Docentes e formação profissional. 17 ed. Petrópolis, RJ: Editora Vozes.
NOTAS
Eixo 4: Intervenções pedagógicas para a docência nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental (TCC)
TÍTULO DA OBRA
Formação continuada de professores de matemática para uso de tecnologias digitais: uma
análise a partir de um curso de extensão sobre o software scratch
Flavia Sucheck Mateus da Rocha
Mestre em Educação em Ciências e em Matemática
Centro Universitário Internacional Uninter, Curitiba, PR. Professora.
fsucheck@yahoo.com.br
https://orcid.org/0000-0001-6803-8898
Tânia Teresinha Bruns Zimer
Doutora em Educação
Universidade Federal do Paraná, Curitiba, PR. Professora Associado.
taniatbz@gmail.com
http://orcid.org/0000-0002-9353-7944
Sérgio Camargo
Doutor em Educação para a Ciência
Universidade Federal do Paraná, Curitiba, PR. Professor Associado.
s1.camargo@gmail.com
https://orcid.org/0000-0001-8766-5424
Marcelo Souza Motta
Doutor em Ensino de Ciências e Matemática
Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Curitiba, PR. Professor Adjunto.
msmotta27@gmail.com
https://orcid.org/0000-0001-5534-2735
Endereço de correspondência do principal autor
Travessa Amapá, 26. São José dos Pinhais, PR. Cep 83010-590. Brasil.
AGRADECIMENTOS
Agradecemos aos professores de matemática participantes do curso de formação, que
possibilitaram a investigação descrita no artigo.
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CONTRIBUIÇÃO DE AUTORIA
Concepção e elaboração do manuscrito: F. S. M. Rocha, T. T. B. Zimer, S. Camargo, M. S. Motta.
Coleta de dados: F. S. M. Rocha.
Análise de dados: F. S. M. Rocha, T. T. B. Zimer, M. S. Motta.
Discussão dos resultados: F. S. M. Rocha
Revisão e aprovação: T. T. B. Zimer, M. S. Motta
FINANCIAMENTO
Não se aplica.
Eixo 4: Intervenções pedagógicas para a docência nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental (TCC)
APROVAÇÃO DE COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA
Não se aplica
CONFLITO DE INTERESSES
Não se aplica
Texto base 3
Eixo 4: Intervenções pedagógicas para a docência nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental (TCC)
GRÁFICOS DE BARRAS EN LOS PRIMEROS AÑOS
Marcília Elane do Nascimento Pontes1
Gilda Lisbôa Guimarães2
Resumo
O presente artigo, recorte de uma pesquisa de mestrado3, tem como objetivo analisar
aprendizagens sobre construção de gráficos a partir de tabelas, por meio do software
Excel, com alunos do 5º ano do ensino fundamental. Para isso, duas turmas de escolas
públicas em Pernambuco participaram desse estudo experimental, envolvendo uma
diagnose e um pós-teste individual com duas questões contendo tabelas para serem
representadas em gráfico, utilizando como recurso o lápis e papel. Na intervenção de
ensino, os alunos construíram gráficos a partir de tabelas simples e de dupla entrada,
utilizando o programa Excel. Os resultados evidenciaram que o aplicativo, para além de
ser motivador, possibilitou uma rica discussão entre os alunos sobre diferentes unidades
das escalas, além de ressaltar a necessidade de explicitação de todos os elementos que
compõem as informações de uma tabela ou de um gráfico. Assim, conclui-se que é possível
um trabalho com a construção de gráficos utilizando o Excel, oferecendo mais um recurso
para aprendizagem de alunos dos anos iniciais.
Abstract
This article is an excerpt from a master’s research that aimed to investigate the learning
of students in the 5th grade of elementary school in relation to understanding the
construction of graphs from tables with or without the aid of Excel software. In this article,
we are interested in analysing the students’ learning from the sequence of activities
developed in two days of intervention with the aid of the Excel software. Two classes of
public schools in the municipality of Paulista, in Pernambuco, Brazil, participated in
this study involving an initial diagnosis, an intervention and a post-test regarding the
understanding of representations in single and double entry tables with subsequent
registration in bar graphs. The results showed that the Excel software, besides motivating,
allowed contents to be worked in a more interactive way, allowing a rich discussion about
different units of the scales, and highlighting the need to explain all the elements that
make up the information of a table or a graph. This software presented itself as feasible to
be worked with 5th grade students, promoting new pedagogical experiences for them in
the elementary school about the understanding of different statistical skills by students.
Eixo 4: Intervenções pedagógicas para a docência nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental (TCC)
Keywords: Statistics education, bar graphs, Excel, elementary school.
Resumen
Este artículo es un extracto de una investigación de un máster³ que tuvo como objetivo
indagar en los aprendizajes de los alumnos de 5º de primaria en relación con la comprensión
de la construcción de gráficos a partir de tablas con o sin la ayuda del software Excel. En
este artículo nos interesa analizar el aprendizaje de los estudiantes a partir de la secuencia
de actividades desarrolladas en dos días de intervención con la ayuda del software Excel.
En este estudio participaron dos clases de escuelas públicas del municipio de Paulista, en
Pernambuco, Brasil, que involucró un diagnóstico inicial, una intervención y un post-test
sobre la comprensión de representaciones en tablas de entrada simple y doble con posterior
registro en gráficas de barras. Los resultados mostraron que el software Excel, además de ser
motivador, permitió trabajar los contenidos de una manera más interactiva, diagnosticando
posibles brechas de aprendizaje. También destacamos que el software permitió una rica
discusión sobre las diferentes unidades de las escalas, además de todos los elementos
que componen la información en una tabla o un gráfico. Este software se presentó como
factible para ser trabajado con estudiantes de 5 ° año de educación primaria, promoviendo
así nuevas experiencias pedagógicas para los estudiantes de los primeros años sobre la
comprensión de las habilidades estadísticas de los diferentes estudiantes.
Palabras clave: Estadísticas, Gráficos de barras, Recursos para enseñar, Educación primaria.
Résumé
Cet article, extrait du mémoire de recherche du master, a pour objectif d'analyser les
apprentissages de la construction de graphiques à partir de tableaux, à l'aide du logiciel
Excel, auprès d'élèves de 5e primaire. Pour cela, deux classes d'écoles publiques de
Pernambuco ont participé à cette étude expérimentale, impliquant un diagnostic et un
post-test individuel avec deux questions contenant des tableaux à représenter dans
un graphique, en utilisant le crayon et le papier comme ressource. Dans l'intervention
pédagogique, les étudiants ont construit des graphiques à partir de tableaux simples et à
Novas tecnologias educacionais 44
double entrée, en utilisant le programme Excel. Les résultats ont montré que l'application,
en plus d'être motivante, a permis une discussion riche entre les élèves sur les différentes
unités d'échelle, en plus de souligner la nécessité de clarifier tous les éléments qui
composent l'information dans un tableau ou un graphique. Ainsi, nous concluions qu'il
est possible de travailler avec la construction de graphiques à l'aide d'Excel, offrant une
ressource supplémentaire pour l'apprentissage des élèves de la première année.
Introdução
Eixo 4: Intervenções pedagógicas para a docência nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental (TCC)
dados estatísticos. Pois, a Estatística tornou-se uma presença constante
no cotidiano de qualquer pessoa, fazendo com que seja uma prioridade
da sociedade moderna, ao fomentar a construção de conhecimentos que
permitam analisar, de modo crítico, os dados apresentados e/ou construírem
dados a partir de seus interesses.
Refletindo sobre o ensino da Estatística nos anos iniciais do
Ensino Fundamental, faz- se necessário conhecer e ousar em novas
propostas pedagógicas que contemplem as especificidades dessa área
de conhecimento, a partir da utilização de diferentes recursos. Visto que,
atualmente, as crianças e os adolescentes se deparam com uma grande
quantidade de informações que exigem o estabelecimento de relações entre
os dados, a fim de chegarem a conclusões fundamentadas e anteciparem
tendências. Para isso, o trabalho com a estatística, em sala de aula, deve
promover o desenvolvimento de seus conceitos, tendo em vista que os
alunos precisam interagir com eles nos mais diferentes contextos.
Acreditando na importância da tecnologia digital na vida das crianças
e jovens, salientamos a necessidade de refletir sobre as práticas docentes
e suas relações com as tecnologias em sala de aula, uma vez que elas são
recursos valiosos para o ensino e a aprendizagem de conceitos estatísticos
que ajudam a entender o mundo.
Por conseguinte, compreendemos que a utilização dos diferentes
recursos pedagógicos, no ensino de Estatística, pode oportunizar a
construção de diferentes aprendizagens. Nesse artigo, abordamos,
especificamente, a aprendizagem sobre construção de gráficos de barras
a partir de tabelas, com o auxílio do software Excel, com alunos do 5º ano
do Ensino Fundamental.
Novas tecnologias educacionais 45
Eixo 4: Intervenções pedagógicas para a docência nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental (TCC)
produz os dados, mas atua como um receptor, no denominado contexto de
leitura, necessita desenvolver uma postura crítica diante da confiabilidade
ou não do que lhe é apresentado. Isso pressupõe que a informação estatística
destinada ao público, para que se torne familiar, requer detalhamento e
clareza quanto ao processo de geração de dados.
Consideramos que a dinâmica da sociedade atual exige, no cotidiano,
que os alunos desenvolvam uma inteligência essencialmente prática, que
permita reconhecer problemas, buscar e selecionar informações, tomar
decisões e, portanto, desenvolver uma ampla capacidade para lidar com
dados estatísticos. Guimarães e Gitirana (2013) argumentam que para
além de compreender conceitos, técnicas e representações isolados,
a aprendizagem da Estatística requer a apropriação do processo de
investigação estatística.
Atualmente, são incontáveis as pesquisas relacionadas à Estatística na
perspectiva da formação inicial de professores. Porém, no que diz respeito
às práticas que utilizam a tecnologia para seu ensino, ainda existem lacunas
a serem preenchidas com pesquisas acadêmicas que abordem os diversos
aspectos relacionados tanto à aprendizagem quanto ao ensino desse
conhecimento na escola.
Acreditamos que a utilização de diferentes recursos didáticos, no
ensino de Estatística, pode ser um elemento facilitador na compreensão
dos conceitos pelos alunos. Entretanto, é importante destacarmos que
apesar da importância de se utilizar recursos didáticos para facilitar a
aprendizagem, o uso desses elementos não garante a aprendizagem,
pois merece destaque a mediação do professor na condução da prática
pedagógica para a utilização desses recursos.
De acordo com Ponte e Fonseca (2001), os professores têm um papel
essencial ao interpretar o currículo e adaptá-lo às situações específicas
Novas tecnologias educacionais 46
Eixo 4: Intervenções pedagógicas para a docência nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental (TCC)
favorecer um trabalho voltado para a análise de dados. Batanero e Diaz
(2011), Ben-Zvi (2011) e Estevam (2010) assinalam que propostas de ensino
de Estatística, aliadas a esses recursos, podem trazer ganhos significativos
para a compreensão do estudante, tanto das lógicas das representações dos
dados, como de tempo, que poderá ser útil para análise e interpretação. Isso
promove um ensino em que a ênfase se configura nas discussões sobre o
que dizem os dados.
Fernandes, Santos Junior e Pereira (2014) e Camillo (2017) realizaram
estudos utilizando o software Excel, para a aprendizagem de estatística,
com alunos dos anos iniciais. Observaram que os alunos não apresentaram
dificuldades em lidar com o aplicativo e mostraram progressos relacionados
à compreensão das estruturas gráficas, ao perceberem que as informações
tanto da tabela como do gráfico eram as mesmas, somente apresentadas
de formas diferentes.
Acreditamos que tanto os professores quanto as escolas devem buscar
meios para inserir as tecnologias em suas práticas educacionais, entretanto
ressaltamos que sejam realizadas de uma maneira contextualizada, para
que o processo de ensino e aprendizagem se torne mais significativo para
os estudantes.
No Brasil, desde os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNs (1997),
ressalta-se a importância do ensino de Estatística nos anos iniciais do
Ensino Fundamental, como forma de pensar o mundo e não apenas como
um conjunto de técnicas. Atualmente, o currículo brasileiro é orientado
pela Base Nacional Comum Curricular - BNCC (BRASIL, 2017), a qual
evidencia que o ensino da Estatística deve explorar dados do cotidiano
e envolver os alunos em experiências de natureza investigativa. Com
isso, as crianças, ao terminarem o 5º ano do Ensino Fundamental,
devem compreender e saber utilizar uma linguagem simples das ideias
Novas tecnologias educacionais 47
Eixo 4: Intervenções pedagógicas para a docência nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental (TCC)
formas de representação de dados estatísticos, sendo a mais comum
nos livros didáticos e avaliações externas nos anos iniciais do Ensino
Fundamental. Nesse tipo de gráfico, as barras podem ser representadas
na forma horizontal ou vertical.
Segundo Carvalho (2009), os gráficos clarificam, organizam e reduzem
a informação quantitativa, sendo por isso bastante utilizados nos meios
de comunicação e em muitas outras situações cotidianas. Dessa forma,
gráficos e tabelas são frequentemente utilizados para apresentar dados
nas mais diferentes situações na vida dos alunos, sendo elas no contexto
escolar ou não. O que reforça a urgência das crianças aprenderem a ler,
interpretar e construir gráficos como uma maneira de se tornarem cidadãos
informados, críticos e reflexivos.
Alguns estudos apresentam como os alunos dos anos iniciais do
Ensino Fundamental compreendem e aprendem acerca de representações
em gráficos. Guimarães, Cavalcanti e Evangelista (2020), pesquisando
com alunos dos anos iniciais, adultos e crianças, evidenciam que a maior
dificuldade em construir gráficos é a escala. Mais especificamente, as
autoras ressaltam que a dificuldade está em compreender os valores não
explícitos na escala, o que evidencia incompreensões com as subunidades
de uma escala, ou seja, com uma reta numérica. Além disso, destacam
que a experiência de vida dos adultos não é suficiente para superar essa
dificuldade, reforçando a importância de a escola trabalhar de modo
sistematizado com as diferentes representações gráficas. Ao propor
esse trabalho sistematizado, a escola pode oportunizar o contato com
os diferentes tipos de gráficos e escalas, juntamente com o trabalho de
compreensão das diferentes grandezas, principalmente, a grandeza do
comprimento, discutindo sobre unidades e subunidades de medidas.
Novas tecnologias educacionais 48
Eixo 4: Intervenções pedagógicas para a docência nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental (TCC)
pós-teste, analisamos se os alunos construíam um eixo de coordenadas,
registravam barras simples ou múltiplas e colocavam uma escala. Ao
compararmos as médias entre a diagnose e o pós-teste, observamos
melhoras, mas essa não foi significativa, segundo o T Teste [T (29) = 0,348;
p = 0,073]. Porém, quando analisamos qualitativamente os resultados,
encontramos diferenças importantes em relação ao desempenho dos alunos.
Assim, analisamos cuidadosamente o que foi proposto durante a intervenção.
Planejamos o processo de intervenção de ensino a partir do que percebemos
no desempenho dos alunos na diagnose. As aulas envolviam todos os alunos da
turma e foram realizadas por uma das pesquisadoras que é também professora
de outras turmas dos anos iniciais. As professoras regentes foram convidadas
a estarem presentes. Para o 1º encontro, tivemos como objetivo a interpretação
de dados apresentados em tabelas simples e construção de gráficos de barras
simples. Para o 2º encontro, o objetivo foi interpretar dados apresentados em
tabelas de dupla entrada e construção de gráficos de barras múltiplas.
O que observamos?
Eixo 4: Intervenções pedagógicas para a docência nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental (TCC)
Figura 1.
Atividade 1 – Tabela “Número de filhotes por ninhada"
A: - Tia é muito fácil, assim a gente nem precisa ficar demorando pra fazer no papel.
A: Oxi, num é, nem precisa usar a régua. E já sai tudo bonitinho.
A: - É uma mágica.
Eixo 4: Intervenções pedagógicas para a docência nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental (TCC)
Excel, é possível mudá-la até chegar a mais adequada. É fundamental que o
professor tenha conhecimento dessa diferença em função do recurso escolhido,
para poder explorar cada um em sua potencialidade.
Outra discussão importante foi sobre os elementos constituintes dessas
representações. Para isso, utilizamos diferentes ferramentas a fim de que o título,
nomes dos eixos e fonte fossem registrados. Diante da representação gráfica
finalizada, realizamos a comparação entre a representação tabular e a gráfica,
questionando sobre os elementos presentes na tabela e aqueles que ainda não
haviam sido registrados no gráfico de barras. Finalmente, foi refletido o que
podia ser concluído a partir das representações e que tipo de conclusões eram
mais fáceis de serem compreendidas, em função do tipo de representação.
Finalizada a Atividade 1, foi proposta a Atividade 2 (Figura 2) que envolvia
as redes sociais mais populares no Brasil em 2018. A Atividade foi conduzida da
mesma forma, desse modo, os alunos mais autônomos iniciaram a construção
dos gráficos. Nesse processo, foram identificadas as diferentes representações
para a escala, em função da grandeza numérica dos dados apresentados, e
refletimos sobre elas. Também solicitamos que eles conferissem os elementos
que ainda faltavam registrar na representação gráfica.
Figura 2.
Atividade 2 – Tabela “Quantidade de pessoas que usavam as redes sociais mais populares no Brasil em 2018.
Novas tecnologias educacionais 51
Eixo 4: Intervenções pedagógicas para a docência nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental (TCC)
Figura 3.
Atividade 2º dia de intervenção – Tabela “Número de pessoas no Brasil em 2010 por gênero e idade.
Figura 4.
Atividade 2º dia de intervenção – Representação dos alunos no software Excel.
Eixo 4: Intervenções pedagógicas para a docência nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental (TCC)
Figura 5.
Atividade – Tabela Casos de Dengue, Chikungunya e Zika no Nordeste nos anos de 2015 e 2016 e
representação de uma dupla.
Figura 6.
Gráfico construído por um aluno no pós-teste
Novas tecnologias educacionais 53
Figura 7.
Exemplos de gráficos construídos na diagnose.
Eixo 4: Intervenções pedagógicas para a docência nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental (TCC)
8). Nessas, observa-se que há eixos de coordenadas, barras simples, porém,
com escalas equivocadas. No primeiro gráfico, o aluno registra, de forma
equidistante, todos os valores apresentados na tabela, ignorando um
intervalo regular. Assim, há um mesmo espaçamento entre 5 e 6, como
entre 35 e 70. Já no segundo exemplo, a situação envolvia um gráfico de
barras múltiplas, mas o aluno construiu dois gráficos e não mencionou a
que se referem as barras. Colocou os valores atendendo à ordem crescente
dos números, mas não uma escala com intervalos regulares. Esse tipo de
gráfico, sem o eixo da escala e com os valores acima das barras, é comum
de encontrarmos na mídia, entretanto, são muitas vezes manipulados,
apresentando distorções que sugerem interpretações equivocadas.
Figura 8.
Exemplos de construção de gráficos na diagnose.
Figura 9.
Exemplos de construção de gráficos no pós-teste.
Eixo 4: Intervenções pedagógicas para a docência nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental (TCC)
Considerações finais
Eixo 4: Intervenções pedagógicas para a docência nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental (TCC)
Novas tecnologias educacionais 56
Referências
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Borba, R.; Monteiro, C.; Guimarães, G.; Coutinho, C.; Kataoka, V. (2011). Educação Estatística
no Ensino Básico: Currículo, pesquisa e prática em sala de aula. EM TEIA: Revista de Educação
Matemática e Tecnológica Iberoamericana, v. 2.
Brasil (2017). Base Nacional Comum Curricular: Educação é a base. Ministério da Educação. Brasília.
Camillo, C. M. (2017). O uso do Software Excel no ensino da Matemática. Revista Acesso Livre,
Dossiê da Educação; nº 7° janeiro-junho. 199-206.
Eixo 4: Intervenções pedagógicas para a docência nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental (TCC)
Carvalho, C. (2009), Interações entre pares: contributos para a promoção do
desenvolvimento lógico e do desenvolvimento estatístico, no 7º ano de escolaridade. Tese
de Doutorado em Educação - Faculdade de Ciências, Universidade de Lisboa. Lisboa,
Portugal, 2001. 629 f.
Fernandes, G.J.R.; Santos Júnior, G. A e Pereira, R.; Estatística e a Probabilidade nos anos
iniciais do Ensino Fundamental. Revista Iberoamericana de Educação Matemática - Unión,
nº39, set. 2014.
Guimarães, G.; Gitirana, V.; Marques, M.; Cavalcanti, M. (2009). Educação Estatística na
educação infantil e nos anos iniciais. Zetetiké, v. 17, n. 32, jul./dez.
Texto complementar
Eixo 4: Intervenções pedagógicas para a docência nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental (TCC)
Eixo 4: Intervenções pedagógicas para a docência nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental (TCC)
58
unidade 2
Texto base
Podcast
Novas tecnologias educacionais
Novas tecnologias educacionais 59
Texto base
Eixo 4: Intervenções pedagógicas para a docência nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental (TCC)
registradas mediante o desenho,
uma das formas primeiras de contar histórias, mas à medida que o
homem desenvolveu a capacidade de falar, foi também, criando outras
maneiras de registrar os acontecimentos e os fenômenos da vida. “As
histórias surgem por meio dos gestos, dos sons, dos desenhos nas cavernas
e nas pedras, das palavras, dos textos escritos, entre outras possibilidades”
(COSTA, 2019, p. 17) Pode-se dizer que a contação de histórias tem sua
origem na necessidade humana de explicar as coisas e transmitir às
gerações vindouras os ensinamentos adquiridos pela existência no mundo,
a fim de, assegurar as aprendizagens que julgam necessárias para novos
avanços no campo do saber. “A humanidade cria histórias sobre tudo o que
vê, imagina, sente e percebe do mundo” (COSTA, 2019, p. 17).
Contar histórias então, tem sido mais que um ato de explicar os
fenômenos e registrar o aprendido para pode-los transmiti-los é também
uma maneira do homem adquirir segurança e domínio na conquista
pela própria existência. Desse passado longínquo até os dias atuais, a
humanidade aperfeiçoou a capacidade de narrar os acontecimentos e
explicar as coisas.
Do homem primário, isolado, nômade e errante no planeta a
humanidade evoluiu para a vida em comunidades, onde essa convivência
em grupo exigiu o desenvolvimento de normas, valores, sistemas de
pensamentos e atitudes que podemos chamar de cultura. Um passo gigante
para inteligência humana.
O conceito de cultura entretanto é demasiado complexo e objeto de
investigação de diferentes escolas de pensamento, não sendo objetivo deste
texto adentrar nas particularidades dessa temática. Tomamos por cultura o
significado atribuído pelo Dicionário on-line (2020): “conjunto dos hábitos
sociais e religiosos, das manifestações intelectuais e artísticas, que caracteriza
Novas tecnologias educacionais 60
Eixo 4: Intervenções pedagógicas para a docência nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental (TCC)
público fosse capaz de recordá-las, com a invenção do alfabeto e mais
adiante a criação da imprensa, as mensagens passaram a ter um caráter
mais constante, pois o livro ajuda a preservar as informações originais,
ainda que a interpretação subjetiva dos leitores continue a subverter a
objetividade que o contator almeje repassar.
Arendt (2009) nos lembra um poema sobre o banquete de casamento
de Zeus, que perguntou aos Deuzes se faltava algo na festa, pelo que lhes
pediram a criação de outros seres divinos, capazes de embelezar grandes
obras com palavras e músicas. “Os novos seres de qualidades divinas eram
os poetas e os bardos (contadores de histórias), que ajudavam os homens
a atingir a imortalidade.(ARENDT, 2009, p. 152).
Assim, a mitologia ressalta a importância da poesia e da contação
de história como capacidade que permite a transcendência do espírito
humano. Tanto o ato de contar, ler e ouvir histórias, são expressões
subjetivas, diante de um contador e seu público.
A contação de história, como fenômeno cultural, envolve vários
sujeitos, em condições diversas, o contador que mediante o ato de contar
incita a imaginação do ouvinte, e este, por sua vez, em principio “não
agente”, põem em operação o pensamento. Para Arendt (2009) já que os
homens aparecem em um mundo de aparências, precisam de espectadores,
que tomados de pensamentos de admiração os põem em palavras. “Sem
espectadores o mundo seria imperfeito (ARENDT, 2009, p.152). Para Costa
(2019, p.19) “Cada pessoa percebe e sente algo diferente por meio das
histórias que são contadas ou ouvidas, pois existem duas intencionalidades,
a de quem conta a história e a de quem a ouve.”
Vivemos em uma sociedade inegavelmente sofisticada do ponto
de vista das inovações tecnológicas, em que a palavra adquire formatos
variados, rapola o texto impresso e navega nas asas da Internet, a partir das
Novas tecnologias educacionais 61
Eixo 4: Intervenções pedagógicas para a docência nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental (TCC)
aquisição de valores e princípios e até mesmo fins terapêuticos.
Os contadores de histórias não necessariamente precisam ser
profissionais, a própria gênese da contação de história demonstra que essa
condição nem mesmo existia. Quem não se recorda de uma avó, tia, mãe,
alguém da família ou próximo que gostava de contar histórias e nem mesmo
sabia escrever? Também não há idade para contar e ouvir histórias. O público
da contação, ao contrário do que muitos pensam, vai além das crianças, mas
os jovens, adultos e idosos também podem gostar de contar e ouvir histórias.
Eixo 4: Intervenções pedagógicas para a docência nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental (TCC)
Quando falamos em mediação de leitura, estamos nos referindo ao ato de
compartilhar de um momento prazeroso, onde o leitor pode transmitir suas
emoções através da voz e do olhar de forma gratuita e beneficiar aquele que
tanto necessita de carinho e atenção. “O projeto prioriza o foco de atenção na
criança e no adolescente, permitindo-lhes escolher e participar ativamente do
momento proposto, mas envolve, também, pais e funcionários, proporcionando
vivências e trocas importantes a partir das narrativas e dos livros de literatura
infanto-juvenil” (CERIBELLI, NASCIMENTO, PACÍFICO, LIMA, 2009 p. 02).
O mediador de leitura ao abraçar a função tem uma grande
responsabilidade sociocultural, ele é uma ponte entre o livro e o ouvinte,
todo o conteúdo colocado naquele objeto passa por ele, que tem a missão de
utilizar- se das mais diversas técnicas de contação de história para prender
a atenção da criança ou jovem hospitalizados. Ceribelli, Nascimento,
Pacifico, Lima (2009 p. 03), contam uma experiência….Segundo os autores:
Eixo 4: Intervenções pedagógicas para a docência nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental (TCC)
ação cultural.” (WADA, Márcia, 2004, p. 22).
Quando a autora relata sua experiência em observar a atividade
da mediação de leitura, tendo como transmissor uma pessoa sem uma
qualificação voltada para o ensino-aprendizagem, podemos refletir o quão
é rico acreditar na ação cultural, atividade essa muito prazerosa, como
ferramenta fundamental na formação humana.
No livro Biblioteca Viva (2004), a mediação de leitura diferente da
contação de história, utiliza-se principalmente do livro como objeto completo
e necessário, e conta com a presença do mediador de leitura como facilitador
do processo. “A mediação de leitura é uma situação em que duas ou mais
pessoas estabelecem uma relação por meio da leitura de histórias. Aquele que
lê os livros está disponível para acompanhar o outro na escuta da história,
acolhendo as colocações que possam surgir, sem a preocupação de intervir.
Ele respeita assim, a forma, a distância e o ritmo de cada indivíduo para
escutar e se expressar proporcionando um momento afetivo e prazeroso em
torno das histórias e dos livros.” (Biblioteca Viva, 2004, p. 49).
O mediador de leitura não necessariamente precisa ter feito uma
formação para desenvolver a atividade, o mais importante é que ele esteja
disposto a colaborar incentivando que mais pessoas tenham essa experiência
cultural. Vários projetos se utilizam desta metodologia, o “Mudando a
História”, projeto de leitura da Fundação Abrinq, durante 10 anos atuou em
algumas cidades brasileiras, incluindo Manaus-AM, formando jovens que
atendiam crianças com sessões de mediação de leitura.
Quando lemos uma história literária imaginamos que ela foi inspirada
em alguma vivência do autor, seja quando teve acesso a outros obras,
podendo também terem sido criadas a partir de experiências reais ou
imaginadas. Entendemos que a contação de histórias pode ter início
neste processo de criação, portanto o milenar fenômeno cultural antecede
técnicas mais atuais, que se utilizam dessa arte para trazer propostas que
somam para a continuidade das histórias.
Eixo 4: Intervenções pedagógicas para a docência nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental (TCC)
O contador de histórias, muito visto em apresentações artísticas,
se utiliza da dramatização para transmitir a mensagem ao ouvinte, seus
elementos ajudam no desenvolvimento do enredo e fazem com que as pessoas
embarquem num mundo imaginário. Essa técnica muito utilizada pelos nossos
antepassados, se mantém viva até os dias de hoje nas casas, escolas, ruas,
teatros etc. Pais, avós, tios, professores, artistas costumam se caracterizar e
usar objetos durante a contação de histórias, o uso do livro ou referência de
onde se tira a história que será contada, acontecer bem antes da atividade para
poder se preparar com idéias e estratégias lúdicas. Uma história bem contada
pode ficar gravada para sempre no repertório cultural dos envolvidos.
Eixo 4: Intervenções pedagógicas para a docência nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental (TCC)
de histórias, poesia, parlenda, radionovela, documentários entre outros e os
assuntos também podem variar de acordo com as áreas de conhecimento
a serem trabalhadas na escola.
1. Escolha o público
2. Selecione um tema
3. Estabeleça o tempo de duração do áudio
4. Escreva ou reescreva o texto de acordo com o tempo pretendido,
se houver mais de um produtor é necessário organizar as falas entre
os alunos.
5. Grave o seu podcast, que pode ser no gravador do celular ou do
computador
6. Edite seu do podcast, você pode incluir sons, música, efeitos no seu
áudio, existem diversos aplicativos grátis que podem ser utilizados, um
dos mais conhecidos é o audacity que esta disponível para download.
Novas tecnologias educacionais 66
Referências
ARENDT, Hannah. A vida do espírito: o pensar, o querer, o julgar. Rio de Janeiro: Civilização
Brasileira, 2009.
Eixo 4: Intervenções pedagógicas para a docência nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental (TCC)
Governo do Distrito Federal Secretaria de Estado de Educação (org). VII Plenarinha:
Brincando e cantando com histórias. (2019) Disponível em: http://www.se.df.gov.br /wp-
conteudo/uploads/2018/02/guia_vii_plenarinha_9abr19.pdf. Acesso em 06 de jun de 2020.
PETIT, Michèle. A Arte de ler ou como resistir à adversidade. São Paulo: Ed. 34, 2009.
FREITAS Kaliandra Maria da Conceição Mota Lima, CAMPOS Cazimiro de Sous; BRITO, Aline
Lucena de O podcast como ferramenta ao ensino: implicações e possibilidades educativas.
Disponível em: https://editorarealize.com.br/editora/anais/conedu/2020/TRABALHO_
EV140_M D4_SA19_ID5360_26092020221728.pdf Acesso em 12 de outubro de 2022.
unidade 3
Sala de aula invertida com produção de videoaula
Texto base
Texto complementar
Novas tecnologias educacionais 68
Texto base
Eixo 4: Intervenções pedagógicas para a docência nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental (TCC)
Palavras Chaves: escola, vídeo, aula.
Abstract: The present text discusses the importance of video in the school context and
presents suggestions to help the teacher's work in the use of this resource in the classroom.
The technological innovation that affected the modes of communication in society, new
paradigms for current education emerge. The advent of the Internet added the challenge of
learning to deal with emerging, hybrid languages, represented by hypertext, where sound,
image, text converge on the same support and constitute the message of digital networks.
Audiovisual production is consolidated as a powerful strategy for student learning. Thus,
we propose some ways to help in the production of videos in school contexts.
O vídeo na Escola
Eixo 4: Intervenções pedagógicas para a docência nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental (TCC)
escola ao ensino médio da rede pública. A programação é destinada para
apoiar o processo de ensino e aprendizagem, mediante conteúdos com
temas variados, que auxiliam a apresentar, ilustrar e discutir os assuntos.
Eixo 4: Intervenções pedagógicas para a docência nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental (TCC)
(flipped classroom), na qual os estudantes leem sobre o tema em
casa, ou assistem a material disponibilizado on-line, e utilizam
o tempo de sala de aula para perguntas, discussão, elaboração
de projetos, etc. Dessa maneira, o professor deixa de ser tão
importante como aquele que “apresenta” o conteúdo, e toma
tempo para ser aquele que desafia, que provoca os estudantes,
que orienta. (ESSI, 2019, p.03)
Eixo 4: Intervenções pedagógicas para a docência nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental (TCC)
os vídeos na escola, desde a criação de oficinas que desenvolvem cursos
para capacitar alunos e professores para produzi-los, até propostas mais
pontuais que dão dicas sobre como produzir estes recursos. Nesse texto,
nossa intenção vai no encontro mais da segunda opção.
Eixo 4: Intervenções pedagógicas para a docência nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental (TCC)
Novas tecnologias educacionais 73
Referências
Instituto Criar de TV, Cinema e Novas mídias. Guia de Video na Escola. Disponível em:
https://institutocriar.org/wp- content/uploads/2012/05/guia_ilustrado_videocriar.pdf.
Acesso em: 16 de out 2022.
ROZA, Maria Isabel. O uso das vídeoaulas na perspectiva da sala de aula invertida.
Disponível: https://lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/201369/001105937.
pdf?sequence=1&isAllowed=yem. Acesso em: 16 de out 2022.
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Novas tecnologias educacionais 74
Texto complementar
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