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ESTADO DO PIAUÍ

PODER JUDICIÁRIO
COMARCA DE BOM JESUS

AUTOS: 0000021-43.1998.8.18.0042

EMENTA: CUMPRIMENTO DE SENTENÇA.


PARCELA INCONTROVERSA. RENÚNCIA DO
EXEQUENTE AO QUANTUM
REMANESCENTE. EXTINÇÃO DA EXECUÇÃO.
1. Havendo depósito de parcela incontroversa pelo
executado, autoriza-se sua imediata liberação em favor
do exequente.
2. A renúncia expressa à parcela remanescente do
débito em execução importa em quitação plena da
obrigação.
3. Execução que se julga extinta pela satisfação da
obrigação.

SENTENÇA

Vistos etc.

I – RELATÓRIO
Trata-se de requerimento (fls. 487/489) de cumprimento de sentença
proferida em AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E

MORAIS ajuizada por OLAIR ZANON em desfavor de BANCO DO

NORDESTE DO BRASIL S.A.


Apresentado o requerimento de cumprimento de sentença pelo
importe de R$ 565.915,93 (quinhentos e sessenta e cinco mil, novecentos e quinze
reais e noventa e três centavos), o banco executado, em sua impugnação,
demonstrou, por meio de planilhas analíticas, que a quantia devida, após regular
atualização, montaria apenas à soma de R$ 280.109,22 (duzentos e oitenta mil,
cento e nove reais e vinte e dois centavos). Na oportunidade, o executado
comprovou o depósito em juízo do valor atualizado do débito, consoante seus
cálculos.
O exequente, em vista disso, requereu (fls. 577/578) o levantamento
do valor depositado, na medida em que o banco executado, ao alegar excesso de
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execução (fls. 499/514), juntando aos autos planilha discriminada do montante


que entendia ser o devido, teria tornado a citada quantia incontroversa.
Na mesma petição de fls. 577/578, o credor foi expresso ao afirmar
que, mesmo discordando da atualização levada a cabo pelo banco executado,
insurgir-se contra o referido cálculo seria equivalente a prolongar
desnecessariamente o feito, cujo ajuizamento data do ano de 1998, razão pela qual
entendeu por aceitar como correta a correção da dívida, renunciando ao restante
do numerário em execução. Senão, veja-se:

Mesmo discordando, o Credor Exequente e seu patrono são obrigados


a renderem-se ao quantum pacificado pelo Superior Tribunal de
Justiça: que os juros moratórios e correção monetária estão a cargo da
instituição financeira depositária. Insurgir-se contra este entendimento
seria prolongar o presente processo por outros dezenove (19) anos.
Assim sendo o Credor Exequente aceita como correta a atualização do
valor penhorado às fls. 336/338 e não questionará eventuais diferenças
referentes à dita atualização.

Solicitou, por fim, a expedição de alvará judicial, em nome do


exequente e de seu patrono, para levantamento dos valores incontroversos, com a
extinção do feito e arquivamento dos autos.
Vieram-me conclusos os autos.
É o relatório.
Fundamento e decido.

II – FUNDAMENTAÇÃO
Cumpre gizar, inicialmente, que o cálculo apresentado pelo banco
executado foi expressamente aceito pelo exequente, consoante resta consignado
na petição de fls. 577/578.
Dessarte, de rigor a homologação do cálculo do devedor, em que
resultou apurado o quantum debeatur de R$ 280.109,22 (duzentos e oitenta mil,
cento e nove reais e vinte e dois centavos).
Ora, tratando-se de execução movida a benefício do credor singular e
não existindo sobre os bens qualquer privilégio ou preferência instituídos antes da
penhora, determina o art. 905, caput, do Código de Processo Civil, que o credor
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poderá requerer o levantamento do dinheiro até o valor que represente a satisfação


integral de seu crédito, ressaltando-se que, ao receber o mandado de
levantamento, o exequente dará, por termos nos autos, quitação integral da quantia
paga.
Quanto ao requerimento formulado pelo patrono do exequente, de que
no alvará judicial se faça constar seu nome, além do nome do credor, tenho que a
medida não deve ser determinada por este juízo.
É que nos autos não foi juntada cópia do contrato de honorários
advocatícios firmado entre as partes, tampouco procuração com poderes especiais
para receber e dar quitação.
Portanto, entendo que, nesse particular, o mandado de levantamento
deve ser expedido apenas em nome do credor exequente, fazendo-se nele constar,
todavia, que devem estar presentes, no momento de seu recebimento, exequente e
advogado.
No mais, havendo expressa renúncia ao restante do crédito em
execução (CPC, art. 924, IV), deve ser julgado extinto o presente feito, com o
arquivamento dos autos, após as cautelas de estilo.

III - DISPOSITIVO
Diante do pagamento de parcela do débito, bem como da renúncia do
exequente à quantia restante, JULGO EXTINTO o Cumprimento de Sentença

requerido por OLAIR ZANON em face de BANCO DO NORDESTE DO

BRASIL S.A., com fundamento no art. 924, II e IV, do Código de Processo


Civil.
Fica, desde já, autorizado o levantamento em favor do exequente, da
quantia de R$ 257.451,90 (duzentos e cinquenta e sete mil, quatrocentos e
cinquenta e um reais e noventa centavos), depositada às fls. 523/529, e da quantia
de R$ 22.657,32 (vinte e dois mil, seiscentos e cinquenta e sete reais e trinta e dois
centavos), depositada às fls. 551, totalizando o montante de R$ 280.109,22
(duzentos e oitenta mil, cento e nove reais e vinte e dois centavos).

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Expeça-se o competente alvará em nome do exequente OLAIR

ZANON, fazendo-se nele constar, todavia, que devem estar presentes, no


momento de seu recebimento, o exequente e o advogado habilitado JOSÉ LUIZ

RODRIGUES, OAB/BA N. 764-B.


Após o trânsito em julgado, recolhidas eventuais custas, providencie a
serventia o arquivamento do feito, com baixa na distribuição.
Expedientes necessários.
Publique-se. Registre-se. Intimem-se. Cumpra-se.

Bom Jesus/PI, 27 de julho de 2017.

ELVIO IBSEN BARRETO DE SOUZA COUTINHO


JUIZ DE DIREITO

Autos: 0000021-43.1998.8.18.0042 Elvio Ibsen Barreto de Souza Coutinho 4


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