Você está na página 1de 23

28/05/2018

13º CURSO NACIONAL DE ATUALIZAÇÃO EM


Dr. José Paulo Ladeira
TERAPIA INTENSIVA:
PRINCÍPIOS
DISCIPLINA DE EMERGÊNCIAS CLÍNICAS DO HCFMUSP

Reanimação cardiopulmonar www.ilcor.org

▪ Médico Diarista – UTI – Hospital Sírio Libanês


▪ Médico Plantonista – UPA – Ibirapuera –
Hospital Israelita Albert Einstein

Acesso RCP Desfibrilação SAV Cuidados pós


rápido rápida rápida rápido PCR
José Paulo Ladeira

1
28/05/2018

Níveis de Evidência e
39 países / 250 revisores
Recomendação
2010 – 274 perguntas Classe de recomendação
Gra
Tipo de estudo Definição
2015 – 166 perguntas, com ênfase em tópicos de revisão u
1 Prosp / Contr / Rand / p < 0,05 Novo tratamento melhor / pior
GRADE – Grading of Recommendations, Assessment,
2 Prosp / Contr / Rand / Neutro Novo tratamento igual
Development and Evaluation (www.gradeworkinggroup.org)
3 Prosp / não rand Prosp / grupo controle
Trabalho conjunto virtual (www.ilcor.org/seers)
4 Retrosp / não rand Retrosp / grupo controle
Atualização dos tópicos demandados pelos treinamentos / 5 Série de casos Não controlado
publicações relevantes 6 Estudos em animais Modelos animais ou mecânicos

Atualização contínua pelo Scientific Evidence Evaluation 7 Extrapolação Resultados de outras situações

and Review System 8 Senso comum Sem evidência de malefício

2
28/05/2018

Fases da PCR
Elétrica
Nível de recomendação – Até 5 minutos do início da PCR
– Intervenção: desfibrilação
Hemodinâmica
– 5 -15 minutos da PCR
– Intervenção: RCP
Metabólica
– Após 15 minutos da PCR
– Intervenções: hipotermia

3
28/05/2018

Sucesso na ressuscitação e
Mudanças do BLS Mudanças do BLS tempo de desfibrilação
• C-A-B confirmado
% Sucesso Cummins - Ann Emerg Med 1989
• Reforço da RCP de qualidade Choque primeiro X RCP primeiro 100

• Forte / rápida / mínimo de interrupções / 90


Redução de 7-10%
Sozinho e DEA ao lado: choque 80
retorno do tórax a cada minuto na chance de reversão
70
• 100 -120 compressões/min Sozinho e DEA não prontamente disponível: RCP 60


50
5 cm de profundidade 3 ciclos de 200 compressões + oxigenação 40

• Leigo: hands only CPR 30

1 ventilação a cada 6-8 seg com via aérea definida 20


• Profissional 10

• Ventilação com BVM: 1x/6 seg 0


0 1 2 3 4 5 6 7 8 9

• Ventilação passiva extra-hospitalar Tempo (minutos)

4
28/05/2018

Algoritmo Universal para Suporte avançado de vida (IIa)


RCP no adulto. FV/ TV Sem Pulso
Presença do médico
Identificação do ritmo
com pás do desfibrilador

FV/TV sem pulso Assistolia Ritmo inicial de PCR mais freqüente

AESP 85% das mortes súbitas são por FV / TV

5
28/05/2018

Dr. Carl Ludwig - 1850

Dr. Claude Beck 1947

6
28/05/2018

Desfibrilação ABCD Secundário FV/ TV Sem Pulso


Assegurar via aérea Reiniciar as manobras de RCP
- TT, ML , Combitubo ou tubo laríngeo
Monitor / Oxigênio / Venoso - MOV
Boa ventilação Via aérea avançada
- Checagem clínica – Tubo traqueal / máscara laríngea / Combitube
- Capnografia

Circulação
- RCP
- Acesso IV/IO e medicações
ERRADO CERTO
Diagnóstico diferencial (H/Ts)

7
28/05/2018

ABCD Secundário ABCD Secundário – Capnografia FV/ TV Sem Pulso


Confirmação e manutenção da intubação Acesso para drogas
Monitoração da RCP – Venoso (periférico / antecubital / calibroso)
Boa ventilação
– Intra-ósseo
CO2Exp> 10mmHg → RCE
- Checagem clínica – Cânula traqueal
- Onda de capnografia quantitativa – Acesso central

mmHg
mmHg
Glaeser PW et al. Ann Emerg Med 1993
Guy J et al. J Pediatr Surg 1993
Macnab A et al. Prehosp Emerg Care 2000

8
28/05/2018

Placebo x Adrenaline in Cardiac Placebo x Adrenaline in Cardiac


Epinefrina Arrest – PACA Trial Arrest – PACA Trial

FV / TV sem pulso / AESP / Assistolia


1mg IO / EV + 20ml SF / AD e elevar o membro
A cada 3 - 5 minutos

Michael JR et al. Circulation 1984


Ditchey RV et al. Circulation 1988
Jacobs I et al. Circulation 2010
Melhora do ROSC
Circulation. 2010;122:A1 Sem impacto em sobrevida

9
28/05/2018

Vasopressina Antiarrítmicos Antiarrítmicos


40 UI EV / IO
Amiodarona (Classe IIb)
Dose única
– 300mg EV bolus Lidocaína
Pode substituir a 1a ou 2a dose de Epinefrina – 2a dose 150 mg (opcional) Não é mais recomendada na PCR

Efeito = Epinefrina Amiodarone for Resuscitation after Out-of-


Hospital Cardiac Arrest Due to Ventricular
Fibrillation
Não é mais recomendada!!!! ARREST - Kudenchuk et al. 1999 NEJM

Amiodarone as Compared with Lidocaine


$$$$ for Shock-Resistant Ventricular Fibrillation
ALIVE – Dorian et al. 2002 NEJM
Disponibilidade
Pode ser usada como AR após RCE
Aung K, Htay T. Arch Intern Med. 2005

10
28/05/2018

Antiarrítmicos Causas de AESP e Assistolia - 5H/5T


Antiarrítmicos
Sulfato de Magnésio (Classe IIb) Causa Tratamento
Hipovolemia Volume
− Hipomagnesemia documentada
Dose de Manutenção (IIb) Hipóxia Oxigênio (IOT)
− Torsão da ponta por QT longo (drogas) Hipo / Hipercalemia KCl / Bic.Sódio
Droga Dose H+ Ac. metabólica Bicarbonato de sódio
− Dose: 1-2 g EV / IO bolus
Manz M et al. New Trend Arrhyt. 1991
1 mg/min por 6 h Hipotermia Reaquecimento
Amiodarona
Tzivoni D et al. Circulation 1988 0.5 mg/min por 18 h Tamponamento Punção pericárdica
Sulf. de Magnésio TEP Volume + trombólise*
1-2 g /hora
IAM (Tromb. Coron.) Volume + trombólise*
PneumoTórax Punção de alívio
Tóxicos Antagonista específico

11
28/05/2018

Trombólise na PCR Assistolia Assistolia


Trombólise: IIb Ausência total de atividade elétrica RCP / MOV

Seguro Protocolo da linha reta (IIa) Medicações


Spöhr et al. Drug Saf 2003
− Eletrodos / conexões − Epinefrina 1 mg EV / IO 3-5 min ou
− Vasopressina 40 UI
− Ganho
− Atropina 1mg EV/IO a cada 3 min / max 3 mg
TROICA study - multicêntrico randomizado − Derivação
Tecneteplase
Considerar etiologia da parada – 5H/5T
> 500 casos em cada braço
Sem diferença na mortalidade / disfunção neurológica
Marcapasso transcutâneo (III) = NÃO COLOCAR
Böttiger et al. NEJM 2008

12
28/05/2018

Mudanças do ACLS Situações especiais

Naloxone para intoxicação por opióide

Gestante
RCP em DDH + deslocamento uterino
ECMO Cesária após 4 min de RCP sem resposta.
Na ausência de resposta à RCP convencional
Possível em causas reversíveis Emulsão lipídica em intoxicação exógena
Somente centro habilitado

13
28/05/2018

Após a Reanimação
Teamwork
Funções dividas previamente Reavaliar o ABC
Identificar o líder
Definições
Manter anti-arrítmico Fim da PCR
Importância de habilidades não técnicas
Realização de tarefas Avaliar – Retorno da circulação espontânea > 20 min
Trabalho em equipe – Declaração do óbito
Consciência situacional – Necessidade de trombolítico
Mortalidade dos sobreviventes
Tomada de decisão – Necessidade de drogas vasoativas – 50 até 71%
Comunicação estruturada
Revisão do atendimento – Manter acesso venoso / Monitor cardíaco
Condição não natural
Controle glicêmico

14
28/05/2018

Fisiopatologia Metas de Ressuscitação


PAM 65 – 100 mmHg
Fisiopatologia da síndrome pós-PCR
PVC 8 – 12 mmHg

Lesão cerebral Lactato Redução progressiva / normal •Reposição volêmica


•Vasopressores
SvcO2 > 70% •Inotrópicos
• Lesão cerebral
Disfunção miocárdica
Hemoglobina Indeterminado • Disfunção miocárdica

Agressão sistêmica da isquemia-reperfusão Débito urinário > 1mL/Kg/h • Agressão sistêmica da isquemia-reperfusão

• Patologia de base da PCR


Patologia de base da PCR Metas de Oxigenação
Na PCR FiO2 100%

Pós PCR FiO2 para manter Sat 94-96%

15
28/05/2018

Tratamento da síndrome pós-PCR Metas de ressuscitação Cuidados neurológicos pós-PCR

• Identificação / tratamento da causa PAM 65–100 mmHg • Glicemia


PVC 8–12 mmHg
• Adequação hemodinâmica • Sat O2
Lactato Redução progressiva / normal
• Distúrbios eletrolíticos (Glicemia / O2 / CO2) SvcO2 > 70% • pCO2
• Controle terapêutico de temperatura (TTM) Hemoglobina Indeterminado • Crises convulsivas / definição de prognóstico
• Crises convulsivas Débito urinário > 1 mL/kg/h
• Controle terapêutico de temperatura (CTT) / hipotermia
Ilcor 2015

16
28/05/2018

Cuidados neurológicos pós-PCR Cuidados neurológicos pós-PCR Cuidados neurológicos pós-PCR

• Crises convulsivas
• Glicemia
• Sat O2 • Uso profilático de DAE não recomendado
• Valores elevados / variação da glicemia  mortalidade
– Am J Emerg Med 2014; 32: 900–904 • Evitar hiper/hipoxemia (94-96%) • Uso de EEG recomendado

• Valor alvo ??? • 12-24% crises não convulsivas Neurocrit Care 2015; 23(Suppl 2): S119–S128
• Menor Peep possível
• 71 – 170 / 110 – 240 mg/dL com bom prognóstico • Análise integrada de EEG – valor prognóstico Crit Care Med 2010; 38: 1838–
1844
– Resuscitation 2009; 80: 624–630.

17
28/05/2018

Cuidados neurológicos pós-PCR Cuidados neurológicos pós-PCR Cuidados neurológicos pós-PCR


• 2005 - Hipotermia até 6h após PCR 32-34º Treatment of comatose survivors of out-of-
Mild therapeutic hypothermia to improve neurologic hospital cardiac arrestwith induced
C hypothermia
outcome after cardiac arrest
Mild therapeutic hypothermia to improve the Bernard et al. NEJM
neurologic outcome after cardiac arrest Holzer et al. NEJM 2002 2002
Holzer et al. NEJM 2002
• Randomização questionável
Treatment of comatose survivors of out-of-
hospital cardiac arrestwith induced hypothermia • Significância estatística limítrofe
Bernard et al. NEJM 2002 • Exclusão de 90% dos pacientes triados
• Grupo controle com temp 37,8oC
?

18
28/05/2018

Cuidados neurológicos pós-PCR Cuidados neurológicos pós-PCR Cuidados neurológicos pós-PCR

Targeted temperature management at 33oC


versus 36oC after cardiac arrest
Nielsen et al. NEJM 2013
• Demora no início da hipotermia (10h)
• Reaquecimento rápido (33oC -> 36oC em 6h)
• Viés de seleção?

19
28/05/2018

Cuidados neurológicos pós-PCR


Cuidados neurológicos pós-PCR Cuidados neurológicos pós-PCR
• Quem resfriar? • Reaquecimento
• Pacientes em coma (G ≤ 8) • Regulagem dos dispositivos de resfriamento
• FV/TV • Não deve exceder o ganho de 0,25–0,5º
Resuscitation 98 (2016) 97–104 C/hora
• AESP / Assistolia?
• Como resfriar? • Complicações
• TTM
• Gelo / Cristaloide 30 ml/Kg – 4º C / mantas térmicas • Tremores
• 32–36oC por ≥ 24h para FV/TV – recomendação forte • Aquecimento da pele (ar aquecido)
• Quando resfriar?
• Sedativos e bloqueadores neuromusculares
• 32–36oC por ≥ 24h para AESP/Assistolia – recomendação • Até 6h de RCE • Poliúria e acentuação da hipovolemia
fraca • Hipo K / P / Mg / Ca
• Hiperglicemia
• Manter < 37,5oC até 72h

20
28/05/2018

Mau prognóstico neurológico


Cuidados neurológicos pós-PCR Cuidados neurológicos pós-PCR
Reflexo pupilar ausente ≥ 72h pós PCR
Targeted Temperature Management for 48 vs 24 Hours
and Neurologic Outcome After Out-of-Hospital Cardiac Arrest Estado mioclônico nas primeiras 72h
Kirkergaard et al. JAMA. 2017;318(4):341-350
• Dúvidas Redução acentuada da relação cinza-branco na
• Tempo de TTM?
TC de crânio até 2h da PCR
• Método de resfriamento / controle?
Retrição ampla da difusão na RNM entre 2-6
dias
• Subgrupos de pacientes?
Ausência persistente de resposta a estímulso
externos no EEG após 72h da PCR
EME refratário ou supressão de surtos após
reaquecimento no EEG.

21
28/05/2018

Cuidados pós - PCR Cuidados pós - PCR


Conclusões
• Centros especializados em cuidados pós-PCR • Centros especializados em cuidados pós-PCR

• Condição clínica complexa e multifatorial

• Achar “um tratamento” para todos os casos?

• Princípios básicos do paciente neurológico crítico

• Protocolos de cuidados especializados em pós-PCR

Kern K. Circ J 2015; 79: 1156 Kern K. Circ J 2015; 79: 1156

22
28/05/2018

Obrigado!

© Copyright©2018 Editora Manole Ltda.


Todos os direitos reservados.
Nenhuma parte deste conteúdo poderá ser reproduzida, por qualquer processo,
sem a permissão expressa dos editores. Diretos adquiridos pela: Editora
Manole Ltda.

23

Você também pode gostar