A ação de divisão e demarcação de terras tem como objetivo: (1) demarcar os limites entre propriedades vizinhas ou (2) dividir uma propriedade comum entre condôminos. O processo possui duas fases, na primeira o juiz decide sobre o direito à demarcação ou divisão e na segunda os atos materiais são realizados.
A ação de divisão e demarcação de terras tem como objetivo: (1) demarcar os limites entre propriedades vizinhas ou (2) dividir uma propriedade comum entre condôminos. O processo possui duas fases, na primeira o juiz decide sobre o direito à demarcação ou divisão e na segunda os atos materiais são realizados.
A ação de divisão e demarcação de terras tem como objetivo: (1) demarcar os limites entre propriedades vizinhas ou (2) dividir uma propriedade comum entre condôminos. O processo possui duas fases, na primeira o juiz decide sobre o direito à demarcação ou divisão e na segunda os atos materiais são realizados.
- Ações de natureza petitória (discute o direito de propriedade
e seus limites) - competência absoluta: local da situação do imóvel - Finalidade: demarcatória: obrigar o confinante (vizinhos) a estremar os prédios, fixando os limites ou aviventando os já apagados;
divisória: para obrigar os demais condôminos
(co-proprietários) a partilhar a coisa comum (a estremar os quinhões);
Veja o que diz o Código Civil: art.1320 “a todo
tempo será lícito ao condômino exigir a divisão da coisa comum, respondendo o quinhão de cada um pela sua parte nas despesas da divisão”.
- O requisito essencial da ação de divisão é que o imóvel seja
divisível. Atenção: Se for indivisível por determinação legal (como, por exemplo, dispõe o art. 65 da Lei 4504/64 – Estatuto da Terra, que proíbe a divisão de imóvel em áreas de dimensão inferior ao modulo rural) ou a divisão torná-lo impróprio ao seu destino, a solução será a adjudicação do imóvel a um só condômino, ou a venda, repartindo-se o preço - Procedimento especial de natureza dúplice – o réu pode fazer pedido contra o autor na contestação; - Fases do procedimento: - 1a. Fase: o juiz decide sobre o direito de dividir ou demarcar; - 2a. Fase: o juiz define a demarcação e a divisão (atos materiais) - Procedimento da ação demarcatória: - Legitimidade Ativa: proprietário (art. 569, I) - Leg. Passiva: confinantes (proprietários ou possuidores) Veja jurisprudência do TJMG: EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DEMARCATÓRIA - LEGITIMIDADE PASSIVA AD CAUSAM - PROPRIETÁRIO REGISTRAL - DEMANDA AJUIZADA EM FACE DO PROMISSÁRIO COMPRADOR - IMPOSSIBILIDADE - SENTENÇA TERMINATIVA MANTIDA. O Diploma Adjetivo Civil, ao disciplinar o procedimento especial de demarcação de terras particulares, dispõe que a referida ação será cabível nas hipóteses em que for necessária a fixação de limites entre prédios contíguos ou o seu reavivamento, quando já destruídos.
A exigência de que a ação demarcatória tenha em seus polos ativo e
passivo os proprietários registrais dos imóveis confinantes mostra-se inteiramente justificável, eis que, um ou outro poderá somar ou perder área imobiliária, em razão do caráter dúplice da ação, tendo a sua esfera jurídica diretamente atingida pela sentença.
Enquanto não registrada a escritura pública de compra e venda na
matrícula do imóvel, figurando o réu como mero possuidor, tem-se que ele, à luz do Diploma Processual Civil vigente, é parte ilegítima para figurar no polo passivo da ação demarcatória. (AC 1.0024.12.052219- 8/001 , Rel. Des. Eduardo Mariné da Cunha, DJ 29/03)/2016) 1a. Fase: - Petição inicial: título de propriedade, descrição do imóvel e dos limites que se quer criar ou aviventar, identificando todos os confinantes (ou confrontantes) (art. 574) - Citação dos réus – por carta postal. Publicação de edital somente para réus incertos e desconhecidos (art. 576) - Defesa: prazo comum de 15 dias; conversão do rito para o proced. comum (art. 577 e 578) - Prova pericial (pode ser dispensada apenas no caso de imóvel georreferenciado – art. 573): peritos nomeados pelo juiz; determinar o traçado da linha demarcanda (análise dos títulos de propriedade, vizinhança, marcos no local, etc...) (art. 580) - Apresentação de laudo pericial – contraditório - Sentença da 1ª. Fase: decidirá sobre o direito de demarcar e definirá a linha demarcanda; restituição da área se tiver sido invadida (art. 581) - Recurso de apelação com efeito suspensivo automático. Atenção: a 2ª fase somente iniciará após o trânsito em julgado da referida sentença; - 2a. Fase: Atos materiais da demarcação (art. 582 a 587): fase puramente técnica - Inicia-se os trabalhos de campo; - Peritos (agrimensores; engenheiros) fixam os limites e apresentam relatórios – contraditório: prazo de 15 dias (art. 583 a 586) - O juiz decide eventuais reclamações e determina as correções necessárias (art. 586) - Lavratura do auto de demarcação - Sentença de homologação da demarcação (art. 587) – apelação apenas com efeito devolutivo (art. 1012, par.1º, inciso I do CPC) - Procedimento da ação divisória: - Leg. Ativa e passiva: condôminos (art. 569, II) 1a. Fase: define o direito de dividir - Petição inicial: título de domínio, indicação da origem da comunhão, descrição do imóvel, qualificação dos condôminos e benfeitorias comuns (art. 588) - Citação e defesa (igual ao proced. da demarcatória) - Instrução probatória – perícia obrigatória - Sentença – julga a divisão 2a. Fase: atos materiais de divisão (art. 590 a 597) - Nomeação dos peritos (mais de um – geralmente peritos agrimensores) - Intimação dos condôminos para apresentar seus títulos e pedido de quinhões (art. 591) - Contraditório – sobre os pedidos (art. 592) - Início dos trabalhos de divisão (art. 595) – apresentação de laudo propondo partilha - Vista 15 dias às partes (art. 596) - Juiz determina a forma da partilha – trabalhos de campo para divisão (parágrafo único do art. 596) - Auto de divisão (art. 597) - Sentença homologatória – apelação efeito apenas devolutivo (art. 1012, par. 1º, I NCPC) - Registro em cartório – fim do procedimento Obs: é possível cumular demarcatória com a divisória (art. 570 do CPC): primeiro a demarcação; depois a divisão
Teste seu conhecimento:
Quanto às ações de divisão e de demarcação de terras particulares, é incorreto afirmar que:
a) cabe a ação de demarcação ao proprietário para obrigar o
seu confinante a estremar os respectivos prédios, fixando-se novos limites entre eles ou aviventando-se os já apagados. b) é lícita a cumulação destas ações. c) o autor pode requerer a demarcação com queixa de esbulho ou turbação, mas não pode formular pedido de restituição do terreno invadido. d) qualquer condômino é parte legítima para promover a demarcação do imóvel comum, citando-se os demais como litisconsortes. e) a sentença, que julgar procedente a ação, determinará o traçado da linha demarcanda.