Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
VOTO
https://pje2g.trf1.jus.br/consultapublica/ConsultaPublica/DetalheProcessoConsultaPublica/documentoSemLoginHTML.seam?ca=9d670fd9a93c… 1/20
24/02/2023, 09:24 · Justiça Federal da 1ª Região
nas quais a FUNASA figura no polo passivo, não havendo que se fracionarem os
fatos que sustentam o pedido em período anterior e posterior à vigência da Lei nº
8.112/90.
https://pje2g.trf1.jus.br/consultapublica/ConsultaPublica/DetalheProcessoConsultaPublica/documentoSemLoginHTML.seam?ca=9d670fd9a93c… 2/20
24/02/2023, 09:24 · Justiça Federal da 1ª Região
https://pje2g.trf1.jus.br/consultapublica/ConsultaPublica/DetalheProcessoConsultaPublica/documentoSemLoginHTML.seam?ca=9d670fd9a93c… 3/20
24/02/2023, 09:24 · Justiça Federal da 1ª Região
4. Esta Quinta Turma tem entendido que para se viabilizar pedido de reparação
por danos morais formulado por servidores da FUNASA em razão da exposição e
intoxicação ao agente químico DDT, é necessário que se comprove que o nível
encontrado no organismo ultrapasse o Limite de Tolerância Biológica
correspondente a 3 ug/dl – microgramas por decilitro – (ou 30 ppb – partes por
bilhão).
8. Prejudicado o recurso adesivo dos autores por versar apenas sobre majoração
do quantum indenizatório.
(AC 2007 41 01 002023-7, JUI7 federai Evaldo de OIiveira Femandes F1lho (conv ),
Trf1-QUinta Turma, E-Dfl data 15/07/2015)-grifei
https://pje2g.trf1.jus.br/consultapublica/ConsultaPublica/DetalheProcessoConsultaPublica/documentoSemLoginHTML.seam?ca=9d670fd9a93c… 4/20
24/02/2023, 09:24 · Justiça Federal da 1ª Região
***
***
https://pje2g.trf1.jus.br/consultapublica/ConsultaPublica/DetalheProcessoConsultaPublica/documentoSemLoginHTML.seam?ca=9d670fd9a93c… 7/20
24/02/2023, 09:24 · Justiça Federal da 1ª Região
III - Na espécie dos autos busca-se o pagamento de indenização por dano moral,
decorrente da alegada contaminação e intoxicação pela substância
diclorodifeniltricloretano - DDT e outros produtos químicos correlatos que
passaram a substituir o DDT, em virtude de exposição dos autores durante o
exercício de suas funções laborais no Programa do Combate de Endemias, sem o
uso de equipamento de proteção individual.
https://pje2g.trf1.jus.br/consultapublica/ConsultaPublica/DetalheProcessoConsultaPublica/documentoSemLoginHTML.seam?ca=9d670fd9a93c… 8/20
24/02/2023, 09:24 · Justiça Federal da 1ª Região
III - Na espécie dos autos, busca-se o pagamento de indenização por dano moral,
decorrente da alegada contaminação pela substância diclorodifeniltricloretano -
DDT e outros produtos químicos correlatos que passaram a substituir o DDT, em
virtude de exposição do autor durante o exercício de suas funções laborais no
Programa do Combate de Endemias, sem o uso de equipamento de proteção
individual.
https://pje2g.trf1.jus.br/consultapublica/ConsultaPublica/DetalheProcessoConsultaPublica/documentoSemLoginHTML.seam?ca=9d670fd9a93c… 9/20
24/02/2023, 09:24 · Justiça Federal da 1ª Região
1. Este Tribunal já decidiu reiteradas vezes que o lapso prescricional tem início a
contar do momento que o autor passa a conhecer seu estado de saúde, resultante
da contaminação pelo pesticida, aplicando-se, na espécie, o art. 1º do Decreto n.
20.910/1932, conforme entendimento sedimentado neste Tribunal (AC n. 0003263-
79.2008.4.01.3400/DF, Relator Desembargador Federal Kassio Nunes Marques, e-
DJF1 de 30.03.2015, p. 2.040).
3. Sentença mantida.
4. Apelação desprovida.
Não há que se falar, ainda, que tal prazo prescricional iniciaria desde
o ano da Portaria nº. 11/1998, ou seja, ao tempo em que suspendeu o uso de
DDT, ou da edição da Lei nº 11.936, de 14 de maio de 2009, proibindo a
importação, fabricação, exportação, manutenção em estoque, comercialização e
uso do diclorodifeniltricoletrano em todo o território nacional, na medida em que o
cômputo do prazo prescricional quinquenal deve iniciar-se, como visto, quando o
titular do direito lesionado tomar ciência da contaminação, e não da data em que
foi formalmente abolido o uso do pesticida DDT no Brasil, o que, conforme
afirmado, não restou comprovada nestes autos.
https://pje2g.trf1.jus.br/consultapublica/ConsultaPublica/DetalheProcessoConsultaPublica/documentoSemLoginHTML.seam?ca=9d670fd9a93… 11/20
24/02/2023, 09:24 · Justiça Federal da 1ª Região
prazo prescricional na espécie. Não se pode olvidar por último que, no caso em
exame, se trata de pleito indenizatório a título de danos morais, supostamente
decorrentes da manipulação do DDT sem treinamento, sem especiais cuidados,
do que resulta ser presumível a permanente angústia do pânico criado em torno
da possibilidade de contaminação e dos efeitos do aludido produto no organismo
e que somente a prova pericial imprescindível poderá apaziguar os ânimos
desses demandantes hipossuficientes financeiros e, também, poderá sim permitir
que o Poder Judiciário lhes faça justiça.
***
https://pje2g.trf1.jus.br/consultapublica/ConsultaPublica/DetalheProcessoConsultaPublica/documentoSemLoginHTML.seam?ca=9d670fd9a93… 12/20
24/02/2023, 09:24 · Justiça Federal da 1ª Região
***
https://pje2g.trf1.jus.br/consultapublica/ConsultaPublica/DetalheProcessoConsultaPublica/documentoSemLoginHTML.seam?ca=9d670fd9a93… 13/20
24/02/2023, 09:24 · Justiça Federal da 1ª Região
relação jurídica diversa da tributária, a fixação dos juros moratórios segundo o índice
de remuneração da caderneta de poupança é constitucional, permanecendo hígido,
nesta extensão, o disposto legal supramencionado. 2. O direito fundamental de
propriedade (CRFB, art. 5º, XXII) repugna o disposto no art. 1º-F da Lei nº 9.494/97,
com a redação dada pela Lei nº 11.960/09, porquanto a atualização monetária das
condenações impostas à Fazenda Pública segundo a remuneração oficial da
caderneta de poupança não se qualifica como medida adequada a capturar a variação
de preços da economia, sendo inidônea a promover os fins a que se destina. 3. A
correção monetária tem como escopo preservar o poder aquisitivo da moeda diante da
sua desvalorização nominal provocada pela inflação. É que a moeda fiduciária,
enquanto instrumento de troca, só tem valor na medida em que capaz de ser
transformada em bens e serviços. A inflação, por representar o aumento persistente e
generalizado do nível de preços, distorce, no tempo, a correspondência entre valores
real e nominal (cf. MANKIW, N.G. Macroeconomia. Rio de Janeiro, LTC 2010, p. 94;
DORNBUSH, R.; FISCHER, S. e STARTZ, R. Macroeconomia. São Paulo: McGraw-
Hill do Brasil, 2009, p. 10; BLANCHARD, O. Macroeconomia. São Paulo: Prentice Hall,
2006, p. 29). 4. A correção monetária e a inflação, posto fenômenos econômicos
conexos, exigem, por imperativo de adequação lógica, que os instrumentos destinados
a realizar a primeira sejam capazes de capturar a segunda, razão pela qual os índices
de correção monetária devem consubstanciar autênticos índices de preços. 5. Recurso
extraordinário parcialmente provido.
Acórdão
O Tribunal, por maioria e nos termos do voto do Relator, Ministro Luiz Fux, apreciando
o tema 810 da repercussão geral, deu parcial provimento ao recurso para,
confirmando, em parte, o acórdão lavrado pela Quarta Turma do Tribunal Regional
Federal da 5ª Região, (i) assentar a natureza assistencial da relação jurídica em
exame (caráter não-tributário) e (ii) manter a concessão de benefício de prestação
continuada (Lei nº 8.742/93, art. 20) ao ora recorrido (iii) atualizado monetariamente
segundo o IPCA-E desde a data fixada na sentença e (iv) fixados os juros moratórios
segundo a remuneração da caderneta de poupança, na forma do art. 1º-F da Lei nº
9.494/97 com a redação dada pela Lei nº 11.960/09. Vencidos, integralmente o
Ministro Marco Aurélio, e parcialmente os Ministros Teori Zavascki, Dias Toffoli,
Cármen Lúcia e Gilmar Mendes. Ao final, por maioria, vencido o Ministro Marco
Aurélio, fixou as seguintes teses, nos termos do voto do Relator: 1) O art. 1º-F da Lei
nº 9.494/97, com a redação dada pela Lei nº 11.960/09, na parte em que disciplina os
juros moratórios aplicáveis a condenações da Fazenda Pública, é inconstitucional ao
incidir sobre débitos oriundos de relação jurídico-tributária, aos quais devem ser
aplicados os mesmos juros de mora pelos quais a Fazenda Pública remunera seu
crédito tributário, em respeito ao princípio constitucional da isonomia (CRFB, art. 5º,
caput); quanto às condenações oriundas de relação jurídica não-tributária, a fixação
dos juros moratórios segundo o índice de remuneração da caderneta de poupança é
constitucional, permanecendo hígido, nesta extensão, o disposto no art. 1º-F da Lei nº
9.494/97 com a redação dada pela Lei nº 11.960/09; e 2) O art. 1º-F da Lei nº
9.494/97, com a redação dada pela Lei nº 11.960/09, na parte em que disciplina a
atualização monetária das condenações impostas à Fazenda Pública segundo a
remuneração oficial da caderneta de poupança, revela-se inconstitucional ao impor
https://pje2g.trf1.jus.br/consultapublica/ConsultaPublica/DetalheProcessoConsultaPublica/documentoSemLoginHTML.seam?ca=9d670fd9a93… 14/20
24/02/2023, 09:24 · Justiça Federal da 1ª Região
restrição desproporcional ao direito de propriedade (CRFB, art. 5º, XXII), uma vez que
não se qualifica como medida adequada a capturar a variação de preços da economia,
sendo inidônea a promover os fins a que se destina. (Grifo nosso)
1. Correção monetária: o art. 1º-F da Lei 9.494/97 (com redação dada pela Lei
11.960/2009), para fins de correção monetária, não é aplicável nas condenações
judiciais impostas à Fazenda Pública, independentemente de sua natureza.
2. Juros de mora: o art. 1º-F da Lei 9.494/97 (com redação dada pela Lei
11.960/2009), na parte em que estabelece a incidência de juros de mora nos débitos
da Fazenda Pública com base no índice oficial de remuneração da caderneta de
poupança, aplica-se às condenações impostas à Fazenda Pública, excepcionadas as
condenações oriundas de relação jurídico-tributária.
https://pje2g.trf1.jus.br/consultapublica/ConsultaPublica/DetalheProcessoConsultaPublica/documentoSemLoginHTML.seam?ca=9d670fd9a93… 16/20
24/02/2023, 09:24 · Justiça Federal da 1ª Região
6. Quanto aos demais pontos, cumpre registrar que o presente caso refere-se a
condenação judicial de natureza administrativa em geral (responsabilidade civil do
Estado). A União pugna pela aplicação do disposto no art. 1º-F da Lei 9.494/97, a título
de correção monetária, no período posterior à vigência da Lei 11.960/2009.
7. No que concerne à incidência do art. 1º-F da Lei 9.494/97 (com redação dada pela
Lei 11.960/2009), o artigo referido não é aplicável para fins de correção monetária, nas
condenações judiciais impostas à Fazenda Pública, independentemente de sua
natureza.
8. Recurso especial não provido. Acórdão sujeito ao regime previsto no art. 1.036 e
seguintes do CPC/2015, c/c o art. 256-N e seguintes do RISTJ.
https://pje2g.trf1.jus.br/consultapublica/ConsultaPublica/DetalheProcessoConsultaPublica/documentoSemLoginHTML.seam?ca=9d670fd9a93… 17/20
24/02/2023, 09:24 · Justiça Federal da 1ª Região
(EDcl nos EDcl nos EDcl no AgRg no REsp 1173988/RS, Rel. Ministro ANTONIO
SALDANHA PALHEIRO, SEXTA TURMA, julgado em 04/12/2018, DJe 18/12/2018)
(grifo nosso)
https://pje2g.trf1.jus.br/consultapublica/ConsultaPublica/DetalheProcessoConsultaPublica/documentoSemLoginHTML.seam?ca=9d670fd9a93… 18/20
24/02/2023, 09:24 · Justiça Federal da 1ª Região
***
210909182622099000001
IMPRIMIR GERAR PDF
https://pje2g.trf1.jus.br/consultapublica/ConsultaPublica/DetalheProcessoConsultaPublica/documentoSemLoginHTML.seam?ca=9d670fd9a93… 20/20