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ESCRITÓRIO DE ADVOCACIA DR. REGIS LOBATO - OAB/PA- 6964.

Causas: Trabalhistas, Cíveis, Criminais, Previdenciárias, Seguros Pessoais e DPVAT.


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EXMO (A). SR (A). JUIZ (A). DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA
COMARCA DE CASTANHAL - PA

                  NILDA MARIA DA LUZ AZEVEDO,


AZEVEDO, brasileira, casada, portadora do RG:
2592615 SSP-PA, CPF 150.029.502-72, residente na Agrovila Itaqui, Zona rural,
Castanhal - PA, CEP: 68740-000, por seu advogado e bastante procurador que esta
subscreve (instrumento de mandato incluso), vem, respeitosamente à presença de
Vossa Excelência, com fulcro na legislação vigente, para propor a presente:

AÇÃO DE CONTESTAÇÃO DE DÉBITOS c.c. INDENIZAÇÃO DE DANO MORAL,


OBRIGAÇÃO DE FAZER E ANTECIPAÇÃO DE TUTELA,
TUTELA,

Com fulcro nos arts. 186, 404, 159 e 927, do Código Civil Brasileiro, art. 5.º,
V e X, da Constituição Federal c/c Lei n. 9.099/95, e art. 300 do Código de Processo
Civil e demais previsões legais.

Em desfavor de CENTRAIS ELÉTRICAS DO PARÁ S/A – CELPA, CNPJ:


04.895.728/0001-80, que deverá ser notificada na Rodovia Augusto Montenegro, Km 8,
5, bairro Coqueiro, Belém (PA), CEP: 66823-010, pelos motivos de fato e de direito que,
articuladamente, passa a expor:

DOS FATOS

                A Requerente é usuária dos serviços prestados pela recorrida através da


unidade consumidora de nº 10773024.

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End. Rua; 7 de Janeiro, n°.2028, Bairro Juazeiro. CEP:68.7900-000 em Santa Izabel/PA.
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Essa unidade consumidora está localizada na Agrovila Itaqui, Zona rural
desta cidade de Castanhal, em uma casa pertencente à Requerente.

A média de consumo da unidade sempre girava em torno de 170,00 kw/h.

A partir da fatura 05/2011 a consumidora foi surpreendida com o aumento do


consumo de energia, que começaram em 513 kw/h e tiveram pico de 844 kw/h,
conforme Histórico de consumo em anexo.

Essas faturas não estão em anexo, devido ao fato de que fizeram parte de
uma negociação anterior com a requerida, e, quando agora solicitadas a mesma diz
que não tem como apresenta-las, pelo que pedimos que V. Exa. intime-a a apresenta-
las sob pena de confissão, que a informações acima são verdadeiras.

Ocorre Exa., que o consumo de energia mensal da Requerente, jamais


poderia chegar a tal volume posto que o consumo como dito alhures, sempre manteve
uma média mensal em torno de R$-170 kw/h, o que se prova através do histórico de
consumo disponível pela concessionária, que remonta apenas a competência 03/2011
em anexo.

                Pois bem, diante do aumento absurdo das contas, a Requerente não


conseguiu mais pagar os valores exorbitantes cobrados pela Requerida, e assim, teve o
fornecimento de energia suspenso seu nome inscrito nos órgãos de restrição de
créditos (SPC e Serasa).

Diante do fato, procurou a Requerida para resolver a situação e esclarecer


não ter quantidade de equipamentos elétricos que justificassem o consumo elevado, já
que na residência, como pode ser comprovado existem apenas os seguintes bens que
consomem energia elétrica: Freezer, televisão, liquidificador, receptor de parabólica e
dez lâmpadas, nenhuma incandescente.

Na ocasião foi questionada a cobrança acima de sua média de consumo


mensal, diferentemente do que regularmente vinha sendo cobrado e pago nos últimos
anos. No entanto, verificou que não havia boa vontade por parte da Requerida para
resolver o problema, posto que alegava ter sido feito inspeção por um técnico e não ter
sido constatado nenhuma irregularidade que ensejasse a troca do medidor e,

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principalmente que a leitura estava correta, sendo impingida à Requerente um débito
superior a R$-10.000,00 (dez mil reais), e propondo tão somente o parcelamento da
dívida em 100 (cem parcelas) acrescidas de juros e correções, o que resultou ao final
em um débito total de R$-25.922,00 ( vinte e cinco mil, novecentos e vinte e dois reais),
isso após o pagamento de uma entrada, ficando ao final 100(cem) parcelas de R$-
259,22( duzentos e cinquenta e nove reais e vinte e dois centavos), que seriam
acrescidas às faturas mensais seguintes, cujo contrato encontra-se em poder da
requerida que deverá apresentá-lo como prova do ora alegado.

No afã de ver restabelecida sua energia, algo essencial, a Requerente


aceitou as condições draconianas propostas pela requerida e após o pagamento de
uma pequena entrada, teve o restante da dívida parcelada nas condições acima e o
restabelecimento da energia, momentaneamente.

Ora, Exa. a Requerente sobrevive da renda de um salário mínimo de


aposentadoria e seu esposo recebe cerca de dois salários de benefício previdenciário
(conforme anexos).

É lógico que a mesma não teria como arcar com um débito fixo de R$-259,22
(duzentos e cinquenta e nove reais e vinte e dois centavos) mensais, mais o valor da
conta de energia do mês, pois dessa forma, teria que repassar à Requerida quase 50%
de sua renda mensal de um salário mínimo!

Por conta disso, mais uma vez houve o corte de energia da unidade
consumidora da requerente e a inclusão nos órgãos de proteção ao crédito, e em
nenhum momento a Requerida procurou saber se realmente houve o consumo
desproporcional apresentado, tão somente interrompeu o fornecimento da energia da
Requerente.

                 Não se quer aqui alegar apenas erro de leitura, alega-se também o fato do
equipamento ter apresentado defeito, ou outro motivo, mesmo porque após a
renegociação do débito, como já dito alhures, as contas em alguns meses voltaram a
apresentar oscilação de consumo acima da média usual.

Nobre Julgador, a responsabilidade pela manutenção dos equipamentos e da


rede de distribuição de energia elétrica é única e exclusiva, da Requerida, como

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consectário lógico e jurídico da atividade empresarial que desenvolve, mas ela não tem
por hábito realizar inspeções de rotina nos seus equipamentos, relógios, postes, fios,
etc., entendendo ser mais fácil e menos oneroso imputar a culpa em seus clientes.
Mais, não pode a Requerida, para compensar seu comportamento moroso com a
manutenção de seus equipamentos, imputar, pura e simplesmente, de forma unilateral,
a irregularidade aos consumidores.

Além disso, a provável irregularidade apresentada pelo medidor, que resultou


em faturas absurdas, pode ser derivada justamente de falha do equipamento, não
previsto pela Requerida. 

Desse modo, em razão de seu dever de manutenção, como ônus e risco da


própria atividade empresarial que explora, é a responsável por possíveis irregularidades
nos equipamentos, até prova em contrário. Em razão disso, não pode a Requerida, com
base num mero ato administrativo e sob ameaça, ou mesmo interrupção do
fornecimento de energia, de forma unilateral e abusiva, atribuir, a seus consumidores,
dívidas por falhas nos equipamentos que são de sua propriedade.

Esta atitude de simplesmente transferir a responsabilidade, carreia à


Requerente o ônus da prova de existência de irregularidades no medidor de energia
instalado em sua casa, obrigando-a a ingressar em juízo para coibir o comportamento
abusivo da Requerida, de não fazer a devida perícia técnica no equipamento, sob
alegação de que o mesmo estar normal e, principalmente por recusar-se a trocar um
equipamento de sua propriedade que esta causando prejuízos a terceiros e pior ainda,
promover o corte de energia do imóvel.

Como se vê, a Requerida por ato administrativo contraria frontalmente a lei


principiológica e geral, que é o Código de Defesa do Consumidor, principalmente em
seu artigo 51, inciso IV (são nulas de pleno direito as obrigações iníquas, abusivas, que
coloquem o consumidor em desvantagem exagerada, ou seja, incompatíveis com a
boa-fé e a equidade).

Também contraria o artigo 51, inciso VI (são nulas de pleno direito as


cláusulas que estabeleçam a inversão do ônus da prova em prejuízo do consumidor) e,
por fim, o artigo 42, ao colocar a Requerente sob ameaça de corte de energia, em

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razão de presunção de má-fé por parte dela, ou por inadimplência decorrente de um
erro da Requerida, concretizando essa ameaça com o efetivo corte. 

Por fim, cabe informar à V. Exa., que mesmo após o corte do fornecimento
de energia elétrica, a requerida ao emitir a fatura12/2015 em anexo, incluiu além do
parcelamento o valor de R$-100,40 (cem reais e quarenta centavos) a titulo de custo
administrativo o que se configura em mais um abuso por parte da mesma ( documento
em anexo)

 DA IMPOSSIBILIDADE DE INTERRUPÇÃO DO FORNECIMENTO DE ENERGIA


ELÉTRICA E DO DANO MORAL

                    Nas situações semelhantes ao da Requerente, caso os consumidores se


recusem a reconhecer a dívida que lhes é imputada, unilateralmente e sem que lhes
seja dada a oportunidade de verificar a existência real do débito, a Reclamada
efetivamente acaba interrompendo o fornecimento de energia elétrica, que só é
restabelecida caso o usuário confesse e parcele a dívida (o que ocorreu neste caso).

Entretanto, o corte de energia utilizado como meio para a Reclamada


receber créditos que entende ser devidos é uma prática no mínimo abusiva, não só
porque afronta o Código de Defesa do Consumidor, mas também por ser
flagrantemente inconstitucional, na medida em que abala a dignidade da pessoa
humana (artigo 1o, inciso III, da Constituição Federal) e fere direito fundamental
consubstanciado na proteção do consumidor (artigo 5o, inciso XXXII, também da
Constituição Federal). 

                De fato, a energia elétrica, ao lado do saneamento básico e da moradia,


constitui um dos elementos do chamado “mínimo básico”, ou seja, é um serviço
essencial sem o qual não se pode falar em dignidade da pessoa, do cidadão.

Por isso, dando maior consistência ao fundamento constitucional da


dignidade da pessoa humana, vem o artigo 22, do Código de Defesa do Consumidor e
impede a interrupção do fornecimento de energia elétrica, ao determinar a continuidade
dos serviços essenciais.

                    Eis a dicção do artigo:

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Art. 22, CDC – Os órgão públicos, por si ou por suas
empresas, concessionárias, pressionarias ou sob qualquer outra forma de
empreendimento. São obrigados a fornecer serviços adequados, eficientes,
seguros, e, quando essenciais, contínuos (grifo nosso).

Parágrafo único – Nos casos de descumprimento, total ou parcial, das


obrigações referidas neste artigo, serão as pessoas jurídicas compelidas a
cumpri-las e a reparar os danos causados, na previstas neste código.

Além disso, a ameaça e a efetiva interrupção do fornecimento de energia


elétrica, como meio de possibilitar a cobrança de supostos débitos pretéritos é uma
prática mais que abusiva, porque expõe a Requerente ao constrangimento e ao ridículo,
situação veementemente proibida pelo Código de Defesa do Consumidor, conforme
letra abaixo:

Art. 42, CDC – Na cobrança de débitos, o consumidor não será exposto ao


ridículo, nem será submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça.

Parágrafo único – O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à


repetição do indébito, por valor igual ao dobro do que pagou em excesso,
acrescido de correção monetária e juros legais, salvo hipóteses de engano
justificáveis.

                   

A interrupção da energia elétrica, como meio de coação para se cobrar um


suposto débito fere a cláusula constitucional do devido processo legal, afasta o
monopólio estatal da jurisdição, é a prática de justiça privada, não permitida pelo
ordenamento jurídico. 

                    Tratando deste assunto há uma gama de jurisprudência, no entanto,


entendemos ser necessário apenas a colocação de uma para asseverar todo o exposto:

AGRAVO DE INSTRUMENTO – Prestação de serviço – Fornecimento de


energia elétrica – Irregularidade no registro de consumo – Constatação
unilateral – Interrupção do fornecimento – Impossibilidade – Recurso
improvido – Cuida-se de dívida cuja legalidade é questionada em juízo, não é
possível a interrupção do fornecimento de energia elétrica – Tratando-se de
constatação unilateral da empresa prestadora do serviço, há necessidade de
respeito aos princípios do contraditório e da ampla defesa. (TJ/SP, Agravo de
Instrumento n. 894233-0/2 – São Paulo –27a Câmara de Direito Privado –
Relator: Jesus Lofrano – 24.05.05 – V.U.)”.

 ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA. ENERGIA ELÉTRICA.


AUSÊNCIA DE PAGAMENTO DE TARIFA. CORTE. IMPOSSIBILIDADE.
1. É condenável o ato praticado pelo usuário que desvia energia elétrica,
sujeitando-se até a responder penalmente.
2. Essa violação, contudo, não resulta em reconhecer como legítimo ato

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administrativo praticado pela empresa concessionária fornecedora de energia
e consistente na interrupção do fornecimento da mesma.
3. A energia é, na atualidade, um bem essencial à população, constituindo-se
serviço público indispensável subordinado ao princípio da continuidade de sua
prestação, pelo que se torna impossível a sua interrupção.
4. Os arts. 22 e 42, do Código de Defesa do Consumidor, aplicam-se às
empresas concessionárias de serviço público.
5. O corte de energia, como forma de compelir o usuário ao pagamento de
tarifa ou multa, extrapola os limites da legalidade.
6. Não há de se prestigiar atuação da Justiça privada no Brasil,
especialmente, quando exercida por credor econômica e financeiramente mais
forte, em largas proporções, do que o devedor.
Afronta, se assim fosse admitido, aos princípios constitucionais da inocência
presumida e da ampla defesa.
7. O direito do cidadão de se utilizar dos serviços públicos essenciais para a
sua vida em sociedade deve ser interpretado com vistas a beneficiar a quem
deles se utiliza.
8. Recurso improvido.

Decisão:Por unanimidade, negar provimento ao recurso.


(RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA nº 8915/MA,
PRIMEIRA TURMA do STJ, Rel. JOSÉ DELGADO. j. 12.05.1998, Publ. DJU
17.08.1998 p. 00023)

Quanto ao dano moral o mesmo efetivamente existe, e tal atitude por parte
da requerida, fez nascer o direito à indenização pelos danos causados. O artigo 6º, VI,
prima pela efetiva reparação de danos patrimoniais e morais, sendo eco do artigo 5º,V e
X da Constituição Federal de 1988.

E se não bastasse o direito constitucional previsto no art. 5º, é a própria Lex


Mater que em seu preâmbulo alicerça solidamente como um dos princípios
fundamentais de nossa nação e, via de consequência, da vida em sociedade, a defesa
da dignidade da pessoa humana. Dignidade que foi ultrajada, desprezada pela
Requerida.

A indenização dos danos morais e materiais que se pleiteia é direito


constitucional da Requerente.

E no ordenamento jurídico infraconstitucional, além do CDC, está o Código


de Leis Substantivas Civis de 2002 a defender o mesmo direito do Autor. Com efeito, o
artigo 927 do Código Civil apressa-se em vaticinar a obrigação de reparar que recai
sobre aquele que causar dano a outrem por ato ilícito.

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E o ato ilícito presente neste acidente de consumo é, conforme norma ínsita


no artigo 186 do Códex Civil, a ação voluntária da requerida que veio a causar dano à
Requerente.

Dessa forma, requer que a requerida restabeleça o fornecimento de energia


elétrica da unidade consumidora da requerente, bem como seja condenada ao
pagamento de danos morais na base usual de 02 (duas) vezes o valor atribuído à
causa, além de providenciar a retirada de seu nome dos cadastros SPC e Serasa.

DA TUTELA ANTECIPADA 

DA FUMAÇA DO BOM DIREITO

Inicialmente, cumpre-nos o dever de enfatizar que é perfeitamente cabível a


antecipação dos efeitos da tutela de mérito em sede dos Juizados Especiais. Nesse
sentido:
É compatível com o rito estabelecido pela Lei nº 9.099/95 a tutela antecipada
a que alude o art. 273* do CPC” (Enunciado n.º 6, da 1.ª Reunião realizada
com os Juízes de varas Cíveis e dos Juizados Especiais do Rio de Janeiro,
dezembro de 1995). Marisa Ferreira dos Santos – Desembargadora do TRF 3ª
Reg. e ex-coordenadora dos Juizados Federais de SP e MS, in Sinopses
Jurídicas, Ed. Saraiva, 2004, p. 99.*(Alterado para art.300 novo CPC)
 
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que
evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao
resultado útil do processo.
 
A existência do fumus boni iuris mostra-se clara, considerando a documentação ora
acostada, bem como a inobservância de diversos princípios constitucionais fundamentais da
defesa do consumidor além da inobservância de diversas normas legais ordinárias por parte da
requerida e a jurisprudência acostada aos autos.

DO PERIGO DA DEMORA

A urgência, ou periculum in mora, resta caracterizada na medida em que


pode vir a causar mais prejuízos do que já causou requerente, visto que a energia

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elétrica é essencial, e sua falta ocasionada pelo corte, priva a requerente e seus
familiares desse bem essencial, sem contar que é um fato constrangedor para todos.
Ademais, a requerente jamais se recusou a pagar suas faturas, recusa-se
sim, e mesmo, não tem condições de pagar, as contas que vieram com valores
abusivos!
Verifica-se, MM. Juiz (a), que a situação da Requerente atende,
perfeitamente, a todos os requisitos esperados para a concessão da medida
antecipatória, pelo que se busca, antes da decisão do mérito em si, a ordem judicial
para o imediato restabelecimento do fornecimento de energia elétrica do imóvel da
Requerente.
Para tanto, requer-se de Vossa Excelência se digne determinar
LIMINARMENTE que a empresa-Reclamada restabeleça de imediato o fornecimento de
energia elétrica no imóvel da Requerente, sob pena de multa diária a ser definida por V.
Exa., caso não cumpra a ordem judicial que será exarada por Vossa Excelência.

DO PEDIDO

                  Diante de todo o exposto e provado, requer se digne Vossa Excelência em:

1) Seja determinado à Requerida, em TUTELA DE URGÊNCIA,


URGÊNCIA, a ser
concedida LIMINARMENTE,
LIMINARMENTE, sem ouvida da outra parte, como obrigação de fazer, que
se restabeleça de imediato o fornecimento de energia elétrica ao imóvel da Requerente,
enquanto inexistente ou pendente discussão quanto à materialidade de defeitos no
medidor, e seja imposta à Requerida ainda como obrigação de fazer, consistente em
trocar por um novo, desde já, o relógio de medição de energia elétrica da residência da
Requerente, para que se possa apurar, durante um período mínimo de 06 (seis) meses,
a média de consumo real de energia elétrica, bem como a prova concreta de ser real a
dívida que esta sendo imposta à Requerente, para assim ser corrigida a conta em
discussão, bem como as futuras, que até a data da troca contenham valor fora da
média apresentada nesta exordial, requerendo-se, desde logo, a inversão do ônus da
prova, por tratar-se de relação de consumo;

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2) Após o período mínimo acima descrito, e definida a real dívida da
Requerente, seja esta dividida em parcelas não superiores a 01% (um por cento) do
montante apurado;

3) Seja suspensa a cobrança dos valores referentes a negociação, até que


seja apurada a real dívida da Requerente, que entende inexistente;

4) Seja a presente ação recebida e processada e, ao final, seja declarada,


por sentença, a inexistência da relação jurídica que faculta à Requerida cobrar valores
maiores que a média de consumo mensal da Requerente, nos termos do artigo 6o,
incisos VII e VIII, ambos do Código de Defesa do Consumidor;

5) Seja condenada a Requerida a indenizar por danos morais a consumidora,


ora Requerente, em função da cobrança descabida e abusiva, sem olvidar o caráter
pedagógico da indenização para que se desestimule tal atitude irresponsável e passe a
Requerida a dar mais atenção quanto à manutenção de seus equipamentos e o
respeito aos seus consumidores na base usual de 02 (duas) vezes o valor atribuído à
causa, valor esse que poderá a critério de V. Exa., ficar à disposição do juízo para
pagamento dos débitos reais apurados;

6) Seja condenada a requerida a providenciar de imediato a retirada do nome


da requerente dos cadastros SPC e Serasa;

7) Seja citada a Requerida, na pessoa de seu representante legal, para que,


querendo, conteste a presente ação, sob pena de revelia;

8) Que a condenação liminar seja confirmada posteriormente por sentença;

9) Que seja estabelecida multa diária pelo descumprimento de ordem judicial


que determine o imediato fornecimento de energia elétrica; 
elétrica; 

10) Protesta provar o alegado por todos os meios de provas em direito


permitidos e, especialmente, pelo depoimento pessoal do representante legal da
Requerida, perícias, oitiva de testemunhas a serem arroladas oportunamente, juntada
ulteriores de novos documentos, que, desde já, ficam requeridas;

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11) Requer-se, ainda, a condenação da Requerida nas verbas de
sucumbência;

12) 
12) Seja concedido o benefício da JUSTIÇA GRATUITA para isenção das
custas, por não ter a Requerente condição de arcar com as despesas processuais sem
prejuízo do sustento próprio e da família, nos termos da declaração inclusa.

                 Dá se a causa, para efeitos de alçada, o valor de R$-10.000,00 (Dez mil


reais).

                           

Termos em que, respeitosamente.

                 Pede e aguarda deferimento.

Castanhal (PA), 07 de julho de 2015.

  

                           
Regis Lobato
OAB/PA 6964

Miguel Baia Brito


OAB/PA 7601

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