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As obrigações indivisíveis e as obrigações solidárias.

A obrigação indivisível está ligada à natureza da coisa ou de


um fato (art. 258, CC/02) em que não pode ser dividido
naturalmente ou por motivo de sua divisão ocasionar a perda da
função social. Além disto, pode ser indivisível por convenção das
partes. Exemplos: um quadro, uma cabeça de bovino, uma joia que
da minha divisão resulte em perda consubstancia de seu valor e de
sua beleza por consequência.
Já a solidariedade trata dos sujeitos envolvidos, tendo caráter
subjetivo. Existindo mais de um credor ou devedor, conforme
disposto no art. 264 do Código Civil, cada um com direito, ou
obrigado, à dívida toda. Lembrando que aquele que perdoa ou
aquele que recebe o todo tem de prestar seus encargos aos outros.
A solidariedade aparece quando é expresso em lei ou por
vontade das partes mediante contrato (lembrando do brocado
“pacta sunt servanda”), não é presumida. Ao contrário da
indivisibilidade, que além da possibilidade de presunção, tem como
natureza a própria obrigação, o critério objetivo, o objeto.
A solidariedade tem fim com a morte dos devedores, já a
indivisibilidade permanece enquanto houver a prestação a ser
cumprida.
Na obrigação indivisível, é extinta quando a obrigação se
converte em perdas e danos por perda da qualidade de indivisível
previsto no art. 263 do Código Civil. Neste mesmo caso, a
obrigação solidária, ao contrário, permanece, como estabelece o
art. 271 do mesmo código.
A solidariedade se assemelha a indivisibilidade apenas por um
único aspecto: o credor pode exigir de um só dos devedores o
pagamento da totalidade do objeto. Mas, diferem por diversas
razões:
1. Cada devedor solidário pode ser obrigado ao pagamento
integral da dívida, por ser devedor do todo. Já nas obrigações
indivisíveis o co-devedor só responde por sua quota parte. Pode ser
forçado ao pagamento da totalidade somente porque é impossível
se dividir.
2. Perde a qualidade de indivisível se a obrigação se resolver
em perdas e danos, fato que não ocorre na solidariedade.
3. A indivisibilidade verifica-se automaticamente, ao passo que
a solidariedade nunca se presume, resultando expressamente da lei
ou da vontade das partes, a vontade faz a lei.
Conclui-se que há mais diferenças que semelhanças entre os
institutos, uma vez que a principal consiste na sua origem. Na
solidariedade, trata-se do vínculo jurídico, enquanto que na
indivisibilidade resulta-se da natureza da prestação. São nítidas as
diferenças e que nada impede que reúnam-se na mesma
obrigações características das obrigações indivisíveis junto das
solidárias, ao mesmo tempo.

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