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ILUSTRÍSSIMO SENHOR SECRETÁRIO DA FAZENDA DO ESTADO DE SÃO PAULO

Auto de Infração n° 3.140.386-4

Rebouças Grill Churrascaria LTDA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o n°..., com
sede n rua..., n°..., bairro..., São Paulo/SP, CEP n°..., endereço eletrônico..., vem respeitosamente, por
meio de seu advogado abaixo assinado (procuração em anexo) com endereço profissional para
recebimento de intimações na rua..., n°..., bairro..., cidade..., estado..., CEP..., vem respeitosamente à
presença de Vossa Excelência, apresentar, com fulcro no art. 56 do Decreto 7.574/2011, a presente

IMPUGNAÇÃO ADMINISTRATIVA

ao auto de infração n° 3.140.386-4, promovido pela SECRETARIA DA FAZENDA, pessoa jurídica de


direito público inscrita no CNPJ sob o n°..., endereço eletrônico..., sediada na rua..., n°..., bairro...,
cidade..., estado..., cep..., pelas razões de fato e de direito expostas:

I - Dos Fatos

O Auto de Infração e Imposição de Multa (AIIM), acusou o Recorrente de deixar de recolher ICMS
"apurado por meio de levantamento fiscal". O recorrente deixou de pagar a quantia de RS
371.659,99 (trezentos e setenta e um mil seiscentos e cinquenta e nove reais e noventa e nove
centavos) do ICMS relativos ao exercício financeiro de 2009. O lançamento do crédito tributário foi
“apurado por meio de levantamento fiscal” e "com base nas informações fornecidas pelas empresas
administradoras de cartões de crédito e/ou débito", atribuindo, por meio de cálculo, a alíquota de
18% (dezoito por cento) referente ao ICMS.

II - Do cabimento e da Tempestividade

A presente impugnação é válida pois ocorreu um lançamento de Imposto sobre Circulação de


Mercadorias e Serviços, tendo como base legal o artigo 56 do Decreto 7.574/11. Ademais, conforme
previsto no mesmo art. mencionado, é cabível a impugnação no prazo de 30 dias a contar da
notificação de lançamento.

III - Do Direito

Uma vez praticado o lançamento do crédito tributário, ele se torna irrevisível administrativamente,
salvo na hipótese de impugnação, disposta no art. 145, I do CTN. Através da revisibilidade, é dado ao
contribuinte o direito de submeter às autoridades hierarquicamente superiores a revisão de decisões
administrativas. Ademais, o devido processo legal garante que ninguém será privado de sua
liberdade ou de seus bens sem que haja um processo regulado por normas legais previamente
estabelecidas, que garantam a igualdade das partes envolvidas no conflito, previsto no artigo 5º,
inciso LIV da Constituição Federal.

Tendo em vista que a Secretaria da Fazenda realizou o lançamento do recolhimento do ICMS


puramente baseado em presunções unilaterais, violou o princípio da verdade material ao realizar
uma perícia unilateral, ao recolher informações relativas ao exercício financeiro de 2009 das
empresas de cartão de crédito e informações do contribuinte por meio das GIAs. Além disso, ela
lançou a diferença sem verificar se houve isenções, substituições ou alíquotas menores.

Destarte, o artigo 16, § 4º do Decreto 70.235/1972 estabelece que a prova documental deve ser
apresentada durante o processo de impugnação. Este direito se expurgue ao ser realizado em
qualquer outro momento do processo (a não ser que haja comprovação de impossibilidade de
apresentação oportuna por motivo de força maior), se refira a fato ou direito superveniente ou
destine-se a contrapor fatos ou razões trazidas posteriormente aos autos - o que não foi o caso,
desafiando a verdade material, princípio disposto no art. 148 do CTN.

Desta forma, se faz necessária a realização de perícia contábil, a fim de que se possa comprovar, em
acordo com o Art.16, § 4º do Decreto 70.235/1972, que a Secretaria da Fazenda realizou o seu
trabalho com equívocos e de forma inadequada, cruzando informações do contribuinte obtidas por
empresas de cartões de crédito e de débito, e através de GIAs, tendo sido realizada de forma
presumida e com falta de prova pericial-contábil. O lançamento a título de ICMS foi elaborado
unilateralmente e inviabilizou o exercício da ampla defesa e do contraditório, garantidos no art. 5º,
inciso LV da CF.

Portanto, conclui-se que a anulação do auto de infração deve-se ser imposta, pois o mesmo não
respeitou os princípios da verdade material e da ampla defesa. A comprovação da exigência indevida
se fará, portanto, por meio da perícia contábil, assim como definido pelo art. 156 do NCPC.

IV – Da Suspensão da Exigibilidade do Crédito Tributário

Na área administrativa, a suspensão da exigibilidade do Crédito Tributário ocorre automaticamente,


não sendo necessário preencher nenhum requisito para que ocorra essa suspensão, assim como
previsto no art. 151, III, CTN.

V- Dos Pedidos

Diante do exposto, requer:

a. O RECEBIMENTO da presente impugnação, visto ser este pertinente e tempestivo;


b. CANCELAMENTO do auto de infração em razão de não respeitar os princípios da ampla
defesa, previsto no art. 5°, LX da Constituição Federal e no Decreto 70.235/1972; da
verdade material, conforme art. 147 do CTN e do Art.16, § 4º do Decreto 70.235/1972; e da
falta de perícia contábil das provas apresentadas pela Secretaria da Fazenda;
c. Produção de provas (art.57, IV, Decreto 7.574/2011) através do PERITO CONTÁBIL (art. 156
do NCPC);
d. Que seja RECONHECIDA A SUSPENSÃO da exigibilidade do Crédito Tributário, enquanto
estiver em discussão administrativa o presente Auto de Infração, nos termos do art. 151 do
CTN.
Nestes termos,
Pede deferimento

Local, data
Advogado
OAB n°

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