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Angelina Abudo Dumar

Benilda Remo Mucatare

Délio Humberto Vasco Lopes

Felismina Artur

Jesualdo Bernabé Nchopa

Laurinda da Conceição Simão Mandala

Martina John Pios

Quarta Extinção em Massa

Curso de Licenciatura em Geologia com Habilitações em Mineração

Universidade Rovuma
Nampula
2022
Angelina Abudo Dumar
Benilda Remo Mucatare
Délio Humberto Vasco Lopes
Felismina Artur
Jesualdo Bernabé Nchopa
Laurinda da Conceição Simão Mandala
Martina John Pios

Quarta Extinção em Massa

Curso de Licenciatura em Geologia com Habilitações em Mineração

Trabalho de carácter avaliativo da cadeira de


Paleontologia, curso de Licenciatura em
Geologia, 2º Ano, leccionada pelo Docente:
MSc. Deoclesiano Faro Nhazilo

Universidade Rovuma
Nampula
2022
Índice

I. Introdução, Metodologia e Objectivos ............................................................................... 4

1.1. Introdução ........................................................................................................................ 4

1.2. Objectivos do Trabalho ................................................................................................... 5

1.3. Metodologia do Trabalho ................................................................................................ 5

II. Quarta Extinção em Massa ................................................................................................. 6

2.1.2. Causas das Extinções em Massa .............................................................................. 6

2.1.3. Tipos de Extinções em Massa .................................................................................. 7

2.2. Quarta Extinção em Massa ( Período Triássico-Jurássico) ........................................ 7

2.2.1. Período Triássico ...................................................................................................... 7

2.2.1.1. Características ....................................................................................................... 7

2.2.1.2. Paleogeografia do Triássico.................................................................................. 8

2.2.1.3. Flora e Fauna do Triássico.................................................................................... 8

2.2.2. Período Jurássico ...................................................................................................... 9

2.3. Extinção em Massa (Período Triássico-Jurássico) .................................................... 10

2.3.1. Grupos extintos ou directamente afectados: ....................................................... 10

2.3.2. Teorias que Explicam a Extinção do Período Triássico-Jurássico ......................... 11

III. Conclusão e Referências Bibliográficas ........................................................................ 12

3.1. Conclusão ...................................................................................................................... 12

3.2. Referências Bibliográficas ............................................................................................. 13


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I. Introdução, Metodologia e Objectivos

1.1.Introdução

A extinção é um dos temas relacionados a natureza mais debatidos. Desde o surgimento do


planeta diversas extinções ocorreram, elas podem ser em pequena escala e grande escala. As
extinções de pequena escala geralmente atingem espécies individuais, e podem ocorrer através
de dois processos: extinção filética também chamada pseudo-extinção ou pela interacção entre
organismos (competição por recursos).

As extinções podem ocorrer de três maneiras diferentes: a extinção filética, de fundo ou em


massa. A extinção filética, também chamada de pseudoextinção, ocorre quando acontecem
mudanças gradativas nas espécies ao longo do tempo que as tornam diferentes das populações
originais, sendo consideradas, portanto, uma nova espécie.

As extinções de fundo ocorrem em decorrência da interação normal entre as espécies e destas


com o meio. Como exemplo, podemos citar uma espécie que ocupa o mesmo nicho ecológico
que outra. Por estarem necessitando de um mesmo recurso, a competição entre elas poderá levar
uma das espécies à extinção.

Já as extinções em massa são caracterizadas pela destruição de um número elevado de espécies


em pouco período de tempo.

No que tange a estrutura, o presente trabalho apresenta uma introdução, objectivos do trabalho,
metodologia usada, desenvolvimento da pesquisa e por fim a conclusão e as referências
bibliográficas.
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1.2.Objectivos do Trabalho

1.2.1. Objectivo Geral

➢ Abordar de forma clara sobre o Fenómeno da Quarta Extinção em Massa.

1.2.2. Objectivos Específicos

Tendo em vista alcançar o objectivo acima mencionado, são necessários definir as seguintes
linhas de actuação:

➢ Definir o conceito de Extinção em Massa;


➢ Abordar sobre a Paleogeografia, Fauna e Flora dos diferentes períodos que
compreendem a Quarta extinção em Massa;
➢ Caracterizar o fenómeno da Quarta Extinção em Massa;
➢ Mencionar as causas da quarta Extinção em Massa;
➢ Indicar as espécies afectadas.

1.3.Metodologia do Trabalho

Para a realização do presente trabalho, foi desenvolvido na base do método de pesquisa


bibliográfica que consistiu na consulta de artigos, teses e obras literárias que abordam sobre o
tema em alusão.
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II. Quarta Extinção em Massa

2.1.Extinção em Massa

A extinção pode ser definida como o desaparecimento de todos os indivíduos de uma espécie
no planeta, num dado intervalo de tempo.

Uma extinção em massa envolve destruição de biodiversidade, ou seja, diminuição da


diversidade/variedade de seres vivos existentes, numa determinada altura do registo geológico.

Numa extinção em massa desaparecem grupos de espécies inteiros, devido a um fenómeno


catastrófico e repentino ou a uma combinação de fenómenos que actuam em longo prazo.

As extinções em massa determinaram o início e o fim de eras geológicas.

Estas grandes extinções ocorreram por diversos motivos, como choques de asteróides,
mudanças climáticas, alterações na tectônica de placas, níveis globais de vulcanismo e elevação
do nível dos mares.

Estima-se que o planeta já tenha passado por cinco períodos de extinção em massa, sendo que
os três primeiros mataram organismos primitivos que viviam no mar e o quarto matou répteis e
moluscos marinhos.

Há 65 milhões de anos, o quinto e mais famoso evento causou a extinção dos dinossauros. Sabe-
se que essa extinção foi provocada pelo impacto de um meteoro que formou a cratera de
Chicxulub.

2.1.2. Causas das Extinções em Massa

Pode-se agrupar estas causas para a extinção em dois grandes grupos: as causas terrestres e as
causas extraterrestres. Entre elas, podem citar-se:

➢ Alteração do nível do mar;


➢ Alterações climáticas;
➢ Impactos de grandes meteoritos e cometas;
➢ Movimento de placas tectônicas;
➢ Vulcanismo intenso.

Eventos de extinção em massa são relacionados tanto a causas extraterrestres, como impactos
de corpos celestes na superfície do planeta, enquanto que as causas terrestres estão relacionadas
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com factores, como mudanças climáticas bruscas, variações do nível do mar, entre outros
(Schultz, 2010).

2.1.3. Tipos de Extinções em Massa

Segundo (Freeman & Herron, 2009), existiram 5 extinções em massa:


➢ Extinção do Ordoviciano-Siluriano (há cerca de 440 milhões de anos);
➢ Extinção do Devoniano (365 milhões de anos);
➢ Extinção do Permiano-Triássico (250 milhões de anos);
➢ Extinção do Triássico-Jurássico (215 milhões de anos);
➢ Extinção do Cretáceo-Paleogeno (65 milhões de anos).

A pesquisa em alusão, abordará acerca da Quarta Extinção Massiva que decorreu no período
Triássico-Jurássico.

2.2. Quarta Extinção em Massa ( Período Triássico-Jurássico)

2.2.1. Período Triássico

O Período Triássico, em tempo geológico, é o primeiro período da Era Mesozoica e começou


a 252 milhões de anos, no fim do Período Permiano. Esse período terminou a 201 milhões de
anos, sendo sucedido pelo Período Jurássico.
2.2.1.1.Características

➢ Surgimento dos primeiros dinossauros;


➢ Surgimento de répteis voadores, os pterossauros;
➢ Aparecimento de crocodilos, tartarugas, sapos e mamíferos;
➢ Surgem os primeiros mamíferos;
➢ Vegetação dominada por plantas coníferas, samambaias de sementes;
➢ Aparecimento de corais nos oceanos;
➢ Aparecimento de moluscos, como mariscos e caracóis;
➢ Aparecimento de répteis marinhos;
➢ Aparecimento de tubarões;
➢ Predominância de plantas gimnosperma (com sementes);
➢ Calotas polares ausentes;
➢ Clima quente e árido;
➢ Início da divisão da Pangeia.
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2.2.1.2.Paleogeografia do Triássico

Durante o período Triássico, quase toda massa da Terra estava concentrada em um único
supercontinente centrado mais ou menos no equador e estendendo-se de um Pólo ao outro
chamado Pangeia (toda Terra). A Pangeia unia todos os continentes em uma única superfície
terrestre, o clima era bem definido devido à influência dos oceanos. Como se tratava de um
único continente muito extenso e envolto por água, a temperatura nas regiões litorâneas eram
mais amenas, já no interior do território o clima era mais seco e quente, até ocorrer à formação
de desertos.

2.2.1.3.Flora e Fauna do Triássico

Nesse período, a vida terrestre passa por intensa diversificação tanto na fauna, como na flora e
começa o fenômeno da divisão do supercontinente Pangeia. O repovoamento do planeta ocorre
após a extinção que marcou o fim do Período Permiano.

Com a fragmentação da Pangeia o clima era de tendências tropicais, com forte evaporação. A
temperatura era mais quente e seca que actualmente, a média do planeta era quase o dobro da
actual.

O clima dos pólos era de uma condição temperada e húmida, já que o momento favorecia o
crescimento de florestas. As gimnospermas começaram a substituir as pteridospermas. Sob
essas características, os répteis eram as espécies dominantes, uma vez que as condições
favoreciam sua perpetuação.

A fauna era dominada pelos répteis e a partir destes surgiram os primeiros dinossauros, que
prevaleceram durante o Jurássico e o Cretáceo. Contudo, os do Triássico eram mais baixos e
quadrúpedes.

No decorrer deste período apareceram os primeiros insectos com metamorfoses completas, os


primeiros mamíferos e as primeiras angiospérmicas.

Alguns dos animais que viveram no Triássico são: plateossauro, coelophysis, cynodont,
cynogathus, demastosuchus, eoraptor, erythrosuchus, estauricossauro, heterodontossauro,
ictiossauro, pterossauro, melanossauro, rutiodonte, saltopus.
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Imagem 1. Ilustra a flora e fauna no período Triássico. Fonte: (Wikipédia, 2022)

2.2.2. Período Jurássico

Na escala de tempo geológico, o Jurássico é o período da era Mesozoica do éon Fanerozoico.


Cobre 65,3 milhões de anos (desde o período Triássico, de há 201,3 milhões de anos, até ao
início do Cretáceo, há 145 milhões de anos). Isto é, o período Jurássico precede o Cretácico e
sucede o Triássico, na era em que surgiu o Oceano Atlântico.
O nome Jurássico é devido às montanhas Jura, situadas nos Alpes, que contêm grande
quantidade de rochas deste período.

2.2.2.1.Paleogeografia do Jurássico

Com o aumento do nível dos oceanos, terras baixas foram encobertas pelo mar, o que
dividiu Pangeia em dois continentes: Laurásia, ao norte, e Gondwana, ao sul. Essa divisão
também permitiu que a humidade vinda do mar atingisse regiões que antes não atingia (por
estarem no interior de Pangeia), o que tornou o clima mais húmido.

2.2.2.2.Flora do Jurássico

Durante o Jurássico, o clima quente e húmido fez com que as florestas se proliferassem, o que
fez a diversidade de plantas se tornar muito maior que a do Triássico. As plantas predominantes
são: cicadáceas, ginkgos e coníferas gigantescas (sequoias). Também é neste período que
surgem as primeiras plantas com flores.
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2.2.2.3.Fauna do Jurássico
A fauna do Jurássico é marcada pela hegemonia dos répteis em todos os
ambientes: dinossauros na terra, pterossauros no ar e plesiossauros no mar. O período também
é marcado pelo surgimento das primeiras aves e dos primeiros mamíferos verdadeiros.
Nos oceanos, além dos plesiossauros, também existem crocodilos marinhos, tubarões já muito
parecidos com os actuais (ex.: Hybodus) e outros répteis marinhos (ex.: ictiossauros).
Começaram a surgir dinossauros mais evoluídos e inteligentes, que eram superiores aos
primitivos répteis do Triássico.

Imagem 2. Ilustra a flora e fauna no período Jurássico. Fonte: (Wikipédia, 2022)

2.3. Extinção em Massa (Período Triássico-Jurássico)

A extinção do Triássico-Jurássico aconteceu há 200 milhões de anos e extinguiu 80% das


espécies do planeta, incluindo diversos tipos de dinossauros. De acordo com especialistas,
a extinção em massa foi provocada pela actividade geológica colossal, que aumentou a
temperatura global e os níveis de dióxido de carbono na atmosfera.

2.3.1. Grupos extintos ou directamente afectados:

No Mar , as faunas dos recifes foram dizimadas, os amonoides e equinodermos quase foram
extintos, enquanto braquiópodes, gastrópodes e biválvios foram profundamente abalados.
Em Terra, os últimos anfíbios labirintodontes também desapareceram assim como os diápsidos
arcossauros que permitiu aos dinossauros desempenharem papel dominante no
período Jurássico e posteriormente no período Cretáceo.
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2.3.2. Teorias que Explicam a Extinção do Período Triássico-Jurássico

Diversas teorias tentam explicar a extinção do Triássico-Jurássico, mas todas são refutáveis:

➢ Muitos sugerem uma mudanças no clima e no nível dos oceanos, mas isto não explica
as extinções massivas no reino marinho.
➢ Sugere-se também o impacto de asteróide, mas nenhuma cratera proveniente daquela
época foi encontrada até então.
➢ A mais provável das teorias é que erupções vulcânicas maciças teriam sido responsáveis
por tal extinção, elas teriam liberado quantidades imensas de dióxido de
carbono e dióxido de enxofre que teriam causado um aquecimento global intenso e
depois um resfriamento.
➢ Extravasamento de lava conhecido como CAMP-Central Atlantic Magmatic Province,
ocorrido no final do Triássico com a abertura do Atlântico, pode ter influenciado a
extinção, apesar de não existir uma explicação para seu preciso mecanismo de acção.
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III. Conclusão e Referências Bibliográficas

3.1.Conclusão

Extinção em massa é um termo utilizado para caracterizar catástrofes naturais que possuem a
capacidade de eliminar cerca de 75% das espécies em 2,8 milhões de anos, segundo o The
Conversation.

Diz-se que uma espécie está extinta quando não existe mais nenhum indivíduo pertencente
àquela espécie na Terra. Esse processo, apesar de trágico, é comum e é bastante importante para
o processo evolutivo das espécies. Vale destacar ainda que todas as espécies, sem excepção,
acabam caminhando em direcção à extinção. Estima-se que as espécies viventes hoje não
correspondam a nem 1% do número de espécies que viveram no planeta.

A extinção pode ocorrer por vários motivos, dentre eles, destacam-se a destruição do habitat,
competição, doenças, caça e matanças deliberadas, mudanças ambientais drásticas e catástrofes
ambientais.

Actualmente os processos de extinção estão ocorrendo principalmente em decorrência da acção


antrópica. Os seres humanos frequentemente destroem o habitat das espécies, diminuem sua
população com a caça predatória e afectam diretamente os seres vivos com sua poluição e
contaminação do ambiente e inserção de espécies em novas áreas. Além desses factores, as
alterações climáticas existentes, que prejudicam um grande número de espécies, têm relação
directa com as atitudes do homem.
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3.2.Referências Bibliográficas

ALMEIDA, J. A. C, BARRETO, A. M. F. O Tempo Geológico e Evolução vida. In


CARVALHO, I. Paleontologia: Conceitos e Métodos. 3. Ed. Rio de Janeiro: Interciência, 2010.
V. 1, p. 93-109.

https://mundoeducacao.uol.com.br/biologia/extincao.htm

Paleontologia: Conceitos e métodos V.1 Ed.3

PRESS, F.; SIEVER, R.; GROTZINGER, J.; JORDAN, T. H.. Para entender a Terra. 4ª Ed.
Porto Alegre: Bookman Editora, 2006. 656 p.

SCHULTZ, C. L.. Extinções. In: CARVALHO, I. S.. Paleontologia. Rio de Janeiro: Ed.
Interciência, 2004. Vol. 1., p.115-128.

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