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OBRIGAÇÃO QUANTO AO MODO DE EXECUÇÃO FACULTATIVO.

No estudo do direito civil, observa-se, dentro do direito das obrigações, que tais
prestações podem ser simples, cumulativas ou alternativas.
Quando seu objeto é apenas uma prestação (entrega de um veículo, por ex.), ela é
simples; quando se trata de mais de um objeto (objeto composto ou plural, ex.:
entrega de um veículo e um cavalo), ela é cumulativa ou conjuntiva.
Nas obrigações alternativas, as prestações são ligadas pelo “ou”: entrega de um
veículo ou de um cavalo. Diferente das demais obrigações acima referidas, as
obrigações alternativas têm disciplina própria. Essa obrigação diz respeito a várias
prestações, sendo que apenas uma será realizada. O Art. 253 do Código Civil versa:
“Se uma das duas prestações não puder ser objeto de obrigação ou se tornada
inexeqüível, subsistirá o débito quanto à outra.”.
No que se refere a obrigação facultativa, ressalta-se que esta modalidade
obrigacional não encontra-se descrita no nosso Código Civil, entretanto o
entendimento que a Doutrina expressa é o de que na obrigação facultativa, ao
contrário do previsto na alternativa, só há uma prestação devida, que poderá o
devedor substituir por outra prestação anteriormente determinada em contrato ou lei,
como forma de facilitar o pagamento da obrigação.
Na obrigação facultativa, no momento da celebração do contrato, as partes já
atribuem ao devedor a prerrogativa de cumprir prestação diversa.
Para exemplificar:
João e Maria celebraram um contrato de prestação de serviços, no qual Maria, que é
organizadora de eventos e decoradora, se comprometeu a organizar o aniversário
de 50 anos de João, que será dentro de 60 dias. O contrato pré estabeleceu que, no
caso da Maria não entregar o serviço contratado sem justificativa coerente e sem
aviso prévio de, pelo menos 30 dias antes da data prevista para a festa, ela terá que
arcar com multa equivalente a 30% do valor que seria pago a ela pela prestação.
Por conta de falta de organização em sua agenda, 15 dias antes da festa, Maria
informa a João que infelizmente não conseguirá entregar o que foi estabelecido em
contrato e pede que João reconsidere a possibilidade do não pagamento da multa,
pois ela enfrenta problemas financeiros.
Entretanto, João, tendo conhecimento da validade jurídica do contrato e de seus
direitos, informa que não poderá reconsiderar, pois ela avisou muito em cima da data
prevista e agora ele terá gastos maiores na contratação de uma organizadora de
eventos para uma data tão próxima.
Nota-se que para Maria, restaram duas opções, como pré estabelecido na
celebração contratual:
a) Entregar, no dia previsto, a decoração e o evento devidamente organizados.
b) Arcar com uma multa de 30% do valor total que seria pago a ela pelo serviço
prestado a João.
Nesse caso, a obrigação Maria de organizar e decorar a festa de aniversário de
João era uma obrigação de execução facultativa, pois ela possui a faculdade de
escolher, por parte do devedor, como quitar a prestação em caso de dificuldades de
cumprimento da obrigação de fazer inicial.

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