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Direito Administrativo e
Administração Pública
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Capítulo 1
Seção 1
Noções introdutórias
O Brasil é uma federação, formada pela união indissolúvel dos entes federativos,
quais sejam, a União, os Estados-membros, o Distrito Federal e os Municípios.
Cada ente federativo goza de personalidade jurídica de Direito Público Interno,
com aptidão para o gozo e exercício de direitos e obrigações na ordem jurídico-
constitucional.
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Direito Administrativo I
Conforme ensina Carvalho Filho (2013, p. 3), “A cada um dos poderes foi
cometida uma função. Assim, ao Poder Legislativo foi concedida a função
normativa (ou legislativa); ao Executivo, a função administrativa; e, ao Judiciário, a
função jurisdicional.”
Funções típicas e atípicas
dos Poderes da República
Funções típicas Funções típicas
Funções típicas
Ocorre na prática Dizer o direto no caso
de atos de chefia Natureza legislativa concreto, solucionando
de estado, chefia a lide e restabelecendo
Fiscalização de governo e atos a paz entre os litigantes.
contábil, de administração
financeira,
orçamentária e
O Chefe do Executivo, quando
patrimonial
autorizado pela CRFB pode
do Estado
praticar determinadas funções
legislativas, como é o caso da
edição de medidas provisórias,
com força de lei (art. 62, CRFB).
Natureza jurisdicional Natureza executiva
Natureza executiva Natureza legislativa
Quando a CRFB Ocorre ao dispor
autoriza o exercício da sobre sua organização,
função jurisdicional provimento, cargos, No caso, por ex., Ocorre ao dispor sobre sua
pelo Senado Federal, férias, processos da edição do Regimento organização, provimento,
como, por ex., no disciplinares etc. Interno dos Tribunais. cargos, férias, processos
julgamento do
Presidente da disciplinares etc.
República
(Art. 52, II, CRFB)
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Capítulo 1
Para Carvalho Filho (2013, p. 4), nenhum dos critérios isoladamente será
suficiente para indicar a função administrativa, diante do seu caráter residual,
ou seja, a “[...] função administrativa é aquela exercida pelo Estado ou por seus
delegados, subjacentemente à ordem constitucional ou legal, sob regime de
direito público, com vistas a alcançar os fins colimados pela ordem pública.”
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Hely Lopes Meirelles (2004, p. 4), conceitua o Direito Administrativo como o “[...]
conjunto harmônico de princípios jurídicos que regem os órgãos, os agentes e as
atividades públicas tendentes a realizar concreta, direta e imediatamente os fins
desejados pelo Estado”.
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Capítulo 1
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Direito Administrativo I
Desta forma, a doutrina, por ser fonte secundária, servirá apenas como elemento
de interpretação da norma jurídica, ao esclarecer o seu sentido e alcance. A
jurisprudência, que são as reiteradas decisões dos Tribunais, por ser também
uma fonte de interpretação da norma, exerce uma boa influência sobre o modo
como estas passam a ser entendidas e aplicadas. Os costumes, por sua vez, são
as práticas reiteradas no âmbito da administração pública que acabam por gerar
padrões comportamentais com sentido de obrigatoriedade.
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Capítulo 1
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Seção 2
Administração Pública: sentidos
Administração Pública engloba tanto as tarefas a serem realizadas bem como os
executores destas tarefas, neste sentido, tomando como base os executores da
atividade e a função desempenhada, a expressão pode ser abordada em dois
sentidos (CARVALHO FILHO, 2013, p. 11):
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Capítulo 1
Exemplificando:
João, pessoa natural, está um pouco mais exaltado e agride, com um tapa,
Carlos. Assim, Carlos, vítima, ajuíza ação indenizatória por danos morais em face
de João. Depois de devidamente citado, João contesta a ação, alegando em sua
defesa sua ilegitimidade, uma vez que quem bateu no rosto de Carlos foi a sua
mão, e ele não poderá ser responsabilizado por esta ação de sua mão.
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Direito Administrativo I
É obvio que não! Uma vez que quem bateu no rosto de Carlos foi a pessoa como
um todo e não apenas “parte’ dela. Neste caso, João utilizou um órgão seu para
agredir Carlos. A atuação da mão é imputada a João na sua integridade como
pessoa.
Vamos ver mais um exemplo? Imagine que o Ministério da Saúde (União Federal,
portanto), tem uma ambulância, integrante do seu patrimônio, ou seja, dos seus
quadros, que veio a atropelar alguém. A vítima procura um Defensor Público da
União para propor a ação de ressarcimento.
Neste caso, a ambulância está à disposição do Ministério da Saúde, que, por sua
vez, é órgão público, integrante da União Federal. Desta feita, a atuação daquele
órgão vai ser imputada ao ente público como um todo, ou seja, a ação será
proposta em face da União Federal.
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Capítulo 1
Di Pietro (2010, p. 506) conceitua órgão público “[...] como uma unidade que
congrega atribuições exercidas pelos agentes públicos que o integram com o
objetivo de expressar a vontade do Estado.”
Por sua vez, Diógenes Gasparini (2010, p. 101) esclarece que os “[...] órgãos
públicos não são pessoas, mas centros de competências criados pelo Direito
Público. Ademais, são partes ou componentes da estrutura do Estado e por isso
dele não se distinguem. Vale afirmar: não têm personalidade jurídica.”
Agora, que tal verificar qual a posição jurisprudencial adotada pelo Superior
Tribunal de Justiça a respeito?
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Seção 3
Princípios Administrativos
Diferentemente de outros ramos do direito, o Direito Administrativo não é
codificado, ou seja, não há um documento legal único, sistematizando as normas
de Direito Administrativo. Em razão disso, as normas estão distribuídas em
diversos instrumentos normativos, tendo como norma maior a Constituição da
Republica Federativa do Brasil.
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Carlin (2007, p. 65), por sua vez, elucida que os princípios são “[...] os valores
fundamentais éticos, sociais, políticos e de justiça, representadores dos anseios,
necessidade e realidades sociais num determinado momento histórico, que
alicerçam todo o ordenamento jurídico, garantindo-lhe validade.”
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Por que os indivíduos, no campo privado, podem fazer tudo o que a lei não
veda, e o administrador público só pode fazer o que a lei autoriza. Desta forma, o
princípio da legalidade estatuído no art. 5º, II, da Constituição Federal (BRASIL,
1988) refere-se à liberdade de ação, como direito fundamental. É a aplicação do
princípio da autonomia da vontade, “que lhes permite fazer tudo o que a lei não
proíbe.” (DI PIETRO, 2010, p. 64).
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[...]
O princípio da finalidade não está no caput do artigo 37, mas a ideia da finalidade
acaba sendo associada à impessoalidade pela doutrina. Não posso atender a
interesse pessoal, tenho que atender à finalidade pública. Por isso, então, sempre
que falamos em princípio da impessoalidade, lembramos desvio de finalidade ou
vice-versa.
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Então a impessoalidade tem esses dois contextos, associada ao artigo 37, § 1º,
da Constituição Federal (BRASIL, 1988), mais pragmático, e, associada ao desvio
de finalidade.
a. impessoalidade
b. publicidade
c. moralidade
d. eficiência
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Di Pietro (2010, p. 78) nos diz: “Em resumo, sempre que em matéria
administrativa se verificar que o comportamento da Administração ou do
administrado que com ela se relaciona juridicamente, embora em consonância
com a lei, ofende a moral, os bons costumes, as regras de boa administração,
os princípios de justiça e de equidade, a ideia comum de honestidade, estará
havendo ofensa ao princípio da moralidade administrativa.”
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Capítulo 1
Veja como pode ser elaborada uma questão objetiva sobre este princípio:
a. moralidade
b. publicidade
c. impessoalidade
A publicidade é relativa, ou seja, a regra é que tudo tem de ser público, com as
ressalvas constitucionalmente admitidas.
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Observe como este tema está sendo cobrado nos concursos públicos:
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A partir da reforma administrativa, há uma preocupação clara: não basta você ser
bonzinho, não basta ser honesto, tem de ser eficiente, demonstrar resultado. Até
1998 bastava ser bonzinho, bastava ser honesto, agora não, tem de, além disso,
produzir resultado.
Carvalho Filho (2013, p. 29) é quem faz uma diferença entre Eficiência, Eficácia
e Efetividade. Da eficiência para a efetividade o que ele separa é o resultado. A
eficiência é essa meta de desempenho, realizada de forma frequente por critérios
objetivos. Mas a obtenção do resultado já é efetividade. Então você pode ser
eficiente e não ser efetivo. A eficácia diz respeito aos meios utilizados, se são
eficazes ou não.
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a. impessoalidade
b. publicidade
c. legalidade
d. eficiência
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