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PRODUTOS

DE ORIGEM ANIMAL
Abate de Bovinos
Alunos: Cleiton, David, Gustavo, Luiz Paulo e Ronildo
Professora: Andrea
Recepção dos bovinos
• A recepção deve assegurar que os animais não
sejam acuados, excitados ou maltratados.
• Os animais devem ser conduzidos com cuidado e
os bretes e corredores por onde os animais são
conduzidos devem ser concebidos de modo a
reduzir o mínimo de ferimentos e estresse. Após a
separação dos animais nos currais de chegada e
seleção, é interessante que os animais passem por
uma limpeza inicial (utilizando mangueiras ou
aspersores) para diminuir o estresse e iniciar a
limpeza dos animais, que será concluída nos
chuveiros de aspersão antes da sala de matança.
Insensibilização dos bovinos
• Também chamada de atordoamento,
essa etapa do abate submete o animal
ao estado de inconsciência e
insensibilidade. Um dos métodos
utilizados em bovinos é através do uso
da pistola pneumática de dardo cativo
penetrante ou não penetrante, com o
animal contido em um box de metal.
Sangria dos animais
• Já insensibilizado, o bovino entra na praia de
“vômito”, onde é erguido pela pata traseira e
passa pelos chuveiros para retirada do
conteúdo que escorre da boca. A sangria é
realizada no máximo 1 minuto após a
insensibilização pela incisão dos grandes
vasos que emergem do coração (artérias
carótidas e artérias vertebrais) de modo a
provocar um rápido, profuso e mais completo
possível escoamento de sangue. O tempo
mínimo de duração da sangria é de 3 minutos,
período no qual não pode ser realizada
nenhuma manipulação no animal.
Esfola
• Nessa etapa do abate ocorrem várias
operações que são iniciadas pela retirada do
couro (esfola = separação do panículo
subcutâneo) que pode ser realizada, tanto por
equipamentos para tração do couro quanto
por trabalho manual através de facas.
• São realizadas a esfola do traseiro, dianteiro,
lateral da carcaça, e da cabeça, assim como a
retirada dos mocotós traseiros e dianteiros
(quando esses não são retirados ao final da
sangria), retirada do úbere (fêmeas) ou
vergalho (machos) e a oclusão do reto.
• Desarticulação da cabeça • Evisceração
No início da área limpa das operações de Corresponde à retirada dos órgãos
abate, há a desarticulação da cabeça, a internos da carcaça separando as vísceras
abertura do cupim e separação da cabeça brancas (trato gastrointestinal) das
do pescoço. Somente após a oclusão do vermelhas (coração, pulmão, etc). Deve
esôfago ocorre a retirada da cabeça. As ser feita de forma cuidadosa, de modo a
oclusões do reto e esôfago são realizadas evitar o rompimento dos órgãos e
para evitar a contaminação da carcaça contaminação da carcaça.
com conteúdo gastrointestinal. Após a
retirada da cabeça, o conjunto cabeça e As vísceras são acondicionadas em
língua segue para inspeção e ocorre a bandejas e seguem para a inspeção post
serragem do peito e abertura da cavidade mortem.
torácica para evisceração.
Inspeção post-mortem
• Exame dos pés (estabelecimentos • Exame dos rins
exportadores)
• Exame dos lados internos e externos
• Exame do conjunto cabeça-língua da parte caudal da meia carcaça e seus
linfonodos
• Cronologia dentária
• Exame do trato gastrintestinal, baço, • Exame dos lados internos e externos
da parte cranial da meia carcaça e seus
pâncreas, bexiga e útero
linfonodos
• Exame do fígado • Carimbagem
• Exame dos pulmões e coração
Serragem das meias carcaças
• O corte para formar meias carcaças é
realizado por serras elétricas seguindo o
cordão espinhal da carcaça. As serras são
higienizadas a cada corte em
esterilizadores próprios. Após a serragem
das carcaças são retirados e inspecionados
os rins e é realizado o toalete das meias
carcaças, que consiste na retirada através
do uso de facas do excesso de gorduras,
coágulos sanguíneos e contusões, além do
diafragma e a medula espinhal.
Refrigeração
• Após a divisão, as meias carcaças são carimbadas, pesadas • É importante ressaltar que durante o processo de abate
e lavadas com jatos de água à temperatura de 38°C, com são utilizados parâmetros para classificação das carcaças e
o objetivo de retirar esquírolas ósseas, excesso e manchas esses estão descritos na IN n° 9 de 4 de maio de 2004 do
de sangue e coágulos. Em seguida são encaminhadas para MAPA.
a refrigeração e a temperatura da musculatura deve
atingir no máximo 7°C antes de seguir para a expedição. • Os parâmetros são:
• De acordo com a Portaria n°304 de 22 de abril de 1996, • sexo;
os estabelecimentos de abate de bovinos somente • maturidade;
poderão entregar carnes e miúdos para comercialização,
com temperatura de até 7°C. • peso da carcaça;
• e acabamento da carcaça (distribuição e quantidade de
gordura de cobertura em áreas diferentes da carcaça).
• Esse sistema de classificação é de caráter obrigatório em
estabelecimentos sob regime de Inspeção Federal (SIF).
• Outra obrigatoriedade vigente e também muito
importante é a exclusão da produção de farinha de
carne e ossos (graxarias) dos seguintes materiais
considerados de risco específico para a
Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB):
encéfalo, olhos, medula espinhal de bovinos e
bubalinos com idade igual ou superior a 30 meses
e as amídalas e a parte final do intestino delgado
(íleo – 70 cm) de bovinos e bubalinos de qualquer
idade. Esse assunto pode ser consultado no
Memorando CGI/DIPOA n° 8/2017 e no
Memorando CGI/DIPOA n° 001/2007.
Cortes e Desossas
• Nesta etapa ocorre o corte e a desossa das carcaças
resfriadas, tendo duas finalidades:
serem divididas em porções menores para
comercialização ou serem processadas para
produtos derivados (Amaral, 2010)
• Para dar sequência no processo deve haver cuidado e
controle durante os cortes e
desossas, como tempo e temperatura de esterilização,
frequência de troca de facas e
chairas, higiene dos colaboradores, uso de luvas e
higienização, deve-se ter medidas de
controle para evitar qualquer maneira de contaminação
cruzada entre produtos (PACHECO
E YAMANAKA, 2008)
Embalagem
• Segundo Tesser (2009), para comercialização de
produtos de origem animal devem
ser considerados: os tipos de embalagem e o
mercado que será comercializado. Alguns
tipos de embalagem são em bandejas e a vácuo.
Embalagens em bandejas são as mais comuns em
supermercados, são bandejas de
poliestireno recobertas com filme de PVC. Este
tipo de embalagem é uma boa opção para
acondicionar produtos in natura que respiram, ou
seja, consomem oxigênio e libera gás
carbônico, mesmo dentro da embalagem, o que
acaba dando uma vida útil maior a carne
(TESSER, 2009).
Estocagem
• Segundo Brasil (1984), para a
estocagem de carnes a temperatura
destas deve ser
mantida até 7°C (produtos resfriados)
e até -8°C (produtos congelados). O
local da
estocagem não deve ter condensação
nas paredes e forro, pois o
gotejamento em caixas de
carne danifica a embalagem e podendo
causar danos ao produto.
Expedição
• De acordo com BRASIL (2005), o
transporte deve estar em condições de
preservar
a segurança do produto, ou seja, o veículo
tem que estar limpo e higienizado, possuir
um
controle de temperatura. O produto não
pode permanecer muito tempo em estado
de espera
e temperatura, o transporte deve ser
adotado de sistema de refrigeração e
congelação, de
acordo com o produto.
fatores que podem influenciar na qualidade da
carne
• Estresse do animal e declínio do pH: o estresse ao qual o • Alimentação: o excesso da gordura de cobertura tornou-
animal é submetido antes do abate pode interferir se um importante indicador de qualidade e afeta
consideravelmente no tempo do declínio do pH da carne, diretamente na velocidade de resfriamento da carcaça,
caracterizando um rigor mortis atípico com grandes comportando-se como um isolante térmico e
prejuízos na qualidade da carne. Aqui, o problema mais interferindo no processo de conversão do músculo em
conhecido é a carne DFD. carne.
• Genética: pode influenciar na maciez e na cor da carne. • Idade ou maturidade: quanto mais velhos, maior será a
As raças também diferem quanto à curva de crescimento concentração de mioglobina nos músculos e, portanto,
dos tecidos e, consequentemente, ao menor ou maior mais escura será a carne. A cor da gordura também é
acúmulo de gordura, ou ainda, quanto ao peso e afetada pela idade de abate, ficando amarelada como
espessura dos músculos ou cortes cárneos a um decorrência da deposição prolongada de carotenóides
determinado peso de carcaça. Essas características são oriundos das forragens, no caso de bovinos com
interligadas aos atributos visuais e organolépticos da alimentação à pasto.
carne.
• Resfriamento: o abaixamento rápido da • Maturação: a maturação é um processo
temperatura dos músculos, no início do complexo, afetado por muitas variáveis, tais
desenvolvimento do rigor mortis, pode como a idade e raça do animal, velocidade de
provocar o endurecimento da carne. Esse glicólise, quantidade e solubilidade do
fenômeno é denominado “cold shortening” colágeno, comprimento do sarcômero das
(encurtamento pelo frio). miofibrilas, força iônica e degradação das
proteínas miofibrilares. Há evidências de que
• Estimulação elétrica: a estimulação elétrica a maturação pode melhorar em cerca de 25%
(EE) das carcaças, com aparelhos de baixa a maciez da carne, mas sua eficácia é bem
voltagem, nos primeiros 10 minutos após a menor em carcaças de bovinos de quatro
sangria, ou com altas voltagens na primeira anos ou mais, bem como naquelas que
hora post mortem, constitui uma técnica sofreram um rigoroso “cold shortening”.
com o objetivo de tornar a carne mais macia.
• Fonte: FELÍCIO, P.E. Fatores que influenciam na qualidade da carne bovina.
In: A. M. Peixoto; J. C. Moura; V. P. de Faria. (Org.). Produção de Novilho de
Corte. 1.ed. Piracicaba: FEALQ, 1997, v. Único, p.79-97.
Obrigado a todos pela atenção

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