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Ativação de Linfócitos T (CD4 e CD8) 

Para que células T virgens se tornem ativadas é necessário que elas reconheçam, na superfície de
uma célula apresentadora de antígeno profissional (APC), um fragmento peptídico estranho ligado a
uma molécula de MHC própria. A ativação exige também a emissão simultânea de um sinal co-
estimulatório pelas células apresentadoras de antígeno especializadas. As móléculas co-
estimulatórias,encontradas na superfície das APCs, são as glicoproteínas B7.1 e B7.2, denominadas
moléculas B7 . O receptor para moléculas B7, denomoinado CD28, é encontrado na superfície de
células T.

A ligação do complexo peptídeo MHC ao receptor de célula T (TCR) e a ligação de B7 a CD28, na


célula T, dirigem a ativação e expansão de células T que encontraram o antígeno específico
apresentado por uma APC. A ativação das células T virgens induz a expressão e secreção de
interleucina 2 (IL-2), assim como a expressão de receptores de alta afinidade para IL-2 na
superfície das células T antígeno - específicas. A união da IL-2 com o receptor de alta afinidade
permite a progressão ao longo do ciclo celular. As células T assim ativadas podem se dividir duas a
três vezes por dia durante vários dias, o que leva uma célula a originar milhares de células filhas,
todas portadoras de um mesmo receptor específico para o antígeno. A ativação das células T causa
também a expressão, na superfície celular da célula T, de uma molécula chamada CD40 ligante.
Esta molécula se liga a CD40 na superfície das células B, ativando-as a expressarem B7.1 e B7.2 na
sua superfície, o que conduz mais tarde, à resposta de célula T.

Uma vez que as células T sejam ativadas, elas passam a exibir um receptor adicional, chamado
CTLA-4 que se assemelha muito com a seqüência de CD28. As moléculas B7, presentes na
superfície das APCs, ligam-se com mais avidez a CTLA-4, presente na superfície de células T, do
que a CD28. A ligação de B7 a CTLA-4 emite um sinal inibitório à célula T ativada para que a
resposta proliferativa seja efetivamente interrompida e para que seja produzida uma menor
quantidade de IL-2, fator de crescimento para a célula T. Assim, a ligação de CTLA-4 às moléculas
B7 é essencial para diminuição da resposta proliferativa das células T ativadas ao antígeno e à
molécula B7na superfície das APCs.

O reconhecimento do antígeno na ausência de co-estímulo inativa as células T virgens, induzindo


um estado de não responsividade ao antígeno conhecido como anergia. A mais importante alteração
nas células T anérgicas é a incapacidade de produção de IL-2. Isso impede que elas proliferem e se
diferenciem em células efetoras quando encontrarem o antígeno, mesmo que esse seja
posteriormente apresentado por APCs profissionais.

Células T cujos receptores de antígeno são ligados na ausência de sinais co-estimulatórios fracassam
na produção de IL-2 e, em vez de tornarem-se anérgicas, elas morrem. Essa dupla necessidade para a
a ligação do receptor e o co-estímulo ajuda a evitar que as células T virgens respondam a antígenos
em células de tecido próprio, que não possuem atividade co-estimulatória.

Finalmente, as células T em proliferação se diferenciam em células T efetoras ativadas que atuarão


sobre qualquer célula-alvo que exiba antígeno em sua superfície. As células T efetoras podem
mediar uma variedade de funções, as mais importantes sendo a lise da célula infectada pelas células
T CD8 citotóxicas, a ativação de macrófagos pelas células TH1, caracterizando a imunidade
mediada por células e a ativação de células B por células TH2, conduzindo a uma resposta imune
humoral.

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