Você está na página 1de 5

Lourdes Maria XLIV

ATIVAÇÃO DOS Quando a célula T virgem recebe esses

LINFÓCITOS T
estímulos ela é ativada, se torna uma
célula efetora e se prolifera, o processo de
proliferação é chamado de expansão
clonal. Em que moléculas já específicas
para combater o antígeno estão se
proliferando

Precisam de moléculas que auxiliem na


transdução do sinal dentro do citoplasma,
tais como CD4 ou CD8, CD3 e CD28
(sinapse imunológica).

A seguir, as etapas do primeiro e segundo


sinal:

Reconhecimento do
antígeno:
Sempre o primeiro sinal. É esse processo
que vai garantir que haja uma resposta
específica para o antígeno. Além dos
peptídeos do antígeno presentes no MHC,
receptores de células T (TCR) outras proteínas de superfície também
participam desse processo de ativação das
O receptor de células T é uma molécula células T, isso inclui moléculas de adesão
encontrada na superfície das células T, que estabilizam a ligação da célula T com a
ou linfócitos T, responsável pelo
célula apresentadora de antígeno APC e os
reconhecimento de fragmentos de
coestimuladores.
antígeno como peptídeos ligados a
moléculas do complexo principal de As relações imunes mediadas pela célula T
histocompatibilidade (MHC).
CD4 são mediadas por antígenos proteicos
estrutura molecular e moléculas de microrganismos ingeridos pelas células
acessórias: dendríticas ou por antígenos proteicos
solúveis administrados com coadjuvantes
é composto por duas cadeias proteicas:
(vacinas) que são capturados pelas células
TCR1: gama e delta dendríticas- ANTÍGENOS EXOGENOS. Esses
TCR2: alfa e beta antígenos microbianos ou os solúveis são
internalizados dentro das vesículas das
Ativação de linfócitos T: células dendríticas, digeridos, e
1. Primeiro sinal para a ativação: apresentados em associação ao MHC
Ocorre quando o TCR reconhece a classe II para o linfócito TCD4
ligação do antígeno com o MHC
Já as respostas das células TCD8 são
2. Segundos sinais: representado induzidas por antígenos no citoplasma das
pelos coestimuladores células –dendríticas, como por exemplo um
vírus que infectou essa célula -ANTÍGENOS
Lourdes Maria XLIV

ENDÓGENOS. E também por antígenos com a maior molécula transmembranica. O


ingeridos pelas células dendríticas que são CD3 vai agir com enzimas que vão atuar na
processados e acoplados, fazendo com que fosforilação de substratos dentro do
adquiram característica de antígeno citoplasma ativando enzimas que irão
endógeno para poder ser feita a formar fatores de transcrição nuclear, e
apresentação ao TCD8 (já que o T CD8 esses fatores vão migrar para o núcleo,
trabalha reconhecendo no MHC classe 1 a selecionarão seguimento gênicos dentro
apresentação de antígenos endógenos). do núcleo, e com esses segmentos gênicos
Esse último processo é chamado de será mudado o comportamento da célula.
apresentação cruzada. Esse processo citado é a TRANSUÇÃO DE
SINAL citada anteriormente: ‘’ Precisam de
As células T efetoras diferenciadas podem moléculas que auxiliem na transdução do
responder aos antígenos apresentados sinal dentro do citoplasma, tais como CD4
por células diferentes das dendríticas, ou CD8, CD3 e CD28 (sinapse
como os macrófagos e os linfócitos B. Já as imunológica).’’
células virgens precisam da apresentação
de uma célula dendrítica.

Moléculas acessórias: Transdução de sinal:


São moléculas expressas nas APC’s- A partir do momento que um macrófago
células apresentadoras de antígeno, como ou uma célula dendrítica fagocita um
os macrófagos e células dendríticas- que antígeno, ela digere dentro do Fagossoma
irão se ligar ao receptor na célula T e que e seleciona alguns peptídeos desse
irão funcionar como um segundo estímulo antígeno. Esses peptídeos selecionados vão
na ativação do linfócito T. N ausência ligar-se ao MHC e ir para a superfície
dessas moléculas acessórias as células T celular para serem apresentados para o
entram num estado de não responsividade linfócito. Essa ligação de peptídeo
(anergia) ou morrem por apoptose. antigênico com o MHC inicia a geração de
sinais intracelulares que vão caracterizar a
transdução de sinal.

A partir da sinapse estabelecida o CD3


muda de conformação na porção
citoplasmática, e isso vai alterar o
ambiente bioquímico de dentro do
citoplasma, fazendo com que ocorram o
processo de fosforilação de substratos, de
influxo de cálcio pra dentro do citoplasma
e a ativação de novas enzimas como a
Calmodulina – enzimas que formam os
fatores de transcrição nuclear. Com isso
são gerados os fatores de transdução
nucleares, esses fatores migram para o
CD3 CD4 E CD8 são moléculas acessórias
núcleo e lá selecionam segmentos gênicos.
transmembranicas responsáveis por emitir
Um desses fatores de transcrição nuclear
segundos mensageiros bioquímicos a nível
vai selecionar o segmento gênico que
intracelular quando são ativadas,
codifica a Il-2 e o receptor de Il-2 e fazer
principalmente o CD3, pois é a molécula
com esse segmento gênico seja transcrito e
Lourdes Maria XLIV

traduzido: o resultado disso é a expressão proteína antiapoptotica bcl-2, além disso


da citocina e do seu receptor. E a função ela aumenta a produção de citocinas
autócrina da IL-2 será induzir mitose efetoras como o interferon gama e IL-4
(expansão clonal da célula T específica) pelas células T. ela tem ação endócrina e
parácrina. O Interferon gama é
Liberação das citocinas: responsável por ativar macrófagos,
estimula a expressão de Complexo
maior de histocompatibilidade,
crescimento, maturação e
diferenciação de muitos tipos de
células, aumenta a atividade de células
NK, regula a resposta inflamatória,
potencializa outros interferons e
modula a atividade dos linfócitos ...
É a il-2 que é responsável pela expansão
clonal das células T específicas para o
antígeno

Coestimuladores
A via coestimuladora de ativação do
linfócito T mais conhecida envolve o
receptor de superfície da célula T, o CD28,
que se liga as moléculas coestimuladoras
B71 (CD80) e B72 (CD86) que são expressas
nas células dendríticas. Essa ligação entre o
Os macrófagos e células dendríticas
linfócito T e a célula dendrítica por meio
produzem citocinas que participam da
das moléculas B e o receptor CD28
ativação das células T. A principal citocina
assegura que a resposta dos linfócitos T
liberada é a IL-12 que induz o
sejam feitas no tempo correto e lugar
desenvolvimento de células T virgens em
correto. As células B7 é presente nas
células T efetoras e de memória.
células dendríticas macrófagos e linfócitos.
A Il-2 é a citocina mais importante São os antígenos e as citocinas (como o
produzidas pelas células T logo após a sua interferon gama) que estimulam a
ativação, frequentemente dentro de 2 a 4 apresentação das moléculas B7 durante a
horas depois do reconhecimento do reposta da imunidade inata.
antígeno e dos coestimuladores. Ela é um
Os sinais do CD28 trabalham em
fator de crescimento de sobrevivência e
cooperação com o reconhecimento do
de diferenciação para os linfócitos T e
antígeno para iniciar as respostas das
executa funções muito importantes na
células T virgens. O acoplamento do CD28
manutenção das células T reguladoras. Os
leva a ativação de diversas vias de
receptores da il-2 são transitoriamente
sinalização, algumas das quais amplificam
expressados na ativação das células t
os sinais originados via complexo receptor
virgens e efetoras, mas as células t
antígeno. O resultado dessas vias de
reguladoras sempre expressam os
sinalização é a expressão elevada de
receptores da il-2. Essa citocina garante a
proteínas anti-apoptóticas que promovem
sobrevivência das células quando induz a
a sobrevivência das células T, a
Lourdes Maria XLIV

proliferação elevada das células T, a próprios ligados ao MHC – Auto


produção das citocinas como a IL2 e a tolerância
diferenciação de células T virgens em
células efetoras e de memórias. Essas Após a seleção positiva e negativa, o
células (efetoras e de memória) timócito CD4+ CD8+ se comprometerá
previamente ativadas são menos com apenas uma função, e com o
dependentes dessa coestimulação do que reconhecimento de apenas uma classe
as células virgens. Por exemplo, a célula T- de MHC.
cd8 precisa dessa estimulação para
diferenciar-se em T-citotóxica, mas as
células T efetoras citotóxicas podem
Resumo:
destruir outras células mesmo que não
expressem esses coestimuladores ou Fagocitose inicial de Ag:
níveis baixos deles como níveis baixos de
As células apresentadoras de antígenos
B7. Com níveis baixos de B7, no lugar do
(APCs) são capazes de fagocitar
CD28 o ligante será o CTLA-4
patógenos através do reconhecimento
O CD28 é provavelmente o coestimulador de padrões moleculares associados à
mais importante. B7.1 e B7.2 são patógenos (PAMPs), através dos
encontradas em macrófagos, células Receptores semelhantes à Toll (TLR).
dendríticas e células B. A CTLA-4 é
homóloga da CD28, competindo pela A ligação do PAMP-TLR promove:
ligação com a B7.1 e a B7.2. A estimulação
da CD28 prolonga e aumenta a produção Recrutamento intracitoplasmático de
de IL-2, que é responsável pela indução e proteínas adaptadoras
proliferação dos linfócitos T. Recrutamento de proteínas cinases
Células dendríticas ativam os linfócitos T
Ativação de fatores de transcrição
virgens (Naivi- linfócitos T que irão atuar
pela primeira vez) Ativação de genes relacionados à:
Expressão de citocinas inflamatórias,
quimiocinas, moléculas de adesão,
Maturação dos moléculas co-estimuladoras e citocinas
antivirais
linfócitos no timo
Ag proteicos cruzam as barreiras epiteliais
ou entram na circulação sanguínea
Processo de seleção:
Seleção positiva: ocorre no córtex do
Células dendríticas imaturas capturam os Ag
timo. Induz a sobrevivência de nos tecidos ou no baço
linfócitos que tenham TCR capazes de
reconhecer moléculas de MHC próprio Células dendríticas migram para os
linfonodos ou permanecem no baço, onde
– Restrição ao MHC. amadurecem e se alojam na zona de células
T, atraídas por quimiocinas
Seleção negativa: Ocorre na medula do
timo. Induz a apoptose de linfócitos As células dendríticas apresentam os Ag
fagocitados e fragmentados através do MHC,
capazes de reconhecer antígenos e expressam co-estimuladores que fornecem
segundos sinais para os linfócitos T
Lourdes Maria XLIV

Homeostasia da Resposta Diferenciação dos


por Células T Linfócitos T citotóxicos
A ativação de linfócitos T CD8+ requer o
reconhecimento do Ag (via MHC classe
I), e segundos sinais, que são dados por
células dendríticas e por linfócitos T
helper.
Para que as células dendríticas
apresentem Ag fagocitados via MHC
classe I, é necessário que células
A erradicação do Ag promove a morte infectadas sejam fagocitadas por
de células efetoras células dendríticas, e ocorra
Conforme o Ag é eliminado, os apresentação cruzada de Ag (priming
linfócitos T efetores são privados de cruzada).
estímulos para sobrevivência, gerados Importante:
tanto pelo encontro com o Ag, como
também pelas moléculas co- Durante a ativação do linfócito TCD8, o
estimuladoras e citocinas produzidas antígeno apresentado para ele através
pela reação inflamatória. do MHC classe um, já será o antígeno
da apresentação cruzada. Um antígeno
Diferenciação dos exógeno que por ter sido internalizado
por uma célula dendrítica (APC) ficou
Linfócitos T auxiliares com característica de endógeno. Esse
mesmo antígeno também será
Os linfócitos T CD4+ (Th0) ativados
apresentado para os linfócitos TCD4.
podem se diferenciar em:
Foi citada aqui a célula dendrítica, pois
Th1: ativa macrófagos infectados por os linfócitos NAIVI são ativados
patógenos intracelulares principalmente pelas células
dendríticas, as outras APC’s atuam em
Th2: favorece a produção de
linfócitos já maduros.
anticorpos
(uma APC terá tanto MHC classe I
Th17: potente indutora da inflamação,
quanto MHC classe II em sua célula,
e antagonista de Th1 e Th2
justamente por isso que será possível
Th0 fazer a apresentação cruzada)

E eles são plásticos, o Th1 pode voltar


a ser Th0 e depois se transformar em
Th17 por exemplo.

Você também pode gostar