ENVIAR PARA O E-MAIL: gabrielladesouza@claretiano.edu.
br NÃO ENVIAR PELA SAV.
Imunologia
1) Descreva o Processo de Reconhecimento pelos Linfócitos T
2) Explique o que são as Células Apresentadora de Antígenos e as Células de Antígenos Profissionais 3) Explique as 5 Fases do Processo de Captura de Antígenos Proteicos 4) Descreva o Complexo de Histocompatibilidade Classe I e Classe II 5) Explique o Processamento dos Antígenos Citosólicos para Apresentação pelo MHC Classe I 6) Explique o Processamento dos Antígenos Internalizados para a Apresentação pelo MHC Classe II 7) Explique o que são as regiões Fab, Fc, Parótopo, Isótipo e Epítopo 8) Explique sobre o Processo de Maturação e Seleção dos Linfócitos T 9) Descreva sobre as Classes de Imunoglobulinas 10) Fale sobre a Função da Interleucina-7.
Genética
1) Explique e Descreva sobre a Síndrome de Edwards
2) Descreva em Relação ao Processo de Não-Disjunção na Meiose I e II 3) Descreva o Score de Marion 4) Descreva sobre o Procedimento de Transluscência Nucal 5) Descreva sobre o Tipos de Rearranjos Estruturais Equilibrados e Não Equilibrados.
Imunologia – Respostas:
1) – Primeiramente, deve ser ressaltado que os receptores de antígenos dos
linfócitos T não conseguem reconhecer o micro-organismo como um todo, somente um pedaço daquele agente ou pedaços de peptídeos de proteínas produzidas por aquele agente invasor. As células T apresentam um receptor de antígenos chamado Receptor de Células T (TCR). Este TCR é um receptor de membrana, ou seja, ele fica ancorado na membrana do linfócito T e não é secretado. Ele apresenta cadeia alfa e beta ligada por ligações de dissulfeto e cada cadeia apresenta uma região variável e constante. Tanto a cadeia alfa como a beta são capazes de reconhecer especificamente os peptídeos de antígenos que lhes são apresentados via MHC. Existem os linfócitos TCD4+ e os TCD8+, e cada um reconhece o antígeno de uma maneira diferente. Para o reconhecimento de antígenos, no caso do TCD8+, ele deve se ligar ao MHC de classe I presente em todas as células nucleadas do corpo para reconhecê-las como próprias e não as destruir via citotoxicidade. Já os linfócitos TCD4+ só são ativados quando são apresentados os antígenos a eles via Células Apresentadoras de Antígenos (APC) pelo MHC de classe II, presente somente nessas APC’s. Portanto, o CD8 só responde ao MHC de classe I e o CD4 só responde ao MHC de classe II. Este MHC se liga ao TCR, porém, ele sozinho não é capaz de transmitir um sinal para ativar o linfócito T. Essa transmissão é realizada por um complexo proteico (CD3+ Cadeia CSI) associado ao TCR chamado complexo TCR-CD3. Portanto, após a ligação do antígeno com o TCR, esse complexo TCR-CD3 que envia sinais para esta célula T para que ela seja ativada. Quando o linfócito T imaturos são ativados pela primeira vez, preferivelmente, por uma célula dendrítica, ele se torna ativo e realiza o processo de expansão clonal e diferenciação em células T de memória e em células efetoras. Estas células efetoras necessitam serem apresentadas novamente ao mesmo antígeno por outras APC’s além das dendríticas para darem início as respostas humorais e celulares.
2) - As Células Apresentadoras de Antígenos (APC’s) são células responsáveis por
apresentar aos linfócitos CD4 os peptídeos de um agente invasor via MHC de classe II. Estas células são responsáveis por realizar fagocitose e, através desta, uma digestão intracelular do agente invasor. Feita a digestão, estes restos de peptídeos ligam-se ao MHC de classe II e estes são expressos na membrana destas APC’s. A partir deste momento, o MHC de classe II se liga ao receptor de célula T para ativar o linfócito CD4. As células apresentadoras de antígenos profissionais são as células dendríticas. Elas são responsáveis por fagocitar o agente invasor e apresentá-lo ao linfócito T inativo, para que este se torne ativo e se diferencie em efetor e de memória. A primeira apresentação é preferível que seja feita por elas já que elas estão localizadas na porta de entrada do corpo e são elas que fazem a ponte entre a imunidade inata e adaptativa, além de serem excelente células fagocitárias. Existem dois tipos de células dendríticas: as clássicas e as plasmocitóides. As clássicas estão localizadas nos órgãos linfóides secundários e tecidos, e são responsáveis pela ativação dos linfócitos TCD4, enquanto as plasmocitóides localizam-se no sangue e são responsáveis por secretar interferons para ativar os linfócitos TCD8 para combater especialmente os vírus.
3) – O primeiro passo ocorre através do encontro das células dendríticas com o
micro-organismo. As células dendríticas apresentam receptores em suas membranas que se ligam especificamente à antígenos, como os receptores de lectina. Ao se ligarem a estes receptores, o antígeno é fagocitado por estas células dendríticas. O segundo passo é a captura do antígeno. A digestão intracelular deste micro- organismo e de seus produtos metabólicos estimulam reações imunes inatas via receptores do tipo TOLL, que são a liberação de citocinas inflamatórias. O terceiro passo é a ativação das células dendríticas. Quando o receptor tipo TOLL é sinalizado e libera citocinas para o sangue, estas citocinas são responsáveis por ativar estas células dendríticas. No caso da célula dendrítica clássica, quando ela é ativada, ela perde sua adesão pelo epitélio na qual está localizada e expressa seu receptor de quimiocinas para irem pela corrente sanguínea até os gânglios linfáticos onde estão localizadas as células T que liberaram substâncias quimiotáticas que se ligaram aos receptores de quimiocina das células dendríticas para atraí-las àquele local (gânglios linfáticos) por quimiotaxia. O quarto passo consiste justamente nas quimiocinas atraindo as células dendríticas do epitélio até os linfonodos locais daquele epitélio, que migram através dos vasos linfáticos para estes linfonodos. Vale ressaltar que durante esta travessia, a célula dendrítica amadurece, deixando de ser apenas uma célula que captura antígenos, mas que agora apresenta antígenos, passando a ser uma APC, destinada a apresentar este micro-organismo ao linfócito T via MHC. É este processo de amadurecimento que a torna uma célula profissional. O último passo consiste na apresentação do antígeno ao linfócito T via MHC. Este processo é extremamente eficiente, porém, é lento, tendo uma duração de 12 a 18 horas. As células dendríticas apresentam uma habilidade única chamada de apresentação cruzada. Neste processo, quando uma célula dendrítica é infectada por um vírus, este pode fazer com que a célula dendrítica deixe de expressar seu MHC de classe I. Entretanto, como ela é uma célula fagocitária, ela consegue fagocitar uma célula infectada pelo mesmo vírus, expressar o MHC classe I desta célula fagocitada e apresentar diretamente para o TCD8, sem passar pelo TCD4. Desse modo, o TCD8 ativo passa a destruir as células infectadas por este vírus via citotoxicidade (perforinas e granzimas).
4) – Basicamente, o papel do MHC é apresentar peptídeos antigênicos aos
linfócitos T específicos para aquele antígeno. Este MHC contém uma grande quantidade de genes que codificam proteínas especializadas chamadas de antígenos leucocitários humanos (HLA). Este HLA forma um complexo que é responsável por impedir a entrada de um micro-organismo e de impedir que ele se espalhe. O MHC contém dois conjuntos de genes, MHC de classe I e MHC de classe II. O MHC de classe I é constituído de uma cadeia alfa, que apresenta três domínios extracelulares, associada com uma proteína chamada de B2- microglobulina. Os domínios alfa 1 e 2 da cadeia alfa são formam uma fenda por onde se ligam os peptídeos, e que pode acomodar de 8 a 9 aminoácidos. Lá no fundo da fenda de ligação ao peptídeo está localizado a região onde se ligam os peptídeos que serão apresentados aos linfócitos T. as paredes das fendas são responsáveis por se ligar ao TCR. O domínio alfa 3 é invariante e contém um sítio que se liga somente ao correceptor do TCD8 e não do TCD4, por isso o MHC de classe I somente responde ao TCD8. O MHC de classe I está presente em todas as células nucleadas (exceto hemácias) e realiza a apresentação aos linfócitos CD8 (citotóxicos). O MHC de classe II apresenta cadeias alfa e beta com duas regiões e dois domínios cada. As regiões aminoterminais de ambas são chamadas de alfa 1 e beta 1, que formam fendas de ligação que acomodam peptídeos de 13 a 18 aminoácidos (10 a 30 resíduos). Os domínios alfa 2 e beta 2 contém o sítio de ligação para o correceptor das células TCD4. O MHC de classe II está presente nas células APC’s (linfócitos B, macrófagos e células dendríticas) e realiza a apresentação para o linfócito CD4 (auxiliar).
5) – No caso do MHC de classe I, as proteínas que são produzidas no citoplasma a
partir de vírus ou outros parasitas intracelulares obrigatórios que foram fagocitados, são marcadas por um peptídeo chamado de ubiquitina. Esta ubiquitina marca as proteínas que devem ser destruídas, e estas são destruídas por um complexo chamado proteassoma (composto por enzimas proteolíticas). Estas proteínas são degradadas em vários peptídeos que se ligam às moléculas do MHC de classe I apenas. As moléculas do MHC são sintetizadas no REG e, para que ocorra a ligação peptídeos + moléculas de MHC, é necessário a presença de um transportador (molécula) chamado TAP (transportador associado c/ transporte de antígeno). Esta TAP localiza-se na membrana do REG e se liga a estes peptídeos para assim transportá-los ativamente (c/ gasto de energia) para dentro do REG, onde se ligam a uma molécula de MHC classe I vazia. Vale ressaltar que a TAP só transporta um peptídeo quando há encaixe perfeito, e este encaixe só se dá com aqueles peptídeos provenientes de proteínas degradadas pelo complexo ubiquitina-proteassoma.
6) – No caso do MHC de classe II, os peptídeos são provenientes do processo de
fagocitose das APC’s. Ao serem fagocitados, os agentes invasores ficam numa vesícula chamada fagossomo, que se liga ao lisossomo formando o fagolisossomo. Feito isso, os lisossomos lançam suas enzimas proteolíticas nesta vesícula e degradam as proteínas destes agentes invasores. Essa destruição gera diversos peptídeos que serão ligados às moléculas do MHC de classe II. Na fenda de ligação desta molécula de MHC de classe II se liga uma cadeia invariante. Esta proteína invariante ocupa a fenda impedindo a ligação de peptídeos do REG, pois estes devem se ligar ao MHC de classe I. esta proteína invariante é exclusiva do MHC de classe II e impede a ligação de qualquer peptídeo que não tenha vindo de um processo de fagocitose. As proteínas invariantes também não aceitam peptídeos marcados pela via ubiquitina-proteassoma. Quando a ligação peptídeo- MHC classe II é forte, ela se torna estável e este complexo é transportado até a superfície da membrana para que o processo de apresentação de antígeno ocorra. Se não houver ligação e esta molécula de MHC ficar vazia, ela se torna instável e é destruída por enzimas lisossomais. 7) – Região Fab (Fragmento de Ligação do Antígeno): é uma região presente nos anticorpos que contém sítios de ligação para que os antígenos se liguem. Esta região Fab corresponde aos braços dos anticorpos e é formado pela cadeia leve a parte da cadeia pesada do anticorpo, apresentando um domínio constante e um variável (na extremidade) de cada uma das cadeias leves e pesadas.
Parátopo: é um local de união do antígeno que está contido no domínio
variável da região Fab. Ele é formado por Regiões Determinantes de Complementaridade (CDR), onde a mais importante é a CDR 3 que é onde o antígeno se ligará. Esta ligação (reconhecimento) dá-se por um mecanismo chave-fechadura.
Região Fc (Fragmento Cristalino): região composta com a outra parte da cadeia
pesada e é a grande responsável por determinar a atividade biológica e as funções efetoras dos anticorpos, uma vez que ela determina seus isótipos, ou seja, o tipo de anticorpo (imunoglobulina).
Isótipo: corresponde ao tipo de anticorpo. São ao todo 5 classes de isótipos que
se diferem entre si em localização, função, propriedades e habilidades. São eles: IgM, IgG, IgA, IgD e IgE.
Epítopo: é a parte do antígeno que o anticorpo reconhece. Os nossos
anticorpos não são capazes de reconhecerem o antígeno como um todo, somente reconhecendo uma parte, um pedaço dele. Este pedaço é chamado de epítopo. A ligação do anticorpo com o epítopo é muito específica, sendo conhecida como adaptação induzida. Este processo é responsável por permitir que os anticorpos identifiquem e se unam apenas ao seu único antígeno. Ao acontecer este reconhecimento, o antígeno fica marcado e torna-se alvo fácil para os outros componentes do sistema imune destruí-lo, processo chamado de opsonização.
8) – As células tronco hematopoiéticas na medula óssea são diferenciadas em
progenitoras imaturas de células T. Estas células imaturas migram da medula óssea para o timo e lá recebem um estímulo da interleucina 7 que permite sua proliferação. Estas células proliferadas agora tornam-se pró-linfócitos T. Porém, essa diferenciação só acontece por conta de estímulos gerados por um grupo proteico chamado de JACK3. Estes pró-linfócitos T recebem o nome de duplo negativo pois não expressam nem CD4 e CD8. Estes vão se diferenciar em pré- linfócito T. Nesta fase inicia-se o rearranjo genético para a formação do receptor TCR que, inicialmente, é um pré-receptor funcional. A presença deste pré-receptor é fundamental para dar continuidade ao processo de maturação do pré linfócito T, uma vez que este pré- receptor envia sinais de sobrevivência para manter o pré-linfócito T vivo e continuar amadurecendo. Aqueles pré-linfócitos que não tiverem expressado o pré-receptor são eliminados por apoptose. Aqueles pré- linfócitos T que expressaram o pré-receptor são agora chamados de linfócitos T duplo positivos, pois expressam tanto o CD4 quanto o CD8. A partir deste estágio, os linfócitos já expressam o receptor completo + CD3 e CSI e ambos CD4 e CD8. Neste momento, eles passam por um processo chamado seleção positiva, onde passarão a expressar uma única positividade, ou seja, ou o CD4 ou o CD8. Para isso, estes linfócitos T duplo positivo terão que se ligar com o MHC. Se a ligação entre eles for muito forte, os linfócitos T sofrem apoptose e morrem, para evitar uma possível resposta autoimune, processo chamado de seleção negativa. Aqueles que se ligam moderadamente ao MHC são os selecionados. Se esse linfócito T ligar-se ao MHC de classe I, ele passa a expressar apenas o CD8. Se esse linfócito T ligar-se ao MHC de classe II, ele passa a expressar apenas o CD4. Uma vez maturado, estes linfócitos são enviados para a circulação e passam a expressar seus receptores de L-selectina e quimiocinas, que só são ativados durante um processo infeccioso. O linfócito TCD4+ será responsável pela coordenação da resposta imune contra agentes invasores, liberando citocinas e interleucinas para estimular a resposta imune humoral. O linfócito TCD8+ será responsável pela eliminação de parasitas intracelulares obrigatórios e células tumorais, reconhecendo aquela célula como não própria e destruindo-a através da liberação de seus grânulos citotóxicos de perforinas e granzimas, que atuam fazendo a célula sofrer apoptose. As células T de memória são aquelas derivadas de outros linfócitos T que respondem a um mesmo invasor caso ele infecte o sistema novamente. Quando isso ocorre, essas células de memória são reativadas e a resposta imunológica é mais rápida e eficiente.
9) – Como já mencionado, são 5 classes diferentes de imunoglobulinas: IgM, IgG,
IgA, IgD e IgE. Elas se diferem quanto as suas propriedades biológicas, localização, funções e habilidades. Estes isótipos diferenciam-se durante o desenvolvimento e ativação dos linfócitos B. A IgG é a mais versátil de todas as imunoglobulinas e é a principal Ig no sangue. É composta por cadeias pesadas gama (IgG1, IgG2, IgG3 e IgG4). É a única que consegue atravessar a placenta (exceto a IgG2) e também está presente no leite materno. Também tem a função de fazer a fixação no sistema complemento (exceto IgG4), consegue se ligar às regiões Fc de macrófagos, monócitos e alguns linfócitos, potencializando a função destas células. Também é capaz de opsonizar antígenos, que ficam “marcados” para serem destruídos pelas células fagocitárias. A IgM é a terceira Ig mais abundante no sangue e a primeira a ser feita por um linfócito B virgem quando este é estimulado por um antígeno. Composta por cadeias pesadas Mu. Ela é eficiente para causar a lise de micro-organismos. São excelentes aglutinadoras também por conta de sua estrutura, agregando vários antígenos para que sejam todos fagocitados de uma vez. A IgA é a segunda Ig mais comum no sangue. Composta por cadeias pesadas alfa. Ela está presente, principalmente, nas secreções como lágrimas, colostro, saliva e muco. Por conta de sua localização, é uma Ig importantíssima para a imunidade local (de mucosa). A IgD é encontrada em qtd muito baixa no sangue, não tendo um papel claro neste local. Composta por cadeias pesadas delta. Ela é primariamente encontrada na superfície de células B maduras, ancoradas na sua membrana e funcionando como um receptor para antígenos. Também se associa a IgM. A IgE é formada por cadeias pesadas épsilon e são responsáveis por se ligarem a alérgenos e ativarem mastócitos. Quando se ligam aos mastócitos, basófilos e eosinófilos, induzem a liberação de histamina para início da reação inflamatória. São responsáveis por causar a reação de hipersensibilidade (alergia) nos indivíduos. Também é responsável por proteger o corpo contra os helmintos. A função dos anticorpos, portanto, consiste em: Neutralização, bloqueando a reprodução e o ataque de agentes invasores, para que não sejam efetivos. Aglutinação, agregando vários antígenos uns nos outros para que sejam todos fagocitados. Precipitação, deixando os antígenos solúveis no soro para que sejam fagocitados. Ativação do sistema complemento: estimulando a formação do Complexo de Ataque a Membrana (MAC), para que haja a lise do antígeno.
10) – A interleucina 7 é um fator de crescimento produzido pelas células estromais
da medula óssea e timo para estimular o processo de proliferação e sobrevivência dos precursores iniciais dos linfócitos. Graças a essa interleucina 7 que o processo de crescimento e maturação dos linfócitos B e T ocorre.
Genética – Respostas:
1) – A síndrome de Edwards é uma trissomia do cromossomo 18. Ela ocorre
devido a não disjunção do cromossomo 18 durante a meiose materna. A maioria dos casos são trissomias completas, com todas as características da doença presente. Uma pequena parte dos casos é por mosaicismo. Nos casos de mosaicismo os bebês chegam a sobreviver por mais tempo, pois não são todas as células com 47 cromossomos, algumas permanecem com 46, portanto, a criança não vai ter todos os sintomas característicos da doença e os sintomas da doença acabam sendo menos agressivo. Entretanto, mesmo no mosaicismo ela ainda é fatal. São ao todo 150 anormalidades presentes na S. de Edwards. Essas anormalidades são divididas de acordo com a frequência de suas manifestações nos pacientes (divididas em mais de 50% dos pacientes; 10-50%; menos que 10%). 2) – Na não disjunção da meiose I, os cromossomos homólogos não são separados e, como consequência, os gametas acabam apresentando um representante de ambos os membros do par de cromossomos, paterno ou materno, ou não possuem nenhum cromossomo. Na não disjunção da meiose II, as cromátides irmãs que não são separadas e, como consequência, os gametas que apresentarem o cromossomo extra conterão estas duas cópias do cromossomo como totalmente paterno ou materno.
3) – O score de Marion foi feito com o intuito de diagnosticar a Síndrome de
Edwards a partir da presença das manifestações mais frequentes e menos frequentes que o bebê apresenta. As características presentes em 50% dos afetados vale 5 pontos. As características presentes de 10-50% dos afetados vale 3 pontos. As características presentes em menos de 10% dos afetados vale 1 ponto. Esta soma deve ser ≥ 94 para que o diagnóstico de Edwards seja positivo. Após este valor de 94, a criança passa por uma análise cromossômica do cromossomo 18 para confirmação do diagnóstico.
4) – O procedimento de transluscência nucal consiste em avaliar o acúmulo de
líquido na região da nuca do feto através do ultrassom. O acúmulo de fluido é considerado normal quando está abaixo de 2,5mm. Quando o bebê apresenta esse valor acima dos valores normais, ele apresenta riscos de ter alguma doença cromossômica. Os riscos variam de baixo risco, risco intermediário e alto risco. Se o resultado da transluscência nucal for positivo, um exame chamado de amniocentese é solicitado para confirmação do diagnóstico.
5) – Durante a interfase, o cromossomo se quebra e depois se reconstitui. Esta
reconstituição pode ser anormal, não havendo aumento no número de cromossomos, mas sim uma alteração em sua estrutura, onde alguns genes podem ter sidos deletados, duplicado ou rearranjado. Esses rearranjos estruturais podem ser não equilibrados e equilibrado. Nos não equilibrados, a informação genética pode ser aumentada ou diminuída. Ela é dividida em: deficiência ou deleção; duplicação e translocação simples. Nas equilibradas, a informação genética está presente, porém, acondicionada de forma diferente. É dividida em inersão; translocação robertsoniana e translocação recíproca.
NÃO EQUILIBRADAS:
Na deleção, há a perda/quebra do braço maior ou menor do
cromossomo, resultando em perdas de um ou mais genes. No processo de rearranjo, um locus genético é deletado (o gene é perdido). Quanto maior for o fragmento perdido, maior a quantidade de genes perdida. Quanto mais regiões forem deletadas, mais sintomas característicos de uma determinada síndrome o indivíduo vai apresentar.
Na duplicação, uma região do cromossomo sofre repetição de um ou
mais genes. Essa região pode sofrer duplicação várias vezes, determinando o grau de severidade da doença. O grau de acometimento da doença aumenta mediante o aumento da área duplicada, ou seja, quanto mais duplicações, pior é a doença. Não há conhecimento de muitas síndromes relacionadas a duplicação, pois a maioria delas não causam efeitos fenotípicos.
Na translocação simples, um cromossomo recebe um segmento de
outro cromossomo. Há alteração da estrutura cromossômica, e não de seu número. Ela é incompatível com a vida, uma vez que está associada a letalidade e aborto.
EQUILIBRADAS:
Na inversão, no processo de reestruturação cromossômica, por conta
de uma rotação de 180 graus, os fragmentos são restaurados em sua posição inversa, ou seja, os nucleotídeos sofrem uma modificação de sua posição. Elas não causam alteração fenotípica anormal nos portadores, ou seja, a pessoa pode ter uma inversão cromossômica e nunca saber. A sua importância é por conta de sua passagem para a prole. São classificadas em pericêntricas e paracêntricas. Nas pericêntricas, a região que sofre a inversão envolve o centrômero, enquanto nas paracêntricas, a região que sofre a inversão não está relacionada com o centrômero.
Na translocação Robertsoniana, os braços curtos de dois cromossomos
diferentes se partem e, como consequência, os braços longos se unem formando um novo cromossomo grande somente de braços longos oriundos de dois cromossomos diferentes. Para um indivíduo essa mudança é inofensiva, o problema é quando esta é passada para a prole. A translocação Robertsoniana é uma alteração cromossômica estrutural equilibrada e uma alteração numérica.
Na translocação recíproca, a translocação está associada ao braço curto
do cromossomo 20. Este cromossomo é responsável por processos de sinalização durante o desenvolvimento embrionário. Portanto, defeitos nesse cromossomo levam a erros no coração e escassez de ductos biliares (colestase crônica – a bile não consegue chegar ao intestino a partir de sua saída do fígado). O HER-2 é a principal via de sinalização, uma vez que sinalizam as IGF’s responsáveis pela sua associação ao desenvolvimento do coração e dos ductos biliares a partir da metade da terceira semana até o início da quarta semana. Esta translocação impede que a região do braço curto do cromossomo 20 realize a sinalização da maneira correta. O prognóstico é variável de acordo com a evolução da doença. Pacientes com maior dano no fígado progridem para uma cirrose hepática, que leva a uma falência hepática. Pacientes com maior dano no coração apresentam maior complexidade das alterações cardíacas, o que leva ao óbito precoce. Além desses sintomas, os pacientes ainda apresentam alterações faciais, defeitos oculares e anormalidades nos arcos vertebrais. As manifestações têm início a partir do primeiro ano de vida, exceto em casos de dano grave ao coração.