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As informações incluídas neste livro são apenas para fins educacionais. Não se destina ou está
implícito como substituto do aconselhamento médico profissional. O leitor sempre deve consultar seu
médico/ nutricionista/ fisioterapeuta / psicólogo/ treinador, para determinar a adequação das informações
para sua própria situação ou se tiver alguma dúvida sobre uma condição médica ou plano de tratamento.

A leitura das informações deste livro não constitui uma relação médico-paciente.

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RAMIRO MARQUES INCHAUSPE

LEVANTAMENTO DE PESO OLÍMPICO

Porto Alegre / RS

2020

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Sobre o Autor

Ex-Atleta, Fisioterapeuta e Profissional de Educação Física, Especialista em Treinamento


Desportivo e Fisioterapia Esportiva, Mestre em Nutrição e Alimentos Ciências Médicas - Saúde da
Criança e do Adolescente, Doutorando em Ciências da Reabilitação. Coordenador de Aptidão Física da
Federação Internacional de Basquetebol e da Confederação Brasileira de Basquetebol, Árbitro
Internacional de Basquetebol, Professor Universitário, Diretor Geral na Empresa Cinética – A Escola do
Movimento.

***

O intuito deste projeto inovador é levar o conhecimento e educação de qualidade à todas as


pessoas que procuram se qualificar. Quanto mais pessoas tiverem acesso a informação, mais
trabalharemos. A ideia é passar parte do conhecimento teórico e prático e os fundamentos e conceitos
necessários para o entendimento do esporte de LPO. O livro ilustra e define muito bem todos os
conceitos, métodos, protocolos e técnicas, mas é fundamental que o profissional leitor realize e,
principalmente, pratique todo o conteúdo que aprendeu antes de iniciar com seu paciente ou aluno,
pois, é claro que a prática leva a perfeição

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O presente e-book foi desenvolvido com o objetivo de ampliar os
conhecimentos do leitor acerca do levantamento de peso olímpico (LPO). Ele
é parte integrante do curso completo de Levantamento de Peso Olímpico da
Cinética – Escola do Movimento. Para mais informações acerca do curso
completo, acesse o link a seguir:

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http://cineticaedu.com/curso-lpo/

O LPO tem ganhado cada vez mais espaço no âmbito tanto do próprio
levantamento de peso, como em outras modalidades como o Crossfit,
treinamento funcional e até mesmo no alto rendimento e reabilitação.

Porém, apesar do aumento da sua popularidade, muitos praticantes


desconhecem as origens desse esporte e as inúmeras mudanças que ele já
sofreu ao longo dos tempos. Vale ressaltar que o LPO já tem mais de 100 anos
como esporte Olímpico.

Portanto, neste e-book vamos abordar assuntos como; o surgimento do


LPO, seu desenvolvimento, os equipamentos utilizados, as regras, as técnicas
e muito mais.

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A ideia de levantar um peso, como forma de determinar o indivíduo mais
forte, é algo muito antigo. Em diversas culturas é possível encontrar exemplos
de disputas ou competições com o intuito de determinar a pessoa mais forte.
Portanto, antes mesmo de se tornar um esporte olímpico, com regras claras
e competições oficiais, formas arcaicas de levantamento de peso eram
praticadas por diversas civilizações. Temos registros de práticas similares ao
LPO em civilizações como o Egito, Grécia, Índia e China Antigos.

Na China, por exemplo, o treinamento com pesos era utilizado pelo


exército, com documentos de 3600 A.C. detalhando as rotinas de exercícios
dos soldados.

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Imagem: Gravura chinesa mostrando soldados realizando levantamento de peso como forma de
treino.

Porém, a prática não estava presente apenas no âmbito militar. Alguns


documentos mostram a existência de esportes baseados em levantar pesos
como o Qiao Guan e o Kang Ding. Ambas modalidades utilizavam objetos
pesados, não propriamente feitos para a prática esportiva, para determinar
quem conseguia levantar o maior peso.

O Egito Antigo é considerado por alguns historiadores como o


nascedouro do levantamento de peso. Sacos cheios de areia eram utilizados
como pesos. Os indivíduos levantavam os sacos e tinham que sustentá-los
acima da cabeça por um determinado tempo.

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Imagem: Gravura encontrada na Tumba de Beni Hasan (3500 A.C.).

Os gregos, por sua vez, sempre foram conhecidos por seu amor ao
esporte a as atividades físicas. Os próprios Jogos Olímpicos surgem na Grécia
Antiga. Logo, não deve ser surpresa que o levantamento de peso também era
realizado como prática esportiva. Os pesos utilizados chamavam-se halteres,
eram usados na prática de esportes de salto, como forma de aumentar a
distância do pulo.

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Imagem: Pedras da Grécia Antiga chamadas halteres.

Vemos, então, que antes mesmo de se tornar um esporte propriamente


dito, o ato de levantar pesos já era praticado ao redor do globo por diferentes
civilizações. Porém, foi um longo percurso até o levantamento de peso chegar
no estágio que se encontra atualmente e, ao longo desses muitos anos, o
esporte já sofreu diversas alterações em suas regras e modalidades.

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O Levantamento de Peso Olímpico faz sua primeira aparição olímpica em
Atenas 1896. Este são os primeiros Jogos Olímpicos da modernidade no qual
apenas 9 esportes fizeram parte do programa do evento.

Logo, percebe-se que o LPO tem uma longa história como esporte
olímpico. Entretanto, caso você assistisse o evento ocorrido em 1896, não
reconheceria a modalidade. Naquela época o LPO era bem diferente do que
vemos hoje.

O evento era dividido em 2 provas; levantamento com uma mão e com


duas mãos. O levantamento com uma mão era feito com um Haltere
(Dumbbell). Já o levantamento com duas mãos era feito com uma barra
(Barbell).

Não havia classe de peso, como nos dias atuais, portanto, todos os
participantes disputavam a mesma premiação, independentemente de seus
respectivos pesos. Os competidores tinham três tentativas cada. Os três
melhores seguiam e tinham mais três tentativas, como forma de definir o
vencedor. Caso houvesse empate, o vencedor era aquele que tivesse a melhor
técnica, de acordo com os juízes.

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Imagem: O medalhista de prata Frederick Winters, realizando o levantamento com uma mão nas
Olimpíadas de 1904.

Imagem: O medalhista de ouro Perikles Kakousis, realizando o levantamento com duas mãos nas
Olimpíadas de 1904.

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Nesta primeira edição do LPO nos jogos olímpicos, os vencedores foram
o britânico Lauceston Elliot que levantou 71 Kg na modalidade de uma mão e
o dinamarquês Viggo Jensen com 111.50 Kg no levantamento de mãos.

Após esta primeira edição, o LPO se torna presença constante nos Jogos
Olímpicos. A modalidade só não integrará os Jogos nos anos de 1900, 1908 e
1912.

Apenas por curiosidade, em 1905 é fundada a Federação Internacional de


Levantamento de Peso (IFW). Sua sede é em Budapeste, na Hungria e é
composta de 192 Nações afiliadas.

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Nos Jogos Olímpicos de 1920 o esporte passa a ter
um programa mais organizado. O evento passa a ter 5
categorias de peso, variando de 60 a 82.5 Kg. Do
ponto de vista técnico, os atletas deveriam executar o
arranco com uma mão e o arremesso, com uma e duas
mãos1.

Uma curiosidade acerca desta edição, as equipes


francesa e sueca levaram seus próprios equipamentos com o intuito de utilizá-
los na competição. Porém, a direção geral da competição decidiu contra essa
possibilidade.

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Adiante veremos mais detalhadamente as nomenclaturaras e respectivos movimentos.

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Nesta edição, as categorias de peso continuaram
as mesmas de 1920. Porém, as técnicas foram
alteradas, não mais haveria levantamentos com uma
mão e os competidores deviam executar 3 movimentos
diferentes, o arremesso, o arranco e o clean and press

Neste momento o LPO se consolida de maneira


mais organizada nos Jogos Olímpicos e, com exceção
do acréscimo de algumas categorias de peso, permanece sem grandes
alterações até os anos 70.

Nos Jogos Olímpicos de Munique, a principal


mudança ao programa de LPO é a remoção do clean
and press. A exclusão da técnica foi feita por seu
impacto na lombar, ao invés de focar nos membros
superiores.

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Imagem: Progressão do clean and press pelo americano Russel Knipp (1960).

Imagem: Vista lateral do clean and press executado pelo soviético Kanygin, campeonato mundial de
1971.

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A próxima grande mudança no LPO ocorre em
2000, com a inclusão da modalidade feminina nos
Jogos Olímpicos. Apesar de já existirem
competições, é apenas nesse ano que a
modalidade feminina começa a integrar os Jogos
Olímpicos.

Imagem: Ding Meiyuan quebrando o recorde mundial nas Olimpíadas de 2000 em Sidney.

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Caso o leitor tenha interesse nos recordes olímpicos, trazemos um link
com todos os atuais recordes, tanto feminino como masculino, para todas as
categorias de peso.

Link - https://barbend.com/olympic-weightlifting-world-records-
infographic/

Acredita-se que o levantamento de peso começa a ser praticado no país


a partir do final século 19. Os primeiros registros do esporte no Brasil são do
ano de 1898, com indícios de que foi trazido por alemães a cidade de São
Paulo. Já as primeiras competições foram realizadas em 1910.

O presidente Getúlio Vargas foi um dos principais incentivadores do


esporte no âmbito nacional. Ele autorizou a criação da Liga Força e Saúde,
que teve o nome alterado para Federação Metropolitana de Halterofilismo.

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Posteriormente, em 1979, nasce a Confederação Brasileira de Levantamento
de Pesos (CBLP).

Atualmente, a sede da CBLP está situada em Belo Horizonte, no Estado


de Minas Gerais. São suas afiliadas as Federação Estaduais do Rio de Janeiro,
Rio Grande do Sul, Paraná, Minas Gerais e Amazonas.

Imagem: Tri campeão pan-americano de levantamento de peso Fernando Reis.

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Imagem: Rosane Santos, quinto lugar nas Olimpíadas do Rio.

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Atualmente, o LPO é uma modalidade esportiva extremamente
difundida. Apesar de ser, como o próprio nome indica, uma modalidade
esportiva olímpica, o LPO e os movimentos que o compõe, são utilizados
como forma de treinamento em diversos outros esportes, assim como na
reabilitação e prevenção de lesões.

Uma modalidade muito importante para o aumento da popularidade do


LPO nos últimos anos foi o Cross Training, principalmente através do Crossfit.
O Cross Training não só utiliza os principais movimentos do LPO, como o
Arremesso e o Arranco, mas também todos os outros movimentos que
integram estes, como: Split Snatch, Squat Snatch, Power Snatch, Jerk,
Deadlift e outros.

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Imagem: Alunos de Cross Training realizando movimentos do LPO.

O LPO também tem sido utilizado para o treinamento de outras


modalidades desportivas e alta performance, principalmente para os treinos
de força e condicionamento físico. Isto ocorre porque os movimentos do LPO
são biomecanicamente similares a certos movimentos e ações realizadas em
outros esportes.

Logo, o LPO trabalha as principais capacidades necessárias para a


maioria dos esportes, como: potência, salto, velocidade, estabilidade do core,
entre outras. Sendo assim, há grandes possibilidades do que chamamos de
transferência.

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Para uma melhor visualização estatística, nos EUA os técnicos de força
e condicionamento de (97%) das escolas Ensino Médio, (88%) da Liga
Nacional de Futebol Americano (NFL), (100%) Liga Nacional de Hockey (NHL)
e (95%) da Liga Nacional de Basquetebol (NBA) incorporam o LPO em suas
rotinas de treinamento2.

Concluindo, o LPO é uma modalidade esportiva que pode ser


amplamente utilizada, nos mais variados ambientes do treinamento e
reabilitação, principalmente com o intuito de melhora da performance. Em
outros capítulos analisaremos de forma mais detalhada os benefícios da
inclusão do LPO em uma rotina de treinamento.

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https://www.scienceforsport.com/olympic-weightlifting/

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A partir de agora, entraremos no esporte de LPO propriamente dito.
Neste capítulo veremos as regras do Levantamento de Peso Olímpico, assim
como as categorias de peso, os movimentos e os equipamentos utilizados.

IDADE

A idade mínima para a participação no LPO nos jogos Olímpicos, tanto


para homens quanto mulheres, é 16 anos. Porém, cabe ressaltar que para
outras competições, até mesmo oficiais da Federação Internacional de
Halterofilismo, as categorias de idade são diferentes

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CATEGORIAS DE PESO

Como mencionado anteriormente, o LPO é composto da modalidade


masculina e feminina. Cada uma destas, por sua vez, é dividida em categorias
de peso.

Ao longo dos anos as categorias de peso sofreram diversas alterações,


porém, abaixo trouxemos uma tabela do Comitê Olímpico Brasileiro com a
disposição atual das categorias de peso.

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Mais uma vez cabe ressaltar que as categorias aqui citadas são as que
constam dos Jogos Olímpicos, porém, outras competições possuem categorias
diferentes. A Federação Internacional de Halterofilismo possui categorias que
vão de:

 56kg a +105kg masculino (Junior e Adulto);


 48kg a +75jg feminino (Junior e Adulto)
 50kg a +94kg masculino jovem (Youth)
 44kg a +69kg feminino jovem (Youth)

Os atletas não podem competir em mais de uma categoria na mesma


competição.

COEFICIENTE DE SINCLAIR

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Em algumas competições oficiais existe uma premiação para o Melhor
Levantador (Best Lifter). Porém, como existem diferenças nas categorias de
peso e de gênero, é necessário utilizar uma equação para analisar de forma mais
objetiva o melhor levantador.

A maneira utilizada para medir, de forma proporcional, o melhor


levantador ou o levantador mais eficiente, é o coeficiente de Sinclair. É uma
fórmula que leva em consideração as individualidades do atleta e o peso
levantado para calcular o melhor levantador. Em outras palavras, o Coeficiente
de Sinclair é uma equação utilizada para comparar e ranquear os resultados
entre diferentes categorias de peso.

Caso você tenha interesse, pode acessar pelo link que segue uma
calculadora para o coeficiente de Sinclair.
https://www.iwf.net/weightlifting_/sinclair-coefficient/

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GRIP

O grip é a maneira como se segura a barra, a pegada. No LPO o mais


utilizado é o gancho ou hook grip. Veja na imagem abaixo como é feita essa
pegada.

MOVIMENTOS

O levantamento de peso olímpico é dividido em duas provas, ou melhor,


dois levantamentos; o Arranque (Arranco) e o Arremesso. O vencedor da prova
é aquele que somar o maior peso agregado de ambos os levantamentos. Porém,
há premiação para cada um dos levantamentos.

O Arranque é realizado primeiro. Após uma intermissão os participantes


realizam o Arremesso

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ARRANQUE

O arranque, ou arranco, é primeiro levantamento a ser realizado. Como


o objetivo é trazer o peso diretamente do chão para a posição acima da
cabeça, o arranque é realizado com menos peso.

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Imagem: Posição inicial.

Durante o movimento, o atleta pode fazer um uma abertura das pernas


(Split Snatch) que é menos utilizada, ou uma flexão das pernas (Squat Snatch),
conforme as imagens a seguir.

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Imagem: Split Snatch.

Imagem: Squat Snatch.

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Porém, ao final, é sempre necessário que o atleta permaneça com ambas
as pernas estendidas, assim como os braços, por 2 segundos. Os árbitros
sinalizam quando o movimento foi válido.

Imagem: Posição Final

VEDAÇÕES

 Nenhuma outra parte do corpo, fora os pés, pode encostar


no tablado.
 É proibida a utilização de todo e qualquer tipo de óleo, água,
graxa, talco ou lubrificante nas coxas.

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 Não é permitido qualquer tipo de pausa durante a execução
do movimento de snatch.

ARREMESSO

O Arremesso (Clean and Jerk), segunda etapa da prova de levantamento


de peso, é um movimento composto.

A posição inicial do Clean and Jerk é um pouco diferente da do Snatch,


isto por dois importantes motivos, o aumento na carga e a forma composta
do movimento.

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Imagem: Posições iniciais do Snatch e Clean and Jerk, respectivamente.

Podemos perceber que no Snatch as mãos são posicionadas na


extremidade da barra e a coluna fica em um ângulo mais agudo. Já no Clean
and Jerk as mãos ficam mais próximas, já a coluna fica em um ângulo maior.

Na primeira fase do movimento é realizado o Clean, no qual a barra é


trazida da posição inicial até à altura dos ombros. Durante esse movimento
contínuo, a barra pode deslizar sobre as coxas e barriga, porém, não pode
tocar no peito antes da posição final. Finaliza-se essa fase na posição de Front
Rack, conforme a imagem abaixo.

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Imagem: Posição de Front Rack

Na segunda fase do movimento, usando a força de membros superiores


e inferiores, o atleta deve levar a barra acima da cabeça. O atleta pode fazer
uso tanto do Split Jerk ou do Squat Jerk, similares aos já mencionados Split
Snatch e Squat Snatch. Nas imagens abaixo você pode ver a diferença entre
as técnicas mencionadas.

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Imagem: Atleta utiliza o Squat para a realização do Clean and Jerk.

Imagem: Atleta utiliza o Split para a realização do Clean and Jerk

Depois de se estabilizar e ficar imóvel (ambos o atleta e a barra), deve


haver um realinhamento das pernas, bem como a extensão de ambos braços

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e pernas. Deve então esperar pelo sinal dos árbitros para que finalmente
possa abaixar o peso.

Imagem: Posição final.

É importante ressaltar que, entre ambos os movimentos, é permitido ao


atleta ajustar a posição da barra. Neste caso, o atleta pode:

 Tirar o chamado “gancho” Hook Grip;


 Baixar a barra até a altura dos ombros, caso ela esteja muito alta e
dificultando a respiração;
 Mudar a largura do grip (pegada);

VEDAÇÕES

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 Colocar a barra no peito, antes de virar os cotovelos;
 Tocar as coxas ou joelhos com o cotovelo ou para superior dos
braços;
 Qualquer movimento de Jerk incompleto;
 Qualquer oscilação da barra para ganhar alguma vantagem.

TENTATIVAS

Em qualquer das duas modalidades, os árbitros devem julgar como


inválida qualquer tentativa incompleta (casos em que a barra alcançar a altura
dos joelhos).

ARBITRAGEM

No LPO não basta simplesmente levantar o maior peso, é necessário que


o atleta faça todo o movimento de forma correta e de acordo com as regras.

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São os três árbitros (dois árbitros laterais e um árbitro central) que definem
se os levantamentos foram executados de maneira correta.

ZONA DE PROVA

As provas de LPO são realizadas em um tablado conforme a imagem


abaixo.

BARRA

A barra (Barbell) é o conjunto da barra, placas ou discos e as presilhas.

A barra possui seguintes dimensões:

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MASCULINO

 PESO: 20kg.
 LARGURA: 2,200mm. Cada manga tem 415mm de comprimento e
50mm de diâmetro. Já o centro da barra tem 28mm de diâmetro.

FEMININO

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 PESO: 15kg.
 LARGURA: 2,010mm. Cada manga tem 320mm de comprimento e
50mm de diâmetro. Já o centro da barra tem 25mm de diâmetro.

Como pode ser perceber pelas imagens, a barra possui áreas ásperas ou
com ranhuras (knurling), estas servem para aumentar o atrito, dificultando
que a barra escorregue das mãos do atleta.

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Imagem: Ranhuras na barra.

Uma curiosidade, a barra masculina possui ranhuras no meio, herança da


época em que eram realizados levantamentos com uma mão. A barra
feminina, por sua vez, não possui asa ranhuras centrais.

Outra importante característica da barra olímpica é a capacidade das


mangas (partes onde os discos são colocados) de girar livremente. Essa
rotação é muito importante e faz uma diferença extremamente relevante no
levantamento do peso.

A rotação das mangas reduz o torque criado pelos discos, em outras


palavras, ela permite a rotação dos discos, o que ajuda a diminuir a força
produzida pela inércia dos discos. A rotação também promove uma

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empunhadura mais segura e diminuindo assim o estresse nos punhos e
cotovelos.

PRESILHAS

As presilhas são os instrumentos utilizados para prender os pesos no


lugar. Elas pesam 2.5kg cada.

Imagem: Exemplos de presilhas.

DISCOS

Os discos, anilhas ou pesos, são marcados por 5 cores, dependendo do


peso, são elas vermelho, azul, amarelo, verde e branco.

São disponíveis em 10 pesos:

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 0.5kg;
 1kg;
 1.5kg;
 2kg;
 2.5kg;
 5kg;
 10kg;
 15kg;
 20kg; Imagem: Exemplos de discos
 25kg;

ROUPAS

Nas competições de LPO a roupa utilizada pelos atletas é deve conformar


com as regras, ou seja, não é possível utilizar qualquer traje.

Dentre as regras da vestimenta estão:

 Pode ser uma peça única (macacão) ou duas peças, porém, deve
cobrir o tronco do atleta;
 Deve ser justa;
 Deve ser sem gola;
 Não pode cobrir os ombros:
 Não pode cobrir os joelhos.

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 As meias, se utilizadas, devem chegar no máximo até abaixo do
joelho.

O atleta pode utilizar uma camiseta embaixo da roupa de competição,


porém, esta não pode cobrir os cotovelos e não pode ter gola.

SAPATO/SAPATILHA

O sapato utilizado pelos atletas é adaptado para o levantamento de peso.


Ele é leve, normalmente feito de fibra de carbono. O sapato tem uma
aderência elevada, melhorando assim a estabilidade.

Costuma ter um salto mais alto, o que aumenta a base de suporte e a


estabilidade no momento da realização do levantamento do peso. Eles têm a
principal influência no momento do movimento de agachamento, conforme
as imagens a seguir.

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Imagem: Atleta de LPO com tênis de levantamento de peso.

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Imagem: Movimento de agachamento sendo realizado com tênis comum, pés descalços e com tênis
específico de levantamento de peso.

CINTA

O atleta pode utilizar uma cinta, caso deseje, porém, ela não poderá ter
mais de 120 mm. A cinta deve sempre ser usada acima do traje de
competição.

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Imagem: Atleta do LPO utilizando a cinta.

BANDAGENS, FITAS OU EMPLASTROS

Podem ser utilizados nos punhos, joelhos e mãos. Fitas e emplastros


podem ser utilizados nos dedos. O uso de joelheiras é permitido, desde que
não sejam reforçadas.

As bandagens de punho não podem cobrir mais que 100mm de pele. Já


as de joelho não podem cobrir mais de 300mm de pele.

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Imagem: Joelheiras e sapatilhas.

Imagem: Joelheiras em uso.

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Vale ressaltar que as bandagens de punho são utilizadas para gerar maior
estabilização articular, porém, se usadas em excesso, podem causar
enfraquecimento do tecido conectivo, aumento assim o risco de lesões.

Imagens: Bandagem de punho.

Luvas esportivas sem dedo também são permitidas, desde que cubram,
no máximo, a primeira falange dos dedos. Estas não são tão presentes nas
competições como as bandagens de punho e as cintas.

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Bandagens ou outros substitutos não podem ser utilizados nas seguintes
partes do corpo:

 Cotovelos;
 Tronco:
 Coxas;
 Canelas:
 Braços.

Imagem:
Atleta realizando o LPO nas olimpíadas de
Londres 2012, com macacão e cinta.

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Nas Paralimpíadas o levantamento de peso é adaptado. A primeira
realização de uma modalidade similar foi feita nas Paralimpíadas de 1964 em
Tóquio e chamava-se Halterofilismo Paralímpico. Porém, neste evento
somente homens com lesão na medula espinhal podiam participar.

Já em 1984, o Powerlifting, faz sua primeira aparição, passando a incluir


outros tipos de deficiências. Porém, poucos anos depois, em 1992, decidiu-se
que apenas o Levantamento de Peso Básico integraria os Jogos Paralímpicos.

ELEGIBILIDADE

Os atletas do levantamento de peso Paralímpico possuem deficiência


física nos membros inferiores, baixa estatura e/ou paralisia. Porém, abaixo
temos uma tabela (em inglês) que traz mais especificamente a elegibilidade
para a modalidade.

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Imagem: Tabela de elegibilidade. Pode ser acessada no pelo endereço -
https://www.paralympic.org/powerlifting/classification

CATEGORIAS DE PESO

Os atletas são divididos em categorias de peso (10); de 49kg até acima de


107kg (Masculino) e 41kg até acima de 86kg (Feminino). Cabe ressaltar que
existem regras mais específicas acerca dos atletas amputados. Indicamos
para aqueles interessados que acessem o site do Comitê Paralímpico

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Internacional3 e do Comitê Paralímpico Brasileiro4 para compreender melhor
essa incrível modalidade e suas regras.

PROVA

O evento é realizado através do exercício de supino, porém, com algumas


regras específicas. O exercício é composto por 4 fases:

 Posição Inicial;
 Sequência de Início (movimento excêntrico);
 Sequência de Levantamento (movimento concêntrico);
 Sequência de Recolher;

Cada uma das fases possui um regramento específico, mas, vamos trazer
aqui algumas das principais disposições:

POSIÇÃO INICIAL

 “Posicionamento do corpo: cabeça, ombros, glúteos, pernas


(totalmente estendidas sempre que possível), calcanhares (se
aplicável) devem permanecer tocando o banco durante todo o
levantamento” 5.

3https://www.paralympic.org/sites/default/files/2019-

12/World%20Para%20Powerlifting___February%202019.pdf
4https://www.cpb.org.br/upload/link/7f2f4c9102aa4f0faf047ed099affee3.pdf
5 https://www.cpb.org.br/upload/link/7f2f4c9102aa4f0faf047ed099affee3.pdf

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 “O atleta pode escolher por ter auxílio, se ele solicitar, apenas dos
anilheiros posicionados para ajudar a sacar a barra dos suportes,
que deve ser realizada somente para seu o braço estendido e não
abaixo até o peitoral. “

SEQUÊNCIA DE INÍCIO

 “O atleta deve começar o movimento somente após o


comando de ‘Comece’ do CR. “
 “A cabeça deve ficar em contato com o banco durante todo o
levantamento. “
 “A posição inicial do corpo não pode mudar durante todo o
levantamento. ”
 “A barra deve descer até o peitoral de forma totalmente
controlada durante a sequência. “
 “Sem quicar a barra: Quicar é quando a barra desce, comprime
o peito sem uma parada e de uma forma descontrolada e
imediatamente levantada. Deve haver uma parada
perceptivelmente visível no peitoral, mostrando uma ruptura
definitiva entre o movimento excêntrico e concêntrico da barra
(para baixo e para cima). “
 “Uma vez que a barra tiver parado no peitoral, ela nunca deve
afundar no peitoral antes de ser levantada. “

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SEQUÊNCIA DE LEVANTAMENTO

 “A barra deve ser levantada igualmente e controlada. “


 “A barra nunca deve mover para baixo em direção ao tórax
(mas é permitido parar). “
 Não são permitidos movimentos laterais das mãos ao longo da
barra.

SEQUÊNCIA DE RECOLHER

 “A barra nunca deve ser colocada nos suportes antes que o


comando para guardar seja dado. “

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Imagem: Ramon Epstein realizando a prova de Levantamento de Peso Básico
Paralímpico nas Paralimpíadas de Barcelona 1992.

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Como já mencionado anteriormente, o LPO tem sido amplamente
utilizado por praticantes de outras modalidades esportivas, principalmente
para o treinamento na alta performance, por suas características
biomecânicas de elevada produção de força e potência muscular.

Neste capítulo abordaremos os benefícios do LPO para o treinamento e


reabilitação, trazendo artigos científicos e exemplos práticos do uso dessa
modalidade. Entretanto, primeiramente abordaremos, brevemente, a
biomecânica do levantamento de peso.

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Os movimentos realizados no LPO são semelhantes as ações de outras
modalidades desportivas, principalmente aquelas que dependem de ações
horizontais e verticais, com a extensão simultânea das articulações do
tornozelo, joelho e quadril (e.g. basquete, vôlei, futebol, handebol).

O arranco e arremesso, quando executados de forma correta,


assemelham-se a um salto, porém, com uma carga. Tem-se, então, uma ação
explosiva e coordenada que pode ser de grande auxílio para atletas de outros
esportes. Algumas pesquisas demonstram uma enorme correlação entre os
exercícios de LPO e o salto vertical.

Recentemente, alguns estudos demonstraram os efeitos do treinamento


com o LPO e o aumento de desempenho na corrida em velocidade (sprint) e
mudança de direção.

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Mobilidade é o potencial de movimento de um (s) segmento (s) corporal
(s), sistema (s) articular (es) ou sistema (s) muscular (es) e a capacidade de
produzir esse movimento através de uma gama completa. Simplificando - a
capacidade potencial de produzir o movimento desejado; ou, mais
simplesmente, mobilidade é um potencial de movimento.

A mobilidade inclui extensibilidade muscular, flexibilidade do tecido


conjuntivo e mecânica das articulações, todas definidas abaixo. Na sua forma
mais pura, a mobilidade seria considerada sem influência do sistema nervoso.

Em outras palavras, se você é submetido à anestesia, mobilidade é a


quantidade de amplitude de movimento que seus sistemas articulares
possuem. No entanto, em um cenário do mundo real, obviamente estamos
lidando com atletas que estão acordados - a partir de agora, quando nos
referimos à mobilidade e aos fatores fisiológicos mencionados acima,
assumiremos que eles são influenciados pelo sistema nervoso em graus
variado.

Fatores associados

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A Flexibilidade é a capacidade das estruturas de tecidos moles (tendão,
ligamento e músculos) a serem alongadas para permitir a amplitude de
movimento desejada de uma articulação.

Imagem: Flexibilidade dos Músculos.

O objetivo é atingir a quantidade ideal de flexibilidade muscular e tecidos


moles de maneira eficaz, para atingir consistentemente as posições
desejadas dentro dos padrões de movimento.

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Flexibilidade muscular é a capacidade das fibras musculares
especificamente serem alongadas para permitir a amplitude de movimento
desejada de uma articulação.

Exemplo:

No levantamento de peso, o movimento no plano sagital é demonstrado


com extensão na parte superior ou a tríplice extensão (extensão do quadril,
extensão do joelho e flexão plantar do tornozelo) e uma posição de
agachamento profundo (flexão do quadril, flexão do joelho e dorsiflexão do
tornozelo), bem como um quadril em extensão (perna de trás) e outro em
flexão (perna da frente). Em relação aos ombros, o movimento do plano
sagital é demonstrado ao passar da posição do rack para a sobrecarga total

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(um pouco menos de 90 graus de flexão do ombro a aproximadamente 180
graus de flexão do ombro), por exemplo.

A estabilidade é o controle dos fatores de mobilidade e flexibilidade


acima mencionados. É a capacidade de regular a amplitude de movimento
desejada de um sistema e a capacidade de resistir à amplitude de movimento
indesejada de um sistema. A literatura define da seguinte forma:

Estabilidade “A capacidade de compensar uma perturbação externa. “


(Stergiou 2011) “Inverso da taxa de divergência da trajetória pretendida após
uma perturbação. “ (Stergiou 2011) “O grau em que um sistema pode retornar
a uma trajetória de orientação ou movimento após uma perturbação. “
(McQuade 2016) “Instabilidade - a incapacidade de recuperar uma posição ou
trajetória após perturbação. “ (McQuade 2016).

Controle de estabilidade passiva de um sistema articular usando tecidos


inertes (não contráteis e não neurológicos), como ligamentos, cápsulas
articulares ou estruturas ósseas.

Estabilidade Ativa: O controle de uma estrutura articular usando o


sistema neuromuscular. Pode ocorrer sob controle consciente (voluntário) ou
subconsciente (reflexivo).

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Estabilidade Estática: A capacidade dos sistemas trabalhando em
conjunto para manter uma posição desejada enquanto resistem a qualquer
mudança nessa posição.

Estabilidade Dinâmica: A capacidade dos sistemas trabalhando em


conjunto para resistir a mudanças ou desvios de um intervalo desejado
enquanto se move através de um intervalo desejado.

Imagem: Estabilidade de Ombro.

Para colocar tudo isso no contexto do levantamento de peso olímpico,


usaremos o Snatch como exemplo. À medida que a barra se move do chão em
direção ao quadril, o levantador exibe estabilidade dinâmica e ativa por meio

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da extensão das articulações das pernas (atenção aos ajustes máximo e
frouxo). Nesse ponto, o torso exibe estabilidade estática e ativa, enquanto os
músculos do CORE trabalham para manter a posição da coluna vertebral e
resistir às forças da carga externa.

Depois que o levantador se estende e começa o movimento, os ombros


agora exibem estabilidade ativa e dinâmica no controle do caminho da barra
desejado. Os ombros então travam e se tornam uma unidade com o tronco,
resistindo a movimentos indesejados (estabilidade estática), enquanto as
pernas terminam dinamicamente o levantamento. Isso tudo está dentro da
capacidade de mobilidade individual do levantador, e a estabilidade passiva
(usando tecido conjuntivo como suporte) está ocorrendo em algum grau em
todas as fases do levantamento.

Observações: Como com os fatores de mobilidade descritos


anteriormente, definimos essas formas de estabilidade separadamente, mas
deve-se entender que, para qualquer movimento, estamos simultaneamente
utilizando graus variados de meios de estabilidade ativos e passivos.

Além disso, definimos estabilidade estática como se realmente


significasse um sistema imóvel. Na realidade, a estabilidade estática não
existe no sentido literal, porque mesmo um sistema articular aparentemente
imóvel realiza inúmeras correções dinâmicas, muitas vezes

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imperceptivelmente pequenas, para manter uma posição geral a estática é
relativa.

Definiremos o movimento como os fatores de mobilidade e estabilidade


mencionados acima, combinados com os princípios biomecânicos para
impulsionar uma parte do corpo na direção desejada e/ou alcançar uma
posição desejada - como uma conclusão bem-sucedida do Arranque ou
Arremesso.

Aquisição de habilidades motoras “Um processo no qual um atleta


aprende a controlar e integrar a postura, a locomoção e as ativações
musculares que permitem o indivíduo a se envolver em uma variedade de
comportamentos motores que são limitados por uma variedade de requisitos
de tarefas. " (Newell 1991)

Relacionando esse conceito ao levantamento de peso, o snatch e o clean


& jerk são habilidades de movimento que devem ser desenvolvidas ao longo
do tempo, através de sequências repetidas do sistema neuromuscular.
Elementos como controle postural e ativação muscular se tornam
automáticos, mas pode ser benéfico decompô-los em componentes para fins
de aprendizado motor.

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Variabilidade do Movimento (VM) “Permitindo a adaptação desejada às
demandas. “ (Harbourne 2009) “Aumente a capacidade de se adaptar. “
(Glasgow 2013)

A VM é um aspecto importante para um levantador de peso. Permite que


o atleta tenha "opções" de movimento reflexivo dentro da capacidade de
estabilidade e mobilidade de seus sistemas articulares. Um nível ideal de MV
facilitará o processo de aprendizado.

Um exemplo de variabilidade de movimento seria um levantador


ajustando sua posição inferior sob uma carga para concluir com êxito o
levantamento. Vimos com frequência levantadores se reposicionarem sob
carga com o que às vezes parecem posições que seriam perigosas como
joelhos valgos ou varos demais, quadris ou ombros se movendo, etc., no
entanto, o levantador sai ileso desse movimento. Ele ou ela foi capaz de
explorar as “opções” de movimento para concluir a tarefa, utilizando o
espectro de mobilidade e estabilidade que já havia sido estabelecido como
dentro de sua capacidade.

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Esses padrões são definidos a partir de uma abordagem chamada de
“Estabilização Neuromuscular Dinâmica” (DNS), que compara o
paciente/aluno com um bebê sadio e seus padrões estabilizadores.

A DNS aplica os princípios da Cinesiologia do desenvolvimento durante o


primeiro ano de vida; esses princípios definem a postura ideal, padrões de
respiração, centralização articular funcional, desenvolvimento da estrutura
óssea e muscular.

O alvo primário é o cérebro, que deve ser estimulado adequadamente e


condicionado a ativar automaticamente os padrões de movimento ótimos
necessários para coativação dos músculos estabilizadores.

Podemos dividir os padrões fundamentais do movimento humano em 3


partes; Membros inferiores; centro do corpo (core) e membros superiores.

Antes de entendermos quais são esses padrões, precisamos entender


qual a principal diferença entre eles.

Dominante de Joelho – Movimento amplo de joelho e tornozelo.


Exemplo: Agachamento.

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Dominante de Quadril – movimento amplo do quadril, atuação mínima
do joelho e tornozelo. Exemplo: Levantamento terra.

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Dominante de Joelho

O padrão dominante de joelho se divide em 3: Dominante de Joelho


Bilateral Simétrico, Dominante de Joelho bilateral Assimétrico e Dominante
de Joelho Unilateral.

Dominante de Joelho Bilateral Simétrico

São movimentos onde os dois pés estão em contato com o chão e


também estão em paralelo (um ao lado do outro), como por exemplo no
agachamento.

Dominante de Joelho Bilateral Assimétrico

São movimentos onde os dois pés estão em contato com o chão, mas não
estão em paralelo (um pé à frente e outro atrás), como por exemplo no
exercício de “Passada”.

Dominante de Joelho Unilateral

São movimentos em que só um dos pés está em contato com o solo,


como por exemplo a passada com apoio.

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Dominante de Quadril

O padrão de dominância de quadril (DQ) se dividi em 2: Dominante de


quadril bilateral e Dominante de quadril unilateral.

Dominante de Quadril Bilateral

São exercícios que são executados com os 2 pés em contato com o chão.

Dominante Quadril Unilateral

São basicamente os mesmos exercícios do padrão acima, porém,


realizados com apenas 1 perna em contato com o solo. Um exemplo seria o
Levantamento Terra Unilateral

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Primeiramente devemos destacar que os músculos do core são o elo vital
entre força na região superior do corpo e força na região inferior do corpo e,
é um elemento chave para uma vida ou carreira mais saudável.

A função dos músculos do core é de estabilização do tronco, e dissipar


energia para movimentos motores.

Quantos esportes ou atividades cotidianas envolvem flexão e extensão


do tronco? Poucos, quase nenhum.

Sendo assim, vamos analisar os padrões fundamentais do centro do


corpo:

Estabilidade lombar – Anti-hiperextensão

O termo “hiperextensão” se refere ao movimento de estender a lombar


a partir da posição anatômica do corpo (movimento que não deveria
acontecer).

Esse padrão consiste em manter a curvatura lombar neutra (a mesma que


você observa no indivíduo em pé), durante movimentos/posições que
obrigam a musculatura abdominal trabalhar fortemente para que essa
hiperextensão não ocorra.

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Exercício – Um exercício básico que MUITAS pessoas fazem, é a prancha
ventral.

Analise o exercício. Você vai perceber que grande parte da sobrecarga


realizada pela ação da gravidade está na coluna lombar, tendendo a
movimentá-la para baixo, causando assim, uma hiperextensão.

Então o principal foco do exercício, está no papel dos músculos centrais:


Realizar uma contração para evitar que esse movimento de hiperextensão
ocorra.

Estabilidade Lombar – Anti-Rotação

Olhando apenas o nome, você identifica qual é a objetivo desse padrão?


“Evitar a rotação”.

Em movimentos que trabalham esse padrão, o objetivo dos músculos


centrais é evitar que a rotação ocorra.

O exercício produz uma força (torque) rotacional para um lado e o seu


objetivo é contrair os músculos centrais, produzindo um torque rotacional
contrário, pra que essa rotação não ocorra. Conforme você faz o movimento
de extensão de cotovelo, o exercício se torna mais desafiador.

Para ficar claro: O elástico quer te rodar para um lado e o seu objetivo é
não deixar que essa rotação ocorra.

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Anti-flexão Lateral

Flexão Lateral de tronco:

Porém, como o próprio nome já diz, devemos IMPEDIR que esse


movimento ocorra, por isso o nome ANTI-flexão. (eu sei que estou ficando
repetitivo, mas é pra que isso grude na sua cabeça de tal forma, que quando
você ver um movimento como esse, seu sinal de alerta funcional apite).

Exercício – Um exercício também comum e que ilustra bem esse padrão,


é a PRANCHA LATERAL.

Assim como na prancha ventral, na prancha lateral a força da gravidade


também tem maior influência na coluna lombar, tendendo a move-la para
baixo. Nosso objetivo é contrair os músculos contralaterais do core para que
esse movimento não ocorra.

Padrões de Chop e Lift

São padrões mais avançados, que diferente dos padrões acima,


desenvolvem a estabilidade do core contra forças dinâmicas. Nessas
variações, os braços transferem a força sobre um plano diagonal através de
um tronco relativamente estável.

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IMPORTANTE: Qualquer rotação nesses exercícios deve vir do giro dos
OMBROS e não do tronco.

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Chop

São exercícios que partem de cima e vão para baixo.

Imagem: Execução do Chop.

Lift

Lift é o contrário do chop. São movimentos que ocorrem de baixo para


cima.

Imagem: Execução do Lift.

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Existem 4 padrões de movimento, eles são: Puxar e Empurrar Horizontal
e Puxar e Empurrar Vertical.

Vamos analisar um a um detalhadamente, e como sempre, trazendo


exemplos.

Puxar Horizontal

É todo movimento de puxar que realizamos com os braços (aproximação


das mãos em relação ao corpo), abaixo da linha do ombro. Exercício – Um
exemplo que é comumente visto é a “remada fechada em pé” (movimento
praticamente igual ao de abrir uma porta).

Imagem: Puxada unilateral em pé.

Empurrar Horizontal

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É todo movimento de empurrar que realizamos com os braços
(afastamento das mãos em relação ao corpo) abaixo da linha do ombro.
Exercício – Podemos utilizar o exercício de flexão de braços (apoio)

Imagem: Flexão de braço.

Puxar Vertical

É todo movimento de puxar que realizamos com os braços acima da linha


do ombro. Exercício – O exercício de barra fixa (e suas variações).

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Imagem: Barra.

Empurrar Vertical

É todo movimento de empurrar que realizamos com os braços acima da


linha do ombro. Exercício – Um dos exercícios desse padrão é o “Military
Press”.

Imagem: Military Press.

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Para definir qual ou quais exercícios utilizar com o objetivo de aumento
de força e potência é necessário que uma análise do gesto esportivo e de sua
mecânica específica.

Para os esportes baseados no solo deve ser feito o uso de exercícios de


cadeia cinética fechada, focando fundamentalmente nas articulações do
joelho, quadril e tornozelo em sincronia. A extensão simultânea dessas
articulações, denominada tripla extensão, produz força e potência para
saltar, correr e mudar de direção.

Outro aspecto importante é que o ganho


de força é específico ao ângulo da articulação
treinada. Portanto os atletas devem treinar
com ações numa faixa angular que mimetize
seu gesto esportivo.

Imagem: Atleta Olímpico realizando a tripla


extensão.

Para aumentar a potência, os atletas


precisam incluir em seus treinos movimentos
que demandam uma rápida aceleração, contra
uma determinada resistência, durante toda a

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amplitude articular do movimento, sem a necessidade de desacelerar no final.
Essa ação é conhecida como movimento balístico.

Os exercícios de LPO possuem uma característica balística, pois, a barra


é “arremessada” do solo sendo posteriormente amortecida pelo atleta. Esse
deslocamento vertical e horizontal da barra pode ser analisado através do
plano sagital.

Neste contexto de treino de potência através do LPO, os atletas devem


usar cargas que favoreçam á máxima produção mecânica de potência. Os
estudos apontam que, dentro da modalidade, a maior potência produzida
ocorre com cargas em torno de 75-80% do máximo que o atleta consegue
levantar no arranco e arremesso.

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O movimento de agachamento, por sua vez, é um ótimo exercício,
principalmente para esportes que realizam salto contra movimento. Isto
ocorre pois utiliza-se inicialmente dos extensores de quadril e,
subsequentemente, dos extensores de joelho, através da amplitude de
movimento mais forte de ambas articulações do joelho6.

A análise de todo o movimento executado pelo atleta, incluindo a


trajetória da barra, é importante para a visualização de possíveis erros
técnicos.

A seguir temos um gráfico demonstrando a trajetória da barra, no


recorde americano de Snatch, realizado por Jared Flemming em 2015 7.

6
Fortin, Joseph D.. (1995). Weight Lifting.
7 Para uma análise detalhada deste recorde acesse: https://engineeredathletics.com/2017/05/15/bar-path-
analysis-of-an-american-record-snatch/

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Imagem: Trajetória de um Snatch.

Essa trajetória apresentada é apenas um exemplo, isto porque não há um


consenso definitivo acerca da trajetória perfeita. Porém, algo em comum nas
principais trajetórias bem-sucedidas é a sua forma em S. Vejamos abaixo
outros exemplos de trajetória8:

8
Musser, Leslie J.; Garhammer, John; Rozenek, Ralph; Crussemeyer, Jill A.; Vargas, Emmy
M. Anthropometry and Barbell Trajectory in the Snatch Lift for Elite Women Weightlifters, Journal
of Strength and Conditioning Research: June 2014 - Volume 28 - Issue 6 - p 1636-1648 doi:
10.1519/JSC.0000000000000450

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Imagem: Exemplos de trajetória da barra no Snatch.

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O LPO é muito utilizado na rotina de treinamento de atletas das mais
variadas modalidades desportivas. Isso é decorrente dos inúmeros benefícios
do LPO.

Existem estudos demonstrando a capacidade dos exercícios de LPO em


aumentar o salto vertical.9 O levantamento olímpico é importante exercício
para performance do salto contra movimento. Consequentemente, esse
movimento é utilizado em diversos esportes coletivos e individuais, como
basquetebol, voleibol e handebol, bem como influência na potência, força e
espessura muscular de membros inferiores10.

Esportes que demandam a chamada posição atlética (athletic positivo ou


stance), também podem se beneficiar do LPO, principalmente pela
necessidade de melhorar a explosão reativa saindo dessa posição.

9
Hackett D, Davies T, Soomro N, et al Olympic weightlifting training improves
vertical jump height in sportspeople: a systematic review with meta-analysis British
Journal of Sports Medicine 2016;50:865-872.
10
Santana, Saulo. (2018). Artigo de revisão. Efeitos do levantamento olímpico sobre
salto contra movimento em esportes de alto nível: um estudo de revisão.

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Imagem: Exemplos da posição atlética (athletic position ou stance)

No âmbito do futebol americano o LPO é amplamente utilizado nos


treinamentos. Como já mencionado anteriormente, o LPO pode melhorar o
salto vertical e a explosão a partir da posição atlética. Ambas capacidades são
amplamente utilizadas no futebol americano. Algumas pesquisas indicam
que o LPO é até mesmo mais eficaz e benéfico para atletas do futebol
americano do que o trabalho com pesos comuns (powerlifting)11.

11
Hoffman, Jay & Cooper, Joshua & Wendell, Michael & Kang, Jie. (2004). Comparison
of Olympic vs. traditional power lifting training programs in football players. Journal

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Porém, isso não se aplica apenas a este esporte. Esportes como voleibol
e basquetebol também dependem em grande parte de saltos verticais. Logo,
o LPO pode ser incorporado nos treinos físicos para focar nessas qualidades.

Em outra vertente, a tripla extensão realizada durante o LPO é


requisitada em quase todos os esportes, principalmente no que se refere a
correr, pular e mudar de direção. Logo, o LPO também pode ser
extremamente benéfico para esportes que demandem essas capacidades.

Concluindo, o LPO é um esporte que demanda diversas capacidades do


atleta, desde mobilidade articular, flexibilidade e força do core. Além disso,
durante a execução dos levantamentos, o atleta realiza movimentos que são
muito similares com aqueles realizados em outros esportes. Logo, há um
enorme espaço para a transferência e melhora dessas capacidades com o
treino de LPO.

O como em qualquer outra atividade física ou esporte, a prática do LPO


pode ocasionar algumas lesões, principalmente se executado de maneira
incorreta. Portanto, vamos falar de maneira sucinta das principais lesões
incidentes sobre os praticantes de LPO.

of strength and conditioning research / National Strength & Conditioning Association.


18. 129-35. 10.1519/00124278-200402000-00019.

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A estrutura mais lesionada, nos praticantes de LPO, são as articulações.

JOELHOS

O LPO utiliza muitos movimentos de agachamento, o que,


consequentemente, coloca grandes quantidades de pressão nas patelas. Por
isso, os joelhos são uma das estruturas acometidas de lesões decorrentes da
prática desse esporte.

Uma patologia frequentemente relatada no LPO é a síndrome da dor


patelofemoral (SDP). A síndrome pode ser resultado, também, da execução
malfeita dos movimentos, por isso, é importante que se execute os
movimentos de agachamento de forma correta.

Vale ressaltar que a SDP também pode ser causada pela fraqueza dos
músculos do quadríceps e/ou falta de estabilidade dos flexores do quadril.

Outra patologia recorrente no LPO, também por casa dos movimentos


de agachamento, incluindo o agachamento sumô, é a tendinite patelar.

COLUNA

Os movimentos de LPO, podem também ocasionar lesões na coluna,


principalmente na sua porção inferior. As lesões dessa região podem ser
causadas principalmente por excesso de peso, execução incorreta e fraqueza
do core.

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Algumas das lesões mais comuns na região da coluna são os
estiramentos e as hérnias de disco.

OMBROS

O ombro é uma articulação extremamente requisitada durante os


movimentos de LPO. Tendo em vista que tanto no Snatch, quanto no Cleand
and Jerk, o atleta tem que elevar o peso acima da cabeça., o ombro passa por
uma longa trajetória, requisitando uma boa amplitude de movimento. Ao
final, a estabilidade do ombro é testada, principalmente no momento de
receber a barra acima da cabeça.

Logo, não deve ser surpresa que essa articulação também é uma das mais
lesionadas nesse esporte. Dentre as principais patologias estão as dores no
ombro, luxações, rompimento ou tendinite do manguito rotador, entre
outras.

Outras articulações como os tornozelos, cotovelos e quadril também são


muito demandadas durante os movimentos de LPO e podem ser acometidas
de patologias, principalmente por uso excessivo.

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Imagem: Atleta Armênio sofre fratura no braço nas Olímpiadas do Rio 2016.

Essa pequena explanação acerca das principais lesões serve para


ressaltar a importância de uma execução correta dos movimentos. Um
treinamento adequado é essencial para o sucesso da inclusão do LPO, seja
como forma de reabilitação ou para aumento de performance. Por isso, é
sempre importante estudar muito sobre a biomecânica dos movimentos, a
anatomia das estruturas utilizadas, os mecanismos de lesão e os métodos de
prevenção de lesões.

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O crescimento do LPO, mesmo que acelerado, não deveria surpreender
ninguém que realmente conhece o esporte. Apesar de modalidades como o
Cross Training e treinamento funcional terem uma grande responsabilidade
pela ampla disseminação do LPO e seus movimentos, os seus benefícios para
diversos outros esportes também são responsáveis pelo seu crescimento.

A utilização dos movimentos do LPO no âmbito da alta performance tem


sido onipresente. Desde atletas de esportes coletivos, como futebol, futebol
americano, voleibol e basquetebol, até esportes individuais como natação,
tênis e atletismo, têm se beneficiado da implementação de protocolos de
treinamento que incluem a modalidade.

Quanto ao esporte nas Olimpíadas, já não há mais discussão, LPO já está


consolidado como um dos esportes mais característicos da competição. São

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mais de 100 anos de presença constante do evento no programa dos Jogos
Olímpicos.

Concluindo, esperamos que essa matéria que aqui trouxemos tenha lhe
auxiliado em compreender melhor esse esporte. Não só no âmbito das regras
e técnicas, mas também nas questões biomecânicas dessa modalidade. O
LPO com certeza terá cada vez mais presença nos centros de treinamentos,
academias e clubes, tanto como forma de melhora da performance, quanto
na reabilitação e melhora das capacidades funcionais.

Esperamos que tenham gostado. Bons estudos e um grande abraço.

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https://www.olympic.org/weightlifting-equipment-and-history

https://www.paralympic.org/powerlifting/rules

https://www.olympicchannel.com/en/stories/news/detail/olympic-weightlifting-everything-you-
need-to-know/

https://www.iwf.net/2017/12/22/health-benefits-olympic-weightlifting/

https://physicalculturestudy.com/2018/04/09/the-history-of-olympic-weightlifting/

https://www.jstor.org/stable/642697?seq=1

http://en.olympic.cn/sports_in_ancient_china/2003-11-16/11147.html

http://www.ontariostrongman.ca/jva/PRESS.htm

https://www.cob.org.br/pt/cob/confederacoes/cblp/

http://www.educacaofisica.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=232

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https://www.scienceforsport.com/olympic-weightlifting/

https://www.cpb.org.br/upload/link/7f2f4c9102aa4f0faf047ed099affee3.pdf

https://www.iwf.net/weightlifting_/sinclair-coefficient/

http://roppe.com.br/produto/barra-olimpica-feminina/

Everett, Greg (2009). Olympic Weightlifting: A Complete Guide for Athletes and Coaches.

http://www.cblp.org.br/

https://bjsm.bmj.com/content/bjsports/51/4/211.full.pdf

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