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Processo nº 0813869-81.2022.8.19.

0208
Parte autora (1): SILVIA MARIA DOS SANTOS TOUSSAINT
Parte ré (1): TELEFONICA

Dispensado o relatório.

Em síntese, a parte autora alega que foi cobrada indevidamente pela ré por uma
fatura de R$ 2.716,98; que solicitou a portabilidade para outra empresa; que teve
seu nome inscrito em cadastro de inadimplentes; que tentou solucionar o problema e
não teve êxito. Requer a retirada do apontamento e indenização por dano moral.

A ré afirma que as faturas foram zeradas e não restaram dívidas em nome da autora
em 21.02.2021; que não houve negativação.

Decido.

Trata-se de relação de consumo, eis que as partes se enquadram como consumidor e


fornecedor, conforme dispõem os arts. 2º e 3º do CDC, devendo ser aplicadas as
normas deste diploma legal, dentre os quais o da inversão do ônus da prova e o da
responsabilidade objetiva e solidária.

Pelas narrativas e documentos juntados, resta incontroversa a cobrança indevida


emitida pela ré, razão pela qual houve o respectivo cancelamento.

A parte autora não junta qualquer documento idôneo que comprove, efetivamente, que
houve negativação. No entanto, no tocante ao dano moral, referente a violação de
aspectos intrínseco à dignidade do indivíduo, considerando as inúmeras tentativas
que a parte autora realizou para obter a solução de um problema que não lhe deu
causa e não obteve êxito, o tenho por configurado por aplicação da teoria do desvio
do tempo produtivo do consumidor.

Em relação ao valor, a quantia de R$ 2.000,00, a título de danos morais, está de


acordo com as circunstâncias do caso concreto e em observância aos critérios de
razoabilidade e da proporcionalidade.

Diante do exposto, JULGO PARCIALMENTE PROCEDENTE O PEDIDO, nos termos do inciso I


do art. 487 do CPC, para condenar a ré a (1) pagar indenização de R$ 2.000,00, a
título de danos morais, acrescidos de juros legais de 1% a.m. contados a partir da
citação e correção monetária pelo índice da CGJ/TJRJ a partir da presente data. Sem
custas nem honorários, na forma do art. 55 da Lei nº 9.099/1995.

Caso o devedor não pague a quantia certa a que foi condenado em 15 (quinze) dias
contados do trânsito em julgado da sentença ou do acórdão, será aplicada a multa de
10% prevista no artigo 523, § 1º, do CPC, independente de nova intimação, ainda que
o valor acrescido, somado ao da execução, ultrapasse o limite de alçada, conforme
Enunciado Jurídico nº 13.9.1 oriundo do Encontro de Juizados Especiais Cíveis e
Turmas Recursais, publicado através do Aviso nº 23/2008 com a redação alterada pelo
Aviso Conjunto TJ/COJES nº 15/2016, bem como o Juízo procederá, de imediato, ao
protesto extrajudicial da certidão de crédito elaborada pelo Cartório, na forma do
art. 517 do CPC, o que deverá preceder à prática de qualquer outro ato executivo,
salvo se a parte expressamente manifestar-se em sentido contrário, conforme
determinado pelo Aviso TJ/COJES nº 3/2017. Expeça-se mandado de pagamento após o
recebimento da guia judicial independente de conclusão, se for o caso.

Remeto os autos ao MM. Juiz Togado, para posterior homologação.

Diogo dos Santos Baptista


Juiz Leigo

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