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À luz do Novo CPC, portanto, o prazo aplicável à Fazenda Pública será contado em dobro
tanto para a apresentação de contrarrazões, como para a apresentação de recurso
adesivo.
Lei 9.800/99, Artigo 2º. A utilização de sistema de transmissão de dados e imagens não
prejudica o cumprimento dos prazos, devendo os originais ser entregues em juízo,
necessariamente, até cinco dias da data de seu término.
Surgira, então, a seguinte dúvida: qual o início do prazo de cinco dias para juntada dos
originais? A data do protocolo da petição ou a data do término do prazo processual?
Decidiu o Superior Tribunal de Justiça que o prazo para juntada dos originais deveria ser
contado do término do prazo do recurso que se estava protocolando, ainda que a petição
tenha sido protocolada antes do prazo final para sua propositura.
Questionava-se, ainda, se o prazo para juntada dos originais, após o protocolo via fax,
poderia ser aplicado em dobro à Fazenda Pública. O STJ pacificou a matéria afirmando
a impossibilidade de contagem diferenciada em favor da Fazenda Pública nestes casos.
Ainda que o recorrente detenha o privilégio do prazo em dobro, será de cinco dias o prazo
para a protocolização dos originais do recurso na hipótese em que se opte pela utilização
de sistema de transmissão de dados e imagens do tipo fac-símile.
À Fazenda Pública não se aplica os dois benefícios de forma cumulada (prazo em dobro
em razão da posição processual e prazo em dobro em razão de existirem litisconsortes
com diferentes procuradores), eis que geraria uma injustificável aplicação de prazo em
quádruplo, prejudicial à celeridade do processo.
AÇÕES DE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
MANDADO DE SEGURANÇA
De acordo com a Lei 12.016/2009, a Autoridade Impetrada será notificada para prestar
informações no prazo de dez dias. Ou seja, há previsão expressa de prazo de 10 dias para
apresentar informações. Nos recursos, como não há previsão expressa em relação à
Fazenda Pública, aplica-se o benefício do prazo em dobro (seja apelação, agravo de
instrumento, agravo interno ou recurso especial/extraordinário).
CITAÇÃO
Art. 246. A citação será feita preferencialmente por meio eletrônico, no prazo de até 2
(dois) dias úteis, contado da decisão que a determinar, por meio dos endereços
eletrônicos indicados pelo citando no banco de dados do Poder Judiciário, conforme
regulamento do Conselho Nacional de Justiça. (Redação dada pela Lei nº 14.195, de
2021).
Assim sendo, quando a parte é citada por meio eletrônico, o início do prazo será no 5º
dia útil seguinte à confirmação do recebimento da citação na modalidade ‘por meio
eletrônico’.
De acordo com o artigo 242, § 3º, do CPC a citação da Fazenda Pública deverá ser feita
de forma pessoal perante o órgão da Administração Pública responsável por sua
representação judicial.
Uma vez que incumbe ao Oficial de Justiça proceder à citação pessoal do Réu (artigo 251,
CPC), não se aceita em relação à Fazenda Pública a aplicação da Teoria da Aparência
que aparece na maioria dos casos em citações postais (CORREIA, 2001, pg. 348):
“(...) segundo esta teoria, é válido o ato citatório feito em pessoa que, estando no
estabelecimento comercial (ou na sede da pessoa jurídica demandada), aparenta ter
poderes para receber citação, mormente quando tal ato induz certeza de que o
destinatário tomou efetivo conhecimento da demanda.”
Assim, a citação deverá ser feita de forma pessoal, por intermédio de Oficial de Justiça,
através do respectivo órgão da Procuradoria do ente público. Ressalte-se que o
comparecimento espontâneo do réu supre a falta ou a nulidade da citação, fluindo a
partir desta data o prazo para apresentação de contestação (artigo 239, §1º, CPC).
APRESENTAÇÃO DE DEFESA
Havia grande discussão quanto à possibilidade de a Fazenda Pública poder, em juízo,
reconhecer a procedência do pedido do Autor, dada a indisponibilidade do direito
tutelado.
Contudo, pacificou a doutrina que uma vez constatada a inexistência de razão em
determinado conflito, o ente público possui dever legal de reconhecer a procedência do
pedido, para diminuir os custos da máquina do Judiciário e a efetivar os princípios
constitucionais da moralidade, legalidade e impessoalidade.
Poderá o ente público reconhecer a procedência do pedido do Autor desde que haja
i. Prévio processo administrativo, por meio do qual se conclua pela inexistência de razão
do ente público no processo;
ii. Prévia autorização da autoridade competente;
iii. Fiscalização do ato pelo respectivo Tribunal de Contas;
iv. O reconhecimento do direito em demandas idênticas;
Revelia
Contestação
A Fazenda Pública não se sujeita ao ônus da impugnação especificada dos fatos previsto
no artigo 341 do CPC.
Tendo em vista o interesse público envolvido nas matérias discutidas pela Fazenda
Pública a esta não se aplica a pena de confissão quanto aos fatos não impugnados. Tal
entendimento decorre da presunção de legitimidade dos atos administrativos acima
discutida.
Caberá ao autor, portanto, o ônus de provar os fatos por ele alegados, ainda que não
impugnados especificamente pela defesa apresentada pelo ente público.