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LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) define e regulariza o sistema de educação a partir da
Constituição.
A primeira LDB levou 13 anos para ser aprovada; foi publicada em 1961, pelo então presidente João Goulart.
Foi encaminhada pelo poder executivo à Câmara dos Deputados em 1948, tramitou durante 13 anos e
resultou na lei n. 4.024/61. Dessa vez, as principais discussões giraram em torno da centralização e da
descentralização e da liberdade de ensino.
A ênfase central da escola está, então, objetivada no projeto de desenvolvimento econômico e ainda garantiu
o empenho de 12% do orçamento da União e 20% dos municípios com a educação; o ensino religioso é
facultativo e há obrigatoriedade de matrícula nos quatro anos do ensino primário, dentre outras normas.
Foi seguida por outra versão em 1971, em pleno regime militar. A segunda LDB, publicada durante o regime
militar pelo presidente Médici, destaca-se o ensino de primeiro grau obrigatório dos 7 aos 14 anos; aborda
a educação a distância; prevê um núcleo comum para o currículo de 1º e 2º grau; determina que os
municípios devem gastar 20% do orçamento com educação, mas não prevê dotação orçamentária para a
união ou os estados. A aprovação no Congresso foi rápida, sem espaço para debate nem dentro nem fora
do Parlamento.
Com essa lei o 2º grau passou a ter como principal objetivo a profissionalização. Em curto e médio prazos,
todas as escolas públicas e privadas desse nível deveriam tornar-se profissionalizantes. Elas teriam que
escolher os cursos que ofereceriam, dentre mais de 100 habilitações, que incluíam formações variadas como
auxiliar de escritório ou de enfermagem e técnico em edificações, contabilidade ou agropecuária. O aluno
receberia ao fim do 2º grau um certificado de habilitação profissional. Os governos estaduais teriam que
implementar as medidas. A necessidade de mão de obra foi o argumento do governo de Emílio Médici ao
conceber a reforma do ensino. O Brasil vivia o milagre econômico, com industrialização acelerada e
expectativa de crescimento. O país precisava de trabalhadores
A formação geral, antes oferecida por meio do secundário (que podia ser clássico ou científico), perderia
espaço.
Já a atual e terceira LDB 9.394 96, tem os principais princípios de A educação como dever da família e do
Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o
pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o
trabalho
A versão da LDB aprovada em 1996 garantiu: Ampliação do direito da educação dos 4 aos 17 anos.
Organização da educação nacional com a distribuição de competências educacionais entre a União,
Estados, DF e Municípios. Obrigações dos estabelecimentos de ensino, dos docentes e dos sistemas de
ensino.
A Educação Básica (ed. Infantil, Ensino fundamental I e II e ensino Médio) e Superior; As modalidades de
ensino (Educação de Jovens e Adultos, a Educação Profissional e a Educação Especial); Os profissionais
da educação e os seus requisitos e Recursos financeiros destinados à educação.
Apesar da discreta melhoria da qualidade da escola pública e do aumento do acesso a todos os níveis de
ensino, ainda há em nosso país uma escola para a elite e outra para os filhos da classe trabalhadora. Isso
é próprio da sociedade dividida em classes e não será solucionado dentro do capitalismo que, por natureza,
gera continuamente desigualdades.
Outro aspecto negativo e de continuidade é a privatização do ensino, principalmente o superior, que foi
agraciado com uma enorme receita ou isenção de impostos, o que permitiu enorme expansão. Se por um
lado isso permitiu a inclusão de milhões de pessoas que passaram a cursar uma faculdade, por outro, como
o objetivo da educação privada é reduzir custos e obter lucros, houve um conflito permanente entre este
objetivo e a qualidade do ensino oferecida. A única forma de garantir os mesmos direitos a todos seria a
universalização da educação superior, como já foi definida para a educação básica, garantindo, para isso,
recursos públicos.

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