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LEITURA RECOMENDADA
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Psicopatologia e Saúde mental II – 2018_2019 – A TRABALHAR DURANTE A SEMANA …
HISTÓRIA CLÍNICA
A Sr.ª A é uma mulher de vinte e seis anos de idade, solteira. Vive em casa dos pais e a sua última
ocupação profissional, há cinco anos, era de secretária antes de ser sujeita ao primeiro internamento.
A primeira hospitalização da Sr.ª A ocorreu após uma discussão com o namorado. Nessa altura, a Sr.ª A
referia que acreditava que todos eram capazes de lhe ler os pensamentos e que poderia controlar as
ações das outras pessoas, olhando-as e respirando de certa forma. Sentia que os seus pensamentos
eram como «uma corrente que se detém» e a sua mente «ficava vazia». Com a medicação antipsicótica
os sintomas remitiram gradualmente tendo tido alta ao fim de 1 mês. Depois desta primeira hospitalização
a Sr.ª nunca mais voltou a trabalhar. A sua vida social, que anteriormente tinha sido ativa, passou a limitar-
se aos contactos com uma amiga e com o namorado, com quem estava uma ou duas vezes por semana.
Dezoito meses depois da primeira hospitalização, a Sr.ª A foi internada pela segunda vez, com uma
recorrência das ideias delirantes em que julgava controlar a mente de outras pessoas por meio da sua
respiração, acompanhadas pela crença de que as suas atividades eram vigiadas por uma câmara de
televisão e que alguém gravava vídeos que eram vendidos. A medicação tinha sido suspensa quatro
meses antes do segundo internamento, mudança que inicialmente pareceu ter reduzido efeito na Sr.ª A.
Logo que a dose do fármaco foi retomada, os sintomas psicóticos remitiram em seis semanas. A paciente
participou durante um ano e meio num programa de reabilitação ocupacional, mas nunca conseguiu obter
mais do que algumas colocações temporárias e voluntárias.
A Sr.ª A foi internada pela terceira vez há cerca de 2 meses devido à recorrência dos seus sintomas
psicóticos e mau funcionamento geral. Na primeira consulta com o psiquiatra afirmou ser capaz de
controlar o comportamento das outras pessoas através da sua respiração e que as pessoas podiam ler os
seus pensamentos. Estava persuadida de que andava a ser vigiada e seguida, queixando-se de confusão
e por vezes repetia frases que estava a ouvir, mesmo sem sentido. Referia também ouvir vozes que lhe
repetiam incessantemente que ela seria assassinada brevemente, por ter forçado outras pessoas a
cometerem crimes. Na maior parte das vezes, estas vozes surgem de manhã e prolongam-se, com
intermitências, durante o resto do dia. Ela admitiu já ter ouvido estas vozes ameaçadoras e não ter referido
o facto ao terapeuta. O nível de energia da Sr.ª A era baixo, com fraca motivação e sente-se resignada
com o facto de ser «incapaz de pensar» e ter «lesões irreversíveis».
O seu estado tinha começado a piorar dois meses antes do internamento, altura em que o namorado
decidiu estar com ela menos vezes.
Durante o 3º internamento a dose de medicação da Sr.ª A foi elevada, e os sintomas psicóticos, à exceção
de um estado de ligeira desconfiança, remitiram gradualmente. Teve alta um mês após o internamento.
Passou a participar pouco em atividades, apesar do incitamento dos pais e o seu único contacto social,
para além dos pais, era o namorado.
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Psicopatologia e Saúde mental II – 2018_2019 – A TRABALHAR DURANTE A SEMANA …
Os sinais e sintomas descritos na história clínica indicam a possibilidade de estarmos perante uma Esquizofrenia,
Episódios múltiplos, atualmente em remissão
Sexo e idade Feminino, 26 anos.
Sinais e sintomas
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Informações clínicas
relevantes
2. ALGUNS DOS SINAIS E SINTOMAS DA HISTÓRIA CLÍNICA APRESENTADA PODERÃO ESTAR PRESENTES NOUTRAS
PERTURBAÇÕES/SITUAÇÕES?
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Psicopatologia e Saúde mental II – 2018_2019 – A TRABALHAR DURANTE A SEMANA …
de tempo, uma ou mais áreas principais de funcionamento, tais
como o trabalho, as relações interpessoais ou o autocuidado,
está marcadamente abaixo do nível previamente atingido (ou
quando se inicia na infância ou na adolescência, não se atinge o
nível esperado de funcionamento interpessoal, académico ou
ocupacional) = Disfunção social e ocupacional
4. PORQUE RAZÃO NÃO PARECEM SER AS SITUAÇÕES/PERTURBAÇÕES ACIMA REFERIDAS (NO PONTO 2)?
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Psicopatologia e Saúde mental II – 2018_2019 – A TRABALHAR DURANTE A SEMANA …
5. OBSERVAÇÕES
Ela admitiu já ter ouvido estas vozes ameaçadoras e não ter referido o facto ao terapeuta.