Você está na página 1de 34

EPISTEMOLOGIA

A CRUZ VERMELHA INTERNACIONAL

A organização foi fundada com o objetivo de ajudar os militares feridos, designação alterada
para Comité Internacional da Cruz Vermelha.

COMITÉ INTERNACIONAL DA CRUZ VERMELHA (CICV)

É uma organização humanitária, independente e neutra. Tem como objetivo proporcionar


proteção e assistência às vítimas da guerra e de outras situações de violência.

Atua de forma independente em relação a qualquer governo ou a qualquer outra autoridade,


tem condições para atender aos interesses das vítimas dos conflitos, que constituem o centro
da sua missão humanitária.

MISSÃO DA CRUZ VERMELHA E DO CICV

Proteger e assistir vítimas dos conflitos armados e outras situações de violência, sem importar
quem elas sejam.

PRINCIPAIS ATIVIDADES

• Visitar prisioneiros de guerra e civis detidos;


• Procurar pessoas desaparecidas;
• Intermediar SMS entre familiares separados;
• Reunir famílias;
• Fornecer alimentos, água e assistência médica;
• Difundir o Direito Internacional Humanitário (DIH).

CRUZ VERMELHA PORTUGUESA

Fundada por José António Marques sob a designação de


“Comissão Provisória para Socorros e Feridos e Doentes em
Tempo de Guerra”.

Assistiu a:

• Movimentos revolucionários de Portugal;


• Campanhas coloniais de Portugal;
• Guerra Civil de Espanha;
• Primeira Guerra Mundial;
• Segunda Guerra Mundial;
• Invasão da Índia Portuguesa pela União Indiana.
ORIGENS DA ENFERMAGEM

Antes da ciência, havia o espírito de serviço ou vocação de dar conforto físico ou moral ao
doente.

Antigamente:

• As práticas de saúde estavam associadas ao trabalho feminino;


• A tentativa de cura conduziu ao aparecimento de feiticeiros;
• As doenças eram considerados castigos ou possessão demoníaca (os feiticeiros
exerciam a função de médicos);
• Os sacerdotes adquiriam conhecimentos sobre plantas medicinais.

PRIMEIROS CUIDADOS EMPIRICOS

Afastava-se os maus espíritos através de:

• Sacrifícios;
• Massagens;
• Banhos de água fria ou quente;
• Purgantes ou substâncias que provocavam náuseas.

FLORENCE NIGHTINGALE

Criou a primeira Escola de Enfermagem da Inglaterra e ganhou destaque ao servir como chefe
e treinadora de enfermeiras durante a Guerra da Crimeia, na qual organizou o atendimento aos
soldados feridos

Nas primeiras escolas de Enfermagem, o médico era a única pessoa qualificada para ensinar.
A ele cabia então decidir quais das suas funções poderiam ser colocadas nas mãos das
enfermeiras.

Graças a ela, a enfermagem surge como uma ocupação assalariada que vem atender a
necessidade de mão-de-obra nos hospitais, constituindo-se como uma prática social
institucionalizada e específica.

Existiu um esforço social para a autonomia da Enfermagem, na sua profissão, na sua


regularização profissional e no seu ensino.

SÍMBOLOS DE ENFERMAGEM

CRUZ DE MALTA

Os oito pontos simbolizam:

• Viver na verdade;
• Ter fé;
• Arrepender-se dos pecados;
• Dar prova de humildade;
• Amar a justiça;
• Ser misericordioso;
• Ser sincero e incondicional;
• Suportar a perseguição.

LAMPARINA

Florence fazia a sua ronda solitária, com uma pequena lâmpada para iluminar o caminho, e
observar as condições dos enfermos. Desde então, a lâmpada tornou-se o símbolo da
Enfermagem no mundo.

QUEPE E FARDA

EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO E DO CONHECIMENTO

CONHECIMENTO

Elementos:

• O sujeito que conhece;


• O objeto conhecido;
• A ação de conhecer;
• O resultado – conteúdo relativo ao objeto.

Não há conhecimento sem um SUJEITO que conhece e um OBJETO a ser conhecido.

METODO DE CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO

• Sentir curiosidade;
• Organizar o que se sabe;
• Aprender a refletir o pensar.
CIÊNCIA

Preocupa-se com a causalidade (causa e efeito).

A abordagem científica é caracterizada pela observação, verificação e experiência.

Métodos científicos: Testes das hipóteses e experimentação.

FILOSOFIA

Preocupa-se com a finalidade da vida humana, a natureza do ser e da realidade, a teoria e os


limites do conhecimento.

Métodos filosóficos: Intuição, introspeção, raciocínio.

A ciência está ligada à filosofia, que fornece a base para o entendimento e o


desenvolvimento das teorias para a ciência.

A ciência:

• Preocupa-se com campos definidos de conhecimento;


• Deve explicar as suas investigações e os seus argumentos;
• Expressa em enunciados universais (devem ser verdadeiros e ordenados de forma
lógica).

CIÊNCIAS HUMANAS

Referem-se aos campos da psicologia, antropologia e sociologia e podem estender-se à


economia e à ciência política.

CIÊNCIAS NATURAIS

Preocupam-se com elementos encontrados na Natureza que não se relacionam com a totalidade
do individuo (fenomenologia).

3 filosofias da ciência (paradigmas) dominam:

• Racionalismo;
• Empirismo;
• Ciência Humana;
→ O racionalismo e o empirismo são denominados visão recebida.
→ A ciência humana e a fenomenologia são consideradas visão percebida.
→ Estas visões denominaram a discussão teórica na enfermagem.

VISÃO RECEBIDA

EMPIRISMO

Fundamenta-se na crença de que aquilo que é experimentado é aquilo que existe.

A sua base de conhecimento exige que as experiências sejam confirmadas pela metodologia
científica.

O conhecimento é passado aos outros por meio de disciplinas e a verdade corresponde à


observação.

Luta para explicar a natureza por testes de hipótese e desenvolvimento de teorias.

→ Estas teorias são feitas para descrever, explicar e prever os fenómenos da natureza
e proporcionar um entendimento da relação entre fenómenos.

O termo visão/conhecimento recebido, indica que os indivíduos aprendem por algo dito ou por
receberem conhecimento.

POSITIVISMO

Igualado ao empirismo.

Sustenta os princípios mecânicos.

POSITIVISMO LÓGICO

Assegura que a ciência é livre de valor, independente do cientista e é obtida através de métodos
objetivos.

Consiste em explicar, prever e controlar.

As teorias podem ser V ou F e estão sujeitas à observação empírica, podendo ser reduzidas a
teorias científicas já existentes.

Produziu resultados que indicaram falta de conhecimento.

A visão positivista da ciência está desatualizada pois contribui para a fragmentação do


conhecimento.
FENÓMENOLOGIA

Pensamento filosófico que retoma a importância dos fenômenos, os quais devem ser estudados
em si mesmos.

Na fenomenologia, o entendimento é a meta da ciência, com o objetivo de reconhecer a


conexão entre a experiência, os valores e a perspetiva do indivíduo.

A experiência de cada indivíduo é única e existem muitas interpretações da realidade. O


questionamento começa com os indivíduos e as suas experiências com os fenómenos. O foco
são as perceções, os sentimentos, os valores e os significados que passaram a fazer parte das
coisas e dos eventos.

CONHECIMENTO: de onde surgem verdades necessárias e fundamentais

OPINIÃO: Incapaz de tornar um objeto de genuíno conhecimento, pela falta de confiabilidade


em virtude da sua subjetividade.

TIPOS DE CONHECIMENTO

PROCESSO DECISÓRIO

Decidir significa:

• Ir além do momento da escolha, da decisão em si;


• Escolher entre uma ou mais alternativas ou opções, com vistas a alcançar um resultado
desejado.

→ Decisões tomadas individualmente podem ser influenciadas pelas expectativas de


outros ou pelas consequências que terão;
→ Decisões tomadas individualmente diferem das decisões tomadas em grupo.

PENSAMENTO CRÍTICOREFLEXIVO

Resolver problemas faz parte do processo decisório. Entretanto, uma escolha insensata pode
levar à persistência do problema ou ao seu agravamento.
Pensar de forma crítica, vai além de decidir e resolver o problema.

Processo cognitivo durante o qual um indivíduo analisa os dados e considera possíveis


explicações e resultados antes de formar uma opinião ou fazer uma decisão.

Os pensadores críticos:

• Mantêm uma atitude inquiridora;


• Pedem esclarecimentos quando não compreendem algo;
• Mobilizam e aplicam os conhecimentos prévios a novas situações;
• Olham para as situações de diferentes perspetivas;
• Ponderam os riscos e os benefícios antes de tomarem uma decisão;
• Estabelecem prioridades;
• Validam as primeiras impressões para se certificarem que as coisas são o que
parecem;
• Baseiam as suas opiniões em evidências;
• Aplicam o conceito de causa-efeito;
• Pedem ajuda quando necessitam.

Aspetos:

• Reflexão;
• Linguagem;
• Intuição.

PENSAMENTO CRITICO EM ENFERMAGEM

Os enfermeiros são responsáveis por um cuidado seguro e eficaz que reflete o padrão para a
prática de enfermagem.

A tomada de decisão é a habilidade que separa o enfermeiro profissional de um auxiliar.

CARACTERISTICAS

• É deliberado, cuidadoso e dirigido a objetivos e resultados;


• Visa emitir juízos baseados em evidências (factos/dados) e não em conjeturas
(suposições);
• Fundamenta-se em princípios científicos;
• Procura constantemente reavaliar-se, autocorrigir-se e esforça-se por melhorar;
• Requer conhecimentos, habilidades e experiências;
• Requer ainda estratégias para desenvolver o potencial humano e compensar os
problemas criados pela natureza humana.
FASES DO PROCESSO DECISÓRIO

• Perceção do problema (descrever objetivamente a situação);


• Definição do problema (distinguir causa e sintoma);
• Recolha de dados (ouvir todos os envolvidos);
• Análise dos dados (causas e fatores);
• Redefinição do problema (a partir da análise);
• Procura de soluções alternativas (alternativas e consequências);
• Escolha ou decisão (programar e controlar a implementação);
• Implementação;
• Avaliação.

TOMADA DE DECISÃO E CONCEÇÃO DE CUIDADOS

QUEM DECIDE?

• Conhecimento de Enfermagem;
• Capacidade de pensamento crítico.

COMO DECIDE?

• Reconhecer e definir o problema;


• Processo de pensamento;
• Em etapas processando informação relevante;
• Elaborar, testar e avaliar possíveis conclusõe.

PARA QUE DECIDE?

• Para identificar necessidades/problemas;


• Para definir objetivos para a intervenção;
• Para encontrar respostas para as necessidades/problemas e atingir os objetivos.

COMPETÊNCIAS DO PENSAMENTO CRÍTICO

• Método científico;
• Solução de problemas;
• Tomando uma decisão;
• Raciocínio Diagnóstico e Inferências;
• Tomada de decisão clínica;
• Processo de enfermagem.
ATITUDES / HABILIDADES DE PENSAMENTO MAPAS CONCEPTUAIS

PRÁTICA REFLEXIVA

• Experiência concreta;
• Observação reflexiva;
• Conceituação abstrata;
• Experimentação ativa.

QUAL A RELAÇÃO ENTRE PENSAMENTO CRÍTICO E PROCESSO DE ENFERMAGEM?

Ambos definem o melhor diagnóstico e a melhor intervenção, além de, verificarem os resultados
da intervenção.

PROCESSO DE ENFERMAGEM

Abordagem sistemática que é usada por todos os enfermeiros para coletar e analisar dados,
examinar criticamente, identificar as respostas do cliente e projetar os resultados.

Envolve o uso de habilidades de pensamento crítico.


COLETA DE DADOS PLANEAMENTO DE ENFERMAGEM

Recolhe e examina informação relativa ao Prescreve as intervenções de enfermagem


estado de saúde, procurando evidências de em função dos resultados desejados e
funcionamento anormal ou fatores de risco determina as prioridades de ação.
que possam contribuir para o surgimento
de problemas de saúde e evidências dos
recursos dos clientes. IMPLEMENTAÇÃO

Realiza ou delega a execução das


intervenções.
DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM

Analisa a informação com vista à


identificação das necessidades de cuidados AVALIAÇÃO
de enfermagem.
Aprecia o impacte das intervenções e
determina a necessidade de introduzir
correções ou alterações.

AVALIAÇÃO INICIAL – DADOS

Fontes de dados:

• Primária (cliente);
• Secundária (familiares; profissionais da saúde).

Meios:

• Exame físico (observações e avaliação de comportamentos);


• Entrevista (interação comunicacional);
• Consulta de documentação (processo clínico);
• Utilização de instrumentos / modelos /escalas.

Panorâmica geral:

• Visa a identificação de áreas problemáticas.

Focalização particular

• Visa a recolha de informação pertinente;


• Dados objetivos e subjetivos.

BASE DE DADOS

É obtido na admissão.

• Consiste em perguntas predeterminadas e exame sistemático da cabeça aos pés;


• Executado uma vez;
• Sugere possíveis problemas;
• Descobertas documentadas em uma admissão;
• Demora 1h ou mais;
• Fornece um amplo volume de dados;
• Fornece amplitude para comparações futuras;
• Reflete a condição do cliente ao entrar no sistema de saúde.

AVALIAÇÃO DE FOCO

• Compilado ao longo dos cuidados subsequentes;


• Consiste em perguntas não estruturadas e uma coleção de avaliações físicas;
• Repetido a cada turno ou com mais frequência;
• Declara ou confirma problemas;
• As descobertas são documentadas na lista de verificação ou notas de progresso;
• Concluído em cerca de 15 minutos;
• Fornece tendências comparativas para avaliar a resposta do cliente ao tratamento.

DIAGNÓSTICO

Resulta da análise e da interpretação dos dados agrupados:

• Manifestações do diagnóstico (valor 7 na escala de dor);


• Fatores concorrentes;
• Achados clínicos;
• São tiradas conclusões quanto às necessidades, problemas, respostas humanas;
• Os diagnósticos podem ser reais ou potenciais;
• Os problemas que não forem identificados não poderão ser resolvidos;
• São o foco e a linha condutora para as fases seguinte.

PROCESSO DE DIAGNÓSTICO

• Juntar as peças (dados);


• Descobrir padrões reconhecíveis;
• Criar uma lista com os problemas que suspeita existirem;
• Procura intencional de novos dados;
• Excluir os diagnósticos similares e escolher os diagnósticos mais específicos;
• Estabelecer o problema e as suas causas;
• Identificar os pontos fortes, os recursos e as áreas que é preciso melhorar.

ERROS DE DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM

• Sobrevalorizar uma explicação ou não considerar todos os dados;


• Continuar a analisar quando devia estar a atuar;
• Não valorizar as diferenças culturais;
• Realizar um diagnóstico demasiado geral;
• Apressar-se a fazer coisas em vez de recolher ou analisar dados;
• Banco de dados incompleto;
• Resultados irreais do cliente;
• Tempo inadequado para os clientes alcançarem resultados.

TIPOS DE INTERVENÇÕES

• Intervenções autónomas
• Intervenções resultantes de prescrições
• Intervenções de vigilância

SELEÇÃO DE INTERVENÇÃO

Usando habilidades de tomada de decisão clínica, a enfermeira delibera 6 fatores:

• Diagnóstico; • Viabilidade;
• Resultados esperados; • Aceitabilidade para o cliente;
• Base de pesquisa; • Competência da enfermeira.

TIPOS DE INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM

PEDIDOS PERMANENTES:

Documento que contêm pedidos para uso de terapias de rotina, diretrizes de monitoramento e
diagnóstico de um procedimento para condição específica – Prescrições.

PROTOCOLOS:

Plano escrito especificando os procedimentos a serem seguidos durante o atendimento de um


cliente com uma condição ou situação clínica selecionada.

PROCESSO DE IMPLEMENTAÇÃO

• Revisão do plano de cuidados existente;


• Organização de recursos e prestação de cuidados (equipamentos, pessoal, meio
ambiente).

CARACTERÍSTICAS DA ENFERMAGEM

Centrado no cliente - o processo ajuda os enfermeiros a planejar cuidado centrado naquele


paciente em particular, permitindo para que participem ativamente de seus cuidados.

META DIRECIONADA
A enfermeira é capaz de trabalhar com o cliente e desenvolver metas e resultados.

PRIORIZADO

Foco na saúde.

DINÂMICO

Mudanças constantes no estado de saúde. Requer avaliações, coleta de dados e reavaliação.

A EPISTEMOLOGIA DA ENFERMAGEM

Refere-se às questões da natureza, fontes e validade do conhecimento em enfermagem.

O estudo do conhecimento e das crenças justificadas que temos, incluindo a criação e a


disseminação do conhecimento.

A enfermagem tem 2 faces:

• Para o publico, os enfermeiros são eficientes, eficazes e solidários, e estão no centro da


experiência do doente.
• A outra face é praticamente invisível para o doente, enfermagem requer conhecimento.

CONHECIMENTO EM ENFERMAGEM

Relaciona-se com:

• Compreensão;
• Explicação;
• Predição de fenómenos de enfermagem.

Baseia-se na:

• Ciência;
• Experiência (adquirida e pessoal);
• Compreensão pessoal.

ORGANIZAÇÃO DO CONHECIMENTO EM ENFERMAGEM

O meta paradigma divide-se em vários modelos conceptuais e, por sua vez, de cada modelo
conceptual divide-se por múltiplas teorias.
ENFERMAGEM ENQUANTO PROFISSÃO

• base definida e especializada de conhecimento;


• controle e autoridade sobre o treinamento e o ensino;
• sistema de credenciamento ou registro de modo a assegurar a competência;
• serviço altruísta para a sociedade;
• código de ética;
• educação formal em instituições de ensino superior;
• socialização prolongada à profissão;
• autonomia (controle das atividades profissionais).

DOMÍNIO DA ENFERMAGEM

Preocupação com:

• Princípios e normas que regem a vida;


• Comportamento humano;
• Processo e mudanças.

Atua na:

• Promoção;
• Proteção;
• Recuperação;
• Reabilitação.

Um enfermeiro satisfaz as necessidades de saúde da população, respeitando a vida, a


dignidade e os direitos da pessoa humana.
A ENFERMAGEM NÃO INCIDE SOBRE A DOENÇA, MAS NA RESPOSTA DA PESSOA AO PROCESSO
DE SAÚDE/DOENÇA.

FILOSOFIA DA ENFERMAGEM

A filosofia da enfermagem refere-se ao sistema de crenças ou visão de mundo da profissão.

Proporciona perspetivas para a prática, ensino e pesquisa.

CIÊNCIA DA ENFERMAGEM

Representa a natureza da enfermagem de forma a entendê-la, explicá-la e usá-la em benefício


da humanidade.

FILOSOFIA DA CIÊNCIA NA ENFERMAGEM

Entende a ciência através de conceitos, teorias e leis.

Procura:

• Entender a verdade;
• Descrever a enfermagem;
• Examinar a previsão e a causalidade;
• Relacionar criticamente teorias, modelos e sistemas científicos;
• Investigar o determinismo e a vontade própria.

DESENVOLVIMENTO DO CONHECIMENTO E CIÊNCIA DA ENFERMAGEM

O desenvolvimento do conhecimento de enfermagem reflete a interface entre a ciência e a


pesquisa em enfermagem.

A finalidade definitiva do desenvolvimento do conhecimento é melhorar a prática de


enfermagem. As abordagens ao desenvolvimento do conhecimento possuem três facetas:
ontologia, epistemologia e metodologia.

A ontologia refere-se ao estudo do ser, o que é ou existe.

A epistemologia refere-se ao estudo do conhecimento ou formas de conhecimento.

A metodologia é o meio de aquisição do conhecimento.

PADRÕES DE CONHECIMENTO EM ENFERMAGEM

• Empírico – a ciência da enfermagem;


• Estético – a arte da enfermagem;
• Pessoal;
• Ético – o conhecimento moral em enfermagem.
CONHECIMENTO EMPÍRICO

Recorre às ideias tradicionais que podem ser confirmadas pela observação e provadas por teste
de hipóteses.

Objetivo, abstrato, geralmente passível de quantificação, exemplicável, formulado


discursivamente e verificável.

Baseado em leis, teorias e princípios, com a finalidade de descrever, explicar e prever os


fenómenos de interesse para os enfermeiros.

CONHECIMENTO ESTÉTICO

Expressivo, subjetivo, exclusivo, e experimental não formal ou descritivo.

Baseado em ações, condutas, atitudes, perceções e interações, de forma a criar valores através
dos princípios.

CONHECIMENTO PESSOAL

Refere-se à maneira como os enfermeiros veem a si mesmos e ao paciente.

Subjetivo e promove a totalidade e a integridade.

Incorpora experiência, conhecimento, encontros e concretização de si mesmo na prática.

CONHECIMENTO ÉTICO

Refere-se ao código moral da enfermagem e está baseado na obrigação de servir e respeitar a


vida humana.

Baseia-se em normas, interesses e princípios conflitantes.

PADRÕES DE CONHECIMENTO EM ENFERMAGEM

CONHECIMENTO CLÍNICO

Conhecimento pessoal do enfermeiro individualmente.

Combinação do conhecimento pessoal com o conhecimento empírico.

CONHECIMENTO CONCEITUAL

Para além da experiência pessoal.


Baseia-se no estudo de situações dos pacientes de forma a criar modelos e/ou teorias.

CONHECIMENTO EMPÍRICO

Resulta da pesquisa experimental, histórica ou fenomenológica, sendo usado para justificar as


ações e os procedimentos na prática.

CONCEITOS METAPARADIGMÁTICOS DA ENFERMAGEM

• Pessoa;
• Saúde;
• Ambiente;
• Cuidados de Enfermagem.

MODELO CONCEPTUAL

É uma ideia que se explica mediante uma visualização simbólica e física.

Clarifica a contribuição ou razão de ser dos enfermeiros e o objetivo do serviço que prestam
aos cidadãos.
TEORIA DE ENFERMAGEM

Conjunto de conceitos relacionados que sugerem ações para conduzir a prática.

Proposta de explicação racional de um acontecimento.

PARADIGMA

Forma particular de ver, compreender e explicar o mundo que decorre das ideias e dos valores
dominantes.

É uma estrutura ampla utilizada para organizar a teoria.

PARADIGMAS EM ENFERMAGEM

• Categorização;
• Integração;
• Transformação.

TEORIA DAS TRANSIÇÕES

Achava-se que o conhecimento de Enfermagem deveria ser direcionado para o desenvolvimento


de terapêuticas de enfermagem e não para a compreensão dos fenómenos relacionados com as
respostas às situações de saúde e doença.

Os resultados demonstraram que as ações de enfermagem tendem a antecipar, facilitar e


melhorar as transições e resultados em saúde.

TRANSIÇÃO

As mudanças que ocorrem ao longo da vida conduzem as pessoas a processos de transição.


É um processo dinâmico que evolui ao longo do tempo. Relaciona-se com as intermitências à
continuidade da vida de uma pessoa.

Não dependem apenas da pessoa, mas também da família e da organização.

Após uma transição fica-se mais vulnerável.

Quando uma pessoa não se adapta à transição está em stress.

Manifesta-se:

• através de comportamentos relacionados com a manutenção da saúde, bem-estar;


• com a adaptação a etapas específicas do desenvolvimento humano;
• quando ocorre como consequência a uma resposta à mudança de condição de saúde e
doença.

Implica:

• Mudança e adaptação pessoal, relacional, situacional, social, ou alteração do ambiente;


• Necessita de tempo para a adaptação;
• Reconstrução da identidade está implícita.

Uma nova condição de saúde conduz a pessoa e, ou a família à necessidade de:

• de novos papéis;
• de novas relações;
• de novas expectativas de vida, de novas habilidades e competências;
• de novos sentimentos, objetivos e comportamentos.

É comum nos vários estudos de investigação sustentados por esta esta teoria:

• A existência de uma disrupção do curso normal da vida de uma pessoa, da rede de


suporte social prévia;
• A ausência de pontos de referência familiares;
• O aparecimento de novas necessidades ou a incapacidade de lidar, de uma forma
familiar e conhecida, com essas necessidades;
• O sentimento de incongruência entre os papéis e as expectativas anteriores o que que
é exigido no momento à pessoa.

Independentemente do tipo de transição que conduziu a mudanças na vida de uma pessoa,


importa que os enfermeiros avaliem o seu impacto na sua saúde e bem-estar!
MUDANÇAS QUE INFLUENCIAM NO PROCESSO DE TRANSIÇÃO

• No estado de saúde;
• Nas relações;
• Nas expectativas;
• Nas capacidades da pessoa;
• No ambiente.

CONDICIONANTES DA TRANSIÇÃO

• Relações Pessoais (membros da família, amigos e colegas de trabalho);


• Nível Institucional (Instituições de saúde e local de trabalho);
• Estratificação Social (Nível socioeconómico, género, etnia, idade, normas, estrutura
familiar, papel no trabalho e recursos)

MOTIVOS E TIPOS DE TRANSIÇÃO

DESENVOLVIMENTO

Inerentes ao ciclo de vida e integração de novos papéis (a adolescência, a


maternidade/paternidade, a menopausa, o envelhecimento e a reforma).
SITUACIONAIS

Decorrem, nomeadamente, do processo de aprendizagem da pessoa, com a obtenção de


determinada formação ou, por outro lado, situações de emigração (transferência de uma
unidade de cuidados intensivos para uma enfermaria).

SAÚDE-DOENÇA

Quando uma pessoa passa de uma situação saudável e independência para uma situação de
doença e dependência.

ORGANIZACIONAIS

Ocorrem, por exemplo, com a integração de um novo papel a nível profissional (as mudanças
relacionadas com as alterações nas regras e no funcionamento das organizações).

Meleis identificou cinco propriedades que se devem verificar em qualquer tipo de transição
e que servem de enquadramento conceptual para a avaliação da experiência individual da
transição.

O tempo exerce uma função importante no processo de transição.

Processo que flui com o tempo e que de acordo com o seu início, desenvolvimento e conclusão,
se torna único.

A sensação de estar desligado.

A mudança relaciona-se com o significado atribuído ao equilíbrio perdido, à rutura com as


rotinas, com os hábitos e com os comportamentos.

A diferença está principalmente relacionada com o confronto com uma nova realidade.

A consciencialização envolve a perceção, o conhecimento e o reconhecimento da experiência


de transição.

A consciencialização e o compromisso relacionam-se em:

• Procura ativa de informação ou suporte;


• Identificação de novas estratégias para lidar com os problemas;
• Modificação de comportamentos;
• Busca de sentido para os acontecimentos.
Estes 5 pontos são influenciados por:

• Pelo contexto cultural;


• Por fatores sociais, físicos e espirituais.

FATORES FACILITADORES E INIBIDORES DA TRANSIÇÃO

• Pessoais;
• Comunidade;
• Sociedade;
• Globais.

Podem ser facilitadoras ou inibidoras da transição (2 sentidos), e isto acontece porque no


processo de adaptação à doença se tenta atribuir um sentido ou um significado à nova condição
de saúde.

INDICADORES DE PROCESSO

GRAU DE ENVOLVIMENTO

Saber envolver-se em determinadas situações.

LOCALIZAR-SE E ESTAR SITUADO

Reconhecimento da posição de cada um.

PROCURAR E RECEBER SUPORTE

O modo como procuram a ajuda e suporte dos profissionais de saúde demonstra o grau de
entendimento sobre as suas necessidades.

AQUISIÇÃO DE CONFIANÇA

Como a pessoa lida com as novas exigências da sua condição conseguindo identificar prioridades
e delinear novas ações.

INDICADORES DE RESULTADO

MESTRIA

Integração dos sentimentos, objetivos e comportamentos na própria identidade, comportando


se com confiança e conhecimento.
IDENTIDADE FLUÍDA E INTEGRADA

Funcionar e sentir se bem apesar da incerteza quanto ao futuro e da ambiguidade do momento


presente.

DESENVOLTURA

Capacidade de procurar novos recursos de forma autónoma.

INTERAÇÃO SAUDÁVEL

Capacidade de manter ou de estabelecer novas relações.

PERCEÇÃO DE BEM-ESTAR

Capacidade para a gestão das emoções e a perceção de um novo sentido de dignidade.

PAPEL DOS ENFERMEIROS

Define-se pelo apoio e intervenção de orientação da pessoa no sentido de uma transição


saudável.

• a possibilidade de clarificação de papéis, competências e significados;


• a identificação de marcos e pontos críticos da transição;
• a mobilização de recursos;
• grupos de suporte ou outros;
• a entrevista terapêutica.

Para Meleis uma teoria de situação específica é uma representação coerente de um conjunto
de conceitos e das suas inter-relações com um conjunto de resultados relacionados com as
experiências e as respostas de saúde e doença, bem como as ações de enfermagem para
evitar ou promover os efeitos dessas intervenções.

TEORIA DO AUTOCUIDADO

Dorothea Orem, iniciou a sua investigação tentando responder a perguntas como: “O que é a
enfermagem? Quais são os resultados das intervenções da enfermagem?” e, desta forma, criou
uma teoria geral da enfermagem.
AUTOCUIDADO

Comportamento intencional da pessoa, onde executa atividades básicas de manutenção da vida


e do bem-estar físico e que possui as seguintes características:

• Tratar do que é necessário para se manter;


• Permanecer-se operacional;
• Lidar com as necessidades individuais básicas e íntimas e as atividades da vida diária.

PRINCIPAIS CONCEITOS

O nível de autocuidado não é constante ao longo do ciclo vital, evolui com o desenvolvimento e
crescimento da pessoa (ex: bebe e adulto).

Associado à autonomia, independência e responsabilidade pessoal.

OBJETIVOS

• Promoção de saúde;
• Prevenção de doença.

FATORES IMPORTANTES

• Alterações dos padrões e prevalência de doenças crónicas;


• Mudança de paradigma;
• Economia da saúde;
• Maior consumo de informação.

PILARES

• Literacia em Saúde;
• Consciencialização;
• Atividade Física;
• Alimentação Saudável;
• Prevenção ou Controlo de Riscos;
• Higiene;
• Uso Racional e Responsável de Produtos.

CONDICIONANTES

• Estado de saúde;
• Fatores que influenciam a educação;
• Experiências de vida que permitem a aprendizagem;
• Exposição às influências culturais;
• Utilização de recursos na vida diária.
DOMÍNIOS

COGNITIVO

Reporta-se ao conhecimento da condição de saúde e das habilidades cognitivas necessárias para


cumprir a ação de autocuidado (ex: habilidades na tomada de decisão).

DOMÍNIO FÍSICO

Refere-se à capacidade física para realizar a ação de autocuidado.

DOMÍNIO EMOCIONAL OU PSICOSSOCIAL

A atitude, os valores, o desejo, a motivação e a perceção de competência na realização da ação


do autocuidado.

DOMÍNIO DO COMPORTAMENTO

Ter as habilidades necessárias para executar os comportamentos de autocuidado.

PERFIL

RESPONSÁVEL

Cuidado ativo e responsável em colaboração com os profissionais de saúde.

FORMALMENTE GUIADO

Caraterizado por um comportamento passivo e acrítico relativamente às orientações dos


profissionais de saúde.

INDEPENDENTE

Caraterizado pela não aceitação do próprio processo de envelhecimento, enfatizando a vivência


do presente de forma autónoma e independente.

ABANDONADO

Caraterizado pela incapacidade ou falta de responsabilidade das pessoas para cuidarem de si.

A TEORIA DE OREM

Compreende 4 teorias que interagem e se articulam sequencialmente.

É importante que os enfermeiros reconheçam o seu papel em cada um dos sistemas e que
sejam o principal e em alguns casos o único contribuinte dos sistemas de ação produzidos
par a satisfazer os requisitos de autocuidado dos doentes e proteger a sua capacidade de
agência do autocuidado e a sua integridade pessoal.
TEORIA DO AUTOCUIDADO

Explica o modo e as capacidades necessárias para cuidar de si.

TEORIA DO DÉFICE DO AUTOCUIDADO

Explica o desequilíbrio existente entre as necessidades de autocuidado e a capacidade de o


realizar e de que modo os Enfermeiros ajudam as pessoas com limitações no autocuidado,
influenciando os sistemas de Enfermagem.

Perante a avaliação deste défice de autocuidado, o enfermeiro adequa a sua intervenção, uma
vez que esta ocorre quando as suas necessidades terapêuticas são superiores à capacidade de
autocuidado do indivíduo.

TEORIA DOS SISTEMAS DE ENFERMAGEM

Descreve e explica as relações que se devem criar e manter para que se produzam cuidados de
Enfermagem.

Os cuidados de enfermagem são exigidos, quando existe um défice de autocuidado entre aquilo
que a pessoa pode realizar (ação de autocuidado) e o que necessita de ser realizado para manter
o funcionamento desejado (necessidade de autocuidado).

• Sistema Totalmente Compensatório: Representa as situações em que o indivíduo não


consegue envolver se nas ações de autocuidado, tornando se socialmente dependente
de outros para a sua sobrevivência e bem-estar.
• Sistema Parcialmente Compensatório: Ocorre nas situações em que o enfermeiro,
indivíduo ou outros, realizam tarefas de cuidados que envolvem a deambulação ou
tarefas manipuladoras.
• Sistema de Apoio Educação: O indivíduo possui capacidade para o autocuidado,
necessitando apenas de apoio, orientação e instrução dos enfermeiros para o exercício
e desenvolvimento das atividades de autocuidado.

Estratégias sólidas:

• Combinações de apoio;
• Orientação;
• Ambiente facilitador de desenvolvimento e aprendizagem.

TEORIA DO CUIDADO DEPENDENTE

Traduz a complexidade, não apenas dos indivíduos que necessitam de cuidados, mas também
dos cuidadores.
PRESSUPOSTOS

• A pessoa tem capacidade para cuidar de si;


• Pessoa desempenha atividades e comportamentos para manter-se saudável, para o seu
desenvolvimento pessoal e bem-estar;
• Autocuidado é aprendido através da experiência, educação, cultura, conhecimento,
crescimento e desenvolvimento

OS CINCO MÉTODOS DIFERENTES DE AJUDA

• Agir;
• Orientar;
• Apoiar;
• Oferecer;
• Capacitar.

MODELO DA PROMOÇÃO DA SAÚDE

Centra se no papel do prestador de cuidados de saúde e sua influência na promoção do bem-


estar e da mudança.

Os seus pressupostos e conceitos delineiam as formas e os modos, como um profissional de


saúde, pode oferecer cuidados de qualidade, bem como fomentar medidas de bem-estar e
prevenção primária.

Baseado em três teorias:

AÇÃO RACIONAL

É a intenção ou a motivação para a mudança de Comportamentos que tem um indivíduo.

AÇÃO PLANEADA

Se a pessoa tem segurança e controle sobre o seu próprio comportamento essa ação será feita
com maior probabilidade.

TEORIA SOCIAL COGNITIVA

Albert Bandura em que se afirma que a autoeficácia é um dos fatores mais influentes no
funcionamento humano.

O modelo se concentra nas seguintes três áreas:

• Características e experiências individuais;


• Afeto e cognições específicas de comportamento;
• Resultados comportamentais.
OS PRINCIPAIS CONCEITOS

A promoção da saúde é definida como um comportamento motivado pelo desejo de aumentar


bem-estar e realizar o potencial de saúde humana.

É uma abordagem ao bem-estar, mas, por outro lado, a proteção à saúde ou prevenção de
doenças é descrita como comportamento motivado pelo desejo de evitar ativamente a doença,
detetá-la precocemente ou manter funcionando dentro das limitações da doença.

COMO SÃO PERSPETIVADOS OS METAPARADIGMAS?

O Modelo de Promoção da Saúde visa melhorar a saúde da população mundial através da sua
aplicação universal.

Nesta teoria, a enfermeira procura influenciar os comportamentos que promovam a saúde


através da motivação positiva.

O modelo é amplamente utilizado como um quadro para a investigação destinada a previsão de


promoção da saúde e dos estilos de vida

A promoção da saúde não é isolada da (s) pessoa (s), mas interativa com o meio ambiente.

O ambiente não se limita ao espaço físico ocupado, mas a influência cultural e social dentro da
comunidade.

Devido a esta influência ambiental, os comportamentos que podem impedir o sucesso devem
ser abordados.

O papel da enfermagem é integral dentro da comunidade em geral e seus componentes


individuais.

COMO É QUE ESTA TEORIA INFLUENCIA O PROCESSO DE ENFERMAGEM?

Há crenças relacionadas com o conhecimento prévio e experiência, que determinam o


comportamento adotado pela pessoa porque esta é influenciada por:

• Emoções;
• Pela perceção de autoeficácia;
• Motivações;
• Desejos;
• Meio cultural;
• status socioeconómico;
• Pelo sexo;
• Pela idade.

Manifesta-se por comportamentos prévios.

Avaliação para identificar o comportamento passado e avaliar possibilidade de mudança.

Identificar os fatores pessoais que se necessitam de ajustar.

Formular plano de ação com base no comportamento prévios e nos fatores pessoais.
RELEVÂNCIA DA PROMOÇÃO DA SAÚDE

• Teoria tem como foco o bem-estar sem que exista necessariamente uma doença;
• Focada na prevenção da doença e orienta se para a comunidade e para indivíduos;
• Promove o bem-estar e os estilos de vida saudáveis;
• Voltada para qualquer idade/grupo;
• Tem como principal objetivo = Resultados positivos.

Esta teoria fornece uma estrutura integrada que identifica a avaliação de comportamentos,
do estilo de vida, do exame físico e da história clínica de uma pessoa, sendo que essas
atividades devem ajudar a diagnosticar e planear intervenções no âmbito da promoção saúde,
pelo que é também relevante que a informação obtida reflita os costumes e os hábitos
culturais das pessoas e das comunidades na área da saúde.

EPISTEMOLOGIA

É o estudo do conhecimento em enfermagem.

Uma ciência aplicada é aquela que aplica conhecimento, representado por ideias e preposições,
com origem noutras ciências.

Para que enfermagem fosse considerada uma ciência aplicada, teria de se fundamentar apenas
em teorias da "medicina, fisiologia, sociologia e outras ciências, mas sem conhecimento próprio
gerado em si mesma".

TEORIA DE ENFERMAGEM

Significa que o conhecimento é original para a disciplina (novo conhecimento de enfermagem).

TEORIA PARA A ENFERMAGEM

Significa uma síntese do conhecimento de outras disciplinas e que é aplicado na prática de


enfermagem.

--
Os Sistemas de Informação são determinantes para a qualidade, segurança, eficácia, eficiência,
efetividade e humanização dos cuidados prestados pelos diferentes profissionais de saúde.

Os enfermeiros, enquanto maior grupo profissional da saúde, são aqueles que mais informação
produzem, processam e utilizam.

Os registos de enfermagem em suporte eletrónico possuem para além do elevado impacte no


processamento e acesso à informação, têm um enorme potencial na qualidade e segurança dos
cuidados prestados e na satisfação e melhoria do desempenho dos profissionais.

SISTEMAS DE INFORMAÇÃO

O sistema de informação em saúde depende do uso de vocabulários estruturados,


terminologias, conjuntos de códigos e sistemas de classificação para representar conceitos de
saúde.

As terminologias padronizadas permitem a recolha de dados no ponto de atendimento e a


recuperação de dados, informações e conhecimento para apoiar a prática clínica.

NORMAS

Facilita:

• A compreensão e análise de dados através da


utilização de protocolos de recolha e de sistemas de
codificação e classificação;

• A integração de dados entre os Sistemas de


Informação, criando ambientes integrados, nos
quais os profissionais de saúde (enfermeiros) podem
aceder a múltiplas fontes de informação de forma
universal.

Permite:

• Comunicação de dados;
• Cortabilidade de informação;
• Reutilização.
VISIBILIDADE REDUZIDA EM ENFERMAGEM

Verifica-se que a visibilidade dos cuidados de enfermagem é reduzida nas estatísticas, nos
indicadores e nos relatórios oficiais da saúde, o que impossibilita a descrição e a verificação do
impacte dos cuidados de enfermagem nos ganhos em saúde das populações.

QUALIDADE DE INFORMAÇÃO RECOLHIDA

• Precisos;
• Completos;
• Relevantes;
• Atuais;
• Suficientemente detalhados;
• Representados de forma apropriada;
• Representados de forma a reter a informação de contexto suficiente para permitir a
tomada de decisões.

PLATAFORMA DE DADOS DE SAÚDE

É um sistema de partilha de dados de saúde, que permite que a mesma informação seja
fragmentada e enviada aos diferentes agentes da prestação de cuidados (utentes, profissionais
do SNS e de fora do SNS).

LINGUAGEM DE ENFERMAGEM UNIFORME

• Proporciona uma linguagem para os enfermeiros comunicarem o que fazem com os


pares, com outros profissionais de saúde e com o público;
• Facilita a avaliação dos cuidados de enfermagem;
• Contribuí para o desenvolvimento do conhecimento de enfermagem;
• Permite o desenvolvimento de sistemas de informação clínica eletrónicos;
• Oferece informações para a formulação de políticas públicas e organizacionais
relacionadas com os cuidados de saúde em geral, e de enfermagem;
• Facilita o processo de ensino sobre a tomada de decisão clínica aos estudantes de
enfermagem.
CIPE (Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem)

Fornecer uma ferramenta para descrever e documentar as práticas de enfermagem, e essa é


usada como base para a tomada de decisão clínica.

Prover a enfermagem de um vocabulário e um sistema de classificação para inclusão de dados


de enfermagem nos sistemas de informação informatizados.

• Estabelece 1 linguagem comum;


• Descreve cuidados;
• Compara dados;
• Evidenciar tendências;
• Estimular investigação;
• Fornecem dados à tomada de decisão política.

NANDA (divulga e refina a nomenclatura, critérios e taxonomia dos diagnósticos de enfermagem)

Segundo esta associação, um diagnóstico de enfermagem corresponde a um julgamento clínico


sobre as respostas do indivíduo, família comunidade a problemas de saúde/processos de vida
reais ou potenciais (com risco de desenvolvimento).

Um diagnóstico de enfermagem constitui a base para a escolha das intervenções de


enfermagem que o enfermeiro prescreve no sentido de alcançar os resultados pelos quais é
responsável.

• Cada diagnóstico de enfermagem tem um título e uma definição clara;


• Os enfermeiros devem conhecer as definições dos diagnósticos normalmente utilizados;
• Devem conhecer "indicadores diagnósticos" - informações usadas para diagnosticar e
distinguir um diagnóstico do outro.

INDICADORES DIAGNÓSTICOS

CARACTERÍSTICAS DEFINIDORAS: observáveis que se agrupam como manifestações de 1


diagnóstico.

FATORES RELACIONADOS OU DE RISCO: incluem circunstâncias ou influências que se relacionam


com o diagnóstico de enfermagem.

NIC (define a base de conhecimento para o ensino e a prática de enfermagem)


Segundo a NIC, uma intervenção de enfermagem é definida como qualquer tratamento,
baseado no julgamento clínico e no conhecimento, que um enfermeiro implementa para
melhorar os resultados no cliente.

As intervenções de enfermagem incluem cuidados diretos e indiretos, voltados ao indivíduo, à


família e à comunidade e podem ser iniciadas pelo enfermeiro, pelo médico ou por outro técnico
da equipa de saúde.

CUIDADOS DE ENFERMAGEM DIRETOS

Correspondem às intervenções de enfermagem implementadas através da interação com os


clientes.

CUIDADOS DE ENFERMAGEM INDIRETOS

Correspondem às intervenções de enfermagem implementadas sem contacto com os clientes,


embora centradas neles ou num grupo de pessoas.

NOC (classifica os resultados de enfermagem)

É definido como um estado, comportamento ou perceção de um indivíduo, família ou


comunidade, medido do longo de um continuum, em resposta claramente a uma intervenção
de enfermagem.

Os resultados da NOC podem ser usados, assim, na monitorização da evolução, ou da sua


ausência, durante um episódio de cuidado de enfermagem em diferentes contextos clínicos.

LIGAÇÕES ENTRE NANDA, NOC E NIC

Quando o enfermeiro identifica um diagnóstico de enfermagem da NANDA, são sugeridos


resultados da NOC e intervenções da NIC.

Isso permite, portanto, que o enfermeiro descreva a condição inicial do cliente, por meio de um
diagnóstico da NANDA, e escolha o estado final/resultado desejado, por meio de um resultado
da NOC.

Comparar o estado atual com o final, após uma intervenção de enfermagem da NIC, permite
determinar a eficácia dessa intervenção na obtenção do resultado previsto.

ONTOLOGIA

É uma descrição dos conceitos centrais da disciplina, bem como dos seus relacionamentos, de
acordo com a melhor evidência disponível.
Tem na sua base um modelo de referência que determina o que integra e o que não integra esta
ontologia, impedindo a existência de caos na incorporação de novos conceitos e na definição
das suas relações.

VANTAGENS

• Promove a formalização do conhecimento da disciplina e a identificação de


necessidades de investigação;
• Permite evoluir de sistemas circunscritos à documentação para sistemas que também
ajudam na conceção dos cuidados;
• Facilita a produção nacional de indicadores relativos ao exercício profissional dos
enfermeiros (a Ontologia de Enfermagem permite a extração automática de indicadores
sensíveis aos cuidados de Enfermagem em função dos dados clínicos introduzidos).
• 4. Permite à OE um controlo interno da linguagem profissional dos Enfermeiros.

MODELO CLÍNICO DE DADOS

Um MCD é um subconjunto da ontologia e é uma estrutura que fornece e relaciona toda a


informação referente ao conceito.

Em enfermagem, esta informação será centrada nos elementos do processo de enfermagem e


na relação entre eles: dados, diagnósticos e intervenções de enfermagem.

MDC ESPECÍFICO: tem um foco.

MDC COMPOSTO: interrelaciona-se.

Você também pode gostar